23/09/2025

Estudantes surdos da UFSC sofrem com falta de intérpretes de libras

Estudantes surdos da UFSC enfrentam falta de intérpretes de Libras pelo segundo semestre consecutivo, comprometendo a acessibilidade em disciplinas essenciais e levando a cancelamentos e transferências de matrícula.

Estudantes surdos da UFSC sofrem com falta de intérpretes de libras

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) estão com um misto de sentimento de frustração e revolta. Pelo segundo semestre consecutivo, a UFSC não conta com intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) em todas as disciplinas.

São pelo menos 6 alunos surdos dos cursos de Administração, Ciências Sociais e Nutrição que iniciaram mais um semestre onde a acessibilidade não é garantida.

A Coordenadoria de Acessibilidade Educacional (CAE), setor vinculado à Pró Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (PROAFE), 3 dias antes do início do semestre, informou que não teria o suporte de intérpretes nas disciplinas de Serviço Social e Economia Política, e Serviço Social, Direito e Cidadania.

Disciplinas teóricas que trazem os direitos humanos e a crítica social como base de estudos.

Isso ocorreu também no semestre anterior, na disciplina teóricoprática “Realidade Social II”.

O direito à acessibilidade na educação está previsto na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Além da lei, o artigo 14, do Decreto Federal Nº 5.626, de 2005, determina que as instituições federais de ensino são obrigadas a garantir: “acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até a superior”.

Para conseguir cursar as disciplinas em que não tem interpretação de Libras, os alunos recorrem a improvisos e contam com o auxílio de colegas de turma. Com seus computadores, eles utilizam uma ferramenta de transcrição automática para tentar compreender o que é dito. Só que este não é um recurso acessível totalmente confiável, não é 100% garantido e tem muitos erros de português, mas ele foi uma alternativa que ajudou os alunos a não desistirem das disciplinas.

A universidade informa que as disciplinas que não foram, ou que não estão sendo atendidas em 2025, é por falta de recursos humanos.

Entre os alunos, há relatos de estudantes surdos que cancelaram ou trancaram suas matrículas, ou então pediram transferência interna para o curso Letras-Libras, devido à falta de interpretação nas aulas.

No segundo semestre de 2024, a universidade contava com 8 matrículas ativas de alunos surdos em cursos de graduação que não são Letras-Libras.

O total de intérpretes atuando na UFSC em setembro de 2025 é de 12 pessoas. Do grupo, apenas 2 são servidoras concursadas e os demais terceirizados.

Para além dos alunos surdos, a falta de intérpretes afeta também os próprios trabalhadores. Dados indicam que as atividades de formação da equipe ficam prejudicadas pela “escassez de profissionais de Libras”.

Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=08fee8fc-ec36-4701-b63d-027841573ebc

Postado Pôr Antônio Brito 

Singapura 2025: Brasil avança com 14 atletas e revezamento para finais desta terça-feira no Mundial de natação

Beatriz Flausino avançou à final dos 100m peito SB14 com o melhor tempo I Foto: Wander Roberto/CPB

O Brasil garantiu a classificação de 14 atletas em provas individuais e uma equipe de revezamento para as próximas finais do Mundial de Natação Paralímpica de Singapura. As eliminatórias foram realizadas na noite desta segunda-feira, 22, considerando o horário de Brasília, no OCBC Aquatic Centre. As disputas de medalha serão realizadas na manhã desta terça-feira, 23.

Entre os destaques desta noite estiveram a participação do Brasil na disputa dos 100m peito da classe SB14 feminina, com três atletas classificadas e a primeira colocação para a estreante Beatriz Flausino, 21. O país ainda garantiu nas finais a pernambucana Carol Santiago nos 50m livre para a classe S12 (baixa visão) após a nadadora liderar a disputa nas eliminatórias. Junto a elas estará o mineiro e campeão paralímpico Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, que terá final direta nos 100m costas, também na manhã de terça.

O Brasil soma 12 medalhas — dois ouros, cinco pratas e cinco bronzes, e ocupa a sétima colocação no quadro de medalhas do evento. A liderança é da Itália, (6 ouros, 4 pratas e 5 bronzes), seguida pela China (6 ouros e 1 prata) e pela Grã-Bretanha (5 ouros, 5 pratas e 6 bronzes).

A paulista Beatriz Flausino ficou em primeiro lugar nas elimatórias dos 100m peito para a classe SB14 (deficiência intelectual) ao completar a prova em 1min14s05. Na mesma prova avançaram também as irmãs paranaenses Débora Carneiro, na segunda colocação, com 1min16s07 e Beatriz Carneiro, com 1min18s16. A terceira colocação ficou com a australiana Paige Leonhardt (1min16s93).

“Eu gostei super da prova. Não me senti tão encaixada, mas de tarde quero nadar ainda melhor e ir para cima do recorde. Não conheci ainda quase nenhuma das minhas adversárias e estar do lado delas competindo foi demais para mim”, afirmou Beatriz Flausino, que disputava provas para atletas sem deficiência e passou a competir no Movimento Paralímpico em 2025. O recorde mundial da prova de Beatriz é de 1min12s02, registrado nos Jogos de Tóquio 2020 pela espanhola Michelle Morales.

“Primeira final do dia. Eu estou mega feliz de ter chegado a ela. Nadei tranquila, mas de tarde vou fazer um tempo ainda melhor”, afirmou Débora.

Também na prova dos 100m peito SB14, mas na disputa masculina, o mineiro João Pedro Brutos avançou na quinta colocação, com 1min06s42. A primeira posição ficou com o australiano Jake Michel (1min04s13), seguido pelo britânico Harry Stewart (1min04s57) e pelo japonês Naohide Yamaguchi (1min04s94). “Esta é a minha prova principal. Caí para sentir a prova, com um nado mais tranquilo, para eu chegar de tarde e me sentir ainda melhor. Vou buscar minha melhor marca pessoal e mirando na medalha”, afirmou o atleta.

A campeã paralímpica Carol Santiago liderou os 50m livre S2 com 27s32, seguida pela paraense Lucilene Sousa na segunda colocação, com 28s10. O terceiro lugar nas eliminatórias ficou com a japonesa Ayano Tsujiuchi, com 28s70.

