06/10/2020

O fascismo do Teleton

Por Amauri Nolasco Sanches Júnior

Há um grande estigma dentro da nossa sociedade que é: pessoas com deficiência são incapazes. Ora, na Alemanha nazista, o líder Adolf Hitler assinou uma lei autorizando o massacre de milhões de pessoas com deficiência (de todo tipo) por serem consideradas pessoas incapazes e sofredoras. Mas um fato curioso aconteceu, Hitler assinou essa lei chorando. Como um ditador que matou mais de seis milhões de judeus e outras etnias, tenha chorado quando teve que matar pessoas com deficiência? Talvez, a visão que se tem das pessoas com deficiência, tenha origem da procura da perfeição grega (como uma forma perfeita, esteticamente) e também, o medo que a humanidade sente por nós sermos enigmáticos. Muitas pessoas cegas eram oráculos, assim, muitas deficiências eram tidas como sinais dos deuses. Os hebreus antigos não deixavam os “defeituosos” chegarem perto do altar, assim, adorar a Deus.

Você pode estar dizendo ao ler a primeira parte: tudo culpa da religião. Uma parte sim, mas, a ciência também fez sua parte em aumentar o preconceito. O nazismo é fruto de um cientificismo que achou que resolveria todos os sofrimentos do mundo, apenas, fazendo uma seleção dos mais fortes. Dos seres humanos aptos para viverem na face da Terra e herdar uma sociedade sem nenhuma diferença, ou seja, a ideia da seleção natural de Darwin foi, completamente, distorcida. Darwin nunca disse que o mais forte sobrevive e se reproduz, mas o mais adaptado dentro de um ambiente. E se criou a ideia da eugenia – hoje, considerada como uma pseudociência – e se teve a ideia de selecionar só seres humanos perfeitos e aptos a viverem felizes. A questão é: com o avanço científico dentro da área da genética, será que a ideia da eugenia morreu mesmo? Ou a ideia da eugenia só tem uma capa bonitinha para não parecer o monstro que é de verdade?

Vou muito mais longe. Eticamente – dentro de um pensamento humanista – você escolher entre ter um filho com deficiência e sem deficiência, seria errado porque nos dois casos, se trata de uma pessoa. Alguns acham que as pessoas devem escolher – talvez, através do aborto – e outros acham que se deve amar do mesmo modo. Acontece, que no fundo da questão, está a vaidade de ter um filho saudável (dentro de uma sociedade normativa) e mostrar para todo mundo, sem dar maiores explicações. O problema sempre foi essas “maiores explicações”. Por não saber e por isso, achar que se trata de uma doença. Por outro lado, além de uma visão religiosa que Deus teria mandado um filho com deficiência como prova de fé, como um carma, como um pecado e etc, ainda, tem a visão da medicalização que faz do médico, uma espécie de oráculo. E muitas vezes, o médico cai na besteira de se sentir um oráculo e ir até contra a ciência, pois, não dá para dizer se uma pessoa vai ou não depender da família, sem uma prova empírica (provável).

Daí se voltamos no olhar ético. Seria ético fechar pessoas com deficiência num confinamento por causa de uma visão do médico sem questionamento? Será mesmo que uma pessoa com uma deficiência severa não pode aprender com o convívio? Mesmo o porquê, a essência do ensino – educação só pode vir na questão familiar – é criar meio de aprendizado em ambientes adversos, respeitando sua individualidade. Numa escola temos que criar meios de socializar aquelas que não podem ser socializados e isso não vem de hoje, os gregos educavam através dos poetas e dos filósofos (também os sofistas), e assim, educavam com o ócio. É uma outra realidade, mas não é outra mentalidade. Paradoxalmente, os gregos que tinham uma sociedade escravocrata, se preocupavam com a liberdade. Hoje, depois de dois mil anos, diante de tantos avanços, não temos liberdade.

Talvez, a eugenia tenha pegado a questão da evolução – o mais apto – e tenha transformado esse ato de escolha do individuo, colocando em voga a questão grega clássica de perfeição e de felicidade. Mas, quem começou a distorcer essa imagem grega de perfeição através da harmonia? A igreja romana. Quando você lê um livro como Paideia, de Wener Jeager, você acaba descobrindo coisas bastante interessantes sobre a educação. Primeiro, que sim, a educação começou com Homero e assim, houve toda uma construção dentro da cultura grega, no qual, somos herdeiros. O que podemos dizer que a história de harmonia e perfeição tem muito mais a ver com o modo espiritual – portanto, bastante abstrato – do que num modo concreto. Daí vimos que a história que pessoas com o corpo imperfeito, e nem tenha a moral cristã europeia, sejam seres que não tinham alma. Só ver o filme baseado no livro homônimo do filósofo Umberto Eco, O Nome da Rosa, ou o livro do romancista Victor Hugo, O Corcunda de Notre Dame. Num caso, o rapaz “deformado” fica nas catacumbas do mosteiro pagando para transar e o outro, o corcunda não fica com a cigana.

Como temos uma cultura, completamente, católica, herdamos essa imagem que as pessoas com deficiência sejam pessoas sem almas. Será que no Brasil essa cultura de ficar trancafiando pessoas com deficiência em catacumbas vai vingar?

Fonte  https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Ffilosofiarodas23.blogspot.com%2F2020%2F10%2Fo-fascismo-do-teleton.html%3Fspref%3Dfb&h=AT1asFfwfPADmkBaG1i5fyd_e9Uoh_0JL9gY6QVKLPhuXxRvx6nlkWjtlAVkOAdfTX1ni_f56lPqUk5TLP4btAagsOirPgtIRCz0HUww3Quyys1KC19DaTMeRXMxuTWK0a-YL1QA9uE

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Semana da Dislexia do Instituto ABCD 2020 realiza ações virtuais de 4 a 11 de outubro

A Semana Nacional de Conscientização da Dislexia 2020 promove, de 4 a 11 de outubro, uma série de ações virtuais para aproximar a sociedade dessa condição, que afeta a aprendizagem de cerca de 4% da população brasileira. O tema escolhido pelo Instituto ABCD foi “Dislexia sem mistério”.

