25/01/2020

Cadeirantes criticam CPTM pela falta de acessibilidade nos trens


Passageira enfrenta todos os dias obstáculos no transporte público no Alto Tietê e critica falta de políticas de acessibilidade e mobilidade urbana
Por Gabriel Dias / Fotos: Bruno Arib
Valdemira Farias Paiva, 53 anos, é cadeirante e enfrenta diariamente inúmeros desafios para percorrer de trem o Alto Tietê e a capital paulista. Os problemas começam com a falta de rampas de acesso nas estações da CPTM (Companhia de Trens Metropolitanos), banheiros acessíveis, entre outras questões.


Na última quarta-feira (15), na Estação Aracaré, também em Itaquá, Valdemira aguardava o trem para ir a um centro de fisioterapia que fica na capital. Assim que a composição estacionou na plataforma, três seguranças da CPTM precisaram levantá-la para que ela pudesse embarcar. A plataforma que dá acesso ao trem é baixa, o que causa dificuldades nos vagões.
Os obstáculos continuam ainda mais desafiadores. Para entrar na estação Aracaré, a cadeirante precisa ser carregada, isso por que os inúmeros lances de escadas não permitem sua locomoção com segurança – conforme exige a Lei Federal 1.098/2000, que trata de acessibilidade.
“Muitas vezes os próprios funcionários da CPTM que me carregam, quando não são eles, são os próprios passageiros. É muito difícil, parece que a gente não existe, mas existimos sim, somos seres humanos também”, desabafa.
Outra figura que assumiu a luta pelas pessoas com mobilidade reduzida foi a bancária Rita Maria, 34. Quase que diariamente, ela grava vídeos para internet mostrando a dificuldade de idosos, cadeirantes e pessoas que usam muletas para percorrem as estações da CPTM.

“É a pior sensação que existe. E se a pessoa que ajuda a carregar os cadeirantes cai da escada? Imagina o perigo que é. Tudo isso por que falta a iniciativa de política de acessibilidade para essas pessoas. Falta mais atenção e respeito”, critica.
SAIBA MAIS: LEI FEDERAL – A Lei Federal 10.098 de 2000 trata do assunto exigindo que cadeirantes e outras pessoas com mobilidade reduzida tenham total segurança para ir e vir em vias públicas e também em transporte público.
No artigo 2, parágrafo primeiro, a lei informa a possibilidade e condição de alcance para utilização com segurança e autonomia de equipamentos urbanos, edificações e transporte.
Em outro trecho do documento, no artigo 16, existe a condição de que os veículos de transporte coletivo, isto é, públicos, devem cumprir os requisitos de acessibilidade estabelecidos nas normas técnicas específicas. Por outro lado, não é o que acontece segundo a cadeirante Valdemira Paiva e sua amiga Rita Maria.
“Às vezes parece que vai ser impossível, mas a gente acredita que um dia o governo vai tomar uma providência para ajustar as estações e transportes públicos na condição dos cadeirantes e outras pessoas com mobilidade reduzida”, comenta Rita Maria.
O QUE DIZEM OS ENVOLVIDOS – Questionada, a CPTM respondeu, em nota: “A CPTM informa que serão elaborados projetos de adequação de acessibilidade para as estações Itaquaquecetuba, Aracaré e Engenheiro Manoel Feio, que atendem a Linha 12-Coral. Somente após a conclusão dos projetos é que será definido o cronograma de obras, assim como os valores necessários para as execuções. A adaptação das estações está sendo feita exclusivamente com recursos do Estado. A Companhia quer contar com a participação da iniciativa privada para acelerar o processo.
Fonte  https://www.leiaogazeta.com.br/cadeirantes-criticam-cptm-pela-falta-de-acessibilidade-nos-trens/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=cadeirantes-criticam-cptm-pela-falta-de-acessibilidade-nos-trens
Postado por Antônio Brito 

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