Objetivo é fortalecer a proteção de pessoas idosas e com deficiência que dependem do benefício
O Grupo de Trabalho de Atendimento à Pessoa Idosa e à Pessoa com
Deficiência da Defensoria Pública da União (DPU) realizou, nesta
quarta-feira (20), uma reunião com a deputada estadual de São Paulo,
Andréa Werner (PSB), para tratar dos cortes indevidos no pagamento do
Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas). O encontro buscou
identificar formas de reduzir os casos e orientar a população afetada. A
reunião ocorreu na sede da DPU, em Brasília.
Durante a conversa, foram discutidos os principais fatores que têm
levado à suspensão de pagamentos, como falhas na atualização de
cadastros, exigências de novas perícias médicas e alterações na
composição da renda familiar. Em muitos casos, esses procedimentos são
realizados sem aviso prévio, deixando beneficiários em situação de
vulnerabilidade.
A defensora pública federal Raquel Brodsky Rodrigues, integrante do
grupo de trabalho, destacou que a DPU já atua no enfrentamento da
questão, por meio de medidas coletivas e individuais, além da produção
de notas técnicas. “O grande problema é que muitas pessoas não são
notificadas previamente e acabam surpreendidas com a suspensão do
benefício. Isso gera um ciclo de dificuldades, porque elas tentam se
recadastrar, mas enfrentam barreiras como a falta de acessibilidade nos
sistemas e a demora no atendimento”, afirmou.
A deputada Andréa Werner (PSB/SP), que tem trajetória ligada à defesa
dos direitos das pessoas com deficiência, especialmente no campo
das neurodivergências, apresentou relatos de cidadãos que tiveram o
benefício interrompido. Para ela, os casos evidenciam a urgência do
fortalecimento da atuação conjunta entre instituições e poder público.
A partir das informações levantadas, o grupo de trabalho deve
produzir uma nota técnica e buscar interlocução com demais órgãos da DPU
para avançar em soluções para a questão.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social – Defensoria Pública da União
O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Francisco
Beltrão do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco), cumpriu nesta quinta-feira, 21 de agosto, quatro mandados de
busca e apreensão no âmbito da Operação Ártemis, voltada à apuração
sobre possíveis falsificações, por clínicas de fonoaudiologia, de
certificados de cursos técnicos e de pós-graduação. O objetivo dos
estabelecimentos com a prática ilícita seria permitir a habilitação para
participarem de processos licitatórios do Consórcio Intermunicipal de
Saúde (Conims) e, assim, prestar atendimento especializado em áreas para
as quais não possuem qualificação, principalmente a crianças com
Transtorno do Espectro Autista (TEA).
As ordens judiciais foram expedidos pela Vara Criminal de Pato Branco
e cumpridas em duas clínicas de fonoaudiologia e na residência dos
respectivos sócios-proprietários no município catarinense de São
Lourenço do Oeste (três mandados) e em Pato Branco (um mandado), com o
apoio do Gaeco de Santa Catarina.
As investigações sobre o caso tiveram início em 2024, a partir da
Delegacia de Polícia de Coronel Vivida – município da região – que
apurou que os sócios-proprietários das clínicas falsificaram diversos
certificados de cursos técnicos e de pós-graduação. A falsificação e o
uso desses documentos tinham como finalidade garantir que os
estabelecimentos médicos recebessem o valor mais elevado pago pelo órgão
público aos atendimentos especializados. Os investigados utilizaram as
duas clínicas de fonoaudiologia para cometer os crimes.
