03/09/2020

Projeto “Calçado Eficiente” já distribuiu mais de 17 mil sapatos para pessoas com deficiência no Piauí

17 mil pés de sapato distribuídos para pessoas com a perna amputada em 17 anos do projeto “Calçado Eficiente”. Esse é o balanço de um homem criativo e de coração grande chamado Josias Almeida Paixão, que transformou um problema de lojistas em uma solução para centenas de pessoas com deficiência. 
 Pessoas que têm apenas um dos membros inferiores, sejam elas amputadas ou deficientes de nascença, enfrentam dificuldades quando vão comprar novos calçados. Pensando na melhor forma de ajudar, o subtenente Josias, desde 2003, presta esse serviço voluntário que tem ajudado piauienses e maranhenses.

Junto a esposa, Sônia Maria, Josias conversa com lojistas para conseguir pés de sapato de mostruário, que geralmente possuem apenas um modelo de pé isolado. Ele busca essas peças de calçados que servem de mostruário nas vitrines de lojas ou doações e entrega para pessoas com deficiência. 
 O projeto já ganhou uma proporção tão grande que ele doa para várias cidades do Maranhão como Timon, Timbiras, Codó, Caxias, Coroatá e Coelho Neto. No Piauí, está em cidades de Teresina, Parnaíba, Piripiri, José de Freitas, Campo Maior, São Julião, Caldeirão Grande, Marcolândia outras mais. Eu já mandou sapatos até para Curitiba, Petrolina e Araripina.

O projeto, inicialmente, chamava-se “Pé Trocado”. Mas depois, para ficar mais politicamente correto, ele mudou para “Calçado Eficiente”. “Meu trabalho começou com um presente de um representante. Ganhei uma chuteira com o pé trocado, mas com o solado idêntico. Então comecei a observar que muitos lojistas devolvem esses pés trocados para as empresas ou jogam no lixo. Então pensei em distribuir, pois comecei a viajar em cidades no interior e vi a necessidade das pessoas com deficiência. A primeira pessoa que eu ajudei pegou logo sete pares. Aí foi indo essa propaganda de boca e eu procurei as associações para levar os calçados para eles”, explica Josias.

Criatividade levou o projeto para longe

Os sapatos do seu Josias vão longe. “Tem sapato no Maranhão, na Bahia em todo o Piauí. Eu distribuo uma média de mais de mil sapatos por ano. Só semana passada eu recebi 400 sapatos. E se você olhar são tênis, sandálias e sapatos caríssimos. São marcas muito boas. O pessoal de Codó manda a lista e eu só faço selecionar e mandar por uma empresa de ônibus”, acrescenta.

Josias afirma que não priva a quantidade de sapatos. “Antigamente eles não tinham a oportunidade de ter mais de um sapato. Eles compravam os dois pares e um sempre estragava. Hoje eles não precisem comprar. E ainda podem escolher o modelo que quiserem”, revela o presidente do projeto. 

 Autoestima lá em cima

Francisco Monteiro, de 38 anos, é fiscal de loja e conta a importância da iniciativa do subtenente. “A gente comprava os dois e um sempre ficava perdido. Estou há três anos sem comprar um sapato. Cada bermuda tenho um tênis. Tenho mais de 20 sapatos, é muito bom o projeto dele”, conta.

A autoestima vai lá para cima. “Eu já peguei várias sandálias, vários tênis. É uma iniciativa louvável. Sempre venho aqui escolher novos modelos”, disse Viviane da Costa, que ganhou várias sandálias da marca melissa. No mercado elas custam centenas de reais.

Sérgio César, de 43 anos, é funcionário público e diz que o constrangimento não existe mais. “Era chato ir na loja. Comecei aqui já fazem 15 anos. Sou amputado há 25. Então desde que o conheci já trouxe vários amigos, como o próprio Francisco”, diz apontando para o amigo.

O missionário Gabriel Queiroz, também de 43 anos, levou 15 sapatos. “Esse projeto é lindo demais. Quando conheci esse rapaz, minha dificuldade era grande. Eu tinha que comprar os dois sapatos. Passei três anos sem vir, agora acho que vou passar mais três anos com esses aqui. E aqui não tem mercadoria ruim. Um sapato desses [aponta para um modelo Nike] é mais de R$350”, aponta.

Fonte: www.meionorte.com

https://revistareacao.com.br/projeto-calcado-eficiente-ja-distribuiu-mais-de-17-mil-sapatos-para-pessoas-com-deficiencia-no-piaui/

Postado por Antônio Brito 

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