“Esta é minha prova favorita. Eu me classifiquei agora, espero nadar melhor de tarde. A piscina, a competição estão muito boas, estou muito animada. Vou fazer de tudo para que um novo recorde mundial aconteça”, afirmou Carol, que detém a melhor marca do mundo na prova, 26s61 marcados em junho do ano passado, na etapa de Berlim do World Series.

O paulista Samuel Oliveira, que já acumula dois bronzes neste Mundial, avançou em segundo lugar nos 50m borboleta, sua prova principal, com 32s43. Na mesma disputa, o paulista Thiago Oliveira passou na quinta colocação, com 34s50. A classificatória foi liderada pelo chinês Jincheng Guo (32s08).

Já nos 150m medley SM4 (comprometimento físico-motor), o Brasil avançou com a fluminense Lídia Cruz, terceira colocada com 3min01s58, e a mineira Patrícia Pereira, sétima colocada com 3min05s69. A primeira e a segunda colocação ficaram com Atletas Paralímpicos Neutros, com liderança de Mira Larionova (2min51s24) seguida por Nataliia Butkova (2min54s89).

A paulista Alessandra Oliveira, vencedora e recordista mundial dos 50m peito SB4 em Singapura, avançou à final dos 50m borboleta S5 na sexta colocação, com 55s35. A liderança da classificatória foi da norte-americana Katie Kubiak (41s18), seguida pela chinesa Shenggao He (41s82) e pela turca Sevilay Ozturk (43s99).

O catarinense e campeão paralímpico Talisson Glock conseguiu a marca para a final dos 200m medley SM6 (comprometimento físico-motor) ao terminar na sétima colocação, com 2min51s54, mas não vai nadar ao sentir um desconforto. A liderança foi do colombiano Nelson Corso (2min42s67), seguido por Jesus Alberto Bermudez (2min43s63) e pelo britânico Bruce Dee (2min43s83).

Já o paulista Gabriel Cristiano avançou para as finais dos 100m borboleta S8 (comprometimento físico-motor) com 1min05s92. A classificatória foi liderada por Ting Li (1min04s54), seguido pelo norte-americano Noah Jaffe (1min04s64) e pelo italiano Alberto Amodeo (1min04s72).

No final da etapa classificatória, a equipe brasileira do revezamento medley misto 20 pontos, formada por Samuel Oliveira, Alessandra Oliveira, Tiago Oliveira e Mayara Petzold, avançou à final com a quarta colocação e marca de 2min39s31. A primeira colocada foi a Ucrânia, com 2min37s30, seguida pelos Estados Unidos (2min37s34) e China (2min38s37).

O paulista José Ronaldo e o mineiro Gabriel Araújo já estão classificados para as finais dos 100m costas S1 e 100m costas S2, respectivamente, que disputam na manhã desta terça, 23. A terceira colocação ficou com o ucraniano Artem Oliinyk (34s36).

O Brasil ainda contou com o carioca Douglas Matera na prova dos 50m livre para a classe S12 (baixa visão). O nadador encerrou a disputa na nona colocação, com 25s67, sem vaga na final.

Já o paulista Victor Almeida ficou em décimo nos 100m borboleta para a classe S9, com 1min02s91.

Brasil em Singapura
A delegação do Brasil que disputa o Mundial de Singapura, que vai de 21 a 27 de setembro, conta com 29 nadadores, 16 homens e 13 mulheres, oriundos de sete estados (MG, PA, PE, PR, RJ, SC e SP). São Paulo, com dez convocados, é o estado com o maior número de nadadores.

O grupo é formado pelos 24 nadadores que atingiram índices estipulados pelo CPB em três oportunidades: o Circuito Paralímpico – Fase Seletiva e a Primeira Etapa Nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa, em São Paulo, no Centro de Treinamento Paralímpico; e o World Series de Guadalajara, no México.

Outros cinco nadadores foram convocados por terem o Índice Mínimo de Qualificação (MQS, na sigla em inglês) do Mundial e também apresentarem as melhores marcas para formar equipes de revezamentos. No último Mundial da modalidade, Manchester 2023, o país subiu 46 vezes ao pódio, conquistando 16 medalhas de ouro, 11 de prata e 19 de bronze. Os pódios deixaram o Brasil na quarta colocação no quadro de medalhas, atrás de Itália, Ucrânia e China, superando a anfitriã Grã-Bretanha em uma disputa acirrada até a última prova da competição.

A melhor campanha do Brasil na história dos Mundiais de natação paralímpica foi registrada na Ilha da Madeira, em Portugal, em 2022. O país encerrou a disputa com 53 medalhas, 19 de ouro, 10 de prata e 24 de bronze. Com isso, ficou na terceira colocação do quadro de medalhas do evento, somente atrás de Estados Unidos e Itália.

Confira os horários dos brasileiros nas finais desta terça-feira, 23
6h30 – 100m costas S1 – José Ronaldo
6h48 – 100m peito SB14 – João Pedro Brutos
6h53 – 100m peito SB14 – Beatriz Carneiro, Beatriz Flausino e Debora Carneiro
6h58 – 100m costas S2 – Gabriel Araújo
7h30 – 150m medley SM4 – Lídia Cruz e Patrícia Pereira
7h41 – 50m livre S12 – Lucilene Sousa e Carol Santiago
7h55 – 50m borboleta S5 – Tiago Oliveira e Samuel Oliveira
8h00 – 50m borboleta S5 – Alessandra Oliveira
9h40 – 100m borboleta S8 – Gabriel Cristiano
10h01 – 4x50m revezamento medley misto 20 pontos – Samuel Oliveira, Alessandra Oliveira, Tiago Oliveira e Mayara Petzold

Patrocínios
As Loterias Caixa e a Caixa são as patrocinadoras oficiais da natação.

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Gabriel Araújo, Talisson Glock, Gabriel Bandeira, Patricia Santos, Lídia Cruz, Ana Karolina, Arthur Xavier, Mayara Petzold, Samuel Oliveira e Douglas Matera são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa e da Caixa que beneficia 148 atletas.