As buscas realizadas nesta manhã visam apurar o valor total recebido
pelos investigados com esses atendimentos fraudulentos e verificar se
outros órgãos públicos também foram vítimas da fraude, considerando que
uma das pessoas investigadas é servidora pública em um município
catarinense e presta atendimentos de fonoaudiologia a alunos da rede
municipal de ensino. A pedido do Gaeco, o Juízo suspendeu a execução dos
atendimentos realizados pelos profissionais que utilizaram esses
certificados falsos. Em decorrência da operação, foram apreendidos
documentos e equipamentos eletrônicos, que agora serão periciados e
analisados para a completa apuração dos fatos.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Paraná
Estudo
revela que a retirada de aditivos alimentares pode melhorar os sintomas
de TDAH em crianças. Avaliar o impacto da alimentação é crucial no
diagnóstico e tratamento, com foco em reduzir ultraprocessados.
Alguns
pesquisadores avaliaram o impacto de uma dieta de eliminação rigorosa
em crianças diagnosticadas com TDAH. O resultado foi que, cerca de 64%
dessas crianças, apresentaram melhora significativa nos sintomas apenas
com a retirada de alimentos potencialmente inflamatórios e aditivos
alimentares.
Quando os alimentos excluídos foram reintroduzidos, 63% voltaram a apresentar os sintomas comportamentais.
O
que esse estudo mostra é que, para uma parcela importante das crianças,
fatores alimentares podem ser um gatilho direto para alterações de
atenção, comportamento e até regulação emocional.
Isso
não significa que todos os casos de TDAH tem origem nutricional, mas
sim que avaliar o impacto da alimentação é uma etapa que não pode ser
ignorada em uma abordagem clínica completa.
Na prática, isso envolve:
- Investigar hipersensibilidades alimentares e intolerâncias
- Reduzir aditivos químicos e ultraprocessados
- Fortalecer a saúde intestinal e o perfil anti-inflamatório da dieta
O diagnóstico de TDAH precisa ser cuidadoso e multidimensional. E a alimentação é uma peça importante desse quebra-cabeça.
O atleta Henrique Caetano durante disputa dos 200m na 2°
fase nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa no CT em São
Paulo/SP 2025 | Foto: Marcello Zambrana/CPB
A 2ª fase nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa de atletismo
se encerrou neste domingo, 24, no Centro de Treinamento Paralímpico
(CT), em São Paulo, e registrou melhora das marcas dos atletas que vão
estrear no Mundial da modalidade, que será disputado em Nova Déli, na
Índia, entre 27 de setembro e 5 de outubro. Um dos novatos, o paulista
Henrique Caetano, chegou a fazer o melhor tempo do mundo de 2025 na
prova dos 200m da classe T35 (paralisados cerebrais no último dia de
provas de pista e campo.
A competição reuniu 475 atletas de todo o país em disputas de pista e campo, incluindo 44 dos 50 convocados para
a competição mundial que estavam em busca de ritmo de prova nesta reta
final de preparação. O Circuito teve transmissão ao vivo pelo canal do
Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) no YouTube.
Nos 200m da classe T35, o velocista Henrique Caetano reduziu sua
melhor marca de 24s13 para 23s08 e reafirmou sua posição de líder do
ranking mundial do ano e o melhor desempenho da prova na temporada.
Apesar de estreante em Mundiais, ele já competiu nos Jogos Paralímpicos
de Paris 2024, quando foi finalista nos 100m e 200m e terminou em quarto
lugar em ambas distâncias.
“Sou muito grato ao CPB, essa marca é muito expressiva. Ontem, o
vento estava 3,4 m/s contra, mas não me abalei, porque sabia que meu
trabalho e minha mente estavam focados. Hoje, veio o resultado que eu
procurava desde os Jogos Paralímpicos”, disse o atleta que competiu pelo
clube Time Nauru.
“Tem muita coisa ainda para ajustar. Esse é só o começo para chegar
ao Mundial e brigar de igual para igual. Depois da estreia em Jogos,
percebi que dava para chegar. Este ano tudo vem dando certo e agora
quero brigar por medalha de ouro”, completou.
