OPINIÃO
- * Por Abrão Dib
Em um cenário onde a força das Pessoas com Deficiência deveria ressoar com força nos corredores do poder, uma triste realidade se impõe: há entidades que, sob o disfarce de defensoras, servem mais aos interesses próprios de seus dirigentes do que às causas da coletividade que afirmam representar. Essa falsa representatividade é não apenas um obstáculo, mas um retrocesso na luta por inclusão, acessibilidade e dignidade.
A tramitação da Reforma Tributária no Congresso Nacional é mais um exemplo recente.
Associações de Fachada: Um Obstáculo à Inclusão
Muitas dessas pseudas organizações utilizam a bandeira da deficiência como instrumento de marketing, influenciando decisões políticas sem legitimidade social ou técnica. Frequentemente, suas ações se limitam a aparições públicas em datas comemorativas, sem histórico concreto de atuação em políticas públicas, articulações legislativas ou prestação real de serviços às pessoas com deficiência. Essa postura compromete a credibilidade do movimento e prejudica avanços significativos na luta por direitos.
Em contraste, a ANAPcD – Associação Nacional de Apoio às Pessoas com Deficiência tem se destacado como uma entidade que busca representar seus associados. Desde sua fundação, a ANAPcD pauta sua atuação pela ética, participação democrática, escuta ativa das bases e, sobretudo, por ações concretas.
Prova disso é o que está acontecendo nesta semana, quando um novo embate será travado na Câmara dos Deputados em busca de garantir o direito de IR e VIR do segmento.
A ANAPcD mais uma vez tornou-se protagonista na mobilização pelas mudanças necessárias no Projeto de Lei Complementar nº 108/2024, que visa restabelecer justiça tributária para pessoas com deficiência, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na aquisição de automóveis com isenção do IPI (IBS) e ICMS (CBS). Com presença ativa no Congresso Nacional, a ANAPcD participou na última semana de reuniões virtuais para manter as conquistas obtidas no Senado Federal, mobiliza famílias, lidera campanhas nas redes sociais e promove atos públicos com base técnica, jurídica e social.
A Necessidade de Representatividade Verdadeira
É muito importante o poder público e a sociedade saibam discernir entre entidades que lutam com seriedade pela pauta e aquelas que apenas ocupam espaço, gerando ruído e confundindo a opinião pública.
A ANAPcD demonstra que é possível fazer diferente, com trabalho técnico, mobilização popular e presença institucional.
Este editorial é um chamado à consciência.
Às famílias, às pessoas com deficiência e aos aliados da causa: cobrem transparência e atuação concreta das associações que dizem representá-los.
Aos parlamentares e gestores públicos: escutem quem verdadeiramente vive a deficiência — e reconheçam quem tem legitimidade para falar em nome da coletividade.
O tempo da omissão acabou.
O tempo da falsa representatividade precisa acabar.
E o tempo da ação real — como a que tem sido feita pela ANAPcD — deveria ser reconhecido, fortalecido e replicado.
ANAPcD – Canal de Defesa dos Direitos das PcDs
Compromisso com a verdade. Voz da inclusão.
- * Abrão Dib é jornalista e está presidente da ANAPcD – Associação Nacional de Apoio às Pessoas com Deficiência
Fonte https://diariopcd.com.br/separacao-imediata-entre-associacoes-de-fachada-e-instituicoes-que-lutam-de-verdade-pelas-pessoas-com-deficiencia/
Postado Pôr Antônio Brito
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