“Há 11 anos, o Instituto ABCD vem trabalhando para disseminar informações e ferramentas que auxiliem as pessoas com dislexia a desenvolver toda a sua potencialidade. Ainda achamos necessário investir na conscientização sobre a dislexia, discutindo suas características, como identificá-la precocemente, quais estratégias pedagógicas são mais eficientes para o ensino e quais ferramentas auxiliam a autonomia de quem vive com ela. Enquanto não alcançarmos um bom nível de conhecimento nessa área, as pessoas com dislexia não terão seus direitos garantidos”, afirma Juliana Amorina, diretora presidente do Instituto ABCD.

Como a dislexia ainda é pouco conhecida no País, o acesso à educação segue enfrentando barreiras. Se um professor não conhece o impacto que a dislexia tem no processo de aprendizagem, será muito difícil que ele proponha estratégias que atendam às necessidades dessas crianças – e o ensino personalizado é fundamental para o desenvolvimento pleno do aluno com dislexia.

Os pais também se sentem muito desamparados no processo de busca por diagnóstico e acompanhamento. O acesso ao diagnóstico é uma questão muito importante: em geral, a dislexia leva anos para ser identificada no ambiente escolar e o encaminhamento para especialistas (médicos, fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos) acaba sendo tardio, o que gera dificuldades ainda maiores na aprendizagem e, com frequência, consequências emocionais. Além disso, há poucos materiais realmente acessíveis para que os familiares compreendam o que é a dislexia e como ajudar crianças disléxicas a aprender. Encontrar profissionais que façam esse tipo de diagnóstico e acompanhamento na rede pública de saúde é outro desafio, pois requer investimento em qualificação e contratação, bem como o fortalecimento de toda a rede de apoio para o acolhimento da pessoa com dislexia.

Por isso, durante essa semana, o Instituto ABCD intensifica seu trabalho. “A ideia é mostrar que a dislexia é uma condição que afeta o aprendizado, mas que existem ferramentas e estratégias pedagógicas capazes de fazer com que pessoas com dislexia prosperem na vida acadêmica, social e profissional. Antes de mais nada, precisamos conhecer e usar essas ferramentas e estratégias”, explica Juliana Amorina. “Nosso próximo passo será mostrar todos os potenciais e talentos por trás da dislexia.”.

PROGRAMAÇÃO

Para ajudar o público brasileiro a desvendar os mistérios da aprendizagem da pessoa com dislexia, o Instituto ABCD convidou seis especialistas renomados para apresentar as atualidades na área. Temas como características das pessoas com dislexia, intervenção, identificação precoce, diagnóstico e dislexia na sala de aula serão abordados por pesquisadores brasileiros e estrangeiros. O evento será totalmente gratuito e on-line, com inscrição prévia pelo site http://www.institutoabcd.org.br/ .

Semana da Dislexia

A décima edição da Semana da Dislexia vai de 4 a 11 de outubro e é inspirada no evento mundial Dyslexia Awareness Week. A Semana da Dislexia visa a promover e disseminar a causa da dislexia no Brasil por meio de uma série de campanhas e atividades coordenadas entre as entidades participantes. Para mais informações, visite: http://semanadadislexia.com/

A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente das palavras e pela baixa habilidade de decodificação e soletração. Essas dificuldades geralmente derivam de um déficit no componente fonológico da linguagem, muitas vezes surpreendente quando comparado a outras habilidades cognitivas e ao acesso à aprendizagem. Consequências secundárias podem incluir dificuldades na compreensão de texto e pouca experiência de leitura, podendo impedir o desenvolvimento do vocabulário e do conhecimento geral.  

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Fonte  https://revistareacao.com.br/semana-da-dislexia-do-instituto-abcd-2020-realiza-acoes-virtuais-de-4-a-11-de-outubro/

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Semana decisiva para a permanência do DIREITO DE IR e VIR da Pessoa com Deficiência

O segmento das pessoas com deficiência inicia a semana com a incerteza da permanência de ter – em sua plenitude – o DIREITO DE IR e VIR. Garantia estabelecida pela Constituição Federal, muitas pessoas sequer conseguem caminhar pelo quarteirão onde mora, em função de inúmeras construções irregulares, que proíbe que um cadeirante, por exemplo, possa se locomover.
O transporte público, outro gargalo, que impede a locomoção das pessoas com deficiência é também a difícil realidade em quase a totalidade dos municípios brasileiros. Ir para um hospital ou escola sem ter carro próprio é praticamente impossível. Nos últimos anos, depois de intensa luta do segmento PcD, as autoridades passaram a conceder isenções de alguns tributos, como forma de retribuição pela falta de estrutura! Passaram a conceder isenções de IPVA e ICMS para quem adquirisse o carro 0 km. Mas o momento é de um enorme pesadelo! Tudo isso pode ser suspenso!

Perda de isenção de IPVA em São Paulo

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo discutirá, mais uma vez, a partir das 19h desta segunda-feira, 5/10, o Projeto de Lei 529/2020 – de autoria do Governador João Dória, que dentre outros assuntos prevê a alteração na Lei Estadual Nº 13.296 de 2008, relacionada à isenção de IPVA para Pessoas com Deficiência.
O parlamento paulista é formado por 94 deputados estaduais. Com 48 votos favoráveis, o Governo pode estabelecer nova regra sobre o tema e suspender a isenção de muitas pessoas com deficiência.

Sem consenso em Brasília, prejuízo pode ser maior

Mas a luta do segmento PcD continua. Na próxima quarta-feira, 7/10, acontece á reunião do CONFAZ/Secretários e CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária que precisam discutir o reajuste do valor teto para os carros comercializados com isenção de impostos para PCD, assim como renovar o convênio que concede isenção de impostos para a aquisição de veículos 0km para Pessoas com Deficiência. O atual convênio que concede essas isenções tem a periodicidade de um ano. O prazo expira em dezembro de 2020. Se os Estados não se manifestarem favoráveis à renovação do convênio e aumentar o valor teto para os carros comercializados, as pessoas com deficiência de todo o Brasil serão prejudicados de forma direta.

