A Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE) divulgou a convocação da Seleção Brasileira de bocha para a segunda fase de treinos do ano que acontecerá no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, de 14 a 20 de março. Ao todo, 11 atletas foram convocados.
Para promover o retorno dos atletas, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) submeteu todos os atletas desta modalidade aos critérios exigidos pelo protocolo sanitário elaborado desde a reabertura parcial do CT, em julho do ano passado.
O plano de retorno deste ano inclui a área de hospedagem do local, que prevê, no máximo, duas pessoas por acomodação e que todas as refeições serão servidas nos quartos. Não será permitido o uso do restaurante ou áreas comuns do residencial.
Confira os convocados para 2ª fase de treinamentos da bocha:
José Carlos Chagas de Oliveira (ADEFU-MG) Andreza Vitória F. de Oliveira (UFPE-PE) Paulo Renato Silva Noronha (FUNAD-PB) Guilherme Germano Moares (ADMC-SP) Maciel Sousa Santos (ADMC-SO) Natali Mello de Faria (APBS-SP) Lucas Ferreira de Araújo (Rio de Janeiro-RJ) Evelyn Vieira de Oliveira (SESI-SP) Evani Soares da Silva Calado (APT-SP) Mateus Rodrigues Carvalho (CDDU-MG) Anônio Leme (APPD-SP)
*Com informações da Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE)
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em parceria com a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, a Dataprev e o Serpro, inicia nova etapa e expansão da prova de vida por biometria facial, a partir de 23 de fevereiro. Nesta fase, que compõe o projeto piloto iniciado no ano passado, 5,3 milhões de beneficiários de todo o país poderão realizar o procedimento sem sair de casa.
Vale destacar que, o beneficiário que estiver com a prova de vida pendente, também será notificado pelo Meu INSS quando realizar o acesso. Desta forma, será direcionado para proceder com a realização da prova de vida por meio da biometria facial no aplicativo meu gov.br. Basta baixar o aplicativo nas lojas virtuais (Meu Gov.br na Play Store, Meu Gov.br na App Store) .
Nesta nova etapa, os contatos com os segurados elegíveis já começaram a ser realizados pelo INSS por meio de mensagens enviadas por SMS e-mail. Estes segurados, em sua maioria, já deveriam ter realizado o procedimento da prova de vida, ou tiveram o benefício suspenso antes mesmo da pandemia, por falta da fé de vida, portanto, é importante que realizem o procedimento, se forem contatados pelo INSS.
Para realizar a biometria facial, o INSS usará a base de dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do Tribunal Superior Eleitoral. Foram selecionados, portanto, segurados que tenham carteira de motorista ou título de eleitor.
PROCEDIMENTO ANUAL
É importante destacar que o beneficiário que participar do piloto e realizar a prova de vida por biometria terá o procedimento efetivado, ou seja, não é um teste. A fé de vida valerá e o segurado não precisará se deslocar até uma agência bancária para o processo.
A prova de vida é obrigatória para os segurados do INSS que recebem seu benefício por meio de conta-corrente, conta poupança ou cartão magnético. Anualmente, os segurados devem comprovar que estão vivos, como forma de dar mais segurança ao próprio cidadão e ao Estado brasileiro, evitando fraudes e pagamentos indevidos de benefícios.
PILOTO
Após esta nova etapa, que contemplará um número muito maior de cidadãos, e as melhorias necessárias em outras futuras fases, o INSS pretende implantar a prova de vida digital para a maioria dos beneficiários.
A ideia é dar opções ao segurado, com mais agilidade e segurança no processo. De acordo com os resultados obtidos, o INSS, em parceria com a Secretaria de Governo Digital, Serpro e Dataprev, pretendem disponibilizar a prova de vida em ambos os aplicativos, Meu INSS e meu gov.br, para que o segurado escolha em qual deseja realizar o procedimento.
O IICPE – Instituto de Inclusão e Cidadania de Pernambuco promove, de 1 a 8 de março, a Semana da Mulher Inclusiva, em comemoração ao Dia da Mulher. O projeto consiste na divulgação de vídeos em que mulheres com deficiência falam sobre o que é ser mulher com um corpo fora dos padrões estéticos estabelecidos pela sociedade.