Na mesma prova da classe T12 (deficiência visual), pela disputa
feminina, a baiana Daniele dos Santos registrou 26s13, ligeiramente mais
rápida da sua melhor marca da temporada (26s24). “A minha prova é 100m,
mas gosto de correr os 200m também. Temos conseguido bons resultados e
considero uma alternativa. O foco agora é Nova Déli, a ansiedade está
controlada, mas o plano é evoluir sempre”, avaliou a atleta, do clube
UNICEP e que também fará sua estreia em Mundiais.
Além de Henrique e Daniele, a seleção contará com outros sete
estreantes no Mundial: Clara Daniele, Edileusa Rocha, João Matos,
Romildo dos Santos, Vinicius Cabral, Denner Turaça e Jean Silva, que
pela manhã disputou os 5.000m e registrou 15min30s26.
Nas provas de salto em distância, o sul-mato-grossense Denner Turaça,
da classe T13 (baixa visão), saltou 6,96m. O atleta, que representa o
Time Nauru, participa do Mundial após receber convite nominal do World
Para Athletics (WPA), braço do Comitê Paralímpico Internacional (IPC).
Patrocínio As Loterias Caixa, a Caixa, a Braskem e a Asics são as patrocinadoras oficiais do atletismo
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível Os
atletas Clara Daniele, Jean Silva, João Matos e Romildo dos Santos, são
integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa
de patrocínio individual da Loterias Caixa e da Caixa que beneficia 148
atletas.
Time São Paulo Os atletas Denner
Turaça e Henrique Caetano integram o Time São Paulo, parceria entre o
CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de
São Paulo, que beneficia 154 atletas.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
A Justiça Federal no Acre acatou o pedido de cumprimento de sentença
feito pelo Ministério Público Federal (MPF) para que a Agência Nacional
de Aviação Civil (Anac), a União, a Concessionária dos Aeroportos da
Amazônia S.A. e os municípios de Rio Branco e Cruzeiro do Sul (AC)
comprovem, de acordo com suas responsabilidades, as ações tomadas em
relação à acessibilidade em aeroportos de todo o país e nas vias
públicas que servem aos dois principais aeroportos acreanos.
A Justiça concedeu mais um prazo, este de 60 dias, para o cumprimento
do determinado, bem como para que seja apresentado um cronograma
detalhado de execução das ações, se for o caso.
A ação original, ajuizada pelo MPF em 2022, busca garantir condições
mínimas de acessibilidade para pessoas com deficiência nos aeroportos do
país e a reparação por danos morais coletivos.
Dentre as determinações da Justiça para o cumprimento da sentença, as principais foram:
Em âmbito nacional, a Anac e a União devem: • Realizar
levantamento dos aeroportos com fluxo anual superior a 100.000
passageiros que não possuem passarela telescópica ou sistema
eletromecânico de elevação (ambulift). • Tomar providências para exigir a instalação desses equipamentos, aplicando penalidades pelo descumprimento das normas. •
Apresentar cronograma de fiscalização anual dos aeroportos com fluxo
acima de 100.000 passageiros, contemplando a adequação de mobiliários,
banheiros, sinalização e outros itens. • Exigir a passarela telescópica ou o sistema eletromecânico de elevação nas novas concessões de aeroportos. •
Promover a fiscalização da observância das normas técnicas de
acessibilidade da ABNT e o treinamento anual de funcionários para
assistência a pessoas com deficiência. Ainda em âmbito nacional, a União deve: •
Comunicar as irregularidades aos integrantes do Sistema Nacional de
Defesa do Consumidor para que fiscalizem os aeroportos e as companhias
aéreas.
Em âmbito estadual: • A Concessionária dos Aeroportos da Amazônia
S.A. deve adquirir uma rampa para o aeroporto de Cruzeiro do Sul e uma
passarela telescópica ou sistema eletromecânico de elevação para o
aeroporto de Rio Branco. • Os Municípios de Rio Branco e Cruzeiro do
Sul devem realizar a manutenção das vias de circulação de pessoas
(calçadas), retirando rachaduras e obstáculos, com um plano de execução
de no máximo 6 meses.
