Seleção Brasileira masculina celebra vitória e título mundial diante da China | Foto: Divulgação/Renan Cacioli/CBDV
A Seleção Brasileira masculina de goalball derrotou a China, de virada, por 6 a 5, e conquistou o tricampeonato mundial da modalidade na manhã desta sexta-feira, 16, em Matosinhos, Portugal.
Esse foi o terceiro título mundial consecutivo da equipe, que, nesta edição, foi treinada pelo técnico Jônatas Castro. Com a conquista, o Brasil atingiu um feito inédito: é a única seleção tricampeã do mundo no goalball, superando a Lituânia e a Alemanha, ambas bicampeãs.
"É um misto de sensações, acho que a ficha ainda vai demorar um pouco a cair. A gente não ganha a medalha aqui, a gente constrói ela ao longo de todo o ano, e aqui a gente só vem buscá-la", vibrou o pivô Emerson, que acabou eleito o melhor jogador da partida e marcou o pênalti decisivo que virou o placar a um minuto e trinta e seis segundos do fim de um duelo duríssimo, no qual o Brasil esteve durante quase todo o tempo atrás do marcador. Além dele, fizeram gols Leomon (quatro) e Parazinho (um).
"Primeiro é uma honra ter recebido um time multicampeão, o trabalho vinha sendo muito bem feito, e a gente está botando a nossa cara nesse time", disse o técnico Jônatas Castro, que assumiu o comando do time este ano com a responsabilidade de substituir Alessandro Tosim, treinador que conduzira o Brasil desde o início de sua subida rumo ao topo do goalball masculino nas principais conquistas, como o bicampeonato mundial e o ouro inédito em Jogos Paralímpicos, obtido em Tóquio.
"A sensação de ser campeão é indescritível, é até difícil de falar agora ainda na adrenalina do jogo. Sabíamos que tínhamos condições de vencer porque os meninos jogam demais", destacou o comandante.
"O trabalho do Jônatas manteve o nível elevado do goalball do Brasil. É fruto de algo que se construiu não agora, mas desde meados dos anos 80. Viramos referência na modalidade e seguimos ainda mais confiantes para buscar outro pódio em Paris", afirmou o presidente da CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais), José Antônio Freire, que esteve presente no Ginásio Professor Costa Pereira, palco da final, ao lado do secretário-geral da Confederação, Helder Maciel.
Para chegar ao terceiro ouro em Mundiais, o Brasil encarou o mesmo adversário da final paralímpica em Tóquio, que vencera por 7 a 2 na ocasião. Desta vez, porém, o jogo se mostrou bem mais complicado e os chineses sempre estiveram à frente, levando a decisão para o intervalo com 4 a 3 a seu favor.
Com a formação titular de Emerson no centro e Leomon e Parazinho abertos nas alas – André Dantas entrou no lugar de Parazinho em determinado momento da partida –, o time acabou sofrendo com as bolas rápidas do oponente e cometeu algumas penalidades que permitiam à China controlar o ritmo e o placar. Parazinho igualou em 5 a 5 com 3:52 para o término e, a pouco mais de um minuto e meio, Emerson converteu a penalidade que decretou o tri.
A campanha do Brasil em Portugal foi perfeita. Foram 10 jogos e dez vitórias, ou seja, 100% de aproveitamento. Atual campeã paralímpica, a Seleção masculina também já tem vaga para os Jogos de Paris 2024. A classificação veio com a chegada do time até a decisão em Matosinhos.
O sistema de disputa no Mundial, tanto na chave feminina como na masculina, foi o mesmo: dois grupos com oito países em cada que se enfrentaram entre si em turno único, totalizando sete partidas na fase classificatória. Os quatro melhores de cada lado avançaram às quartas de final.
Confira a tabela completa aqui. Os jogos podem ser revistos no
canal Kuriakos TV.