Para a realização da campanha, foram convidadas oito mulheres com algum tipo de deficiência e associadas ao Instituto. O objetivo da ação é dar voz para que elas falem sobre suas experiências, suas percepções e seus desejos por uma sociedade mais justa e igualitária, além de reafirmar a beleza, a força e a coragem da mulher com deficiência. Nos vídeos, elas se apresentam, dão seus depoimentos e no fim, cada uma declara frases como: não sou incapaz, não sou invisível, posso ser o que quiser, entre outros, uma forma de combater o capacitismo, que é o preconceito contra as pessoas com deficiência, e valorizar as cicatrizes, as diferenças no corpo a fim de ressignificar o conceito de beleza, assim como o seu lugar na sociedade.
Para Geziel Bezerra, presidente do IICPE, “essa ação é de grande importância para mostrar o protagonismo e empoderamento da mulher, principalmente para dar às mulheres com deficiência mais visibilidade, mostrando que o lugar delas é onde ela quiser”.
Sara Queiroz, diretora executiva do IICPE e uma das idealizadoras do projeto, acredita que esta iniciativa surgiu a partir da visão da sociedade de que a mulher é um ser frágil, incapaz de tomar decisões e, ao contrário do que se imagina, a mulher merece respeito, tem o direito de ocupar os espaços e ser protagonista da sua história independentemente de cor, credo ou condição física.
Os vídeos estarão disponíveis na página do IICPE no Instagram, no Facebook e no canal do Youtube, sempre no período da tarde, e serão lançados diariamente. Para encerrar a Semana da Mulher Inclusiva, o IICPE realizará uma live na segunda-feira, Dia da Mulher, às 20h, sobre empoderamento feminino e políticas públicas voltadas às mulheres com deficiência, com a Deputada Estadual Laura Gomes (PSB-PE). Tanto a série de vídeos quanto a live contará com intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais).
O Instituto de Inclusão e Cidadania de Pernambuco é uma associação sem fins lucrativos criada em 2020 e se dedica à inclusão, acessibilidade e promoção dos direitos de todos os grupos de pessoas com deficiência, com sede em Olinda e atuação em todo estado.
SERVIÇO:
Instituto de Inclusão e Cidadania de Pernambuco
Avenida Governador Carlos de Lima Cavalcanti, nº 1710
O Instituto de Inclusão e Cidadania de Pernambuco promove, a partir desta segunda-feira, a Semana da Mulher Inclusiva, um projeto que traz depoimentos de mulheres com deficiência sobre o que é ser mulher com um corpo fora dos padrões estéticos estabelecidos pela sociedade.
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Quem abre a semana é Janaina Lima, nossa associada. Não deixe de curtir, comentar e compartilhar nas suas redes sociais.
#PraCegoVer #PraTodosVerem Janaína está num estúdio com fundo branco, vestida com blusa vermelha, shorts jeans e tem cabelos médios soltos. Do lado inferior direito está a intérprete de Libras, Jaqueline Martins, vestida de preto.
A Medida Provisória 1034, de 1º de março de 2021, publicado na Edição: 39-A, Seção: 1 – em edição Extra A | Atos do Poder Executivo, prevê, dentre outras determinações: “modificar a concessão da isenção relativa ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente na aquisição de automóveis por pessoa com deficiência”. O Presidente da República alega estar tomando as determinações em função da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição. Com a MP, fica determinado que:
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Art. 2º – A Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 1º …………………………………………………………………………………………………… ……………………………………………………………………………………………………………………….. § 7º Na hipótese prevista no inciso IV do caput, até 31 de dezembro de 2021, a aquisição com isenção somente se aplica a veículo novo cujo preço de venda ao consumidor, incluídos os tributos incidentes, não seja superior a R$ 70.000,00 (setenta mil reais).” (NR)
“Art. 2º ……………………………………………………………………………………………………. Parágrafo único. Na hipótese prevista no inciso IV do caput do art. 1º, o prazo de que trata o caput deste artigo fica ampliado para quatro anos.” (NR)
“Art. 3º A isenção será reconhecida pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, mediante prévia verificação de que o adquirente preenche os requisitos previstos nesta Lei.” (NR)
“Art. 6º A alienação do veículo adquirido nos termos do disposto nesta Lei que ocorrer no período de dois anos, contado da data de sua aquisição, a pessoas que não satisfaçam às condições e aos requisitos estabelecidos para a fruição da isenção acarretará o pagamento pelo alienante do tributo dispensado, atualizado na forma prevista na legislação tributária. ………………………………………………………………………………………………………………..” (NR)
Já o art. 5º afirma que a Medida Provisória entra em vigor:
I – na data de sua publicação, quanto ao art. 2º; e II – no primeiro dia do quarto mês subsequente ao de sua publicação, quanto aos demais dispositivos.
