08/02/2021

Pessoas com deficiência intelectual ainda vivem estigma associado à falsa ideia de incapacidade

 Por Flavio Gonzalez

A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) deste ano trouxe, muito acertadamente, o tema “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”. A palavra estigma, que na sua etimologia significa sinal ou marca, se refere à identificação coletiva de um atributo individual, tomado socialmente como depreciativo, que diminui a pessoa estigmatizada, desacreditando-a, negando e desqualificando sua identidade, por ela apresentar um suposto “desvio” que contraria os padrões sociais. O estigma, portanto, é a negação da diversidade humana, uma vez que a considera uma indevida e indesejável exceção a normas.

No caso da deficiência intelectual, assim como nas doenças mentais, ao longo da História, amparada por valores e crenças de cada tempo e lugar, a sociedade sempre buscou segregar esses grupos, retirando-os da convivência com a comunidade em geral. Isso deixou marcas profundas no imaginário coletivo, e está, ainda hoje, na raiz do capacitismo estrutural que inferioriza e invisibiliza as pessoas, e impede a sua plena inclusão na sociedade.

Embora haja uma clara diferença entre deficiência e doença, ou seja, deficiência intelectual não é uma doença mental e vice-versa, apesar de até mesmo muitos profissionais confundirem essas condições, a sociedade sempre se referiu a este público, na verdade muito diverso, como incapaz, inferior ou inútil. Prova disso é que muitas expressões utilizadas como ofensas no cotidiano são justamente termos que em algum momento se referiram a pessoas com estas condições.

Palavras como “louco”, “débil mental”, “retardado”, “cretino”, entre outras, fazem parte do repertório ofensivo de quase todos nós. Isto fortalece o estigma e o perpetua na coletividade, sem que, na maior parte das vezes, tenhamos consciência deste fato. São os chamados vieses inconscientes, traços culturais tão arraigados que se propagam quase que espontaneamente. Vale ressaltar que, sejam pessoas com deficiência intelectual ou doença mental, o estigma nasce de velhas crenças, há muito ultrapassadas, e nada há que justifique a manutenção desses rótulos sociais que nos impedem de ver quem nós somos, no grande espectro que caracteriza a nossa humanidade e a individualidade de cada um.

Lembramos, ainda, que depressão, síndrome do pânico e outras condições de saúde mental, hoje tão presentes no nosso dia a dia, não nos permitem olhar para essas questões como se não nos dissessem respeito, como se fossem apenas do outro. O estigma, também aí, só agrava este cenário, pois neste caso recai não mais sobre um grupo, mas na verdade sobre a maioria, nesses nossos tempos, sobre todos nós.

A “nau dos insensatos”, uma espécie de embarcação mítica que carregava pessoas estigmatizadas pelos mares para que ficassem longe da sociedade, deu lugar, no mundo científico, aos manicômios e instituições fechadas, que foram palco de grandes horrores, inclusive no Brasil, isso sem demérito de profissionais dedicados que tentaram humanizar esses ambientes ao longo do tempo, sem muito sucesso. Por tudo isso, mais do que justo, é necessário e urgente, levar os jovens e a sociedade em geral a refletirem sobre este assunto, sobretudo no momento atual, em que vemos tentativas de retrocesso a instituições de segregação, seja no campo da educação, do emprego ou da saúde.

Neste chamado “Janeiro Branco”, em que campanhas de conscientização sobre a saúde mental tentam nos chamar a atenção sobre o tema, mais do que pensar em como prevenir ou tratar as chamadas doenças mentais, é indispensável reafirmar a diversidade humana, a neurodiversidade e a firme oposição a qualquer prática excludente que venha a repetir os erros do passado. Temos que construir uma sociedade para todos, na qual as diferenças individuais não apenas não são negadas, mas, pelo contrário, são celebradas como parte da riqueza humana, inerente a esse imenso ecossistema em que cada um de nós tem o seu lugar e o seu valor. Temos, também, que garantir o acesso à informação para ampliar o entendimento e os apoios tanto para quem tenha deficiência intelectual quanto aos que vivem as doenças mentais em suas vidas, para finalmente banir do imaginário social esses estigmas que, além de em nada contribuírem com o avanço da sociedade, apenas revelam aspectos refratários de um processo civilizatório ainda em construção.

autor

*Flavio Gonzalez é psicólogo e Executivo de Negócios Sociais do Instituto Jô Clemente (antiga Apae de São Paulo)

Fonte  https://revistareacao.com.br/pessoas-com-deficiencia-intelectual-ainda-vivem-estigma-associado-a-falsa-ideia-de-incapacidade/

Postado por Antônio Brito 

06/02/2021

Que comece a contagem regressiva: menos de um ano até as Olimpíadas Especiais Jogos Mundiais de Inverno de Kazan 2022

Erik Martensson / Olimpíadas Especiais

Daqui a menos de um ano, os Jogos Olímpicos Mundiais de Inverno de 2022 terão início em Kazan, Rússia. 