Pressão pelas redes sociais

A importância do segmento PcD em pressionar pelas redes sociais os deputados estaduais de São Paulo – neste momento, pode ser decisiva. “Neste momento, precisamos intensificar essa pressão juntos aos deputados estaduais de São Paulo para não aprovarem o PL 529/2020. Ela precisa ser muito mais forte. Nós precisamos garantir esse direito à Pessoa com Deficiência!”, afirma Rodrigo Rosso, presidente da ABRIDEF – Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços de Tecnologia Assistiva para Pessoas com Deficiência e diretor do SISTEMA REAÇÃO.

Quanto à discussão que estará em pauta em Brasília, na próxima quarta-feira, 7/10, “também temos que fazer um esforço gigante para chegarmos até os membros do CONFAZ e Governadores. A pressão pelas redes sociais é o melhor caminho”, comenta Rodrigo Rosso.

Fonte  https://revistareacao.com.br/semana-decisiva-para-a-permanencia-do-direito-de-ir-e-vir-da-pessoa-com-deficiencia/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

05/10/2020

Tetraplégica após ser baleada na Estácio, Luciana Novaes se lança candidata a vereadora no Rio

Por MARCELO DIAS

21/08/12 22:00 | Atualizado: 

Um dos símbolos da violência urbana carioca na década passada, a assistente social Luciana Gonçalves de Novaes, então com 19 anos, ficou tetraplégica ao ser baleada no campus da Universidade Estácio de Sá, no Rio Comprido (Zona Norte do Rio), em 2003. Luciana estudava enfermagem e foi atingida por um tiro disparado por traficantes do Morro do Turano no dia 5 de maio daquele ano. Hoje, aos 29, ela se prepara para tentar novos passos, desta vez na política, como candidata a vereadora pelo PT.

Ainda sem os movimentos do pescoço para baixo, Luciana depende de um respirador mecânico, mas comemora já conseguir ficar um minuto por dia sem necessitar da máquina. Formada neste ano, ela conta que já havia sido procurada por partidos para que se lançasse na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa em 2010.

— Há dois anos, recebi uma proposta para vir como deputada estadual, mas não aceitei porque não estava preparada e fazia estágio na faculdade de serviço social. Comecei a ver as minhas dificuldades e a dos outros, e decidi tentar agora — diz ela, com a voz e a dicção nitidamente melhores.

Hoje, foi a estreia de Luciana no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Segundo ela, se eleita, sua meta é cobrar da Prefeitura do Rio mais acessibilidade não somente a deficientes e a quem depende de cadeira de rodas:

— Quero lutar por um Rio de Janeiro mais acessível para os portadores de necessidades especiais, idosos e mães com carrinhos de bebê. O que existe é muito pouco.

A iniciativa de buscar os partidos foi dela:

— Eu procurei os partidos e o PT foi o que mais estimulou, além de abrirem muito o leque para as mulheres.

Em seu perfil no Facebook, Luciana exibe fotos do lançamento de sua candidatura com cabeças coroadas do partido, como o deputado federal Alessandro Molon e o vereador Adilson Pires.

Sobre o tiro que levou em 2003, o caso ainda corre na Justiça. Uma decisão judicial obriga a Estácio a manter o seu tratamento e a casa adaptada onde vive, na Zona Oeste. Segundo ela, até hoje a polícia não identificou o autor do disparo que lhe custou os movimentos.

— A questão da indenização por parte da Estácio ainda está na Justiça. Na época, a polícia apontou um suspeito e parece que foi solto. Não pusemos processo na parte criminal porque foi uma troca de tiros entre traficantes — conta Luciana, acrescentando não guardar rancor de quem atirou nela:

— Era uma guerra de traficantes. Não foi proposital. Eu perdôo quem fez isso comigo.

Fonte  https://extra.globo.com/noticias/brasil/eleicoes-2012/tetraplegica-apos-ser-baleada-na-estacio-luciana-novaes-se-lanca-candidata-vereadora-no-rio-5857024.html

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Pessoas com deficiência pedem mais acessibilidade nas vias públicas de Santos, SP: 'Somos esquecidos'

Mesmo com legislação para garantir a acessibilidade, moradores lidam diariamente com dificuldades para se locomover

Por Liliane Souza, G1 Santos

Cadeirante afirma que se sente constrangida por não conseguir entrar em estabelecimentos devido à falta de acessibilidade — Foto: Divulgação
Cadeirante afirma que se sente constrangida por não conseguir entrar em estabelecimentos devido à falta de acessibilidade — Foto: Divulgação

Calçadas esburacadas e falta de piso tátil, rampas de acesso e botoeiras são apenas alguns dos problemas enfrentados diariamente por pessoas com deficiência em Santos, no litoral de São Paulo. Apesar de ser garantida pela legislação federal desde o ano 2000, moradores afirmam que a acessibilidade no município continua a ser um desafio.

De acordo com a última atualização do censo da Secretaria da Pessoa com Deficiência, do Governo do Estado de São Paulo, há 32.527 pessoas com algum tipo de deficiência em Santos. A advogada aposentada Emilia Maria do Santos, de 63 anos, é uma delas. Moradora do município há 25 anos, ela afirma que não considera Santos uma cidade acessível.

"Nós, cadeirantes, somos esquecidos na sociedade. As rampas de acesso deveriam ser obrigatórias. Passamos muitos constrangimentos. Muitas vezes nem conseguimos entrar nos estabelecimentos”, conta a aposentada, que é portadora de esclerose múltipla, doença autoimune que atinge o sistema nervoso central.

Tendo em conta a proximidade da eleição municipal, Maria Emilia afirma que pretende votar neste ano, mesmo com a pandemia e o risco por ser portadora de doença crônica. "Eu quero e espero que eles [prefeito e vereadores eleitos] não pensem neles, e sim em nós, de verdade. Pensem em nossas necessidades, afinal, estarão lá por nossa ajuda, então espero que nos ajudem".

A médica Gabriela Micheleto de Oliveira, de 50 anos, também é portadora de esclerose múltipla. Ela conta que atualmente consegue andar, apesar da fadiga muscular, mas lembra do sufoco que passou quando perdeu os movimentos devido a uma complicação ocasionada pela doença. “Eu não encontrava rampas de acesso. No próprio hospital onde eu trabalhava não tinha apoiador no banheiro”, diz.

Como não pode andar muito devido às limitações causadas pela doença, ela conta que costuma dar preferência a rampas, em vez de escadas. “Se começo a andar muito a perna fica bem pesada, é uma coisa involuntária. As pessoas acham que só quem tem deficiência física precisa de acessibilidade, mas várias outras pessoas também precisam”.

