Instituição alerta para a atenção às comorbidades e para a saúde física, emocional e social das famílias em tratamento
O câncer infantojuvenil permanece como a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 8 mil novos casos são diagnosticados anualmente no país. Mas, por trás dessas estatísticas, existem histórias de vida que revelam desafios muito maiores do que o enfrentamento do tumor. Além dos impactos diretos do tratamento oncológico, muitas crianças desenvolvem comorbidades como diabetes, desnutrição e imunossupressão, condições que agravam o quadro clínico e exigem uma abordagem ainda mais ampla e integrada. Por isso, o Instituto Ronald McDonald reforça a importância do cuidado integral, que considera não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional e social das crianças e de suas famílias ao longo de toda a jornada contra o câncer.
Estudos internacionais apontam que até 30% das crianças com câncer no mundo podem desenvolver algum tipo de distúrbio metabólico durante o tratamento, o que reforça a necessidade de atenção multidisciplinar, envolvendo médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores e assistentes sociais. No Brasil, essa realidade é agravada pelas desigualdades regionais. Enquanto o índice de sobrevida média no Sul chega a 75%, na região Norte esse número cai para 50%, segundo dados INCA.
“Tratar o câncer é também tratar o ser humano em todas as suas dimensões, física, emocional e social. Quando olhamos para a criança como um todo, conseguimos reduzir o sofrimento, melhorar a adesão ao tratamento e aumentar as chances de cura”, afirma Bianca Provedel, CEO do Instituto Ronald McDonald.
Há mais de 26 anos, a instituição atua no enfrentamento do câncer infantojuvenil e na promoção de atenção integral à saúde, apoiando projetos que vão desde a capacitação de profissionais até o acolhimento das famílias em situação de vulnerabilidade. Entre os projetos apoiados em 2025, temos os que são voltados diretamente à atenção integral, garantindo alimentação balanceada, transporte, suporte psicossocial e atividades educativas durante o tratamento.
Nas unidades dos Programas Casa Ronald McDonald e Espaço da Família Ronald McDonald, o cuidado acontece de forma concreta: as famílias encontram hospedagem, refeições, transporte até o hospital, acompanhamento nutricional e atividades de lazer e aprendizado para as crianças e para o tutor. “O acolhimento é parte do tratamento. Uma mãe descansada, uma criança alimentada e um ambiente acolhedor ajudam o corpo e a mente a responderem melhor”, destaca Bianca.
Os dados confirmam o impacto social desse modelo de atenção. Pesquisas realizadas com as famílias atendidas mostram que 78% vivem com renda de até 1 salário-mínimo, e 84% afirmam que não teriam onde se hospedar se não fosse o apoio do Instituto. Além disso, 51% vivem abaixo ou na linha da pobreza e 37% relatam ter ao menos uma necessidade básica não atendida, como alimentação, transporte ou moradia.
Para Bianca, a atenção integral é um passo essencial na luta pela equidade na saúde infantil. “Ainda enfrentamos um país de contrastes, em que o CEP muitas vezes define o destino de uma criança. Nossa missão é garantir que cada uma delas, onde quer que nasça, tenha acesso ao cuidado completo, digno e humano.”, finaliza.
Sobre o Instituto Ronald McDonald
Organização social sem fins lucrativos, o Instituto Ronald McDonald atua, há mais de 26 anos, para promover a saúde e bem-estar de crianças e adolescentes, aumentando as chances de cura do câncer infantojuvenil. Para atingir esse objetivo, o Instituto Ronald McDonald trabalha promovendo programas ligados à capacitação de profissionais e estudantes de saúde ao diagnóstico precoce, estruturação de hospitais especializados, a hospedagem para famílias que residem longe dos hospitais, e projetos que visem a disseminação de conhecimento sobre a causa. A ONG faz parte do sistema beneficente global Ronald McDonald House Charities (RMHC), presente em mais de 60 países, coordenando os programas globais: Casa Ronald McDonald, voltado para a hospedagem, transporte e alimentação dos pacientes; e o Programa Espaço da Família Ronald McDonald, que torna menos desgastante o dia a dia das famílias durante o tratamento. No Brasil, há ainda outros dois programas locais: Atenção Integral e Diagnóstico Precoce, com ações específicas de combate ao câncer infantojuvenil. O Instituto conta com o apoio de diversas empresas e pessoas físicas para desenvolver e manter seus programas. Saiba mais sobre os programas e as instituições beneficiadas em www.institutoronald.org.br.
Fonte https://diariopcd.com.br/alem-do-cancer-instituto-ronald-mcdonald-alerta-para-comorbidades-que-agravam-o-tratamento-infantojuvenil/
Postado Pôr Antônio Brito
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