Mais de 2.000 atletas da Special Olympics de mais de 100 países competirão em sete esportes e contarão com o apoio  de 3.000 voluntários.

Os Jogos Olímpicos Mundiais de Inverno de Kazan 2022 irão mostrar o poder de um mundo de inclusão, igualdade, bondade e alegria. Os Jogos têm como objetivo criar comunidades inclusivas, transformando as atitudes em relação às pessoas com deficiência intelectual na Rússia e em todo o mundo.

Mary Davis, CEO da Special Olympics, disse: “A Special Olympics tem orgulho de sediar os Jogos Mundiais de Inverno de 2022 em Kazan, na Rússia. Kazan se estabeleceu como uma cidade capaz de sediar os principais eventos esportivos internacionais, e estou confiante de que os Jogos Mundiais de Inverno 2022 deixará um legado duradouro de inclusão na Rússia e mostrará ao mundo que o esporte é um catalisador para a inclusão e a paz. “

Com 130.000 atletas, a Special Olympics Rússia hospeda 5.000 eventos esportivos para pessoas com deficiência intelectual em um ano típico. Os Jogos Mundiais de Inverno em Kazan ajudarão as Olimpíadas Especiais da Rússia a criar inclusão social para cerca de três milhões de pessoas com deficiência intelectual no país.

Olga Slutsker, presidente das Olimpíadas Especiais da Rússia, disse:  Os Jogos Mundiais de Inverno de Kazan criarão uma atmosfera de alegria e bondade, quebrando barreiras e convenções. Quando se trata de inclusão de pessoas com deficiência intelectual, vemos que somos mais parecidos do que nós somos diferentes. Os esportes têm o poder de unir as pessoas, e os Jogos Mundiais de Inverno de Kazan 2022 criam uma cultura inclusiva na Rússia e em todo o mundo. “

Considerada a capital do esporte da Rússia, Kazan tem um profundo patrimônio esportivo e as instalações esportivas, a infraestrutura e a base de voluntários estabelecida da cidade já sediaram muitas competições esportivas de nível mundial. Os Jogos Mundiais de Inverno de Kazan 2022 marcarão a primeira vez que as Olimpíadas Especiais trouxeram uma competição global para a Rússia.

Os atletas da Special Olympics e parceiros do Unified terão a oportunidade de competir em sete esportes: esqui alpino, snowboard, floorball, esqui cross-country, patinação artística, patinação de velocidade em pista curta e caminhada na neve.

O impacto de todos os Jogos Mundiais da Special Olympics é duradouro. Os jogos recentes deixaram legados de mudanças nas políticas, investimentos financeiros e mudanças mensuráveis nas atitudes.

Além das competições esportivas, os Jogos Olímpicos Mundiais de Inverno de 2022 se concentrarão na expansão da programação da organização em saúde, educação e liderança para atletas.

Sobre as Olimpíadas Especiais

Fundado em 1968 , o Special Olympics é um movimento global para acabar com a discriminação contra pessoas com deficiência intelectual. Promovemos a aceitação de todas as pessoas por meio do poder do esporte e da programação na educação, saúde e liderança. Com mais de seis milhões de atletas e parceiros da Unified Sports em mais de 190 países e territórios e mais de um milhão de treinadores e voluntários, a Special Olympics oferece mais de 30 esportes do tipo olímpico e mais de 100.000 jogos e competições todos os anos. Envolva-se conosco no: Twitter , Facebook , YouTube , Instagram , LinkedIn e nosso blog no Medium. Saiba mais em www.SpecialOlympics.org.

