Para estimular o processo de aprendizagem e leitura de pessoas com dislexia, dois estudantes do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) desenvolveram um jogo chamado ‘Pequenos Viajantes’.
Renato de Almeida, que tem dislexia, e Rodrigo da Silva, do curso técnico integrado em Informática do Campus Ponta Porã criaram o software como trabalho de conclusão de curso.
O Pequenos Viajantes começou a ser desenvolvido do zero há um ano, e desde então, vem sendo apresentado em diversos seminários e competições, como a Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de MS (Fetec), o Simpósio Brasileiro sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais, em Vitória (ES) e na Experiência Beta, em Porto Alegre (RS), que a dupla concorreu no mês passado.
Com o reconhecimento e elogios conquistados na Experiência Beta, eles foram selecionados para a próxima edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), uma das mais importantes feiras científicas de ensino médio do país.
Sobre a dislexia
A dislexia é um transtorno genético e hereditário da linguagem, caracterizada pela dificuldade de decodificar o estímulo escrito ou o símbolo gráfico. Os sintomas tornam-se mais evidentes durante a fase da alfabetização.
Pessoas com o transtorno experimentam grande dificuldade de associar os fonemas às letras, além de aprender a ler e a escrever com fluência e de compreender um texto.
Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, entre 0,5% e 17% da população mundial – isto é, entre 35,5 milhões e 1,2 bilhão de pessoas sofrem com o distúrbio.
O jogo
Renato e Rodrigo contam que a ideia do game surgiu visando conscientizar as pessoas sobre o tema e alertar para o baixo número de aplicativos como esse que representam e atendem pessoas com dislexia.
O jogo propõe desafios aos seus usuários. “Um personagem principal guia a criança por vários locais do mundo na resolução de problemas, prevendo a concessão de pontos que poderão ser convertidos em recompensas para customização do personagem”, explica Renato. O Pequenos Viajantes está disponível para smartphones com sistema Android.
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“Quando vamos escrever a palavra copo, por exemplo, imaginamos o objeto e daí escrevemos. Esse tipo de conexão é um pouco diferente para as crianças disléxicas, por isso a ideia de criar o jogo. Para ficar mais interessante, o jogo tem fases ou capítulos, que se passam em diferentes continentes. O usuário pode escolher o país que ele quer visitar”, complementa.
“É um jogo de plataforma com obstáculos e cenários de diferentes países. Quando o usuário chega ao final do capítulo, ele tem um desafio que vai trabalhar com a escrita e a leitura, associando palavra e imagem”, afirma a orientadora Esteic Janaína Batista.
“As entrevistas com os profissionais são para que os estudantes conheçam as atividades desenvolvidas em consultório. Assim, poderemos utilizá-las no jogo, que está em fase de validação. Esperamos disponibilizá-lo nas escolas, para que a dislexia seja enfrentada de forma de divertida. Queremos que ele possa ser usado por qualquer criança, mas que esteja especialmente acessível para as pessoas com o transtorno”, explica a professora.
A proposta é, antes de mais nada, combater o preconceito. “As crianças geralmente não têm diagnóstico em sala de aula e a dislexia passa despercebida pelos professores. Isso faz com que esses alunos sejam vistos como preguiçosos, por isso é tão importante reconhecer o problema”, finaliza Esteic.
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Fonte: IFMS
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Postado por Antônio Brito
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