
O Conexão Paralímpica, evento realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, terminou nesta sexta-feira, 4, com disputas de tiro com arco e tiro esportivo em duas localidades da capital paulista. Entre os 63 competidores, esteve o sul-mato-grossense Rafael Benitez, medalhista de ouro no arco composto que se apaixonou pelo esporte e criou um projeto para promoção da modalidade em Campo Grande.
O evento, que começou na quinta-feira, 2, contou com um dia de treinamento e um dedicado às provas. O Centro de Treinamento Paralímpico recebeu 31 atletas do tiro com arco, e os 32 atletas do tiro esportivo fizeram as disputas na Escola de Educação Física da Polícia Militar.
O arqueiro Rafael, 30, voltará para Campo Grande com a medalha de ouro conquistada no composto da classe W2 (para atletas com deficiências graves, em três ou quatro membros) 18 metros com 121 pontos marcados. “Este é o terceiro ano que participo, e o resultado está dentro do esperado. Foi uma competição bem bacana e é uma preparação para o [Campeonato] Brasileiro, que acontece na semana que vem”.
O atleta destaca que o tiro com arco é uma modalidade inclusiva, que pode ser praticada por pessoas com e sem deficiência, independente da idade. Foi com este pensamento que, ao lado dos colegas, fundou há sete meses o Atiradores do Pantanal, projeto que visa divulgar a modalidade na capital sul mato-grossense. “O intuito é que a pessoa tenha uma qualidade de vida um pouco melhor, que ela tenha um local onde consiga se dedicar ao esporte. E que futuramente ela venha a ser um atleta, ou mesmo um cidadão melhor, uma pessoa melhor, um pai, um filho”, explicou o arqueiro.
Enquanto servia como cabo do Exército Brasileiro, em 2016, Rafael sofreu um acidente em serviço ao dirigir um caminhão, quando a pista cedeu em Campo Grande devido às fortes chuvas no local. O impacto resultou em uma lesão na medula, que o deixou paraplégico. Para ele, o esporte proporciona mais independência e interação social com outros militares reformados que também praticam a modalidade.
Já na Escola de Educação Física da Polícia Militar, na zona norte da capital paulista, a paranaense Eliane Lima, 46, comemorou a conquista de sua primeira medalha dourada no Conexão Paralímpica na P1 – pistola de ar 10m – SH1 (não requerem suporte para a arma). Ela fez 494 pontos, 32 a mais que a segunda colocada, Marina Dourado. “Eu ainda estou digerindo essa conquista, mas estou muito feliz. Muito feliz porque foram duas conquistas, a do ouro e minha própria superação em relação aos pontos que eu tenho feito nos treinos”, comemorou a atiradora.
A corretora de seguros Eliane pratica o tiro esportivo há apenas um ano. Sua trajetória esportiva começou há dois anos e meio, no vôlei sentado. “Sou apaixonada pelo vôlei, mas é um esporte coletivo, e eu queria algo que eu pudesse me superar, que o resultado só dependesse de mim. O tiro esportivo foi amor ao primeiro disparo”, brincou. A atleta foi submetida à amputação da perna direita há três anos, em decorrência de uma infecção hospitalar após a troca de uma prótese.
Engajada na modalidade e nos treinos, a paranaense já tem uma grande meta para sua carreira: “[Jogos Paralímpicos de] Los Angeles 2028. O que eu almejo é poder representar o nosso país pelo tiro esportivo”.
Esta edição do Conexão Paralímpica representou a fase nacional das Paralimpíadas Militares e Civis, para agentes de segurança pública, bem como civis com deficiência. Chegaram a esta etapa atletas que competiram em pelo menos uma das Etapas Estaduais, realizadas entre abril e agosto em todas as 27 Unidades Federativas, dentro da programação dos Meetings Paralímpicos Loterias Caixa.
Patrocínios
A Caixa e as Loterias Caixa são as patrocinadoras oficiais do tiro esportivo e do tiro com arco.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
Fonte https://cpb.org.br/noticias/arqueiros-e-atiradores-miram-em-medalhas-e-sonhos-no-conexao-paralimpica-em-sao-paulo/
Postado Pôr Antônio Brito
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