 

Sobre as Olimpíadas Especiais da Rússia

A Special Olympics Rússia foi fundada em 1999 e é um dos maiores programas nacionais do movimento global da Special Olympics. Na Rússia, cerca de 130.000 pessoas com deficiência intelectual estão envolvidas na educação física e cerca de 5.000 eventos de cultura física em nível municipal, regional e em todos os níveis russos são realizados anualmente no âmbito do programa Special Olympics Rússia. Atualmente, existem escritórios regionais da Special Olympics em 62 regiões da Rússia. Atletas russos com deficiência intelectual participam de torneios internacionais anualmente no programa Special Olympics Rússia, com atletas ocupando várias posições de liderança.

A Special Olympics oferece treinamento esportivo ao longo do ano em uma variedade de esportes do tipo olímpico para crianças e adultos com deficiência intelectual. O treinamento de futuros participantes da Special Olympics já começou na Rússia. Atletas russos com deficiência intelectual podem ingressar em uma equipe de sua região no site: https://specialolympics.ru/programs .

Fonte: https://revistareacao.com.br/que-comece-a-contagem-regressiva-menos-de-um-ano-ate-as-olimpiadas-especiais-jogos-mundiais-de-inverno-de-kazan-2022/

Postado por Antônio Brito 

05/02/2021

Itaí, cidade do interior de SP, oferece programa de esportes para crianças com TEA

A Prefeitura Municipal de Itaí, interior de São Paulo,  através do Departamento de Esporte, Lazer e Recreação lançará o programa desportivo “Mente Única”, programa destinado e desenvolvido para crianças com  Transtorno do Espectro Autismo (TEA).

As atividades desportivas ministradas serão basquetebol e futebol adaptado. Por serem esportes coletivos, o basquete e o futebol são considerados ótimas opções para incentivar a socialização e coordenação motora, além de aprimorar o foco e atenção.

“Itaí será a pioneira no Estado de São Paulo a desenvolver esse projeto, que teve início em Curitiba-PR, o município pioneiro no Brasil a desenvolver esse projeto. Nosso esporte é especial, somos cidadãos com os mesmos direitos”,  explicou o Diretor de Esportes Harold Hatzfeld Jr.

As aulas serão uma vez por semana, às quartas-feiras no Ginásio de Esportes Irineo Miranda, no Jardim Planalto.

As inscrições serão efetuadas no Departamento de Esportes, anexo à piscina, situado à Rua José Antunes de Oliveira, 690 – Vila Florentino Dognani- Tel. (14) 3761-3933.

Fonte  https://revistareacao.com.br/itai-cidade-do-interior-de-sp-oferece-programa-de-esportes-para-criancas-com-tea/

Postado por Antônio Brito 

Campeonato Mundial de bocha será em janeiro de 2022 no Rio de Janeiro

A BISFed (Federação Internacional de Bocha) anunciou que o Rio de Janeiro será cidade-sede do próximo Campeonato Mundial de bocha, em 2022. O evento será no mês de agosto na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico do Rio.

A candidatura do Brasil, submetida em outubro de 2020, para sediar a competição foi realizada pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE), responsável nacionalmente pela modalidade. Outras duas cidades concorreram com o Rio de Janeiro: Portimão (Portugal) e Sevilha (Espanha).

Ao todo, são esperados 176 atletas da elite mundial da modalidade que disputarão 11 medalhas em oito dias de competição. Serão utilizadas as Arenas Cariocas 1 e 2, sendo a segunda apenas para a fase de aquecimento. Este será o primeiro Mundial com a separação de gêneros no individual, que acontecerá após os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.

O Mundial de bocha é realizado a cada quatro anos e o Brasil já sediou uma edição, em 2006, também no Rio de Janeiro, na praia de Copacabana. As edições seguintes foram Lisboa 2010, Pequim 2014 e Liverpool 2018.

Nos últimos anos, a ANDE realizou duas grandes competições da modalidade: o Open Regional de bocha, em 2018, e a Copa América, ambas no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.

Para a edição do Mundial em 2022, a ANDE convidou o jogador de bocha e designer Thulio Toledo, da classe BC3, para criar toda a identidade visual do evento.

Fonte: Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE) e  Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro

Postado por Antônio Brito 

Cartórios do Rio Grande do Sul tem prazo de um ano para oferecer atendimento em LIBRAS

Os cartórios do Rio Grande do Sul têm prazo de um ano para oferecer atendimento a pessoas surdas ou mudas que se comunicam por LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais.

A disposição consta de provimento assinado no dia 22/1 pela Corregedora-Geral da Justiça, Desembargadora Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, e atende à necessidade de adequação ao Estatuto da Pessoa com Deficiência ou Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015).

