Com a quarentena, estudantes de todas as idades se viram na urgência da adaptação ao ensino à distância. As dificuldades são muitas. Para Diego Martins, de 9 anos, que nasceu cego, elas são ainda maiores. Aos poucos, no entanto, o menino, que está acostumado a entender o mundo sem poder vê-lo, consegue ultrapassar as barreiras e aprender. E ele tem um sonho: ser jornalista.
A memória de Diego é superdesenvolvida. Mesmo com a cegueira total, ele conhece cada canto da casa onde mora, em Ribeirão Preto (SP). Esta habilidade facilita as aulas via internet. Pelo celular, a professora conversa com o menino ao vivo e o ensina a escrever.
Uma sequência lógica de símbolos que o menino nunca viu, as palavras só existem na cabeça de Diego. Até ele pôr as mãos na máquina de braile e escrevê-las.
“Os dedos também enxergam”, diz, crente de que as limitações não vão impedi-lo de conquistar seus objetivos.
A escola onde Diego estuda, a Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto e Região (Adevirp), está vazia devido à pandemia de coronavírus. Os 200 alunos estão tendo aula de casa. A princípio, parecia improvável, mas o trabalho está dando certo.
“Tem funcionado muito bem, porque nosso trabalho já era individualizado. A gente sempre olhou para as dificuldades individuais de cada criança. A proposta continua sendo a mesma, só que à distância. O processo de aprendizagem tem continuado”, diz a psicóloga Bianca de Assis, que acompanha os alunos.
O método de aprendizagem desenvolvido pela Adevirp, utilizado por 45 profissionais, recebeu avaliação máxima do Ministério da Educação (MEC), que considerou o trabalho referência nacional de ensino, de acordo com a fundadora da instituição, Marlene Cintra, que dedica a vida às crianças com deficiência visual.
Quem quiser colaborar com o trabalho desenvolvido Adevirp pode entrar em contato com a instituição pelo telefone (16) 3913-1900.
FONTE:G1
Postado por Antônio Brito
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