No pedido de cumprimento da sentença, o procurador da República Lucas
Costa Almeida Dias apontou que, passado mais de um ano da decisão
liminar, foi constatado que apesar do aeroporto de Rio Branco ter
disponível aparelho de embarque/desembarque de passageiros com
necessidades especiais, o equipamento não estava sendo devidamente
utilizado, em descumprimento à ordem judicial, e os passageiros
continuam subindo pelas escadas ou mecanismos sem acessibilidade.
Le
Cirque adapta espetáculo para pessoas com deficiência e autismo, com
iluminação suave e sons reduzidos. A iniciativa, que acontece há 2 anos,
visa criar um ambiente inclusivo e acolhedor.
Um
circo com iluminação suave e cenário simplificado, menos colorido. Pode
parecer contraditório, mas essas foram as adaptações necessárias para a
realização do espetáculo circense especial voltado para pessoas com
deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA), hipersensibilidade
auditiva e outras condições sensoriais.
A
apresentação elimina elementos que podem causar desconforto, como o
tradicional 'Globo da Morte', conhecido pelo barulho das motos. No lugar
de bater palmas, as mãos vibram, e a trilha sonora de todo o espetáculo
foi reduzida - sem perder a magia do picadeiro.
A
iniciativa é do Le Cirque e acontece há 2 anos, e a sessão mais recente
foi realizada neste domingo dia 18 de agosto, no Shopping Parque Dom
Pedro, em Campinas/SP.
Para acompanhar a matéria realizada pela TV Globo através de sua afiliada local, acesse o link:
Atleta Mari Santilli durante Mundial de canoagem na Itália | Divulgação CBCa
A Seleção Brasileira de canoagem conquistou nesta sexta-feira, 22,
mais uma vaga nas finais do Mundial de canoagem paralímpica 2025 em
Milão, na Itália. Ao todo, sete atletas já conquistaram seus lugares nas finais neste fim de semana (23 e 24), enquanto outros cinco ainda disputam as semifinais.
A paranaense Mari Christina Santilli foi a primeira competidora da
sexta-feira, 22, e chegou atrás apenas da britânica Charlotte Henshaw
(56s40) na prova dos 200m VL3. Com isso, o tempo de 58s73 lhe garantiu
vaga na semifinal, que disputou com a gaúcha Erisângela Toniolo. A
semifinal foi disputada no mesmo dia, com a paraense terminando a prova
em segundo lugar (1m00s33) e a gaúcha em sétimo. A atleta Mari Santilli segue para a briga pelo ouro, marcada para às 4h45 (horário de Brasília) do domingo, 24.
O brasiliense Uilian Ferreira Mendes também avançou na competição.
Fez o terceiro melhor tempo no KL2 (45s65), atrás do húngaro Tibor Kiss
(45s35) e do vencedor da prova eliminatória, o britânico David
Phillipson (44s22). O próximo desafio do brasiliense é a semifinal,
marcada para este sábado, 23, às 4h00 (de Brasília). Na mesma prova
estarão também outros dois brasileiros: o brasiliense Luciano Lima e o
paranaense Flávio Reitz.
Na disputa eliminatória dos 200m KL3, o baiano Gabriel Paixão Porto
foi o segundo colocado em sua bateria, marcando 41s26, enquanto o
paranaense Miquéias Elias Rodrigues terminou em segundo lugar na sua série, com 40s79. Ambos avançaram para a próxima fase, que será realizada neste sábado, 23.
Na prova do KL3 200 m feminino, a brasiliense Aline Furtado de
Oliveira disputou a semifinal nesta sexta-feira (22), mas acabou ficando
fora da decisão. Ela completou a prova em 52s51, na quinta colocação da
sua bateria, e não avançou para a final A.