O documento da CGJ altera o artigo nono da Consolidação Normativa Notarial e Registral do Estado do Rio Grande do Sul, que ganha um parágrafo com a seguinte redação: “O surdo ou mudo poderá exprimir sua vontade por meio da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), devendo os Serviços Notariais e de Registros disponibilizar tecnologia assistiva ou preposto com capacitação para realizar a respectiva tradução”.

O Provimento nº 001/2021 passará a vigorar um ano depois da data de sua publicação. Acesse a íntegra:

https://www.tjrs.jus.br/static/2021/01/Provimento-No-001-20201-CGJ-Regulamenta-a-acessibilidade-para-surdos-e-mudos-nos-Servicos-Notariais-e-de-Registro.pdf

Fonte  https://revistareacao.com.br/cartorios-do-rio-grande-do-sul-tem-prazo-de-um-ano-para-oferecer-atendimento-em-libras/

Postado por Antônio Brito 

04/02/2021

Semáforos sonoros são instalados em Recife

Descrição da imagem #PraCegoVer: Ilustra a matéria Semáforos sonoros são instalados em Recife, a fotografia de um homem pardo com deficiência visual. Ele tem cabelos curtos, usa camiseta gola polo azul, máscara hospitalar na mesma cor, e está parado em frente ao equipamento, enquanto aperta o botão do semáforo sonoro. À sua frente é possível ver uma moto em movimento, um ciclista, uma árvore, parte da rua e das faixas de pedestres. Creditos: Daniel Tavares/PCR
Capital pernambucana implanta semáforo inovador para acessibilidade de pessoas cegas
Segundo assessoria de imprensa da CTTU, 26 novos semáforos sonoros são instalados em Recife, que terá 80 equipamentos similares até o final do ano

Com o objetivo de garantir autonomia na mobilidade e mais segurança viária para pessoas com deficiência no Recife, a Prefeitura da Cidade, por meio da Secretaria de Política Urbana e Licenciamento e da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), passou a implantar semáforos com uma tecnologia inovadora para pessoas cegas.

Ao todo, segundo nota da assessoria de imprensa, já são 26 equipamentos distribuídos na cidade e os locais priorizados são as áreas de maior interesse desse público-alvo, como o Instituto de Cegos , no bairro das Graças. Esses locais para implantação são escolhidos em parceria com representantes da categoria de pessoas cegas.

Diferentes dos equipamentos usados anteriormente, o novo semáforo traz o foco sonoro com uma frequência mais baixa e concentrada no próprio aparelho, o que ajuda a pessoa cega a se posicionar melhor na via. Além disso, as instruções para uso estão colocadas em braile, o sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão.

Na prática, os usuários devem utilizar o botão como um semáforo de pedestres comum, mas pressionar por três segundos a fim de que o modo sonoro seja ativado. Daí, então, o equipamento informa que a travessia foi solicitada, para que o cidadão aguarde. No momento oportuno para travessia, o ritmo do som passa a ser mais acelerado e a frequência, mais alta, o que sinaliza a segurança para fazer a travessia.

Detalhe das instruções em braille nos novos equipamentos para o texto Semáforos sonoros são instalados em Recife
Descrição da imagem #PraCegoVer: Imagem mostra em detalhe a mão de uma pessoa fazendo a leitura das instruções em braile gravadas no equipamento, sobre como utilizar o mesmo. Creditos: Daniel Tavares/PCR

A presidente da CTTU, Taciana Ferreira, destaca a prioridade que o órgão tem dado aos pedestres e a importância de contemplar pedestres cegos ou com baixa visão:

“A política de trânsito focada na mobilidade das pessoas precisa olhar para a necessidade de cada um e atendê-las. Eu fico entusiasmada com a parceria de representantes desse segmento em nos trazer essa demanda para que possamos atender e dar mais segurança na travessia de pedestres contemplando, também, as pessoas cegas. Estamos mapeando as áreas de maior interesse desses grupos para, então, ampliar os equipamentos gradualmente em toda a cidade”, destaca a gestora.

O gerente da pessoa com deficiência da Secretaria Executiva de Direitos Humanos do Recife, Paulo Fernandes, chama atenção para a autonomia que esse tipo de equipamento dá para pessoas cegas ou com baixa visão. “Hoje, no Recife, pelo menos 22% da população tem alguma deficiência visual e o investimento desses equipamentos no trânsito traz autonomia para a gente atravessar ruas e avenidas com mais segurança”, destaca.