Time São Paulo
Os atletas Ana Karolina, Lídia Cruz, Patricia Santos, Talisson Glock, Victor Almeida e José Ronaldo integram o Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 154 atletas.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

Fonte https://cpb.org.br/noticias/singapura-2025-brasil-avanca-com-14-atletas-e-revezamento-para-finais-desta-terca-feira-no-mundial-de-natacao/

Postado Pôr Antônio Brito 

22/09/2025

CT Paralímpico recebe Brasileiro de rúgbi em cadeira de rodas; finais têm transmissão pelo SporTV

Jogadores do Santer comemoram tricampeonato brasileiro no CT Paralímpico | Foto: Alessandra Cabral/CPB

O Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, recebe a partir desta segunda-feira, 22, o Campeonato Brasileiro de rúgbi em cadeira de rodas 2025, com disputas da 1ª e 2ª Divisão. As finais estão marcadas para o próximo domingo, 28. Às 11h30 acontece a decisão da 2ª Divisão e, às 18h, na quadra multiuso, a final da 1ª Divisão, com transmissão ao vivo pelos canais SporTV.

Organizada pela Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), a competição chega a sua 17ª edição, com a participação de 13 agremiações, sete na elite e seis na divisão de acesso. As fases de grupos terão transmissões ao vivo pelo canal da ABRC no YouTube.

Neste ano, o torneio conta pela primeira vez com dois representantes do Nordeste: os Lampiões, de Recife (PE), que estreiam na 2ª Divisão, e os Arretados, de João Pessoa (PB). Na mesma divisão, também competem CETEFE Lobos (DF), Drakkar (SP), IREFES (ES) e MSB Quad Rugby (SP).

Com a chegada dos Lampiões, o BSB Quad Rugby (DF) permaneceu na 1ª Divisão, ao lado de ADEACAMP (SP), Gigantes (SP), Gladiadores (PR), Minas Quad Rugby (MG), Ronins (SP) e Santer Vikings (RJ), atuais campeões.

“É um marco importante para a ABRC. Nosso desafio é estimular que novas equipes se desenvolvam e se tornem filiadas. Esse processo exige tempo e estrutura, e alcançar o número de 13 equipes mostra que a modalidade vem se consolidando em novos locais”, explicou José Higino, presidente da ABRC.

Na 1ª Divisão, os sete times jogam em turno único, e os quatro melhores avançam às semifinais. O quinto e o sexto disputam o quinto lugar, enquanto o sétimo será rebaixado em 2026. Na 2ª Divisão, os dois primeiros fazem a final, o terceiro e o quarto disputam o bronze, e os dois últimos jogam pelo quinto lugar. Apenas o campeão sobe para a elite no ano que vem.

Confira a tabela de jogos – fase de grupos
1°Divisão

Terça-feira, 23/09
16h BSB Quad Rugby x Ronins
18h Gladiadores x Gigantes
20h Minas Quad Rugby x ADEACAMP

Quarta-feira, 24/09
9h Santer Vikings x BSB Quad Rugby
11h Gladiadores x Ronins
14h Gigantes x Minas Squad Rugby
16h ADEACAMP x Santer Vikings
18h BSB Quad Rugby x Gladiadores

Quinta-feira, 25/09
9h Santer Vikings x Minas Squad Rugby
11h Ronins x Gigantes
14h ADEACAMP x BSB Quad Rugby
18h Gigantes x Santer Vikings

Sexta-feira, 26/09
9h Ronins x ADEACAMP
11h Gladiadores x Santer Vikings
14h BSB Quad Rugby x Gigantes
16h Minas Quad Rugby x Ronins
18h ADEACAMP x Gladiadores

Sábado, 27/09
9h Santer Vikings x Ronins
11h Gigantes x ADEACAMP
13h BSB Quad Rugby x Minas

Patrocínio
As Loterias Caixa e a Caixa são as patrocinadoras oficiais do rúgbi em cadeira de rodas.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

Fonte https://cpb.org.br/noticias/ct-paralimpico-recebe-brasileiro-de-rugbi-em-cadeira-de-rodas-finais-tem-transmissao-pelo-sportv/

Postado Pôr Antônio Brito 

Será que o Símbolo de Acessibilidade das Nações Unidas é, de fato, a melhor representação das pessoas com deficiência?

Será que o Símbolo de Acessibilidade das Nações Unidas é, de fato, a melhor representação das pessoas com deficiência? OPINIÃO - * Por Marcus Kerekes

OPINIÃO

  • * Por Marcus Kerekes

Contexto Histórico

Símbolos são parte do cotidiano da humanidade desde as primeiras civilizações, antes mesmo da escrita alfabética se estabelecer, com seus desenhos rupestres (pictogramas). As finalidades sempre foram várias: contar histórias, registrar ritos, indicar caminhos, demarcar territórios, identificar clãs, ensinar, regular o comércio, padronizar experiências cotidianas etc. A partir do século XX, com as fronteiras dos países se tornando mais permeáveis, a demanda por signos mais universais, neutros e legíveis em diversos idiomas cresceu. Mais adiante, os avanços tecnológicos que experienciamos hoje consolidaram essa perspectiva, já que os dispositivos que utilizamos no dia a dia dialogam com a ideia de acessibilidade, adotando representações que devem funcionar para todas as pessoas.

Diante da relevância dos símbolos no decorrer dos anos, a partir da década de 1950, a Organização Internacional de Padronização (ISO) institui iconografias, que por vezes passam despercebidas, mas que são fundamentais para organizar a dinâmica social hoje — a placa na porta do banheiro, o sinal de trânsito, vagas de estacionamento, as orientações em uma embalagem, o botão do controle remoto, o ícone do aplicativo… 

É aqui que o Símbolo Internacional de Acesso é desenvolvido (ISA, 1968), representando um avanço quanto à acessibilidade e inclusão. Aquela pessoa cadeirante, que é amplamente utilizada para indicar acessibilidade em diferentes espaços, foi criada por Susanne Koefoed, uma designer dinamarquesa, à época estudante, durante uma oficina promovida pela Rehabilitation Internacional, organização global que atua em prol das pessoas com deficiência. A demanda era um símbolo de auxílio técnico prático, facilmente identificável à distância, autodescritivo e livre de ambiguidades. Inicialmente apenas a cadeira integrava o ícone. Depois, humanizou-se com a adição da pessoa, trazendo-a para o centro do debate. Posteriormente (anos 1980), ele foi adotado como padrão, tornando-se parte do ISO 7001.

