21/08/12 22:00 | Atualizado:
Um dos símbolos da violência urbana carioca na década passada, a assistente social Luciana Gonçalves de Novaes, então com 19 anos, ficou tetraplégica ao ser baleada no campus da Universidade Estácio de Sá, no Rio Comprido (Zona Norte do Rio), em 2003. Luciana estudava enfermagem e foi atingida por um tiro disparado por traficantes do Morro do Turano no dia 5 de maio daquele ano. Hoje, aos 29, ela se prepara para tentar novos passos, desta vez na política, como candidata a vereadora pelo PT.
— Há dois anos, recebi uma proposta para vir como deputada estadual, mas não aceitei porque não estava preparada e fazia estágio na faculdade de serviço social. Comecei a ver as minhas dificuldades e a dos outros, e decidi tentar agora — diz ela, com a voz e a dicção nitidamente melhores.
Hoje, foi a estreia de Luciana no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Segundo ela, se eleita, sua meta é cobrar da Prefeitura do Rio mais acessibilidade não somente a deficientes e a quem depende de cadeira de rodas:
— Quero lutar por um Rio de Janeiro mais acessível para os portadores de necessidades especiais, idosos e mães com carrinhos de bebê. O que existe é muito pouco.
A iniciativa de buscar os partidos foi dela:
— Eu procurei os partidos e o PT foi o que mais estimulou, além de abrirem muito o leque para as mulheres.
Em seu perfil no Facebook, Luciana exibe fotos do lançamento de sua candidatura com cabeças coroadas do partido, como o deputado federal Alessandro Molon e o vereador Adilson Pires.
Sobre o tiro que levou em 2003, o caso ainda corre na Justiça. Uma decisão judicial obriga a Estácio a manter o seu tratamento e a casa adaptada onde vive, na Zona Oeste. Segundo ela, até hoje a polícia não identificou o autor do disparo que lhe custou os movimentos.
— A questão da indenização por parte da Estácio ainda está na Justiça. Na época, a polícia apontou um suspeito e parece que foi solto. Não pusemos processo na parte criminal porque foi uma troca de tiros entre traficantes — conta Luciana, acrescentando não guardar rancor de quem atirou nela:
— Era uma guerra de traficantes. Não foi proposital. Eu perdôo quem fez isso comigo.
Fonte https://extra.globo.com/noticias/brasil/eleicoes-2012/tetraplegica-apos-ser-baleada-na-estacio-luciana-novaes-se-lanca-candidata-vereadora-no-rio-5857024.html
POSTADO POR ANTÔNIO BRITO
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