Gabriela Oliveira (à direita) afirma que a acessibilidade é fundamental para toda a população — Foto: Arquivo Pessoal
Gabriela Oliveira (à direita) afirma que a acessibilidade é fundamental para toda a população — Foto: Arquivo Pessoal

'Atravessar a rua é complicado'

Deficiente visual, o aposentado Olavo de Barros Marcolino, de 48 anos, conta que atravessar a rua sozinho é um desafio, já que nem todos os semáforos da cidade contam com botoeira sonora - equipamento que orienta pedestres com deficiência visual na travessia de ruas e avenidas. Com isso, ele acaba por depender da ajuda de quem estiver por perto. “Para atravessar a rua é complicado. Às vezes tem motoristas que passam no sinal vermelho”, diz.

Para Olavo, que perdeu a visão aos 17 anos, a conscientização da população sobre os direitos das pessoas com deficiência aumentou com o passar dos anos, mas ainda há muito o que melhorar na cidade, como a instalação de mais pisos táteis nas calçadas e leis mais rigorosas no trânsito.

“Em Santos tem que melhorar muito. Tem motorista que para em cima da faixa [de pedestre]. Às vezes estão com o celular. É complicado”, lamenta.

Santos Acessível?

O município conta com o Programa Santos Acessível, que visa melhorar o dia a dia das pessoas com deficiência. Entre as iniciativas do programa está a padronização das calçadas e o incentivo da acessibilidade em empresas do município por meio do selo Empresa Acessível.

Para o advogado Cahuê Talarico, no entanto, as iniciativas do poder público não têm sido suficientes. Ele cita a lei federal 10.098/2000, que estabelece normas e critérios para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e afirma que em Santos há falta de planejamento.

“A Lei de Acessibilidade é de 2000. Em 20 anos era para não existir nenhum tipo de barreira. Daria para as calçadas serem acessíveis, não terem buracos. O que falta é planejamento, cronograma”, diz.

Presidente da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santos, o advogado afirma que a falta de acessibilidade fere a liberdade de locomoção de pessoas com deficiência.

“Como algum deficiente visual vai andar na rua sozinho? Tem que ficar pedindo ajuda. Está tudo errado. É preciso fazer um planejamento adequado, não achar que isso é perfumaria, algo que seja uma besteira”.

Eleições 2020

G1 Santos está produzindo, diariamente, reportagens especiais sobre as eleições 2020. Além de entrevistas exclusivas, levantamento de dados e serviço, os internautas podem acompanhar matérias de assuntos de interesse público e que preocupam bastante a população dos nove municípios da Baixada Santista e do Vale do Ribeira. Para acompanhar toda a cobertura basta acessar a página especial.

Moradora de Santos, a aposentada Emília Santos (ao centro) depende de uma cadeira de rodas para se locomover. — Foto: Arquivo Pessoal
Moradora de Santos, a aposentada Emília Santos (ao centro) depende de uma cadeira de rodas para se locomover. — Foto: Arquivo Pessoal

Fonte  https://g1.globo.com/google/amp/sp/santos-regiao/eleicoes/2020/noticia/2020/10/04/pessoas-com-deficiencia-pedem-mais-acessibilidade-nas-vias-publicas-de-santos-sp-somos-esquecidos.ghtml

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Breve análise da Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida!

por Alex Garcia

Gente do Bem! Espero vocês estejam com muita Saúde e Paz! O que vou escrever é muito importante, ler com atenção e paciência. Eu buscarei ser breve!

Em 30 de setembro de 2020 foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto Nº 10.502 que Institui a Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida.

Que fique muito claro:

Este texto, que agora escrevo, não tem por objetivo analisar o Decreto como um todo, mas, sim, tecer observações de pontos específicos que se conectam as Pessoas Surdocegas.

Iniciando o entendimento:

Eu, Alex Garcia, Pessoa Surdocega, com Hidrocefalia e Doença Rara, não nasci ontem. Tenho 44 anos de vivencias como Pessoa com Deficiência e ativista, e já 20 anos como Educador. Venho observando há uns 5 anos que muitas pessoas buscam incansavelmente pressionar as Pessoas Surdocegas a fazerem uso da LIBRAS. Resumidamente, muitas Pessoas Surdocegas fazem sim uso da LIBRAS, pois, esta é sua Língua Materna. Ótimo, assim devem seguir! Porém, existem outas tantas Pessoas Surdocegas que não fazem uso da LIBRAS, pois, sua Língua Materna está estruturada no Oral. Ótimo também! Ou seja, as Pessoas Surdocegas são plurais, em suas habilidades e necessidades. Nunca existiu, não existe e jamais existirá Pessoas Surdocegas “iguais”, muito menos em seus aspectos comunicativos.

Eu sei, vocês sabem, que no Brasil tudo pode acontecer! E, claro, iriam surgir pessoas de gigante $$ interesse $$ para pressionar e forçar Pessoas Surdocegas que não usam LIBRAS a “aprenderem” LIBRAS e assim passarem a “usar” com “fluência”. Logicamente, isso é complicadíssimo, assim sendo, milhares de Pessoas Surdocegas que possuem outros meios de comunicação (Com base oral) acabaram naufragando neste aprendizado, e, as pessoas interessadas nisso, por fim, excluíram estas Pessoas Surdocegas.
Acredito que a explicação acima está clara. Ao fazerem isso, as pessoas $$ interessadas $$ acabaram desenvolvendo uma espécie de “Gueto” no seio da Surdocegueira. O que era para ser cada um de seu modo e todos incluídos, acabou originando guerras entre as próprias Pessoas Surdocegas. As Pessoas Surdocegas que fazem uso da LIBRAS (Nem todas é claro) e que recebem muito “apoio” dos $$ interessados $$ acabaram por entender que eles são os “Verdadeiros Surdocegos” enquanto, obviamente, as pessoas Surdocegas que não fazem uso da LIBRAS são os “Falsos Surdocegos”.

Eu, Alex Garcia, sou uma Pessoa Surdocega, muito feliz, porque reconheço minha essência de “Quixote”, mas, não de “Idiota”. E acima de tudo, sou feliz porque tenho milhões de amigos no Mundo e outros milhões de inimigos (as) – estes, claro “amam” ler reflexões como esta que agora escrevo que poderíamos chamar de “Destapando o Pinico”!

