26/06/2020

Paratletas relatam obstáculos de se viver em um país nada acessível | Torcedores

Andar pelas ruas do país e encontrar alguma irregularidade é algo comum. O fato que é levantado por conta dessas ruas danificadas é como pessoas que necessitam de melhores condições pra transitar são afetadas. Segundo o último censo demográfico do IBGE, 45 milhões de brasileiros sofrem de algum tipo de deficiência física, e assim, enfrentam a falta de acessibilidade. Mas o que é acessibilidade? O termo tem origem na palavra em Latim accessus, que significa “aproximação, chegada”, acessibilidade é a qualidade do que é acessível, aquilo que é atingível, que tem acesso fácil. Mas será que encontramos essa acessibilidade?

A Lei Nº 10.098, de dezembro de 2000, estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.

Segundo a lei de contratação de funcionários com deficiência, empresas são obrigadas a abrir vagas para essas pessoas com necessidades físicas, variando a porcentagem do número de funcionários na empresa, como locais com até 200 funcionários 2% das vagas são destinadas a deficientes físicos e assim aumentando a porcentagem em relação ao número de trabalhadores na empresa.

No final de 2019, o presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), enviou à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 6.159/2019 que desobriga empresas de adotarem uma política de cotas para pessoas com deficiência ou reabilitadas, as empresas podem substituir a contratação pelo pagamento de um valor correspondente a dois salários mínimos mensais. O que gerou muita polemica na época, como um passo atrás para a inclusão de pessoas com deficiência física.

Para esse artigo conversei com dois paratletas, onde puderam contar suas histórias e dificuldades que encontram no dia a dia.

Wesley Soares, 21, é atleta do time de amputados do Assama Maringa, do Paraná. Aos 18 anos Soares descobriu através de exames que estava com um câncer na perna, e isso causou a amputação dela. Ele descobriu através da modalidade do futebol de amputados um novo rumo em sua vida, sendo um dos melhores em sua posição de zagueiro. O jovem atleta que já foi convocado até para a seleção brasileira de amputados conta que nem todos entendem a dificuldade que uma pessoa com deficiente física passa. “Às vezes estou sentado no banco preferencial e as pessoas antes de procurar saber já vem falando pra sair, que ali é lugar de idosos”, conta.

A situação das ruas também prejudica essa classe que sofre com a falta de acessibilidade no cotidiano, e que piora ainda é a falta de conscientização e o bom senso de auxiliar e perceber a conjuntura das dificuldades. “As maiores dificuldades são em algumas calçadas que a gente anda que não são niveladas e isso dificulta pra a gente andar, nos transportes públicos também, nem sempre as pessoas sedem o lugar”, completa.

Pâmela Pereira, 32, é atleta paralímpica na modalidade de vôlei sentado. Ela ganhou a medalha de bronze nas paraolimpíadas do Rio em 2016 e prata em Lima em 2019. Em 2014 ela se envolveu em um acidente que fez ela perder uma de suas pernas e encontrou por meio de colegas a modalidade de vôlei sentado. Ela conta os deficientes físicos devem ser tratados igualmente, e com respeito por todas as dificuldades que passam. “Tem muita gente que olha com aquele jeito de coitada, mais com um sorriso no rosto e de cabeça erguida sigo minha vida. Lutei junto com a minha família e amigos e juntos conseguimos vencer mais essa luta”, disse a atleta.

Fonte  https://www.torcedores.com/noticias/2020/06/paratletas-relatam-obstaculos-de-se-viver-em-um-pais-nada-acessivel/amp

Postado por Antônio Brito 

Nenhum comentário:

Postar um comentário