Porém, ao longo das décadas, críticas foram tecidas a seu respeito, acompanhando a evolução do entendimento sobre a condição de deficiência, que passa a ser compreendida como uma característica individual de cada pessoa, que pode ter uma vida autônoma apesar das inúmeras barreiras sociais existentes. O indivíduo estático na cadeira de rodas se tornou, então, uma representação lida como médica, passiva, frágil e estereotipada. Pensando nisso, nos anos 2010, artistas e ativistas estadunidenses propuseram uma revisão do símbolo, sugerindo ação, autonomia e empoderamento. O resultado do Accessible Icon Project é uma pessoa em cadeira de rodas inclinada para frente, com os braços em movimento.

Um incômodo, contudo, permaneceu: o signo não representaria as deficiências em sua diversidade, tornando-se, de alguma forma, excludente. Além disso, a ênfase na ação pode, segundo algumas leituras, reforçar ideias capacitistas ao se centrar na performance física ao invés de acolher a diversidade das experiências das PcD, que inclui pessoas sem qualquer mobilidade. 

Uma iniciativa recente que vem tentando desde 2015 organizar esse desafio vem das Nações Unidas que, ao lado da Organização Internacional para Padronização, busca pensar uma abordagem mais inclusiva, chamada de Accessibility Logo ou Símbolo de Acessibilidade da ONU. Agora, a figura é composta por um círculo central (representando a cabeça) com braços abertos voltados para cima, evocando, de acordo com as instituições autoras, um gesto de inclusão, liberdade, acessibilidade e dignidade humana. Diferente do símbolo da cadeira de rodas, ele não se refere a uma deficiência específica, podendo representar todas as pessoas com deficiência — intelectual, auditiva, visual, física, sensorial, psicossocial e múltipla. 

Principais Críticas

Analisando-o, porém, caímos em pontos sensíveis importantes, que impactam diretamente as 1,2 bilhões de pessoas com deficiência ao redor do planeta (ONU).

A abstração excessiva tornou o símbolo tão genérico que não comunica diretamente a ideia de deficiência. Isto é, ao invés de presentificá-la de alguma maneira, acaba por invisibilizá-la por completo. Entre as consequências, destacamos que pessoas sem familiaridade com o tema podem não reconhecer o ícone, fazendo com que ele se torne uma barreira, uma desculpa para exclusão, sinônimo de constrangimentos, um signo ineficiente às práticas do dia a dia. Também compromete possibilidades de empatia que outras representações endossaram de forma mais bem sucedida e enfática.

Outro ponto relevante é que a sensação de pertencimento que o símbolo poderia gerar na comunidade PcD se diluiu. Uma vez que nenhuma característica é afirmada no Accessibility Logo, e que temos inúmeras dificuldades de representação e representatividade das pessoas com deficiência nas comunicações de modo geral (audiovisual, fotografia, publicidade, design etc.), entende-se que perdemos um espaço de alcance global de conexão e materialidade.

Terceiro aspecto: a pessoa representada ao centro do novo ícone parece ilustrar um corpo que segue padrões de mobilidade e proporção considerados típicos, desprezando a infinidade de variações corporais comuns a pessoas com deficiência. Isso anula a circunstância oportuna de representar distintas formas de ser, que incluem movimento, expressão, ocupação do espaço etc.

Ademais, para sinalizações funcionais (banheiros, elevadores, meios de transporte etc.), o símbolo é considerado ambíguo ou até mesmo vazio de sentido. Ao se pretender universal, como mencionado acima, acaba não comunicando visualmente o que precisa ser comunicado. E o que precisa ser transmitido nada mais é que uma garantia legal: instrumentos como a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) 13.146/15 trazem aspectos de identificação espacial como direito das PcD. 

Portanto, a demanda inicial, lá dos anos 1970, tinha um sentido prático que deve ser preservado: simplicidade, autodescrição, operacionalidade. 

Por fim, o quinto ponto talvez indique a gênese de todos os problemas mencionados: a ausência de consulta ampla para a sua construção. Quanto ao seu desenvolvimento, muitas organizações de pessoas com deficiência alegaram que não participaram da criação do Símbolo de Acessibilidade da ONU, indicando que ele não foi testado e sabatinado pela sociedade. Isso o enfraquece, tornando-o apenas um ícone institucional, sem significado técnico, político e social.

Vale reforçar que neste contexto quaisquer alterações não se referem apenas a questões estéticas. São relevantes para que todos repensem o entorno e a interação com o meio, sugerindo mudanças de mentalidade social. Nos lembram que acessibilidade é um direito que beneficia todas as pessoas e tem sentido universal, como reforça a Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas quando fala de vida digna e liberdades, assim como a Constituição Federal brasileira.

Comunicação Inclusiva

Desenvolver signos no contexto de Diversidade é quase sempre um desafio para os profissionais de Comunicação, pois partimos de abstrações que deixam características únicas dos indivíduos ou grupos pelo caminho. Entretanto, pelo menos dois aspectos precisam estar em foco quando se move energia para fazê-lo. 

O primeiro deles é o entendimento da Comunicação como um direito legalmente previsto, exercitado cotidianamente enquanto valor de interesse coletivo, público, de todos. Está a serviço da sociedade e, portanto, da diversidade e da inclusão. O segundo diz respeito às perguntas-chave sobre acessibilidade, linguagem e representatividade. Isto é, uma Comunicação Inclusiva questiona se todos têm acesso, se todos compreendem e se todos se identificam.

A luz destes dois pontos, pode-se dizer que o Símbolo de Acessibilidade da ONU parece ir na contramão disso. Não é livre de barreiras, dada sua ambiguidade e generalidade; embora pretenda organizar diferentes pontos de vista e experiências, falha na linguagem gráfica a ponto de não ser percebido como norma representativa; não colabora para que pessoas com deficiência se sintam representadas ou que pessoas sem deficiência entendam a representação deste marcador já que é pouco inteligível. Outras questões podem ser levantadas: O retrato é digno e fidedigno? O ícone conscientiza e agrega valor? Tem seu propósito claro? As inovações suplantam convenções? Considera diferentes circunstâncias de uso?

