A mudança das aulas presenciais para o ambiente virtual se tornou um desafio às famílias de alunos com deficiência visual. Diante da incerteza sobre a volta às aulas nas escolas em todos os estados brasileiros, estudantes com cegueira e baixa visão procuram alternativas para atender ao calendário escolar e buscam suporte em instituições especializadas, como a Laramara – Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual.
Para assistir crianças, jovens e adultos com deficiência visual e/ou com deficiência múltipla, a instituição oferece atendimento educacional especializado, como: atividades socioeducativas, pedagógicas e culturais, que favorecem o processo de inclusão escolar. Durante o período de isolamento social, a instituição se readequou e manteve seus atendimentos às famílias e usuários por meio de atendimento virtual com vídeos e comunicação online por aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp.
Segundo Maria da Graça Corsi, pedagoga especializada no ensino de pessoas com deficiência visual da Laramara, “Desde março, os estudantes estão afastados das aulas presenciais nas escolas e o processo de inclusão não pode ser prejudicado. Para vencer esse desafio é necessário que os alunos tenham acesso aos recursos de tecnologia assistiva para assistirem às aulas online e receberem as atividades. A oferta de material adaptado, como os livros em braille e ampliados, somada aos recursos e equipamentos, como a máquina de escrever em braille, usada pelos alunos com cegueira e dos auxílios ópticos e adaptações específicas para àqueles com baixa visão, é fundamental para o bom acompanhamento das aulas.”
Entre as iniciativas da associação para fomentar a alfabetização, está o projeto Inclusão Social e Tecnologias Assistivas, que possibilita doar máquinas de escrever em braille às famílias em situação de vulnerabilidade social. “A inclusão educacional é uma das missões da Laramara. Existem muitos estudantes sem acesso aos recursos básicos que facilitariam o processo de aprendizagem”, destaca Maria da Graça.
A Laramara foi pioneira na produção da máquina de escrever em braille no Brasil. Além de oferecer um equipamento mais acessível, a instituição já doou mais de 4.170 equipamentos. Para dar continuidade a este projeto, a instituição busca doações de pessoas físicas e empresas privadas, mas com a crise causada pela eclosão da Covid-19, o número de contribuintes caiu consideravelmente.
“Todos vivemos tempos difíceis, mas é nesse momento que precisamos ressignificar nossos valores e exercitar nossa solidariedade para reconstruir os pilares básicos da sociedade”, ressalta Nelma Meo, do Grupo de Gestão da Laramara. Para ajudar, não é preciso sair de casa e basta acessar o site: www.laramara.org.br/doe.
Outra opção para quem quer transformar a vida de centenas de crianças e jovens com deficiência visual é a destinação de 1%, em caso de empresas privadas, até 6%, em casos de pessoa física, do Imposto de Renda Devido, já que o projeto conta com o apoio da CONDECA – Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. Doar é mais do que uma boa ação, é uma forma de demonstrar afeto mesmo que a distância para aqueles que precisam.
A Laramara é uma Instituição especializada em deficiência visual, muito atuante. Reconhecida como um importante centro de referência na América Latina, se dedica ao estudo, desenvolvimento de projetos e pesquisas na área da deficiência visual. Fundada em 1991, por iniciativa do casal Mara e Victor Siaulys, realiza atendimento especializado nas áreas socioassistencial e socioeducativa com ações complementares e atividades específicas essenciais à aprendizagem e ao desenvolvimento das pessoas com deficiência visual e com deficiências associadas.
As atividades são realizadas em grupos e os usuários dispõem ainda de atendimentos específicos de Atividades de Vida Autônoma, Braille, Soroban, desenvolvimento da eficiência visual – Baixa Visão e Orientação e Mobilidade. Disponibiliza recursos humanos para apoio à inclusão social, colabora para o aperfeiçoamento e a capacitação de profissionais e divulga suas experiências e aquisições para todo o Brasil, por meio de recursos instrucionais produzidos por sua equipe, como livros, manuais e DVDs.
Laramara trouxe para o Brasil a fabricação da máquina braille e da bengala longa, indispensáveis para a educação e a autonomia da pessoa cega. Buscando a inclusão profissional de jovens, adultos e idosos com deficiência visual, ampliou seu projeto socioeducativo em 1996, realizando atendimento para essa população.
Fonte https://revistareacao.com.br/estudantes-com-deficiencia-visual-buscam-alternativas-para-aprender-em-casa/
POSTADO POR ANTÔNIO BRITO
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