Bem, dito isso, há alguns meses elaborei um texto com referências e publiquei no site da Agapasm. Vocês devem acessar o link e ler com muita atenção:

www.agapasm.com.br/multideficiente.asp

Chegando no Decreto:

O texto – do link – que acabaram de ler foi a ferramenta de luta, de alerta, para o que estava (E ainda acontece). Compartilhei o texto do link nas Redes Sociais, enviei por e-mail, enviei para Deputados, Senadores e muitas, mas muitas pessoas no Governo Federal. Foi a minha colaboração!

Surpreso e contente:

Ao ler o Decreto observei que pontos específicos veem ao encontro – para melhor – sobre a minha, a nossa busca por Liberdade, Igualdade, Livre Arbítrio e Escolha.

Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:

II – educação bilíngue de surdos – modalidade de educação escolar que promove a especificidade linguística e cultural dos educandos surdos, deficientes auditivos e surdocegos que optam pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras, por meio de recursos e de serviços educacionais especializados, disponíveis em escolas bilíngues de surdos e em classes bilíngues de surdos nas escolas regulares inclusivas, a partir da adoção da Libras como primeira língua e como língua de instrução, comunicação, interação e ensino, e da língua portuguesa na modalidade escrita como segunda língua;

Atenção onde diz: …e surdocegos que optam pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras…
A palavra chave aqui é “Optam”. Para mim está claro que todos estão entendendo. O Decreto nos faculta o Direito de opção. Podemos querer e aceitar, ou, podemos não querer e não aceitar. Diretamente, esse Decreto é a ferramenta de luta – que agora temos – contra a opressão. Os $$ interessados $$ em nos pressionar e forçar a fazermos uso de LIBRAS e desconsiderar nosso meio de comunicação já construído, estão com os dias contados. O Decreto deve estar sempre a mão das Famílias e das Pessoas Surdocegas. Não seremos mais “marionetes” dos $$ interessados $$.

III – política educacional equitativa – conjunto de medidas planejadas e implementadas com vistas a orientar as práticas necessárias e diferenciadas para que todos tenham oportunidades iguais e alcancem os seus melhores resultados, de modo a valorizar ao máximo cada potencialidade, e eliminar ou minimizar as barreiras que possam obstruir a participação plena e efetiva do educando na sociedade;

Atenção onde diz: …medidas planejadas e implementadas com vistas a orientar as práticas necessárias e diferenciadas para que todos tenham oportunidades iguais…
Fundamental para Pessoas Surdocegas, sejam Pré Simbólicas ou Pós Simbólicas. O disposto acima veem ao encontro da Surdocegueira como Condição Única, com peculiaridades específicas e individuais.

IV – política educacional inclusiva – conjunto de medidas planejadas e implementadas com vistas a orientar as práticas necessárias para desenvolver, facilitar o desenvolvimento, supervisionar a efetividade e reorientar, sempre que necessário, as estratégias, os procedimentos, as ações, os recursos e os serviços que promovem a inclusão social, intelectual, profissional, política e os demais aspectos da vida humana, da cidadania e da cultura, o que envolve não apenas as demandas do educando, mas, igualmente, suas potencialidades, suas habilidades e seus talentos, e resulta em benefício para a sociedade como um todo;

Atenção onde diz: …orientar …efetividade …reorientar…
Três ações fundamentais e cotidianas na Educação e Desenvolvimento de Pessoas Surdocegas, sejam, Pré ou Pós Simbólicas. Como sabem sou direto… Isso nem precisaria estar num Decreto, pois, todo Educador que pretende atuar com Pessoas Surdocegas deveria ter estes fatores muito bem claros… Mas, como sempre digo, no Brasil tudo pode acontecer. Estes fatores, sim, eu observei no decorrer de minha caminhada, porém, eles não foram direcionados as Pessoas Surdocegas… Foram direcionados as pessoas “Ditas Normais”, por isso, existem muitas e muitas pessoas com mestrado e doutorado na área, enquanto as próprias Pessoas Surdocegas seguiram no fundo do poço. Bem, agora, Famílias e Pessoas Surdocegas, vamos à luta com o Decreto.

V – política de educação com aprendizado ao longo da vida – conjunto de medidas planejadas e implementadas para garantir oportunidades de desenvolvimento e aprendizado ao longo da existência do educando, com a percepção de que a educação não acontece apenas no âmbito escolar, e de que o aprendizado pode ocorrer em outros momentos e contextos, formais ou informais, planejados ou casuais, em um processo ininterrupto;

Atenção onde diz: Todo o “ V “ é fundamental.
Alô Mães, que lutaram e lutam… Alô Famílias! O Decreto – neste item ” V ” – nos faculta dias melhores. Vamos a Luta. Vamos buscar, exigir isso para que seus filhos possam ter uma oportunidade – e não ficarem abandonados a sorte!

Algo me pareceu um pouco desajustado:

Sou uma pessoa extremamente metódica, em outras palavras, sou chato pra Chuchu! Observando o “ VIII “ do Decreto, ficou claro para mim que busca-se pontuar a “Múltipla Deficiência”, a “Multideficiência”, sim, ótimo! Porém, seria bom ajustar mais, deixar mais evidente as palavras. Esse desajuste me preocupa! Enfim, vamos ler o “ VIII ” e logo escrevo dois argumentos:

VIII – escolas bilíngues de surdos – instituições de ensino da rede regular nas quais a comunicação, a instrução, a interação e o ensino são realizados em Libras como primeira língua e em língua portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, destinadas a educandos surdos, que optam pelo uso da Libras, com deficiência auditiva, surdocegos, surdos com outras deficiências associadas e surdos com altas habilidades ou superdotação;

Atenção onde diz: … surdos com outras deficiências associadas e surdos com altas habilidades ou superdotação… Sim está correto. Não observei desajuste aqui… O desajuste está em não considerar (Escrever com clareza) também isso para os cegos e surdocegos. Foi destacado “surdos com outras deficiências”. Também poderiam deixar evidente “cegos com outras deficiências’. Existem no Brasil milhares de Cegos com outras condições! E o que mais me preocupou? Deveria estar muito, mas muito claro e evidente “surdocegos com outras deficiências”. A Surdocegueira apresenta a multiplicação de condições como uma característica básica, e, está, fortemente relacionada a anomalias genéticas, a síndromes e doenças raras, isso significa que as Pessoas Surdocegas apresentam outras condições com frequência. Na minha trajetória como Pessoa Surdocega e Educador observei que, de cada 10 Surdocegos Pré Simbólicos, 7 apresentavam outras condições associadas. E, de cada 10 Surdocegos Pós Simbólicos, 4 apresentavam outras condições associadas. Eu mesmo fui e sou uma Pessoa Surdocega com outras condições associadas. Creio muito claro. O “ VIII ” está desajustado neste sentido. Enfim, seria simples fazer este ajuste! Tá dada a dica, tá feito o alerta!