Os novos equipamentos obedecem à resolução 704/2017 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O objetivo da CTTU é de que, até o final de 2021, sejam implantados 80 aparelhos com essa tecnologia. Além dos 26 novos equipamentos, a cidade possui, atualmente, 67 com a antiga tecnologia, que serão substituídos.

Homem acionando botão do equipamento para artigo Semáforos sonoros são instalados em Recife
Descrição da imagem #PraCegoVer: Mais foto mostrando em detalhes uma mão que aciona o botão do semáforo sonoro. Ao fundo, em segundo plano, placas de sinalização do trânsito, e mulher com máscara hospitalar aguardando para atravessar a rua. Créditos: Daniel Tavares PCR.

Fonte  https://jornalistainclusivo.com/semaforos-sonoros-sao-instalados-em-recife/

Postado por Antônio Brito 

Cálculo de Rampas Acessibilidade

Sabe como se faz para calcular inclinações de rampas? Essa é a fórmula usada.
i - corresponde a inclinação em percentual;
h - é a altura a ser vencida;
c - é o comprimento da projeção horizontal.
Lembrando que a inclinação máxima permitida pela NBR9050 é 8,33% para novas construções e até 12,5% para locais existentes. 5% é uma inclinação considerada confortável e indicada sempre que possível.
Para o comprimento, é preciso verificar a extensão máxima para a inserção de patamares. Tem uma tabelinha na NBR9050 que deve ser consultada nesses casos. .

#acessibilidade #accessibility #saibamaisacessibilidade #inclusao #rampas #nbr9050
Fonte  https://www.facebook.com/groups/lesionadomedular/permalink/3761890713864529/
Postado por Antônio Brito 

CPB divulga informações para processo de inscrição do programa Bolsa Atleta 2021

O Departamento Técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) divulgou nesta quarta-feira, 3, informações para concessão do Bolsa Atleta, programa da Secretaria do Esporte, do Ministério da Cidadania.  

Para as modalidades atletismo, natação, tiro esportivo e halterofilismo, das quais o CPB atua como confederação, há uma lista referente a eventos ocorridos em 2019 que são válidos para inscrição. 

As inscrições tiveram início no dia 26 de janeiro e se estenderão até o dia 15 de fevereiro. A principal novidade deste ano é o sistema digital da Secretaria pelo qual devem ser realizadas as inscrições e o acompanhamento dos processos de análise e concessão do benefício. Acesse aqui o novo edital. 

O prazo final para envio dos documentos comprobatórios também é 15 de fevereiro e toda e qualquer dúvida em relação ao processo de inscrição deve ser sanada pela Secretaria do Esporte pelos meios de contato informados na página.


LEIA MAIS 

Bolsa atleta: governo federal lança edital com sistema digital para inscrições 

A indicação dos rankings nacionais compilados de 2019 e 2020 foi discutida com o Conselho de Atletas do CPB e posteriormente aprovada pela Diretoria Técnica. Devido à paralisação do calendário esportivo provocada pela pandemia Covid-19, este ano serão consideradas competições realizadas em 2019. 

As solicitações de declaração das modalidades que o CPB atua como confederação nacional devem ser encaminhadas para o e-mail bolsa.atleta@cpb.org.br.


Lista De Eventos Indicados Pelo CPB Como Válidos Para Pleito: 

- Paralimpíadas Escolares 2019; 
- Paralimpíadas Universitárias 2019; 
- Rankings Nacionais de Atletismo, Natação e Halterofilismo compilados dos anos de 2019/2020 – documentos disponíveis abaixo); 
- Ranking Nacional de Maratonas 2019; 
- Ranking Nacional de Tiro Esportivo 2019; 
- Campeonatos Brasileiros de Atletismo, Natação e Halterofilismo de 2019; 
- Campeonato Mundial de Jovens de Atletismo Nottwil 2019; 
- Campeonato Mundial de Atletismo Dubai 2019; 
- Campeonato Mundial de Natação Londres 2019; 
- Campeonato Mundial de Halterofilismo Nur-Sultan 2019; 
- Campeonato Mundial de Tiro Esportivo Sydney 2019; 
- Jogos Parapan-Americanos Lima 2019; 
- Jogos Paralímpicos Rio 2016.
 

