Um jovem de 25 anos, que vive na Bahia enfrenta resistência no condomínio onde mora. Há três anos, Samuel Costa, que necessita de cadeiras de roda para se locomover, revindica a instalação de uma rampa de acesso à piscina no prédio.
Na última tentativa, ficou claro o preconceito dos moradores: o jovem foi chamado de “folgado” por lutar pela acessibilidade. “Meu pai comprou o apartamento em 2011 e sempre tentamos conversar com os outros moradores, informalmente, para colocarmos rampa e elevador. Sempre enrolaram, falavam que iam colocar na pauta das reuniões, mas nunca ia pra frente”, contou Samuel ao BHAZ.
A noiva de Samuel, Karinne Evellyn, foi quem ouviu o outro comentário que denunciou mais preconceito por parte de quem participava da reunião. Pelas costas do casal, uma moradora comentou que o jovem era” muito folgado” e estava “exigindo demais” em pedir uma rampa e um elevador acessível.
Capacitismo é crime
“Deixar esses degraus que me impedem de me mover é como criar um muro social. Antes, a pessoa com deficiência não saía de casa, não pisava para fora. Hoje, a gente vê muito avanço, eu fiz faculdade à distância, a internet te leva a outro lugar. Mas a parte física não está acompanhando esse progresso. Enquanto não é com você, sua família, você fica dentro da sua bolha, não vê debate nenhum sobre isso”, explicou Samuel.
“Note que a barreira pode ser um obstáculo físico, como a existência apenas de escadas para viabilizar o acesso às áreas de lazer de um edifício residencial, mas também pode ser um comportamento, como a atitude pouco respeitosa de se posicionar contra qualquer adaptação arquitetônica visando a garantia de acessibilidade ou considerar estas adaptações mero capricho ou privilégio da pessoa com deficiência”, explicou Gustavo.
Depois da publicação de Samuel, um advogado se sensibilizou com a história e entrou em contato com ele. Agora, dois profissionais estão estudando o caso para tomar as medidas cabíveis. Afinal, como finalizou Gustavo Ribeiro: “O que está em jogo não é privilégio. É respeito, empatia, justiça!”
Fonte https://bhaz.com.br/2020/02/15/cadeirante-chamado-folgado/
Postado por Antônio Brito
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