Atenção onde diz: … surdos com altas habilidades ou superdotação… Aqui, minha argumentação é semelhante – ou quase – a anterior. Se a Política Nacional de Educação Especial pretende ser Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida, deve sim, apontar claramente que existem “cegos com altas habilidades ou superdotação” e que, sim, existem “surdocegos com altas habilidades ou superdotação”. Se o item “ VIII “ apontar apenas os surdos nestes quesitos, fielmente observo um desajuste grave. Tá dada a dica, tá feito o alerta!

Bem, no início disse que seria breve e, escrevi de montão! Disse também que iria destacar pontos muito específicos, sim, feito, e logo abaixo está o link onde podem acessar o Decreto por completo!

https://www.in.gov.br/…/decreto-n-10.502-de-30-de…

“Minha fórmula de vida e busca por desenvolvimento foi exitosa: superar as barreiras que minha condição de pessoa surdocega, com hidrocefalia e doença rara, a partir do fortalecimento das capacidades pessoais-individuais”.

O Decreto está longe de ser perfeito, sim, porém, me passa a forte impressão que busco promover o que descrevi na “Minha Fórmula” ou seja, quanto mais individual for o processo Educativo das Pessoa com Deficiência, mais efetivo este processo será para que a inclusão tome forma e movimento sustentável.

Eu sigo aqui e vocês ai… Cada qual com suas particularidades e todos em busca da efetiva Inclusão!

Saudações e, por favor, compartilhem esta publicação!

  • Alex Garcia é fundador e presidente da AGAPASM – Associação Gaúcha de Pais e Amigos dos Surdocego e Multideficientes – www.agapasm.com.br

Perfil: http://www.agapasm.com.br/alexgarcia.asp

Site Agapasm: www.agapasm.com.br

Fonte  https://revistareacao.com.br/breve-analise-da-politica-nacional-de-educacao-especial-equitativa-inclusiva-e-com-aprendizado-ao-longo-da-vida/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

04/10/2020

Adaptação Postural

Dr. Adriano Borges Amaral

É importante que um paciente entenda por que um grupo muscular vai adaptar-se a determinadas condições e quais as variáveis envolvidas nesse mecanismo.

Embora o fisioterapeuta esteja habituado a identificar uma retração muscular e a orientar exercícios de alongamento, com o objetivo de impedir a instalação de uma retração ou como tratamento de um encurtamento muscular já estabelecido, ele não entende os mecanismos envolvidos na resposta muscular consequente à sua intervenção. Assim sua avaliação e intervenção ficam limitadas.

As fibras musculares esqueléticas apresentam plasticidade, ou seja, possuem capacidade de adaptação a determinados estímulos, alterações das condições hormonais, etc.

Trabalhos experimentais realizados nas décadas de 60 e 70 identificaram que o músculo aumentava seu comprimento por meio de adição de sarcômeros ao longo das fibras musculares. Neste período, já era considerada a hipótese de adaptação das fibras musculares esqueléticas a diferentes graus de extensão com provável remoção ou adição no número de sarcômeros em série; conforme a demanda funcional e o grau de extensão a que o músculo é submetido.

Estudos posteriores mostraram que a imobilização dos músculos em posição alongada acarreta aumento no comprimento muscular pela adição no número de sarcômeros em série.

Estudos mais recentes realizados em músculos de coelho, identificaram, 6 dias após imobilização em posição alongada, hipertrofia, aumento no conteúdo total de Insulin Grow Factor I, aumento no percentual de fibras que expressam miosina do tipo I e miosina neonatal.

Todos os estudos que tiveram por objetivo compreender o mecanismo de desenvolvimento e adaptação do músculo esquelético permitiram algumas importantes conclusões.

a) O músculo adapta-se a alterações em seu comprimento por meio da regulação do número de sarcômeros em série;

b) A posição (encurtada ou alongada) em que o músculo é mantido é fator determinante na regulação do número de sarcômero em série (diminuindo ou aumentando, respectivamente)

c) Embora a adaptação das fibras musculares ocorra tanto em posição de encurtamento como do alongamento, a resposta em relação ao número de sarcômeros é mais intensa na posição encurtada (redução de 40% do número de sarcômeros em série) do que a posição alongada (aumento de 20% no número de sarcômeros em série).

d) O grau de atrofia muscular observado durante a imobilização é maior no grupo encurtado.

e) A posição de alongamento, além de impedir o encurtamento e a atrofia muscular, ativa a síntese protéica e a adição de sarcômeros em série.

         É de extrema importância para o Profissional fisioterapeuta e para os pacientes entenderem esse mecanismo e como este conhecimento pode e deve ser aplicado no seu dia a dia.