 Confira Abaixo Os Rankings Nacionais De Atletismo, Halterofilismo E Natação De 2019/2020: 

Acesse aqui o Ranking nacional de atletismo 2019/2020 
Acesse aqui o Ranking nacional de halterofilismo 2019/2020 
Acesse aqui o Ranking nacional de natação 2019/2020 

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro

Fonte  https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3182/cpb-divulga-informacoes-para-processo-de-inscricao-do-programa-bolsa-atleta-2021

Postado por Antônio Brito 

População PCD de Santo André, SP, ganha Centro Paralímpico de Atividades Esportivas e de Lazer

Foto: Helber Aggio/PSA

Em um trabalho conjunto de diferentes secretarias, a Prefeitura de Santo André, SP, conquistou um contrato de pouco mais de R$ 2 milhões para reformar e modernizar o Centro Comunitário Esportivo, espaço localizado no bairro Santa Terezinha, que abrigará o Centro Paralímpico de Atividades Esportivas e de Lazer.

O complexo terá dupla função, atendendo alunos PCDs (pessoas com deficiência) durante a semana, nos períodos da manhã e tarde, além da população local, com diferentes atividades, somando ainda aulas de natação e hidroginástica durante a semana a noite, e recreação aos finais de semana. O montante é oriundo do Ministério da Cidadania, do Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Esporte, Lazer e Inclusão Social.

“Este espaço tem uma história muito grande com toda a população do entorno e agora vamos trazer mais uma política pública importante, pensando na inclusão e até no alto rendimento. Destacamos também a importância de estar no 2º subdistrito, mostrando a nossa atenção com a região, resolvendo demandas e trazendo novidades em diferentes programas”, comentou o prefeito Paulo Serra, que ainda aproveitou para divulgar que o segundo Núcleo da Natação Adaptada (Nanasa) será incluído ao equipamento.

A previsão de atendimento chega a 150 alunos PCD e 2.000 munícipes em geral. O equipamento abriga uma quadra poliesportiva, uma piscina semiolímpica e outra menor, e área administrativa, necessitando de adequações para atendimento da população, como reformas gerais, incluindo a cobertura, aquecimento a gás e tratamentos das águas das piscinas, adequação da quadra para abrigar modalidades específicas para PCDs e acessibilidade geral. Após a tramitação do projeto, as obras devem ser inicializadas até o início do segundo semestre.

“Estamos à disposição para contribuir para que a pessoa com deficiência tenha acesso em especial ao esporte. Nossa vocação é atuar desde a iniciação até chegar ao alto rendimento. Estamos formando profissionais de educação física para atendermos esse público e assim criar mais espaços inclusivos para todos. Garantir para as crianças o contato com o esporte para trazer resiliência, autoestima e produzir cada vez mais”, disse o superintendente administrativo financeiro do Comitê Paralímpico Brasileiro, Nelson Hervey Costa.

Estão envolvidas nesta ação a Secretaria de Esporte e Prática Esportiva, a Secretaria da Pessoa com Deficiência e a Unidade de Planejamento Estratégico, que em parceria buscam organizar ações conjuntas para o desenvolvimento de modalidades e eventos que ampliem a possibilidade de participação de pessoas com deficiência, tanto no esporte quanto no lazer.

A Prefeitura vem buscando melhorias para o público PCD em diferentes áreas, como adaptação nos parques e praças, na Saúde com o Reabilita – Centro Especializado em Reabilitação tipo IV, onde são realizados atendimentos para pessoas com deficiência auditiva, visual, intelectual e física, no Esporte com atividades no judô, natação e basquete, entre outras ações.

Fonte: https://revistareacao.com.br/populacao-pcd-de-santo-andre-sp-ganha-centro-paralimpico-de-atividades-esportivas-e-de-lazer/

Postado por Antônio Brito 

Primeira Infância: ‘Quem não foi cuidado não consegue cuidar’

De acordo com a formadora de professores, Elza Corsi, o cuidado é fundamental para o desenvolvimento da autonomia e para a formação de seres humanos éticos

Relacionar-se com o outro e consigo mesmo. As experiências vividas na primeira infância são essenciais para desenvolver habilidades, adquirir autonomia e construir uma postura em relação ao mundo. “As crianças aprendem a cuidar de si e dos outros ao serem cuidadas”, afirma Elza Corsi, fundadora do Instituto Avisa Lá, instituição que forma professores e gestores da Educação Infantil.

