As obras analisadas são retiradas das enormes estantes de livros presentes em diversos cômodos da casa de Cida. (Foto: Divulgação) |
Estimulada pelo período de isolamento social, a poeta pernambucana Cida Pedrosa decidiu lançar uma nova playlist no Fresta, seu canal no YouTube, dedicada à poesia política. Ao todo, serão dez artistas contemplados, com um vídeo de cada. As produções são publicadas semanalmente, sempre às quarta-feiras. Esta semana é a vez de discutir a obra do caruaruense Marcelo Mário Melo. Literatura e política é a quarta categoria presente no Fresta, que já conta com os quadros Literatura de mulheres, Poema em 15 segundos e Preciosidades da estante de Cida Pedrosa.
"É preciso falar sobre política. O cenário atual é muito difícil. A literatura ajuda além do cotidiano diário, a poesia tem uma função social. Na minha vida, ela me mantém equilibrada. Acho que fascista tem medo de poesia.” Há um ano, o Fresta começou como um espaço destinado a apresentar a literatura feita por mulheres em Pernambuco. “Fresta é como ver as coisas em pedacinhos, espiar através de uma brecha", destaca. É assim que Cida construiu um novo caminho no universo da poesia digital. “Eu dou uma 'fresta' da literatura do autor que estou apresentando pelo meu olhar. A partir desta fresta, se você se interessar, pode buscar mais coisas e abrir um clarão.
"As obras são retiradas das enormes estantes de livros presentes em diversos cômodos da casa de Cida. Entre as raridades, ela já compartilhou no canal a primeira versão, de 1956, de uma poesia do recifense Solano Trindade e a primeira edição do livro Pomar, de Arnaldo Tobias. "Eu gosto de recitar e falar de literatura. O canal é minha possibilidade de difundir a literatura dos outros. Na pandemia, eu posso gravar mais, então posso explorar novos temas, aproveitar melhor todas as plataformas digitais que tenho à disposição. Não é fácil literatura se propagar", avalia a poeta.
A intenção de Cida é muito mais encantar as pessoas para ler poesia do que fazer uma análise crítica. “Eu sou uma leitora ávida, uma mulher que escreve, então é como se eu desse o meu olhar de leitora para que as pessoas conheçam um pouco através dele”, pontua. A produção, captação e edição dos vídeos são feitas em casa pelo seu companheiro, Sennor Ramos.
A plataforma digital dá seguimento a um projeto antigo, realizado pelo casal, o Interpoética. “Há 10 anos, nós tínhamos o maior portal de literatura pernambucana na internet. O Interpoética ficou no ar de 2005 até 2015. Era um trabalho pesado e voluntário, que me dava muita satisfação, mas com o tempo foi ficando difícil de conciliar com minhas outras tarefas”, diz Cida.
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