Conclusão

A experiência com o Símbolo de Acessibilidade das Nações Unidas é um ótimo exemplo de como vieses funcionam. Às vezes acreditamos que estamos fazendo uma coisa boa. Que somos capazes de avaliar objetivamente a realidade livres de nossas crenças, preconceitos, preferências, associações etc., quando na verdade estamos fabricando padrões excludentes ou pouco representativos. Talvez estejamos longe de encontrar uma solução universal e que realmente acolha a deficiência em todas as suas expressões, mas, até lá, o que temos precisa cumprir sua função social.

____

  • * Marcus Kerekes é CEO e confundador da Diversitera. Cadeirante há 25 anos, Marcus Kerekes é gestor de Marketing e Tecnologia, com 15 anos de carreira, tendo ocupado cargos de liderança em empresas renomadas como Dupont, Dow e Microsoft, no Brasil e nos Estados Unidos. Com MBA pelo IESE (Barcelona) e Pós-Graduação pela Thunderbird School of Management (Phoenix), tem fascinação por comportamento humano e acumula, além de sua própria vivência como Pessoa com Deficiência em grandes corporações, a experiência de gestão de times e mentoring de diversos profissionais, com e sem deficiência.
Fonte https://diariopcd.com.br/sera-que-o-simbolo-de-acessibilidade-das-nacoes-unidas-e-de-fato-a-melhor-representacao-das-pessoas-com-deficiencia/
 
Postado Pôr Antônio Brito

10 aplicativos gratuitos para pessoas com deficiência

Lista de 10 aplicativos gratuitos para pessoas com deficiência, incluindo Be My Eyes, Seeing AI, Google Live Transcribe e Hand Talk, que auxiliam na comunicação, mobilidade, leitura e interação com o mundo digital.

10 aplicativos gratuitos para pessoas com deficiência

A tecnologia tem mudado a vida de pessoas com deficiência com aplicativos acessíveis são aliados importantes na inclusão, na autonomia e na qualidade de vida. Muitos deles são GRATUITOS e já estão disponíveis para baixar no celular.

1 - BE MY EYES: ele conecta pessoas cegas ou com baixa visão a uma rede mundial de voluntários.

2 - SEEING AI: ele usa inteligência artificial para narrar o mundo - lê textos, descreve pessoas, identifica produtos pelo código de barras e reconhece cédulas de dinheiro.

3 - GOOGLE LIVE TRANSCRIBE (Transcrição Instantânea): capta falas e as converte em texto quase instantaneamente.

4 - HAND TALK: traduz automaticamente conteúdos do português para Libras (Língua Brasileira de Sinais) usando o avatar 3D Hugo.

5 – AVA: cria legendas automáticas para grupos de conversa.

6 - VOICE ACCESS (Google): o celular pode ser controlado totalmente por voz.

7 - WHEELMAP: é um mapa colaborativo que indica lugares acessíveis para cadeirantes.

8 - VIRTUAL SPEECH: combina realidade virtual e exercícios práticos para treinar comunicação.

9 – TAPTAPSEE: basta fotografar um objeto que ele descreve em voz o que aparece na imagem.

10 – LAZARILLO: é um aplicativo de navegação guiada por áudio criado especialmente para pessoas cegas.

Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=0f5d459e-cac7-4cba-b0d8-89331a170c9a

Postado Pôr Antônio Brito

19/09/2025

The Town São Paulo se consolida como exemplo de acessibilidade

O The Town São Paulo se destacou pela acessibilidade, com áreas reservadas, transporte adaptado e intérpretes de Libras. A SMPED e a prefeitura apoiaram o evento. A Paraoficina Móvel ofereceu reparos gratuitos em equipamentos para moradores de SP.

The Town São Paulo se consolida como exemplo de acessibilidade

A segunda edição do The Town São Paulo mostrou que grandes festivais também podem ser grandes em acessibilidade e inclusão. O evento que foi realizado nos dias 6 e 7, 12, 13 e 14 de setembro, no Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital paulista, recebeu milhares de pessoas e dentre eles, centenas de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, que puderam acompanhar as atrações nacionais e internacionais com autonomia, conforto, total acessibilidade e muita segurança.

A Prefeitura de São Paulo apoiou o festival com uma série de medidas de acessibilidade. A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED) atuou diretamente na orientação à produção do evento, assegurando a implementação das soluções implantadas.

Foram disponibilizadas áreas reservadas, plataformas elevadas, banheiros adaptados, rotas acessíveis, além de intérpretes de Libras em pontos estratégicos. Também houve transporte exclusivo entre os palcos, com vans e micro-ônibus adaptados, estendido inclusive aos acompanhantes das pessoas com deficiência.

No espaço da Central de Acessibilidade, os participantes puderam retirar GRATUITAMENTE o Kit Livre – equipamento que motoriza a cadeira de rodas – em parceria com o fabricante do equipamento, que contribuiu com a organização do evento.

Outro serviço presente foi a Paraoficina Móvel da prefeitura paulistana, que ofereceu gratuitamente manutenção e reparos em cadeiras de rodas, órteses, próteses, muletas, bengalas e andadores. O atendimento foi realizado mediante apresentação do cartão do SUS e documento com foto, exclusivamente para moradores da cidade de São Paulo que adquiriram seus equipamentos pelo Sistema Único de Saúde.

Com essas iniciativas inclusivas e muitos shows e atrações incríveis, o The Town 2025 reforçou seu compromisso em promover uma experiência acessível e inclusiva.

Parabéns à secretaria da PcD da cidade de São Paulo/SP e aos organizadores do evento. O The Town SP volta em 2017!

Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=a61e385e-8ee1-460d-95d6-29f364c50120

Postado Pôr Antônio Brito 

Isenções PcD: CCJ do Senado aprova mudanças. Confira a tramitação do tema no Congresso Nacional

Isenções PcD: CCJ do Senado aprova mudanças. Confira a tramitação do tema no Congresso Nacional

Emenda que devolve direitos às isenções foi acatada em relatório do Senador Eduardo Braga, na CCJ do Senado Federal. Mas manutenção dos direitos ainda depende de outras etapas no Congresso Nacional.

A reunião da CCJ – Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal desta quarta-feira, 17, volta a trazer esperanças para as pessoas com deficiência que foram afetadas com os efeitos da Reforma Tributária.

Após forte movimentação nacional pelo direito de IR e VIR, o Senador Eduardo Braga – relator do PLP 108/2024, que regulamenta o projeto da Reforma Tributária acatou a emenda 368 da Senadora Mara Gabrilli, que busca garantir os direitos às isenções nas aquisições de veículos 0km.

TODAS AS INFORMAÇÕES E COMENTÁRIOS TAMBÉM NA TRANSMISSÃO NO YOUTUBE. LINK ABAIXO

A Reforma Tributária acaba com o direito às isenções para ao menos 95% das pessoas com deficiência. Todos que utilizam veículos sem adaptação externa perderiam o direito à isenção.

A ANAPcD – Associação Nacional de Apoio às Pessoas com Deficiência reitera que seguirá atuando em todas as fases do processo para que a Emenda 368 seja mantida no Plenário do Senado, confirmada pela Câmara dos Deputados e sancionada sem vetos pelo Poder Executivo.

“As pessoas com deficiência não podem sofrer retrocessos em seus direitos. A acessibilidade e a mobilidade são condições indispensáveis para a cidadania plena. Conclamamos nossas entidades parceiras, lideranças sociais e toda a sociedade a permanecerem mobilizados até a vitória final no Congresso Nacional e sanção presidencial”, afirmou Abrão Dib, presidente da entidade.

Nas últimas semanas a ANAPcD recebeu o apoio oficial da FEBRAFITE – Associação Nacional de Auditores Fiscais de Tributos Estaduais, Fenapestalozzi – Federação Nacional das Associações Pestalozzi, PSB Inclusão Nacional e CONIA – Coalizão Nacional Inclusiva pelo Autismo.

Os Senadores Flávio Arns e Omar Aziz haviam apresentado a emenda 323 que havia sido acatada parcialmente pelo relator, mas após destaque da emenda 368 o relator Eduardo Braga acatou a proposta apresentada por Mara Gabrilli.

As emendas defendiam praticamente as mesmas alterações para a manutenção das isenções.

Confira a tramitação pela manutenção dos direitos das pessoas com deficiência à partir de agora no Congresso Nacional:

📜 Próximos passos no trâmite do PLP 108/2024

  1. Plenário do Senado Federal – sem previsão de pauta
    • Após a aprovação na CCJ, o texto segue para apreciação no Plenário do Senado.
    • Ali, todos os senadores podem debater, propor destaques e votar o texto com as emendas já incorporadas pela CCJ.

  2. Câmara dos Deputados (se houver alteração)
    • Como o PLP 108/2024 já passou pela Câmara, caso o Senado altere o texto (como ao aprovar a Emenda 368), o projeto precisa retornar à Câmara dos Deputados.
    • Os deputados então analisam as mudanças feitas no Senado e votam se as acatam ou não.

  3. Sanção Presidencial
    • Uma vez aprovado pelas duas Casas (Câmara e Senado), o PLP segue para sanção ou veto do Presidente da República.
    • O presidente pode sancionar integralmente, sancionar parcialmente (vetando trechos) ou vetar integralmente.

  4. Regulamentação
    • Após a sanção, o texto precisa ser regulamentado (por decreto, portaria ou instruções normativas) para definir como as regras serão aplicadas na prática, especialmente sobre isenções tributárias e seus procedimentos.

🚨 Pontos de atenção

  • A Emenda 368 ainda pode ser questionada ou retirada em plenário, caso haja destaques.
  • O apoio da sociedade civil e das entidades representativas será crucial para que a emenda seja mantida na votação do plenário do Senado e ratificada pela Câmara dos Deputados.
  • Mesmo após a sanção, há a etapa de regulamentação, onde podem surgir disputas sobre critérios de acesso às isenções.

https://youtu.be/ybRISp9h1gk

Fonte https://diariopcd.com.br/isencoes-pcd-ccj-do-senado-aprova-mudancas-confira-a-tramitacao-do-tema-no-congresso-nacional/

Postado Pôr Antônio Brito 

Singapura 2025: Brasil busca manter invencibilidades em disputa com principais nadadores do mundo

Delegação Brasileira de natação em Singapura | Foto: Marcello Zambrana/CPB

O Brasil inicia a disputa do Mundial de Natação Paralímpica de Singapura na noite deste sábado, 20, no horário de Brasília, manhã de domingo, 21, em Singapura. Esta será a primeira vez que o campeonato, em sua 12ª edição, será disputado na Ásia e também o primeiro Mundial da modalidade dentro do ciclo dos Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028.

A competição contará com mais de 580 atletas e será disputada até o dia 27 de setembro.

A Seleção Brasileira é formada por 29 atletas, 16 homens e 13 mulheres, oriundos de sete estados brasileiros (MG, RJ, PA, PE, PR, SC e SP).

CONFIRA A CONVOCAÇÃO DO BRASIL PARA O MUNDIAL DE SINGAPURA AQUI

CONHEÇA OS ATLETAS BRASILEIROS COM O GUIA DE IMPRENSA DO MUNDIAL DE SINGAPURA 2025

A expectativa da comissão técnica brasileira é de uma disputa acirrada, com as principais forças da modalidade representadas por seus atletas mais competitivos. O cenário desafia nadadores brasileiros invictos em ao menos uma prova em mais de um Mundial a manter sua hegemonia no evento. No grupo estão o mineiro Gabriel Araújo, a pernambucana Carol Santiago, os paulistas Gabriel Bandeira e Samuel Oliveira e a fluminense Mariana Gesteira.

“Nossa expectativa de um grande e forte mundial foi confirmada. Diferentemente de edições anteriores logo após Jogos Paralímpicos em que a competição esteve mais esvaziada, Singapura vai receber os principais atletas das principais potências do mundo”, afirmou Felipe Silva, treinador chefe da Seleção Brasileira.