Na quinta-feira, 21, a sul-mato-grossense Débora Benevides
foi a única atleta a competir nas provas paralímpicas marcadas para o
dia, visto que, após sua participação, o dia de competições foi
cancelado devido a um forte temporal que atingiu a região. A atleta foi
para a água nos 200m VL2 e fez o terceiro melhor tempo (1m04s39) da
prova, garantindo sua vaga direto para a final que acontece no domingo,
24.
Confira as próximas provas dos brasileiros no Mundial de canoagem na Itália:
Sábado, 23/08 4h00 – Semifinal KL2 masculino – Uilian Mendes, Luciano Lima e Flávio Reitz 4h15 – Semifinal 02 KL3 masculino – Miqueias Elias Rodrigues 4h20 – Semifinal 02 KL3 masculino – Gabriel Paixão Porto 5h00 – Final KL1 masculino – Luís Carlos Cardoso 10h12- Final VL3 masculino – Giovane Vieira de Paula 10h06 – Final VL2 masculino – Fernando Rufino e Igor Tofalini 10h18 – Final KL2 feminino – Leonice Friedrich
Domingo, 24/08 4h45 – Final VL3 feminino – Mari Santilli 5h16 – Final VL2 feminino – Débora Benevides
Patrocínio A Caixa e as Loterias Caixa são as patrocinadoras oficiais da canoagem.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível Os
atletas Mari Christina Santilli, Fernando Rufino, Igor Tofalini, Luís
Carlos Cardoso, Miqueias Elias Rodrigues são integrantes do Programa
Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual
da Loterias Caixa e da Caixa que beneficia 148 atletas.
Time São Paulo O atleta Luís Carlos Cardoso
integra o Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado
dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 154
atletas.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
Durante anos, eu assisti às novelas com o coração apertado. Não
porque não gostasse das histórias, mas porque me sentia, no fundo,
completamente ausente delas. Não havia ali nenhuma personagem que me
representasse de verdade. Quando, raramente, surgia uma pessoa com
deficiência na trama, ela era quase sempre interpretada por um ator sem
deficiência, em um enredo de piedade, de castigo ou de superação
forçada.
Hoje, apesar de ainda estarmos longe do ideal, começo a ver
pequenas revoluções acontecerem. São silenciosas, porém profundas. É
transformador ver nas telas da TV, do cinema e das plataformas de
streaming, atrizes e atores com deficiência interpretando papéis que vão
além da deficiência. É uma experiência que me emociona em camadas
difíceis de descrever.
Não se trata apenas de “ver alguém parecido comigo na tela”.
Trata-se de me conectar com as histórias. Trata-se de uma menina com
deficiência em algum canto do Brasil que, ao ligar a televisão,
finalmente consegue se imaginar atriz. Esse é o caso que está
acontecendo com a Haonê que interpreta a Pam em Dona de Mim. Ela tem
postado muitas mensagens que recebe de mães de garotas amputadas e de
garotas amputadas declarando essa sensação. Não vale a pena a gente
citar?! E não porque a história gira em torno de sua condição, mas
porque ela é o que é: uma artista com talento e com potência.
A
força dessa representatividade não está só no que ela mostra, mas no que
ela corrige: por décadas, fomos pessoas retratadas como heroínas por
simplesmente existir ou como vítimas eternas esperando a salvação. Essa
lógica desgasta, oprime e rotula. E mais do que isso: impede a audiência
de nos conhecer de verdade. Quando uma novela ou série permite que uma
pessoa com deficiência atue como qualquer outra vivendo alegrias,
fracassos, paixões e dilemas, ela está dizendo que somos parte da
sociedade. Que existimos fora da dor, fora do rótulo, fora do viés, fora
das “caixinhas”. Essa virada de chave nas narrativas, ainda tímida, mas
cada vez mais perceptível, tem um impacto que vai além da indústria do
entretenimento. Ela é didática e convida a sociedade ao letramento sobre
inclusão.