Ocorre que, quanto à validade da MP, ainda é uma incógnita. Pois de acordo com informações obtidas pelo SISTEMA REAÇÃO, as Medidas Provisórias passaram a ser tratadas com algumas recomendação durante a pandemia do Covid-19 Em nota, o Congresso Nacional afirma que: “no período da emergência em saúde pública devido à pandemia de Covid-19, os presidentes da Câmara e do Senado definiram novas regras de tramitação de MP para nortear os trabalhos legislativos, de forma a dar celeridade ao processo de análise e votação de medidas provisórias. Continuaram valendo, no entanto, os prazos de validade definidos na Constituição Federal”.
De acordo com o Ato Conjunto 01/20, o Plenário da Câmara dos Deputados terá 9 dias para votar uma MP a partir de sua data de publicação. O parecer da comissão mista será apresentado diretamente em Plenário. No Senado, o prazo para votação será do momento em que a matéria chegar da Câmara até o 14º dia de tramitação, contado da edição da MP. Se os senadores fizerem mudanças que precisam de uma nova votação pelos deputados, estes terão mais dois dias úteis para votar as mudanças. Caso haja a necessidade de prorrogação formal do prazo de vigência de medida provisória, caberá à Presidência do Congresso Nacional avaliar sua pertinência.
A definição do que realmente passará a valer pela publicação da Medida Provisória deve ter novos desfechos no decorrer do dia. O Departamento de Jornalismo do SISTEMA REAÇÃO trabalha, desde as primeiras horas desta terça-feira, 2 de março, para esclarecer alguns pontos, como:
1ª) A partir de quando tem validade o que prevê a MP ?
2ª) Qual o prazo de validade para a MP ?
3ª) Os parlamentares poderão apresentar emendas antes de votar a Medida Provisória ?
4º) O valor teto para a obtenção do IPI pode ser modificado pelos parlamentares ?
5º) Com a publicação da MP, projetos que tratavam sobre a prorrogação do IPI na Congresso Nacional podem ser discutidos e votados com mais rapidez ?
6º) O que dizem os especialistas sobre a MP ?
“Preferimos verificar todas as variantes dessa MP e tudo que isso pode afetar direta e indiretamente o setor.
Mas é melhor mantermos a calma e sem desespero ou sensacionalismo, procurarmos uma saída para o desfecho dessa questão”, afirma Rodrigo Rosso, diretor/editor do SISTEMA REAÇÃO. Ele afirma ainda que: “isso pode ser um prenúncio sobre a decisão do Confaz a respeito da isenção também do ICMS, que será discutida dia 12/03. Provavelmente ela será também mantida em R$ 70 mil e prorrogada, mas vamos continuar trabalhando para buscar mais informações”, finaliza Rosso.
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Aproveite para Assistir no nosso Youtube Fonte https://revistareacao.com.br/medida-provisoria-afeta-isencao-de-ipi-para-pessoas-com-deficiencia-na-aquisicao-de-carros-0km/ Postado por Antônio Brito
A Divisão de Ações Inclusivas da Universidade Federal de Sergipe realiza nesta segunda-feira, 1/março, às 9h, uma LIVE com a participação do Procurador Dr. Mário Luiz Vieira Cruz, Coordenador Regional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (COORDIGUALDADE), do Ministério Público do Trabalho (MPT).
A transmissão será pelo canal oficial da UFS no Youtube (tvufs) e contará com recursos para acessibilidade. “Vamos ampliar conhecimentos, a partir da visão do MPT/SE, quanto aos desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência e às mudanças necessárias para uma sociedade inclusiva. E saber mais como o MPT/SE tem atuado em defesa dos direitos das pessoas com deficiência e na promoção da igualdade”, afirmam os organizadores da transmissão.
