06/02/2020

Políticas públicas de inclusão não podem ser parciais – Opinião


#PraTodosVerem: Na foto estão da esquerda para a direita a primeira-dama Michelle Bolsonaro, uma mulher branca, de cabelos claros e curtos. Ao lado dela está a ministra Damares Alves, ela é branca de cabelos pretos e usa óculos. Está vestindo um blazer marrom. Elas estão em uma mesa com microfones e acompanhadas de outras pessoas. Fim da descrição. Foto: Divulgação / Internet

O assunto do momento é a inclusão de Libras no currículo escolar e a obrigatoriedade de aprendizagem a todos os alunos, independente da necessidade. Há grupos do sim e há grupos do não. Normal.
Mas algumas coisas chamam atenção nesse processo:
1 – Não seria recomendável obrigar alunos a aprenderem Libras, sem falar que muitos deles sequer usarão a língua no seu dia a dia. Se o projeto passar será mais uma disciplina na já inflada grade curricular que temos e nunca consegue ser completada ao final do ano letivo. Além disso, o grande educador Rubem Alves sempre defendeu a extinção da grande curricular pelo fato de que a educação não é um processo linear, ideia da qual compartilho.
2 – As principais ações do atual governo estão centradas na comunidade surda, que entre todas as classificações somam 10 milhões de pessoas. No entanto, onde estão as ações de acessibilidade para as deficiências físicas, intelectuais, visuais e síndromes? Será que precisamos de uma primeira-dama para cada deficiência?
3 –  A novidade é o programa Brasil Inclusão promovido pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que promete enfim cumprir a LBI e tornar realidade a avaliação biopsicossocial da pessoa com deficiência, que em termos práticos, acaba com apenas a visão médica sobre a deficiência. Deve também por em prática o Cadastro Nacional das Pessoas com Deficiência, medida que contribuiria muito com o mapeamento das pessoas com deficiência pelo país, e que talvez possa corrigir os erros de coleta do Censo de 2010.
O desafio agora é tornar essas ideias para todos, pois o objetivo com elas é incluir, e não existe, inclusão parcial. Apesar de propor avanços importantes no âmbito da pessoa com deficiência, é preciso que o governo rompa a “bolha afetiva” criada para a comunidade surda e que olhe para todas as deficiências.
Afinal, o objetivo é promover a inclusão, certo?
Fonte  https://deficienciaemfoco860798267.wordpress.com/2020/02/06/politicas-publicas-de-inclusao-nao-podem-ser-parciais-opiniao/
Postado por Antônio Brito

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