Infelizmente, não há dados precisos sobre o número de atores com deficiência no país. Há uma iniciativa bem séria do movimento “Acessa Mais” em
parceria com o Ministério da Cultura com o objetivo de mapear artistas e
agentes culturais com deficiência.A falta de dados não surpreende já
que dados da população com deficiência ainda é um tema negligenciado.
De
acordo com o Censo 2022, o Brasil tem uma população estimadade pessoas
com deficiência de 14,4 milhões, o que representa 7,3% da população.
Índice bem abaixo da média mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
estima que 15% da população global, ou seja, mais de 1 bilhão de
pessoas, vive com alguma deficiência. Não parece coerente que o Brasil
ter apenas metade da estimativa mundial.
Portanto, se não há uma certeza sobre o total de pessoas com
deficiência no país, imaginem sobre o total de um segmento específico,
como a dramaturgia. Mas, ainda assim, podemos celebrar algumas pessoas
com deficiência que já estão brilhando nas telas brasileiras:
Tabata Contri – atriz e consultora de diversidade e
inclusão – atuou em vários papéis, em novelas e propagandas. O mais
recente foi na novela “Travessia”, (TV Globo), interpretando a advogada
Juliana (2022).
Haonê Thinar – atriz, bailarina e modelo que está atuando como a Pam, na novela “Dona de mim” (TV Globo). Haonê é amputada da perna direita.
Manuela Trigo – atriz mirim que possui paralisia
cerebral, participa da série do GloboPlay, Aruanas, Manuela interpreta
Gabi, neta do personagem de Luiz Carlos Vasconcellos.
Luciano Mallmann, ator paraplégico que coleciona
inúmeras campanhas publicitárias, e recentemente, interpretou o
Carlinhos de “Elas por elas”, novela na TV Globo, também está na série
“Justiça 2”, do Globoplay, como “Carlinhos”.
Pedro Neschling – intérprete do personagem Eriberto
na novela “Renascer”, foi diagnosticado com deficiência auditiva aos 18
anos de idade. Também é escritor, roteirista e diretor de teatro e
cinema. É filho da atriz Lucélia Santos e do maestro John Neschling.
Pedro Fernandes – 33 anos de idade, com paralisia
cerebral com cognitivo preservado, ele brilha no personagem Peter da
atual novela das sete (TV Globo), “Dona de Mim”.
Giovanni Venturini, um ator com nanismo, atua na
segunda temporada da série “Justiça”, do Globoplay. Ele interpretou
Elias e a trama não envolve sua condição.
Camila Alves, intérprete de Gabriela em “Todas as
Flores”, novela do Globoplay, tem deficiência visual. Também trabalhou
como consultora na novela, ajudando a retratar o universo das pessoas
com deficiência.
É uma pequena mostra entre tantos outras estrelas com deficiência
que estão ocupando espaços na literatura, na música, nas artes
plásticas etc. Estão ali porque têm talento e isso deveria ser o
suficiente. A melhor estratégia é seguir ampliando espaços. Também é
preciso cobrar produções mais diversas, formar olhares mais inclusivos,
desde a base. Garantir que nossa presença não seja apenas lembrada em
datas específicas ou em personagens pontuais, mas que sejamos
consideradas como parte viva da cultura, da arte, da sociedade.
Para realizar os seus sonhos de profissão, as pessoas com
deficiência também atuam para aumentar a representatividade, naturalizam
a nossa vivência artística buscando espaço nos palcos, nas telas e onde
mais for possível expor não somente a deficiência de uma pessoa, mas a
prática do ofício de artista no melhor formato da “arte imitando a vida”
e esse movimento não pode mais parar!