Descrição da imagem: Post de divulgação de Live. Fundo amarelo. Na parte superior à esquerda, elemento em tons de azul com o texto: “LIVE ACESSÍVEL”. À direita, o título: Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho: Enfrentamentos para uma Sociedade Inclusiva. Logo abaixo, à esquerda, o texto: “Com: Dr. Mário Luiz Vieira Cruz. Procurador e Coordenador Regional da COORDIGUALDADE/MPT”. Ainda abaixo, foto do Procurador em retângulo horizontal com contorno preto. Ele usa óculos, tem barba e está de terno e gravata. Ao fundo, um nicho com livros. À direita da foto, as informações: “01/03, 09h”, “YouTube” e um QRCode. Abaixo, as logomarcas da DAIN, CODAE e PROEST, como Realização; e da tvufs como Apoio ao evento.
Quem se depara com a definição de uma doença rara não imagina o impacto que esse grupo de enfermidades apresenta na sociedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde e a Política Brasileira de Doenças Raras, são consideradas raras as doenças que afetam menos de 65 pessoas entre 100 mil indivíduos1, mas, quando observados em âmbito global, os números ganham proporções expressivas, afetando a vida de mais de 300 milhões de pessoas – 13 milhões delas brasileiras².
Estima-se que existam entre seis e oito mil doenças raras no mundo, 85% delas decorrentes de fatores genéticos e, as demais, de causas ambientais, infecciosas, imunológicas3, o que reforça a importância do incentivo à investigação sobre a hereditariedade familiar e sobre sintomas que podem parecer comuns, mas apresentam progressões contínuas.
Degenerativas, crônicas, progressivas e incapacitantes, grande parte das doenças raras ainda não possui cura e pode, até mesmo, levar o paciente à morte. Mas esse cenário pode ser transformado por meio do diagnóstico e do tratamento precoce, capazes de aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, evitando ou retardando comprometimento das funções do organismo. Para isso, é preciso combater um grande problema encontrado no enfrentamento das doenças raras: a desinformação.
De acordo com a pesquisa “Doenças Raras no Brasil – diagnóstico, causas e tratamento sob a ótica da população”, realizada pelo IBOPE Inteligência a pedido da Pfizer em 2020, três a cada dez brasileiros desconhecem o que são as doenças raras. Dúvidas sobre a importância do diagnóstico precoce e sobre a oferta de tratamentos gratuitos também foram evidenciadas pelo estudo, que foi aplicado a 2 mil brasileiros, a partir dos 18 anos de idade, nas regiões do Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador e Porto Alegre. Em São Paulo, a amostra de entrevistados foi colhida na capital.
Quase metade dos entrevistados (42%) não sabe se identificar precocemente uma doença rara pode fazer diferença na qualidade e no tempo de vida dos pacientes e cerca de um a cada cinco acredita, erroneamente, que “o diagnóstico precoce não faria diferença para as doenças raras, uma vez que a maioria dessas enfermidades não tem cura”.
A diretora médica da Pfizer Brasil, Márjori Dulcine, reforça que, com um diagnóstico precoce e o tratamento adequado, é possível controlar o quadro clínico e ter uma vida com qualidade: “a maioria das doenças raras progride com o passar do tempo, apresentando um aumento na intensidade dos sintomas e um risco maior de levar o paciente a um quadro de incapacidade. Por isso, é preciso conscientizar a população a respeito da importância do diagnóstico precoce. Muitas vezes, ao identificar a doença logo após os primeiros sintomas, o médico consegue promover benefícios significativos, como o retardo do avanço da doença e a prevenção de danos irreversíveis”.
A pesquisa ainda apontou desconhecimento a respeito do tratamento das doenças raras no Brasil. Quase um terço dos participantes (28%) não tem nenhuma informação sobre o assunto, enquanto um a cada cinco acredita, de forma equivocada, que nenhum dos tratamentos disponíveis no Brasil seja oferecido no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Para alguns, ainda existe a crença de que é possível tratar doenças raras apenas fora no Brasil, em países da Europa ou nos Estados Unidos, como mostra a tabela abaixo:
Atualmente, o SUS conta com 36 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs)³ para doenças raras, com orientações que levam em conta as enfermidades desse segmento que são consideradas prioritárias para o Brasil pelo governo, como a polineuropatia amiloidótica familiar (PAF), mais comum em descendentes de portugueses. Grande parte desses tratamentos tem o objetivo de controlar a doença, mas não há cura para a maioria desses quadros. Esse é, contudo, outro ponto de confusão entre os respondentes da pesquisa: mais de um quarto dos entrevistados (26%) acredita que a maioria das doenças raras pode ser curada, taxa que sobe para 28% entre aqueles com 55 anos ou mais de idade.