• Dr. Adriano Borges Amaral
Terapeuta Manual
(atua com os mais diversos métodos de terapia manual)
Fisioterapeuta
Professor de Educação Física
Especialista em Fisiologia do Exercício
Mestre em Ciências do Movimento
Professor Universitário
Docente de Cursos de Terapias Manuais
Diretor Clínico da AFA Fisioterapia e Reabilitação
Criador do Protocolo Adriano Amaral para Cura da Hérnia Discal
Mentor e Criador do Método Toque Mágico de Terapia Manual
Idealizador e Instrutor do Programa Magic Therapy Training


Sua Saúde No Canal (Youtube)
Adrianobamaral.blogspot.com.br (blog)
AdrianoAmaralFisioterapia.com.br (site)
Adriano.amaral28@gmail.com
www.adrianoamaralfisioterapia.com.br

Fonte  https://revistareacao.com.br/adaptacao-postural/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

No Rio de Janeiro, Guarda Municipal já registrou mais de seis mil multas por estacionamento irregular em vagas especiais na cidade

A Prefeitura do Rio, por meio da Guarda Municipal, já registrou 6.792 infrações de trânsito por uso indevido das vagas especiais destinadas a idosos e pessoas com deficiência na cidade em 2020. A fiscalização é realizada diariamente em diversos pontos do Rio e também acontece em estacionamentos privados de uso coletivo, como shoppings e supermercados. Do total de infrações registradas, 4.704 foram aplicadas a veículos parados irregularmente em vagas de idosos e 2.058 nas vagas destinadas a pessoas com deficiência.

Do total de multas, 527 foram aplicadas em shoppings e estabelecimentos especiais, sendo 414 nas vagas destinadas a idosos e 113 nas destinadas a pessoas com deficiência, em 205 visitas feitas a estabelecimentos entre os meses de janeiro e setembro. Desde maio de 2017 estacionamentos privados de uso coletivo, como shoppings e supermercados, passaram a receber fiscalização da Guarda Municipal cumprindo o que determina o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146 de 2015), que define que 2% das vagas sejam reservadas a deficientes físicos, e 5% a idosos, conforme prevê o Estatuto do Idoso (Lei 10.741 de 2003).

Além disso, as vagas devem estar sinalizadas e posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao idoso ou pessoa com deficiência, por isso estão localizadas perto da entrada dos estabelecimentos. Para estacionar, o motorista deve deixar a credencial de autorização em local visível no veículo para que o guarda, no momento da fiscalização, possa conferir e comprovar que a vaga está sendo utilizada por um idoso ou pessoa com deficiência.

De acordo com artigo 181, inciso XVII do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503 de 1997), estacionar nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou idosos sem a credencial é considerada infração gravíssima, com pena de multa no valor de R$ 293,47, perda de sete pontos na carteira de habilitação e o veículo fica sujeito a reboque.

Fonte   https://revistareacao.com.br/no-rio-de-janeiro-guarda-municipal-ja-registrou-mais-de-seis-mil-multas-por-estacionamento-irregular-em-vagas-especiais-na-cidade/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

O Deficiente Transporte de Cadeirantes no Brasil

  • Monica Lupatin Cavenaghi

Domingo, dez horas da noite, meu telefone toca. Era um amigo intercedendo por outro: “precisamos de um carro acessível, que transporte uma cadeira de rodas. Um amigo terá alta do hospital amanhã. Fez uma cirurgia e não poderá sair da cadeira por, pelo menos, trinta dias. Precisamos alugar um carro e não estamos encontrando”.

Pedidos como este são frequentes em nossa empresa. Nem sempre são atendidos. Os cerca de 700 carros acessíveis (1) são insuficientes  para atender a demanda de uma população estimada em 2,5 milhões de cadeirantes no Brasil (2). Além disto, vivemos o problema da falta de organização desta demanda. Um bom (e mau) exemplo disto é o Taxi Preto Acessível, de São Paulo. Com uma frota de cerca de 150 carros e sem recursos para divulgação do serviço renderam-se a um contrato de volume e menor remuneração do ATENDE (serviço “porta a porta” de transporte de cadeirantes do município). Resultado: taxistas descontentes e usuários desatendidos.

Engana-se quem pensa que essa população pode, facilmente, usar um transporte convencional. É normal que tenham seus “taxistas de estimação”, pagando por longos deslocamentos apenas para evitar o desagrado que muitas vezes passam quando estes ou motoristas de aplicativos negam-se a realizar a corrida por observarem a necessidade de acondicionar a cadeira de rodas no porta malas. Semana passada designamos um nosso colaborador para transportar um cliente à sua residência após o constrangimento de duas corridas negadas. Antes da pandemia, recebi uma amiga cadeirante em minha casa. O taxista aceitou a corrida, desde que houvesse alguém no destino que a auxiliasse no desembarque. Ele não o faria.

Apesar de ainda distantes de um Brasil inclusivo, as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida tem ganhado cada vez maior expressão na sociedade. A evolução das minorias e a Lei de Cotas em muito tem contribuído para que essas pessoas saiam de seus guetos e ocupem postos de trabalho, bancos de faculdades, bares, restaurantes, etc. E, claro, demandem por produtos e serviços de qualidade, pois deles dependem para sua inserção social e qualidade de vida.

Também incorre em erro quem associa essa parcela da população à pobreza. O Censo de 2010, do IBGE, aponta que 25% da população com deficiência no país é de classe AB. Já uma pesquisa realizada por ocasião da edição de 2008 da Reatech (maior evento de reabilitação da América Latina, que ocorre em São Paulo), apontou que pertenciam a esta classe social 42% dos cerca de 45.000 visitantes que, naquele ano, buscavam por soluções e tecnologia. Os 370 mil veículos vendidos com isenção de impostos em 2019 também nos dizem algo sobre esta população (3).

E assim, deficiente e desatendido segue o mercado de transporte acessível no Brasil, à espera de ser enxergado não pela ameaça da LBI (Lei Brasileira de Inclusão) que determina a obrigatoriedade de veículos acessíveis às locadoras de automóveis, mas pela oportunidade de um negócio ainda inexplorado.

(1) considerados taxis e veículos de empresas particulares e locadoras de veículos, de todo o Brasil.

(2) segundo CENSO 2010, do IBGE.

(3) segundo Revista Reação, edição Jan/Fev 2020.

  • Monica Lupatin Cavenaghi é administradora de empresas, especialista em tecnologia assistiva, diretora comercial da CAVENAGHI, vice-presidente da ABRIDEF e presidente do Conselho Gestor da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo.

Artigo Publicado na Revista ABLA

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

  • Mercado de Semi-Novos

O mercado de automóveis acessíveis profissionalizou-se a cerca de dez anos no Brasil e, portanto, já há um mercado destes modelos semi-novos, fruto especialmente de usuários particulares que, utilizando-se do direito a isenção de impostos a que fazem jus, optam por trocar seus modelos a cada três ou quatro anos, aproximadamente. O tempo médio de revenda de um modelo semi-novo é de dois meses.