* Carolina Ignarra é CEO da Talento Incluir
Sobre a Talento Incluir
A Talento Incluir, empresa com atuação pioneira em Consultoria,
Letramento, Empregabilidade e Capacitação das pessoas com deficiência,
já inseriu no mercado de trabalho mais de 9 mil profissionais com
deficiência. Fundada em 2008, sua missão é trazer dignidade para pessoas
com deficiência por meio da empregabilidade. Em toda a sua trajetória,
aplicou Programas de Inclusão 360º para formar e fortalecer a cultura de
inclusão em mais de 650 empresas de diversos setores em todo Brasil,
como Mercado Livre, Renner, Mondelez, Siemens Energy, Siemens
Healthineers, Organizações Globo, Sephora, Loreal, AstraZeneca, GRU
Airport, Eurofarma entre outras.
Data reforça direitos, promove maior conscientização e destaca iniciativas comunitárias de inclusão
A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla,
celebrada anualmente de 21 a 28 de agosto, é dedicada à conscientização e
à mobilização da sociedade para os imensos desafios enfrentados por
esses brasileiros – cerca de 2,6 milhões de pessoas se declaram com
deficiência intelectual ou mental (1,4% da população), de acordo com o
IBGE.
Para o Defensor Público Federal André Naves, a data representa a
oportunidade de reforçar o foco no debate público, lembrando que a
efetivação dos direitos da pessoa com deficiência intelectual e múltipla
exige ações concretas de todos os setores da sociedade. ” A inclusão
deve ser construída coletivamente, com o engajamento da sociedade civil,
das instituições públicas e privadas, e de cada cidadão que acredita em
uma nação mais justa e igualitária”, reforça.
Pessoas com deficiência intelectual enfrentam uma série de desafios
desde a infância. Um dos obstáculos mais recorrentes está no acesso à
educação de qualidade. Muitas vezes, as escolas não estão preparadas
para atender adequadamente às suas necessidades, seja por falta de
formação dos professores, ausência de adaptações curriculares ou mesmo
pelo preconceito no ambiente escolar. Isso limita as oportunidades
futuras desses indivíduos.
Outro ponto crítico é a inclusão no mercado de trabalho. Apesar de
existirem leis que incentivam a contratação de pessoas com deficiência,
ainda há uma escassez de oportunidades reais, especialmente para quem
tem deficiência intelectual. Barreiras como a falta de uma capacitação
específica, a resistência por parte de empregadores e colegas, e a
ausência de políticas efetivas de inclusão dificultam o ingresso e a
permanência no mundo do trabalho. Isso leva à uma dependência econômica
que pode perdurar por toda a vida.
A estigmatização social também é frequente. Muitas pessoas com
deficiência intelectual enfrentam atitudes discriminatórias que as
excluem de diversas esferas da vida comunitária. O preconceito, muitas
vezes enraizado em desinformação, reforça a invisibilidade e impede que
suas capacidades sejam reconhecidas e valorizadas. Essa exclusão se
reflete também na baixa autonomia, já que, em muitos casos, elas são
impedidas de tomar decisões sobre suas próprias vidas.
O acesso aos serviços de saúde é outro desafio. Profissionais muitas
vezes não estão preparados para lidar com as especificidades da
deficiência intelectual, o que pode resultar em diagnósticos
equivocados, tratamentos inadequados ou mesmo em negligência. Além
disso, a participação em atividades sociais, culturais e esportivas é
frequentemente limitada pela falta de acessibilidade e pela ausência de
políticas públicas voltadas à inclusão plena, o que contribui para o
isolamento social. A própria mobilidade urbana pode ser um entrave, já
que o transporte público nem sempre oferece condições adequadas para o
deslocamento seguro e autônomo.
O apoio familiar, embora essencial, muitas vezes é marcado por
sobrecarga emocional, falta de orientação e superproteção; e as famílias
tendem a restringir ainda mais a autonomia da pessoa com deficiência
intelectual e múltipla.
“Tudo isso reforça a necessidade de uma mudança cultural mais
profunda, baseada no respeito à diversidade, na valorização das
potencialidades e no reconhecimento dos direitos das pessoas com
deficiência intelectual. É um processo árduo de conscientização e luta”,
pontua o Defensor Público.