Dia Mundial das Doenças Raras
Lembrado no dia 29 de fevereiro, o dia mais raro do calendário ocidental, o Dia Mundial das Doenças Raras foi instituído pela Organização Europeia de Doenças Raras (Eurordis) para conscientizar a população sobre essas enfermidades. No Brasil, também foi oficializado o Dia Nacional de Doenças Raras, por meio da Lei nº 13.693, de 10 de julho de 2018, representando mais um avanço no apoio aos pacientes.
Este ano, seguindo o tema dos anos anteriores, o Dia Mundial das Doenças Raras traz o lema: ser raro é ser muitos, ser raro é ser forte, ser raro é ter orgulho de sê-lo4. A mensagem reafirma a presença ativa dos pacientes de doenças raras na sociedade, combatendo a exclusão desses pacientes. Liderada mundialmente pela Organização Europeia de Doenças Raras (Eurordis), a data busca levar mais informação à população e reforçar a igualdade para pessoas com doenças raras.
Referências:
Passos-Bueno MR, Bertola D, Horovitz DD, de Faria Ferraz VE and Brito LA (2014) Genetics and genomics in Brazil: A promising future. Mol Genet Genomic Med 2:280–291.
A Síndrome de Down – ou trissomia do cromossomo 21 – está presente em 1 a cada 700 nascimentos no Brasil, de acordo com dados da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down.
Desde a sua descoberta, em 1866, por John Langdon Down, a medicina evoluiu muito, aumentando a expectativa e a qualidade de vida das pessoas com essa condição. Porém, ainda é comum que quem tenha a síndrome sofra com distúrbios respiratórios. “Isso acontece, pois existem malformações inerentes à trissomia do 21, tais como desproporção craniofacial, aumento exacerbado das amígdalas e faríngea (adenóide), hipertrofia da língua, aumento desproporcional do parênquima pulmonar e desproporção do alvéolo pulmonar e tecido adjacente, além de uma alteração no sistema imunológico”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Cícero Matsuyama.
Pessoas com a síndrome tendem a ter mais dificuldade para eliminar secreções e apresentam maior congestão venosa e aumento da pressão arterial. Essas alterações favorecem quadros respiratórios infecciosos, tanto das vias aéreas superiores quanto das inferiores. Entre as principais doenças que podem aparecer estão a apneia, hipotonia na estrutura muscular (perda de tônus) e flacidez na cartilagem que recobre as vias aéreas. “É comum também aparecer quadros de otite de repetição, rinossinusites, traqueobronquites e pneumonias”, detalha o otorrinolaringologista.
Por essa maior predisposição, é importante haver sempre um acompanhamento médico, que deve começar já na gestação e persistir durante toda a vida. Uma alimentação saudável e a ida regular a um especialista são medidas que ajudam a evitar distúrbios respiratórios mais graves. “A Síndrome de Down é uma das alterações cromossômicas mais frequentes na espécie humana. Hoje, temos novas terapias e medicamentos que são muito bem-vindos na assistência a esses pacientes, que têm uma melhor qualidade e mais expectativa de vida do que antigamente”, analisa Matsuyama.
Wesley Amaral Gonçalves Rios, conhecido como Wzy, utiliza fones e monitores grandes para melhorar desempenho nos jogos — Foto: Arquivo Pessoal/Wesley Rios
O produtor musical e designer de som Wesley Amaral Gonçalves Rios, mais conhecido por seu nome artístico, Wzy, é um dos brasileiros que aproveitam parte do tempo livre para jogar videogames. Para isso, ele usa uma tela de 58 polegadas. Pode parecer um exagero, mas a opção pelo monitor maior do que a média não se dá por simples preferência. É porque ele facilita a experiência do jogo. Desde os 17 anos, Wzy tem uma doença degenerativa que o faz perder a visão gradualmente.
Hoje, o que uma pessoa sem deficiência enxerga a uma distância de 121 metros, ele só consegue enxergar a 6 metros. Essa condição já o faz ser considerado cego, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela legislação brasileira.
Por esse motivo, o que mais auxilia Wzy na hora de jogar é a audição. “Eu jogo com fone. Então, se os personagens estão longe um do outro, quando um deles se mexe, ou dá um golpe, faz barulho, e dá para ouvir que ele está totalmente à esquerda, por exemplo. Quando eles estão próximos, o som sai no centro, e eu sei que eles estão próximos”, explica.
