"Esse é um crescimento pequeno, mas equivale, proporcionalmente, a um aumento superior a 21%", pondera Thoran Rodrigues, CEO e fundador da BigDataCorp, empresa responsável pelo levantamento. "Outra forma de enxergar uma tendência positiva, ainda que tímida, é o fato de que, se no ano passado havia 5,6% de sites que falharam em todos os testes aplicados, hoje são apenas 0,01% que zeraram em nossos testes", compara.
Para o executivo, analisados em conjunto, esses dois dados apontam para uma tendência em prol da redução de barreiras que dificultam o acesso a sites pelos mais de 45 milhões de brasileiros com deficiência (Censo IBGE/2010). "Mas o fato é que ainda temos 99,26% dos sites com pelo menos um problema a ser solucionado", adverte.
O estudo também contou com o apoio técnico do Ceweb.br, Centro de Estudos sobre Tecnologias Web do NIC.br. A data de hoje foi escolhida para a divulgação da pesquisa porque marca a véspera do Dia Global de Conscientização sobre a Acessibilidade (GAAD - Global Accessibility Awareness Day).
"É hora de nos conscientizarmos sobre este grave problema de exclusão digital. A web se tornou o nosso principal meio de comunicação com o mundo externo: para comprar, fazer reuniões virtuais, se informar, estudar e se divertir. Esses resultados evidenciam ainda mais o isolamento que esta grande parcela da população enfrenta", reflete Simone Freire, idealizadora do Movimento Web para Todos.
Os dados apurados apontam uma leve melhora na acessibilidade nos sites governamentais. No primeiro monitoramento, realizado oito meses atrás, 99,66% deles acusavam algum problema; hoje são 96,71%. Visto de outra forma, apenas 0,34% dos sites governamentais não continham falhas; hoje são 3,29%. Ou seja, os sites governamentais "nota dez" mais que duplicaram no período.
O levantamento constatou que os sites brasileiros com problemas nos links subiram de 83,56% para 93,65% no período entre as duas pesquisas. Aumentou de 95,18% para 97,22% o número de sites que não passaram pelos testes aplicados pelo verificador de markup (HTML) automático criado pelo World Wide Web Consortium (W3C), entidade referência de padrões a serem seguidos na web.
"Para este estudo foram escolhidos três recursos de páginas Web: imagens, links e formulários. Imagens sem descrição são barreiras para pessoas cegas conseguirem compreender o conteúdo da foto ou figura publicada. Formulários com problemas de acessibilidade dificultam o acesso de cegos e de pessoas com mobilidade reduzida que não conseguem usar mouse. A verificação de markup do padrão do W3C possibilita encontrar erros na estrutura da página que podem trazer barreiras para pessoas com deficiência", explica Reinaldo Ferraz, especialista em Desenvolvimento Web do W3C Brasil e do Ceweb.br/NIC.br.
Este segundo monitoramento da web no País ampliou o seu detalhamento. Dentre os sites educacionais, 3,88% não apresentam nos testes realizados qualquer barreira de acesso a esse público, um resultado mais que 5 vezes melhor que o percentual geral, que é de 0,74%. Em seguida, os de notícia: 3,03% passaram em todos os testes. Os corporativos alcançaram o índice de 2,81% de sucesso; os de e-commerce, 1,30%; e os blogs, 1,24%.
Para Vagner Diniz, gerente geral do W3C Brasil e do Ceweb.br/NIC.br, a mudança da web brasileira em prol das pessoas com deficiências depende da adesão das empresas e instituições à causa. "A transformação seria mais rápida se a legislação especificasse quais critérios de acessibilidade um site deve atender. Por enquanto, a legislação nacional não passa de uma declaração de boa vontade do legislador, mas sem aplicação prática", ressalta.
A avaliação conduzida pela BigData Corp constatou também que os sites com algum problema de acessibilidade nas imagens registraram um ligeiro incremento, passando de 83,25% para 83,36%. "As imagens são um dos problemas mais simples de serem resolvidos e que faria muita diferença na vida dos cerca de 6,5 milhões de pessoas cegas ou com baixa visão no nosso País", aponta Simone.
Metodologia
A BigDataCorp utilizou o processo de captura de dados extraídos de visitas a mais 28 milhões de sites brasileiros em abril de 2020, dos quais são obtidos informações estruturadas e seus links. Foram desconsiderados os sites inativos, ou seja, os que estavam fora do ar ou que não responderam a visitas por quatro semanas seguidas. A metodologia detalhada está disponível no site do Movimento Web para Todos.
Sobre o Movimento Web para Todos
O Movimento Web para Todos tem o propósito de mobilizar, educar e transformar a sociedade para a construção de uma web acessível a todas as pessoas, inclusive os mais de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. Foi idealizado em 2017 pela empreendedora Simone Freire, fundadora da Espiral Interativa, agência especializada em comunicação inclusiva, em parceria com o W3C Brasil, consórcio internacional que desenvolve padrões para a web em todo o mundo. Conheça o nosso manifesto: https://mwpt.com.br/movimento/manifesto/
Sobre a BigDataCorp.
A BigDataCorp. é a plataforma de dados líder no mercado de big data no Brasil e na América Latina, capturando conteúdo de mais de um 1,5 bilhão de sites de todo o mundo e transformando esse conteúdo em informações relevantes para atender a empresas de todos os portes e segmentos. A empresa é brasileira, fundada em 2013, com escritórios no Rio de Janeiro (sede) e em São Paulo. Conheça mais sobre a BigDataCorp. acessando www.bigdatacorp.com.br
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Maurício Gonçalves
mauricio.goncalves@e-vocar.com - Cel: 9.9917-9424
Website: http://www.e-vocar.com
Fonte https://www.terra.com.br/noticias/dino/numero-de-sites-que-falham-nos-testes-do-web-para-todos-cai-mas-ainda-preocupa,5c76c5cd6e9d3b88b70e0ee199770909krxb0zxg.html
Postado por Antônio Brito
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