Para Felipe, apesar do desafio, a Seleção chega forte e bem preparada, após uma aclimatação que começou com mais de dez dias de antecedência, para que os atletas se acostumassem com um fuso horário com 11 horas de diferença em relação à Brasília. “O Brasil sempre será referência. Nossa seleção está bem preparada , bem aclimatada e acredito em uma grande competição para o Brasil. Nossos nadadores estão muito bem . Apesar de este ser um ano logo após os Jogos, os atletas entenderam a necessidade de estar em fisicamente o tempo todo”, completou.

O país chega à Singapura embalado por duas campanhas históricas em Mundiais da modalidade, na Ilha da Madeira (Portugal), em 2022, e em Manchester (Reino Unido), em 2023.

O melhor resultado da história veio em Portugal, onde o Brasil conquistou 53 medalhas, 19 de ouro, 10 de prata e 24 de bronze. Com isso, ficou na terceira colocação do quadro de medalhas do evento, somente atrás de Estados Unidos e Itália. A China, candidata a figurar no alto da lista, não participou da edição daquele ano.

Em Manchester 2023, em disputa que contou com a participação da China, o país subiu 46 vezes ao pódio, conquistando 16 medalhas de ouro, 11 de prata e 19 de bronze. Com isso, ficou na quarta colocação no quadro de medalhas, atrás de italianos, ucranianos e chineses. O resultado em piscinas inglesas foi o terceiro melhor para o Brasil nos 11 Mundiais já disputados. Além da edição portuguesa de 2022, Manchester 2023 só não foi melhor por conta do número de ouros do que Cidade do México 2017, edição que esteve com um contingente menor de países participantes em razão de terremoto que obrigou o adiamento do evento. na ocasião, o país obteve 36 pódios, com 18 ouros, 9 pratas e 9 bronzes.

Invictos
O mineiro e bicampeão paralímpico Gabriel Araújo nunca obteve uma medalha em Mundiais que não fosse de ouro. Foram três na Ilha da Madeira, em 2022, e três em Manchester 2023. Em Singapura, o atleta irá repetir o trio de provas nas quais se consagrou, os 50m costas, 100m costas e 200m livre da classe S2 (comprometimento físico-motor).

“Eu gosto deste peso a mais [de defender o título]. Aumenta a responsabilidade, mas levo mais para o lado da motivação. Com a experiência a gente chega mais maduro, mais atento a tudo, sabendo o que pode acontecer. Tento manter sempre um nível muito alto de trabalho. E, caso não esteja em um bom dia, sei também o que devo fazer para vencer”, afirmou.

Carol Santiago, da classe S12 (baixa visão), é a maior campeã paralímpica da história do Brasil, com seis ouros conquistados em Tóquio 2020 e Paris 2024. A nadadora também é a maior medalhista em mundiais da delegação brasileira, com 19 pódios (13 ouros, quatro pratas e dois bronzes).

Em Singapura, a atleta fará um programa de provas menor do que o habitual, com três disputas individuais. Irá testar sua invencibilidade nos 50m livre e nos 100m livre, provas nas quais já é tricampeã mundial (Londres 2019, Ilha da Madeira 2022 e Manchester 2023). Além disso, estreia na competição com os 100m costas no dia 21, prova da qual foi prata em 2019 e depois ouro por duas vezes consecutivas (2022 e 2023).

“Estou empolgada. A ideia é ir até Los Angeles 2028 para buscar um recorde mundial e este campeonato vai ser um belo termômetro para saber como estou. Os mundiais são as competições mais importantes até lá e não gosto de subir no bloco se não for para fazer o meu melhor”, afirmou.

Outros três atletas que buscarão o tricampeonato estarão em Singapura em busca de retomar o topo do pódio após serem superados nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.

Gabriel Bandeira, da classe S14 (deficiência intelectual) buscará chegar ao tricampeonato nos 100m borboleta, prova que venceu nos dois Mundiais que disputou, mas na qual terminou com a medalha de bronze em Paris.

Situação semelhante vive a fluminense Mariana Gesteira, radicada em Vitória (SC). A atleta buscará repetir o ouro nos 50m livre da classe S9 (comprometimento físico-motor) que obteve nos Mundiais de Portugal e Reino Unido após terminar a mesma prova na terceira colocação nos Jogos Paralímpicos do ano passado.

Já o paulista Samuel Oliveira, da classe S5 (comprometimento físico-motor), que realizou uma prova histórica em Manchester 2023 nos 50m borboleta, deixando para trás o trio de chineses que são seus principais adversários em sua classe. O nadador, porém, ficou na quarta colocação no encontro seguinte, nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.

Serão três campeões dos Jogos Paralímpicos de Paris em Singapura. Além de Carol e Gabrielzinho, o Brasil ainda conta com o catarinense Talisson Glock, da classe S6 (comprometimento físico-motor), ouro nos 400m livre, prata nos 100m livre e bronze nos 200m medley e no revezamento 4x50m livre 20 pontos no megaevento.

Outro destaque do evento será a participação da fluminense Lídia Cruz, da classe S4 (comprometimento físico-motor). O programa da atleta conta com seis disputas individuais: 50m peito, 100m livre, 150m medley , 50m costas, 50m livre e 200m livre. Além disso, a atleta ainda é presença constante na equipe do revezamento 20 pontos brasileira, que irá competir nas provas dos 4x50m livre e 4x50m medley. Com isso.

Além de atletas experientes , a Seleção Brasileira ainda contará com cinco atletas que estarão em um Mundial de natação paralímpica pela primeira vez: os paulistas Beatriz Flausino (S14, deficiência intelectual), Victor Almeida (S9, comprometimento físico-motor) e Alessandra Oliveira (S5, comprometimento físico-motor) o mineiro Arthur Xavier (S14); e a catarinense Mayara Petzold (S6, comprometimento físico-motor).

Patrocínio
As Loterias Caixa e a Caixa são as patrocinadoras oficiais da natação.

