Prepara o lenço porque essa história é linda demais pra não chorar… Um garoto de apenas 10 anos iniciou uma campanha na sua escola para arrecadar lacres de latinhas de alumínio e trocar por uma cadeira de rodas motorizada para a sua professora.
Gabriel Jesus disse que quer dar a cadeira para a tia Eliana Oliveira ter mais conforto e mobilidade. “Eu gostei muito dela, vi que ela faz muito esforço e vou dar uma cadeira motorizada pra ela”, disse ele.
“Fiquei bastante surpresa por essa ação voluntária e eu nem percebi que ele tava prestando atenção, olhando, se interessando e o objetivo dele era juntar e poder comprar uma cadeira melhor do que a que eu tinha. Eu fiquei emocionada quando eu vi que ele queria ir nas outras salas pedir para contribuírem, envolver toda a escola de uma maneira que ele pensou em tudo”, disse a professora.
A mãe do garoto, Geise Damasceno, explicou que Gabriel viu na internet uma campanha que troca lacres de latas de alumínio por cadeiras de rodas. “A ideia surgiu daí. Ele me disse que a professora cansava muito com a cadeira que ela tem, que é ruim e que esse era o sonho e a vontade dele, foi uma iniciativa dele e uma atitude de coração”, disse a mãe.
A Escola Municipal Vereadora Astrea Barral Nebias fica em Mogi das Cruzes (SP). A campanha idealizada por Gabriel Jesus tem o apoio da direção. Pra conseguir o feito, Gabriel precisa juntar 160 garrafas de 2 litros de lacres: ele já conseguiu 32 garrafas. “Eu estou empolgado”, disse.
Eliana é professora há oito anos. Ela conta que no início sofreu bastante com a falta de acessibilidade, mas a escola onde trabalha hoje é totalmente acessível. Para ajudá-la dentro da sala de aula, ela escolhe um dos alunos para empurrar a cadeira quando precisa, e foi aí que Gabriel percebeu o tamanho da dificuldade para a Eliana se deslocar.
A professora nunca conseguiu adquirir uma cadeira motorizada, que custa no mínimo R$ 6 mil. Com o orçamento apertado, ela compra cadeiras de até R$ 2 mil, dividindo o pagamento em 10 vezes, que é a forma que ela consegue pagar.
“A cadeira [motorizada] ajudaria bastante”, avaliou.
Ela sabe que é difícil conseguir uma cadeira de rodas motorizada com lacres de latinhas de alumínio. Mas, mesmo precisando da cadeira, disse que abriria mão para ajudar pessoas que não têm sequer uma cadeira de rodas normal.
“Mesmo com todos os contras, eu incentivei Gabriel porque eu não queria estragar esse momento tão mágico. E se conseguirmos a cadeira, eu posso até doar para a escola, para quem não tem e precisa”, disse.
Empatia e solidariedade são valores trabalhados na escola
Desde o massacre na Escola Municipal Raul Brasil, em Suzano (SP), em 2019, que deixou 10 mortos, as escolas das cidades vizinhas passaram a trabalhar valores como empatia e solidariedade com os alunos, e é assim também na escola do Gabriel e da Eliana.
“A gente inicia o ano falando sobre essas questões, sobre a necessidade de prestar a atenção no outro, de não fazer bullying. Isso tudo me aproximou muito dos nossos alunos. Eu me apeguei muito, ficou mais forte ainda. Eu amooooo os meus alunos”, disse Eliana.
Eliana mora em Suzano e sabe bem o quanto é importante a relação entre escola e comunidade.
“A educação cria laços de afetividade e empatia desde o relacionamento como é construído, escola e comunidade, aluno, essa ponte de convivência. A gente passa metade do dia juntos, passa mais tempo com eles do que com a família e acaba se envolvendo, tanto o docente na vida do aluno quanto o aluno na vida do professor e vai se consolidando durante o tempo. Respeito, carinho, consideração, amizade, parceria, prestar a atenção ao outro”, disse.
Professora ficou paraplégica ao ser atingida por um tiro durante assalto
A vida de Eliana sempre é marcadas por dificuldades e muita resiliência. Ela nasceu em uma família humilde de São Caetano do Sul (SP), filha de um torneiro mecânico e uma dona de casa.
Depois se mudou para Suzano e quanto tinha 18 anos, sofreu um tiro durante uma tentativa de assalto. O disparo atingiu a medula e o pulmão. Ela tinha acabado de ser mãe e estava com um bebê de oito meses.
“Foi o meu filho que me deu forças pra lutar pela vida. Entrei em coma… fui ressuscitada três vezes. Foi terrível lutar pela vida e ter um filho me deu forças pra sobreviver”, relatou.
Eliana ficou internada por dois meses e perdeu cerca de 20 kg. O marido a deixou e foi sua mãe quem cuidou dela nos primeiros meses. “Resolvi voltar a estudar, encarar a vida mesmo numa cadeira de rodas, concluí o Ensino Médio com a ajuda do meu pai que me levava na escola”, relembra.
Depois ela tirou carteira de habilitação e passou no primeiro concurso para merendeira de uma escola em Mogi das Cruzes (SP). “Trabalhei aproximadamente 5 anos em escola, onde percebi que podia trabalhar com crianças. Fiz o Enem, consegui uma bolsa de pedagogia, exonerei o cargo, estudei e voltei após 3 anos como professora”, narrou.
Há três anos ela conheceu um novo amor, com quem se casou em 2018. “Encontrei o amor da minha vida. Quando estou com meu esposo daí não tem limites”, se declarou.
Nossa, a Eliana é uma guerreira, né?! Com certeza sua história é uma lição de vida para os seus alunos. E o Gabriel também nos ensina bastante. Nota 10 pra vocês!
Fonte https://razoesparaacreditar.com/aluno-cadeira-de-rodas-professora/?utm_source=facebook&utm_medium=post&utm_campaign=rpa&utm_content=aluno-junta-lacres-latinhas-aluminio-comprar-cadeira-rodas-motorizada-professora
Postado por Antônio Brito
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