O futebol é sem dúvida uma grande ferramenta de representatividade e inclusão. Mas por muito tempo às pessoas com deficiência foram excluídas dos estádios pela falta de acessibilidade.
As novas arenas vieram para mudar esse cenário, com uma arquitetura moderna e acessível, elas possibilitam aos torcedores frequentarem esses ambientes com facilidade e segurança. Mas, não basta ir ao estádio, é preciso ter visibilidade e representatividade, e foi pensando nisso que dois amigos palmeirenses resolveram criar um espaço para dar voz a essas pessoas.
Diego Leonardo e Sheila Machado criaram um perfil no Instagram chamado pcds.plameiras, no qual divulgam pessoas com deficiência que tem em comum o amor pelo Palmeiras. Diego, 33 anos, é sociólogo, tem paralisia cerebral e vive em Natal/RN. Sheila Machado, 38 anos, é empresária e vive em Mogi das Cruzes/SP.
Diego conta que a página tem quatro objetivos principais que são “realizar sonhos de palestrinos e palestinas com deficiência para que essas pessoas possam assistir os jogos do Palmeiras no Allianz Parque; trabalhar a questão da inclusão da pessoa com deficiência utilizando os stories, sobre leis e direitos relacionados à pessoa com deficiência; conhecer e compartilhar histórias de palmeirenses com deficiência para mostrar que nós podemos fazer atividades como qualquer outra pessoa tendo ferramentas de acessibilidade garantidas e fazer lives semanais com assuntos relacionados ao Palmeiras e as pessoas com deficiência”. Conta.
Sobre a acessibilidade no Allianz Parque, quem fala um pouco sobre é o jornalista Gabriel Piccinin, pois Diego ainda não teve a chance de visitar o estádio, ele teve que adiar a visita devido a pandemia “acredito que nos últimos anos, muito por conta de muitas inovações nos estádios, a inclusão no futebol tem sido uma luta na qual estamos cada vez mais ganhando força, os clubes em si tem visto com outros olhos o torcedor com deficiência, claro que ainda se tem muito a evoluir, mas já demos um enorme passo a frente ao meu ver a principal dificuldade desse torcedor seria o seu deslocamento independentemente até o estádio, uma vez que as ruas das cidades, e até transporte público, para aqueles que necessitem, estão 100% preparados para as pessoas com deficiência. Lembrem-se para que você consiga assistir a um jogo, primeiro você deve chegar ao estádio.”Ressalta.
Diego diz também que essa discussão precisa ir além do acesso “a presença da pessoa com deficiência no futebol vai além da acessibilidade, pois é preciso combater a invisibilidade “os espaços não são pensados para pessoas com deficiência, foca-se em atletas, musas, faltam projetos voltados para pessoas com deficiência”. Relata.
E sobre o papel dos clubes Diego diz que esses torcedores precisam ser vistos “os clubes não investem devido a um processo de discriminação e falta de visibilidade, pois quem não é visto não é lembrado, falta mobilização dos torcedores com deficiência. Se não tem visibilidade quem comanda os clubes não investem”. Afirma.
Outros exemplos
No Rio Grande do Sul, em 2011, torcedores do Grêmio criaram a Torcida Acessível da Arena do Grêmio com o objetivo de levar torcedores com deficiência ao estádio, além disso, Osório Martins contribuiu para a elaboração do projeto de acessibilidade na Arena. Além disso, o Atlético/MG tem a Eficigalo e o Corinthians a DeFiel.
Fonte https://deficienciaemfoco860798267.wordpress.com/2020/05/23/palmeirenses-criam-pagina-para-dar-visibilidade-a-torcedores-com-deficiencia/
Postado por Antônio Brito
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