Apesar de Wzy nunca ter largado o hábito, a falta de opções de acessibilidade na maioria dos jogos acabou fazendo com que ele se sentisse deslocado no mundo gamer por muito tempo. “Sempre pensei assim, o nome do negócio é videogame. Se é vídeo, e eu estou perdendo a visão, então, não é para mim. Está no nome e na palavra, é vídeo, então, eu não posso usar”.
Ele já era um gamer antes de ser diagnosticado com a perda de visão. Depois da doença, as dificuldades foram aparecendo aos poucos. “Fiquei bem frustrado, quando comecei a jogar e vi que estava tendo dificuldades bem desnecessárias”, conta.
Wzy acredita que há espaço para o crescimento do mercado de acessibilidade nos games — Foto: Arquivo Pessoal/Wesley Rios
Além disso, ele afirma que ficou em dúvida até mesmo sobre o seu sonho de trabalhar com produção musical. “Era um lance da vida, mesmo. Eu pensava, não vou conseguir trabalhar com música. Era isso que me atormentava”.
A música e os games sempre estiveram lado a lado na vida de Wzy. Quando ainda era adolescente, nos anos 2000, foi tentando criar um jogo com Flash (software multimídia para jogos) em um computador sem internet que ele se interessou por produção musical. “Lembro que eu percebi que se colocasse sons na linha do tempo que a gente usava para fazer o jogo no Flash, virava música”.
Aos poucos, Wzy foi desenvolvendo modos de criar referências para o seu trabalho e para o dia a dia. Por meio de sons e equipamentos como fones de ouvido, softwares adaptados e grandes monitores, ele conseguiu superar vários obstáculos, e construir uma carreira no segmento da música. Além de suas obras autorais, já trabalhou produzindo faixas de músicos como o rapper Rincon Sapiência.
Utilizando sua experiência na área e os longos anos de videogame, o novo desafio profissional de Wzy é fazer o design de som de um game nacional, o 171, que será lançado para consoles das duas gerações mais recentes, como o Playstation 4, o Xbox Series X e também para PC.
O trabalho consiste em dar vida aos sons do jogo, que ficou conhecido como o GTA brasileiro, em alusão à famosa franquia de games de ação norte-americana Grand Theft Auto. Para conseguir isso, nem sempre a solução é óbvia. Um bacon fritando, por exemplo, pode acabar virando barulho de chuva no game. “Esse é o lance onde às vezes não enxergar ajuda. Achei demais fazer isso, porque quase tudo tem potencial para ser uma coisa diferente”, diz o designer de som.
Wzy conta que alguns jogos são mais difíceis para ele se adaptar. “Jogo de tiro é bem difícil, porque tem de mirar. Então, a visão é essencial”.
Os jogos que ele mais gosta são os de luta. A falta de acessibilidade para deficientes, na maioria dos jogos, acaba tornando difícil às pessoas com deficiência aproveitar todos os títulos, por não serem tão intuitivos.
No ano passado, um dos grandes destaques em termos de acessibilidade foi o game The Last of Us Part II, da Naughty Dog. Ele conta com um complexo sistema de sons que indica as ações que devem ser tomadas, bem como os botões que devem ser apertados na hora certa. “Fazia anos que eu não zerava um jogo de aventura, e eu zerei o The Last of Us Part II sem dificuldade alguma”, conta Wzy. O jogo foi indicado na categoria maior inovação em acessibilidade no Game Awards, o Oscar dos games, nos Estados Unidos.
A principal dificuldade para se criar um jogo com acessibilidade é que, diferente de um filme, não basta descrever as cenas que ocorrem. O objetivo é fazer o jogo fluir tão naturalmente para um deficiente visual quanto para quem enxerga. Daí o sistema de diferentes sons que representam ações, botões, perigos e opções do game. “Demanda estudo e tempo, e as empresas trabalham com tempo”, explica o professor de animação e jogos Alexandre Alves Valença Barbosa. “Existem pequenos desenvolvedores que procuram criar aplicativos e jogos para esse público, mas são poucos”.
Para Wzy, a falta de acessibilidade em jogos é mais uma questão de desconhecimento. “Na verdade, a maioria das empresas nem sabe que é possível. Não é que eles não queiram que cegos joguem os jogos deles”, diz. “Quando eu converso com as pessoas, elas têm sempre a mesma reação, que é dizer que não sabia que era possível”.