  • Regulamentação de Automóveis Acessíveis

Para receber uma cadeira de rodas em seu interior, um automóvel deve sofrer uma adaptação veicular aprovada pelo DENTRAN, através de um CAT (Certificado de Adequação à Legislação de Transito) que deve ser exigido à empresa adaptadora. Atualmente, no Brasil, os dois modelos com soluções disponíveis aprovadas pelo Denatran são a Doblò, fabricada pela FIAT e a Spin, fabricada pela GM.

  • O que diz a Lei

O decreto 9762, de 2019, que regulamenta os artigos 51 e 52 da Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146, de 2015), define, em seus artigos 4º. e 5º., como as empresas locadoras de veículos deverão atender a este público:

Art. 4º As locadoras de veículos oferecerão veículos automotores adaptados ao uso de pessoa com deficiência na proporção de um a cada vinte veículos da sua frota.

§ 1º Sem prejuízo das adaptações para o transporte de pessoas com outras deficiências, os veículos automotores, para fins do disposto no caput, serão adaptados observados os seguintes percentuais: 

– quarenta por cento para condutores com deficiência; e

II – sessenta por cento para o transporte de uma pessoa em cadeira de rodas. 

§ 2º Exclui-se da apuração dos percentuais de que trata este artigo a parcela dos veículos automotores destinada exclusivamente a contratos para a utilização de outras empresas em suas atividades, exceto atividades de locação de veículos.  § 3º Para o cálculo dos percentuais de que trata este artigo, as casas decimais serão arredondadas para o número inteiro mais próximo. 

§ 4º A empresa poderá dispor de frota própria ou subcontratada para atender ao disposto no caput. 

§ 5º O veículo automotor de frota subcontratada de que trata este artigo será disponibilizado no mesmo prazo dos veículos automotores da frota própria. 

Art. 5º No prazo de vinte e quatro meses, contado da data de entrada em vigor deste Decreto, a microempresa ou a empresa de pequeno porte locadora de veículos automotores poderá atender progressivamente à exigência de veículos automotores adaptados de que trata o art. 4º, à medida em que realizar a renovação de sua frota, nos termos do disposto no art. 122 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. 

§ 1º Decorridos doze meses, contados da data de entrada em vigor deste Decreto, a microempresa ou a empresa de pequeno porte locadora de veículos automotores disponibilizará, no mínimo, um veículo automotor adaptado ao uso da pessoa com deficiência.  § 2º Decorridos vinte e quatro meses, contados da data de entrada em vigor deste Decreto, a microempresa ou a empresa de pequeno porte locadora de veículos deverá atender integralmente a proporção estabelecida no caput do art. 4º. 

Fonte  https://revistareacao.com.br/o-deficiente-transporte-de-cadeirantes-no-brasil/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

03/10/2020

Tecnologia permite acesso integral de pessoas com deficiência visual aos processos que tramitam no STJ

O acesso de pessoas com deficiência ao mundo digital é um desafio. Atualmente, existem aplicativos que oferecem suporte a pessoas com vários tipos de deficiência, facilitando bastante a rotina desses grupos. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) colocou ao alcance dos servidores, advogados e demais operadores do direito com deficiência visual a possibilidade de acessar 100% das peças processuais de seu acervo, graças à utilização de softwares baseados em OCR (Optical Character Recognition).

A ministra Nancy Andrighi, que preside a Comissão de Acessibilidade e Inclusão, lembra que aqueles que estão no poder têm o dever de criar caminhos para proporcionar a igualdade de participação das pessoas com deficiência na vida em sociedade. “É um dever de todos nós, mas, principalmente, do STJ, que ousa usar o codinome de Tribunal da Cidadania”, afirma a magistrada.

De acordo com o secretário de Tecnologia da Informação e Comunicação do STJ, Rodrigo Carvalho, os softwares de OCR (em português, Reconhecedores Óticos de Caracteres) são capazes de transformar uma imagem de texto em texto digital, permitindo que aplicativos leitores de tela transmitam o conteúdo digitalizado em voz sintetizada. “Sem o programa, seria muito difícil, para quem vive essa situação, ler o que está em uma imagem. Desde 2009, o STJ se preocupa com esse procedimento. Hoje, 100% das peças do tribunal estão adaptadas ao OCR”, afirmou.

Como funciona? 

Os processos físicos, recursais ou originários que chegam ao STJ são digitalizados. O assessor de Inteligência Artificial do tribunal Luiz Anísio explica que digitalizar nada mais é do que tirar uma “foto” das páginas do processo por meio de um escâner. Com isso, as páginas dos autos se transformam em imagens, que contêm pixels (pixel é o menor ponto que forma uma imagem digital). Apesar de enxergarmos a ortografia do item digitalizado, ainda não existe um “formato texto” propriamente dito. 

“O computador não tem a mínima ideia do que está escrito ali. O trabalho do OCR é mapear e fazer o reconhecimento ótico dos caracteres, identificando que letra está escrita em cada lugar. Depois disso, o programa cria uma espécie de película ‘invisível’ de texto sobre a imagem. Assim, o usuário consegue pesquisar as páginas como se estivesse em um PDF de texto”, detalha o servidor. Após o OCR converter a imagem em texto, o deficiente visual terá condições de utilizar os aplicativos de leitura de tela em voz alta.  

Autonomia e independência

A coordenadora da área de Acessibilidade e Inclusão, Simone Pinheiro Machado, lembra que, hoje, existem diversas ferramentas de apoio às pessoas com deficiência no STJ, entre elas, as janelas de Libras, o suporte a advogados com deficiência nos pedidos de sustentação oral, os leitores de OCR, as ferramentas digitais com recursos de audiodescrição – como o navegador Edge –, os PowerPoints com legendas em tempo real e as instruções para atendimento de advogados com limitações físicas.

“Precisamos trabalhar sempre em direção aos princípios fundamentais da Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e da Resolução do Conselho Nacional de Justiça, ou seja, proporcionando a essas pessoas autonomia, segurança e independência”, observa Simone.  

Fonte: https://revistareacao.com.br/tecnologia-permite-acesso-integral-de-pessoas-com-deficiencia-visual-aos-processos-que-tramitam-no-stj/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO