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Um empresário recifense morreu dias após ingerir ostras na praia de Boa Viagem, Zona Sul de Recife. “Ele deve ter ingerido umas 17 ostras. No dia seguinte a gente se encontrou em uma confraternização, ele não quis comer nada, disse que estava muito mal”, afirma Silvio Amorim, presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano e amigo da vítima. “Ele ainda foi atendido em uma clínica, mas não melhorou. Precisou ser internado dias depois. A bactéria que ele contraiu se espalhou pelo corpo. É muito violenta. Saiu pegando fígado, estômago... É muito triste o que aconteceu.”
A Secretaria de Saúde do Recife investiga, desde ontem, um caso de morte por infecção exógena, mas não confirma ligação com o empresário, que não teve o nome divulgado em respeito à família. Este tipo de contaminação tem origem externa ao organismo e pode ser causada por vírus presentes no ar ou por infecções locais. Alguns dos meios em que ela pode ser contraída são picadas de mosquitos, mordidas de animais e intoxicação alimentar. A vítima faleceu em um hospital de rede privada, na capital pernambucana.
“Toda primeira sexta-feira do mês ele saia com a esposa para a praia. Os dois ‘derrubavam’ um balde de ostra. Nesse dia ela estranhou o gosto da segunda ostra e não comeu mais, ele continuou. Acho que se ela continuasse estava morta também”, comenta um amigo próximo da família, que não quis se identificar.
De fato, quem escolhe comer ostras cruas está sujeito a vários riscos. In natura este tipo de alimento pode causar diarreias, febre, tremores e náuseas. Problemas como gastroenterite e infecção intestinal severa podem ser identificados em casos mais complicados. Elas também podem ser hospedeiras da Vibrio vulnificus, uma espécie de bactéria que vive em ambientes marinhos e é conhecida por “comer carne”, já que ela costuma se instalar em uma ferida e consumir o tecido ao seu redor até se espalhar rapidamente para o resto do corpo, o que mata cerca uma a cada sete pessoas infectadas.
“A ostra funciona como o filtro do mar, ela absorve todas as impurezas, mas o risco principal não é esse. Acontece que as ostras devem ser consumidas imediatamente após sair do ambiente marinho”, explica o médico infectologista Filipe Prohaska. “As únicas formas de conservar ostras após pesca são mantendo as mesmas em aquários com água salina ou congelando e, após descongelar, consumi-las de imediato. A partir do momento que ela sai destes ambientes a ostra morre e começa seu estado de putrefação.”
Na orla de Boa Viagem, este tipo de alimento é vendido – literalmente – aos baldes. Não é incomum encontrar ambulantes carregando ostras em isopores e vendendo-as com azeite e limão. “Além de não serem armazenadas em locais adequados, elas estão sendo comercializadas na beira da praia, submetidas ao calor de Recife, que não é pouco. Isso acelera o processo de apodrecimento”, explica o especialista. “Não é incomum que você conheça alguém que comeu ostras e teve uma diarreia, um mal-estar. Isso acontece nos casos mais leves. Casos mais severos de infecção podem levar a paralisia e até mesmo insuficiência respiratória. Por isso, todos devem ficar atentos ao consumir este tipo de alimento.”
Fonte https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2019/12/empresario-recifense-morre-apos-comer-ostras-na-praia-de-boa-viagem.html
Postado por Antônio Brito
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