De acordo com ela, as oportunidades oferecidas por professores e pelo ambiente escolar têm um impacto profundo na formação ética dos sujeitos. Nesse contexto, momentos como trocar fralda, lavar as mãos e se alimentar não devem ser entendidos como rotinas mecânicas, mas como ações educativas. “O professor não só acompanha, mas deve estimular que a criança vá se cuidando, construindo e incorporando hábitos de bem estar e saúde para que se tornem rotina no futuro.”

Elza Corsi é nutricionista e bióloga formada pela USP – Universidade de São Paulo, com especialização em Saúde Pública pela mesma instituição. Dirigiu três creches da rede direta da Polícia Militar de São Paulo. É fundadora do Instituto Avisa Lá e possui extensa experiência como formadora de professores e gestores da Educação Infantil.

Em entrevista ao Lunetas, ela apresenta três conceitos que permeiam o “cuidado” com crianças em ambientes coletivos e reflete como exercitá-los no cotidiano de creches e pré-escolas.

Confira o bate-papo!

Lunetas: A ideia do “cuidado” está bastante presente na formação de professores da Educação Infantil e orienta o planejamento do trabalho em creches. De que tipo de “cuidado” estamos falando?

Elza Corsi: Precisamos conceituar o que é “cuidar” e para isso podemos utilizar alguns autores, entre eles o Leonardo Boff, um teórico humanista de fácil entendimento. Ele apresenta uma visão sobre o “cuidado do outro”, que significa cuidar de tudo: da casa, da rua, do planeta. “Cuidar do outro” é zelar, ter sintonia com aquilo que te envolve, é entender o outro e reconhecer suas necessidades. Boff defende a importância dessa discussão para o paradigma atual, em que impera a ausência de um olhar atento em relação ao próximo.

Construir o “cuidado do outro” passa pela generosidade, pelo reconhecimento de que o outro é tão humano quanto você. Não se pode estar bem se outra pessoa está em sofrimento. Esses elementos contribuem para a formação de um ser humano ético.

Lunetas: E como explicar o “cuidado de si”?

Elza Corsi: Para isso trabalhamos com o Michel Foucault, especialmente com um conceito apresentado em sua última aula no Collège de France, em que ele levanta a questão do “cuidar de si”, do ponto de vista não apenas físico, mas ético. Nesse sentido, ele afirma que a humanidade só poderá se salvar se construirmos sujeitos éticos e humanos. Esse “cuidado de si”, portanto, não é um cuidado egoísta, mas uma forma de estar no mundo, praticar ações e ter relação com os outros. Pensar o que somos e o que desejamos ser. E para interagir é preciso compreender que o outro é alguém com necessidades diferentes das suas.

“Cuidar de si” é transformar-se cotidianamente, é transfigurar-se.

Por último, um terceiro conceito com o qual trabalhamos é o de “autocuidado”, que significa cuidar de si a partir da ideia de promoção da saúde.

Istock

Quem nunca foi cuidado não vai conseguir cuidar de si ou se constituir como ético. Se a criança não foi atendida, como saber do que precisa ou reconhecer suas necessidades?

Lunetas: Como trabalhar esses conceitos de “cuidado” na prática de creches e pré-escolas, considerando que são locais coletivos e com crianças de diversas realidades sociais?

Elza Corsi: O primeiro grande exercício é o de aprender a olhar cada criança em sua individualidade, reconhecendo o que ela constrói, o que é único dela. E já que a linguagem é o primeiro objetivo da escola, eu proponho aos professores tentar construir a narrativa de algumas crianças, fotografando três momentos (início, meio e fim) delas em atividades. Essa narrativa deve ir para a parede da escola. Toda vez que algum adulto chegar para conversar com a criança, a criança pode mostrar o que ela fez, o que ela falou, mesmo sem saber onde está escrito. Isso dura algum tempo, mas ajuda a perceber que a criança reconhece sua narrativa, ela sabe que está ali, que fez bem e que a professora viu.

Lunetas: Algumas atividades como troca de fraldas, alimentação ou higiene em geral são vistas como algo mecânico, separadas do aprendizado. Mas como estes momentos podem ser repensados a partir deste olhar integrador do “cuidado”?

Elza Corsi: Por exemplo, na troca de fraldas: é preciso acompanhar o movimento da criança e reconhecer o que ela está dizendo. Se ela está oferecendo o braço em vez da perna, o adulto deve ler essa iniciativa. Assim como nas outras atividades do cotidiano de atendimento, respondendo e investindo para que crianças tomem iniciativas. Quando a criança é muito pequena o que está em jogo é o “cuidar do outro”.