Instituições promovem sociabilização e inclusão
Diante deste cenário, André Naves ressalta a importância do trabalho
de instituições que promovem a inclusão social, como o Grupo Chaverim,
de São Paulo, que ajuda pessoas com deficiência intelectual e múltipla a
superar obstáculos e preconceitos. Um dos frequentadores do Chaverim é
Arthur Berl, de 69 anos, que além da deficiência intelectual, vive com a
limitação de ter de enxergar com apenas um dos olhos.
“O Chaverim ocupa um papel especial na vida do Arthur. Trouxe
segurança, acolhimento, amizades e a chance dele se manter ativo. Arthur
participa das atividades, se distrai e ainda contribui com seu
trabalho, lançando notas fiscais para a instituição. Ele frequenta o
Chaverim há quase 30 anos e, nesse espaço, se sente bem, seguro e
valorizado”, comenta Naves, que é conselheiro na instituição.
Uma oportunidade de avanço
Para o Defensor Público, a importância da Semana Nacional da Pessoa
com Deficiência Intelectual e Múltipla está em seu reconhecimento legal e
simbólico, que marca uma mobilização coletiva pela inclusão, alicerçada
em lei. “Esta é mais uma oportunidade de diálogo, de avanço, de
conscientização. Além disso, reforça o papel fundamental de iniciativas
comunitárias concretas: o Grupo Chaverim, a Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais (APAE), a Casa De David, a Fraternidade Irmã Clara,
entre tantas outras que estimulam o convívio social por meio de
atividades socioculturais e do apoio às famílias, fortalecendo vínculos e
promovendo a dignidade humana”, finaliza André Naves.
Encontro
nacional em Fortaleza reúne especialistas, famílias e educadores para
debater inclusão e novas estratégias de cuidado no Transtorno do
Espectro Autista
O Conect Autismo 2025 reunirá mais de 1.500 participantes, entre
profissionais da saúde, educadores, familiares e pessoas dentro do
espectro, nos dias 23 e 24 de agosto, em Fortaleza (CE). O encontro tem
como proposta a troca de experiências, conscientização e construção de
novas estratégias de cuidado.
A 1Pure, pioneira na importação de canabidiol para o Brasil, estará
presente no evento compartilhando sua experiência e reforçando sua
missão de pesquisar e desenvolver soluções à base de canabinoides,
conforme a legislação vigente, com alta qualidade para pacientes com
condições raras.
A empresa, fundada em 2014, conta com professores, cientistas,
pesquisadores e técnicos clínicos, se destacando por suas iniciativas em
estudos e pesquisas avançadas, ampliando o conhecimento sobre os
canabinoides e criando iniciativas de pesquisa, educação médica e
qualidade para o bem-estar dos pacientes.
Durante o Conect Autismo, a 1Pure estará presente com o Espaço 1PURE,
um estande exclusivo localizado em uma das áreas de maior visibilidade
do evento. No local, médicos serão recebidos para o 1PURE Talks, com
debates técnicos e ações educativas, além de terem acesso a conteúdos e
materiais de referência na área.
No Espaço 1PURE (salão nobre), a companhia promoverá atividades
focadas na prescrição responsável de canabinoides, com conteúdos
estruturados para médicos e demais profissionais da saúde, sempre em
conformidade com a legislação vigente e com ênfase na segurança do
paciente e na qualidade. “Nosso objetivo é contribuir com informação de
qualidade e boas práticas, fortalecendo o diálogo entre especialistas e a
rede de cuidado”, afirma Angellica Noguez, Diretora Comercial da 1Pure.
Programação no Espaço 1PURE
Sábado (23/08) – 1PURE Talks (exclusivo para médicos com CRM): 10h e 15h
Domingo (24/08) – Rodas de Conversa (profissionais da saúde credenciados no congresso): 10h30 e 15h