O público, mesmo assim, existe. “Se uma empresa se dedicasse a essa fatia de consumidores, com certeza teria sucesso, porque a carência de softwares para necessidades especiais é grande”, afirma Alexandre Barbosa.
“Quando a gente perder essa barreira de que acessibilidade significa somente tornar coisas acessíveis para pessoas com deficiência”, avalia Wzy, “aí vamos realmente entender o que é acessibilidade de fato. Acessibilidade é para todo mundo. Quem não fala inglês vê filme com legenda, com dublagem. Isso também é acessibilidade, só que para pessoas que não são deficientes”.
Curso dará instruções na área de telemarketing — Foto: Alexandre Sá/EPTV
Hortolândia (SP) e Sumaré (SP) estão oferecendo cursos profissionalizantes voltados para pessoas com deficiência que sejam moradoras das duas cidades. As inscrições são gratuitas e as formações são para auxiliar administrativo (a) e operador (a) de telemarketing.
Interessados podem se inscrever pela internet. A quantidade de vagas não foi informada, mas a organização aponta que são limitadas.
Durante a inscrição, é preciso informar dados pessoais como endereço, RG, CPF, tipo de deficiência, grau de escolaridade e razões para fazer o curso, dentre outras informações relevantes. A data de início será divulgada no site da Secretaria da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo.
Os cursos contam com carga horária de 60 horas e têm duração de 12 dias, sendo realizados em formato remoto.
De acordo com a Prefeitura de Hortolândia, em 2020 a cidade tinha 15.487 pessoas com alguma deficiência, seja visual, motora, auditiva ou intelectual. Esse número representa 6,61% da população da cidade.
Já em Sumaré, segundo a Base de Dados dos Direitos da Pessoa com Deficiência, referenciada no censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o número de pessoas com deficiência é de 15.037 pessoas, 6,23% da população da cidade.
Esse número é composto por 38,85% de deficientes visuais, 28,59% de pessoas com deficiência motora, 16,99% de deficiências intelectuais e 15,57% de pessoas com deficiências auditivas. A proporção de gênero é de 44% para homens e 55% de mulheres.
Nathalie dá aulas de natação e está na Seleção desde 2006. Foto: Washington Alves/EXEMPLUS/CPB
A Seleção Brasileira feminina de vôlei sentado está no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, para a segunda fase de treinos do ano, que vai até o próximo dia 28 de fevereiro.
Ao todo, nove atletas estão reunidas neste período e, para algumas, ser convocada requer planejamento e readequação de agenda uma vez que têm de conciliar a carreira no esporte com outra profissão fora das quadras. É o caso das atletas Jani Freitas, que é fisioterapeuta, e Nathalie Filomena, professora de natação.
Formada em Fisioterapia desde 2015, Jani Freitas atende seus pacientes de forma particular e já trabalhou em clínicas. A jogadora precisa conciliar os treinos, fases de treinamento, com os pacientes nas sessões de fisioterapia.
“Eu sempre converso com os meus pacientes antes, explico que sou atleta e que precisarei me ausentar em alguns momentos, como para as fases de treinamento. Deixo agendado exercícios para que o tratamento não seja interrompido durante a minha ausência”, conta Jani, que perdeu parte da perna esquerda, acima do joelho, após ser atropelada por uma carreta em 2006.
Já Nathalie Filomena, que tem paralisia no braço esquerdo, está na Seleção desde 2006 e, há dez anos, concluiu a graduação em Educação Física. “Conciliar a faculdade e a rotina de atleta de alto rendimento foi difícil, mas os professores foram compreensíveis e me davam prazos maiores quando tinha fases de treinamento, por exemplo”, recorda.
Atualmente, Nathalie trabalha dando aulas de natação na Prefeitura de Suzano, cidade em que reside, e em alguns projetos sociais. “A natação é minha segunda modalidade do coração. Tive a oportunidade de fazer estágio na natação durante a faculdade e me apaixonei. Quando sou convocada, sou liberada e um professor substituto fica no meu lugar”, conta.
Ambas são medalhistas de bronze nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, melhor resultado brasileiro em Jogos da modalidade, e vice-campeãs parapan-americanas em Lima 2019. Com a prata na capital peruana, o Brasil está classificado para os Jogos Paralímpicos de Tóquio.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)