Temos que olhar o “cuidado do outro” como construção de identidade. Quem nunca foi cuidado não vai conseguir cuidar de si ou se constituir como ético. Se a criança não foi atendida, como saber do que precisa ou reconhecer suas necessidades?

Lunetas: Em quais outros momentos do cotidiano podemos pensar no cuidado?

Elza Corsi: Quando a criança está maior, há uma série de ações ligadas a cuidados pessoais, como lavar a mão, assoar o nariz, aprender a dizer que precisa ir ao banheiro. O professor não só acompanha, mas deve estimular que a criança vá se cuidando, construindo e incorporando hábitos de bem estar e saúde para que se tornem rotina no futuro. O brasileiro é bom de banho, mas é ruim de mão. Passamos água, mas não fazemos os movimentos indicados de boa higienização. É importante recordar que 82% das doenças infecto-contagiosas são transmitidas através da mão. Então ensinar esses procedimentos é um ato de amor por parte do professor. Quando há formas de acesso à torneira, ao sabonete e ao papel, as crianças lavam as mãos de forma rápida e eficiente. Uma criança de três anos me disse: “Quando eu lavo a mão, minha mão canta”. Ela estava se referindo ao barulhinho das mãos sem gordura. É uma grande descoberta para ela.

Lunetas: E a relação com a comida?

Elza Corsi: Tudo isso vale para escovar os dentes, organizar a mochila ou para a alimentação independente quando a criança apresenta competências motoras para se servir e decidir o que quer comer. Escolas precisam de atividades ligadas a culinária e degustação, pois elas ajudam a explorar o mundo da comida. A comida é uma questão de identidade nacional, regional e individual. Há um jeito próprio de comer e organizar o prato. O exercício de tentar comer sozinho é que vai revelando quem é essa pessoa, do que ela gosta. E a criança tem o direito de decidir do que gostar, de ser apresentada a comida de um jeito bonito, interessante e desafiador.

É preciso organizar a rotina dos cuidados de uma forma desafiadora, que acredite na competência das crianças quando oferecemos a elas condições de realizar as tarefas. E elas fazem isso melhor do que nós.”

Lunetas: Além de cuidar do corpo, quais são as outras facetas do “cuidado”?

Elza Corsi: Uma delas é o cuidado do ambiente e dos materiais. É possível colocar dentro do planejamento escolar o momento de arrumar a mochila, caso a criança já reúna condições para isso. Elas adoram, pois se sentem grandes e importantes. Depois de um tempo, elas passam a organizar sozinhas e cuidar das suas próprias coisas e da sala em geral. Outra faceta é o cuidado do movimento, do brincar dentro da escola e nos espaços externos. Deve-se estimular a criança a usar o corpo de forma prazerosa, a partir de jogos, para que valorizem o movimento e não se tornem adultos sedentários.

Lunetas: Você pode dar um exemplo de uma boa mediação por parte de professores?

Elza Corsi: As crianças apresentam muitos conflitos entre elas. Quando perdem seus brinquedos para outras crianças, por exemplo, elas lidam com frustração, raiva e sentimentos que ainda não sabem de onde vem e nem sabem nomear. Nesse momento, o professor pode ajudá-las a nomear e descobrir o que elas estão sentindo. Dar nome aos sentimentos acalma e ajuda o crescimento emocional dessa pessoa ao retirá-la da angústia. Se uma das consequências desses sentimentos foi morder ou machucar seus pares, o professor também pode ajudar a criança a fazer uma reparação: não apenas sugerir abraçar o colega quando se está bravo, mas pedir para ajudar a botar remédio, botar gelo. Com isso a criança se dá conta das consequências e começa a entender que cometeu um erro, mas que pode repará-lo. Poucas coisas na vida são irreparáveis e os erros podem ser construtivos.

A criança passa a reconhecer que há ações que não são boas para os outros, então não são boas para si mesma. Isso ajuda a formar sujeitos altruístas e éticos, valores de que a humanidade está precisando muito.

Essas são construções que deveriam existir em todas as escolas, pois preparar o sujeito para a convivência social é uma tarefa desse espaço coletivo. A família apresenta outra função. Na família há hierarquias, não há pares, mas crianças de diferentes idades. Na escola se aprende a conviver com o vizinho e perceber que ele também tem necessidades.

Fonte  https://lunetas.com.br/primeira-infancia-quem-nao-foi-cuidado-nao-consegue-cuidar/

Postado por Antônio Brito