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Gabriel Araújo, Talisson Glock, Arthur Xavier, Mariana Gesteira, Mayara Petzold, Samuel Oliveira e Gabriel Bandeira são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa e da Caixa que beneficia 148 atletas.

Time São Paulo
Os atletas Victor Almeida, Talisson Glock, Lídia Vieira da Cruz e Alessandra Oliveira integram o Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 154 atletas.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

Fonte https://cpb.org.br/noticias/singapura-2025-brasil-busca-manter-invencibilidades-em-disputa-com-principais-nadadores-do-mundo/

Postado Pôr Antônio Brito 

Novo remédio para Alzheimer é aprovado no Brasil

 

Anvisa aprova Donanemabe, primeiro medicamento no Brasil com potencial para modificar a progressão do Alzheimer em estágios iniciais, oferecendo esperança para pacientes e famílias.

Novo remédio para Alzheimer é aprovado no Brasil

A Doença de Alzheimer é atualmente a 7ª principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas um novo avanço no tratamento da doença acende uma luz de esperança para pacientes, famílias e profissionais de saúde. Recentemente, a ANVISA aprovou o DONANEMABE, primeiro medicamento no Brasil com potencial para modificar a progressão da doença, especialmente em estágios iniciais.

Atualmente, o Alzheimer e outras demências afetam cerca de 55 milhões de pessoas no mundo, número que pode ultrapassar 150 milhões até 2050. No Brasil, 1,2 milhão de pessoas convivem com algum tipo de demência, sendo o Alzheimer responsável por até 60% desses casos. Estima-se que 8,5% da população idosa brasileira já seja afetada pela doença, e as projeções apontam para mais de 5,7 milhões de casos até 2050.

Os primeiros sinais de Alzheimer geralmente envolvem esquecimentos ligados a fatos recentes, como compromissos do dia, conversas ou tarefas simples e que a memória mais antiga, como lembranças da juventude, costuma permanecer preservada no início.

Durante a pesquisa, os participantes receberam 700 mg de DONANEMABE a cada 4 semanas nas 3 primeiras doses, por um período de até 72 semanas. O estudo avaliou as mudanças na cognição e na funcionalidade dos pacientes ao longo do tratamento, oferecendo novos dados promissores no enfrentamento da doença.

Saiba mais no link:

 
Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=c62f63a7-a76e-49c7-9808-87fc62c06f18
 
Postado Pôr Antônio Brito 

18/09/2025

Projeto de Iniciação ao Esporte Adaptado IV da ADD leva prática paradesportiva em crianças e jovens

Projeto busca, além de introduzir o esporte, desenvolver as habilidades físicas e emocionais dos participantes

ADD – Associação Desportiva para Deficientes – dá sequência ao programa de Iniciação ao Esporte Adaptado com o “Projeto de Iniciação ao Esporte Adaptado Ano IV”. O programa, realizado a partir da Lei n.º 11.438/06 – Lei de Incentivo ao Esporte, tem como objetivo oferecer atividades que proporcionem o desenvolvimento de habilidades sociais e esportivas para crianças, adolescentes e jovens adultos com deficiência física e intelectual. A iniciativa ganha ainda mais relevância no mês em que se celebra o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21 de setembro), data que convida à reflexão sobre avanços e desafios na promoção da inclusão.

“Dar continuidade ao Projeto de Iniciação ao Esporte Adaptado é motivo de grande orgulho para todos nós da ADD. Sabemos o quanto o esporte é uma ferramenta poderosa de inclusão, desenvolvimento e conquista de autonomia. Por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, conseguimos ampliar nosso alcance e oferecer, de forma gratuita e qualificada, atividades que estimulam não apenas as habilidades físicas e esportivas, mas também o convívio social e a autoestima de crianças, adolescentes e jovens adultos com deficiência. Seguimos firmes no nosso propósito de transformar vidas por meio do esporte”, declara Eliane Miada, Fundadora e Presidente do Conselho da ADD.

Muito mais do que a aprendizagem das modalidades do paradesporto, o projeto promove o desenvolvimento físico, social, psicológico e cultural de crianças, adolescentes e jovens com deficiência física, intelectual ou visual, com idades entre 6 e 29 anos, de ambos os sexos, por meio da prática esportiva, residentes na cidade de São Paulo e Grande São Paulo. 

O projeto prevê o atendimento de 160 participantes que realizam atividades nos contraturnos escolares e aos sábados no Centro Paraolímpico de São Paulo e no Sírio-Libanês. Além disso, no mínimo 80% dos estudantes da rede pública de ensino serão selecionados, registrados e incentivados a participarem regularmente das atividades.

Todas as atividades e ações são realizadas por profissionais habilitados na área de Educação Física e Esporte, com experiência no atendimento da pessoa com deficiência, a fim de garantir um acompanhamento qualificado, seguro e adequado às necessidades de cada participante. Os esportes oferecidos são: atletismo, futebol, basquete em cadeira de rodas, ginástica, bocha e tênis de mesa.

O projeto pretende levar como resultado o auxílio no desenvolvimento físico, educacional e psicossocial dos participantes com deficiência associado à prática de esporte adaptado de forma educacional, em modalidades específicas ou diversificadas, além da melhoria na percepção da inclusão social por meio de participação de atividades de apropriação de espaços públicos e eventos culturais, e promover avanços no nível de independência e autonomia dos participantes matriculados no projeto.

O ADD Programa de Iniciação ao Esporte Ano IV, é um projeto realizado com apoio da Lei n.º 11.438/06 – Lei de Incentivo ao Esporte desde 2017, e é patrocinado por Itaú, IBM, Bank of America, B3, Facchini, Grupo Wiz, Grupo ELA, BD e Montana.

Sobre a ADD

A Associação Desportiva para Deficientes (ADD), fundada em 1996 por Steven Dubner e Eliane Miada, promove a melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência por meio do esporte, desde a iniciação até o alto rendimento. Entre suas principais modalidades estão o atletismo, basquete em cadeira de rodas (com a equipe multicampeã ADD Magic Hands), bocha paralímpica e vôlei sentado. Com quase três décadas de atuação, a ADD já atendeu mais de 14 mil pessoas, conta com cerca de 300 voluntários por ano, realizou mais de 5 mil palestras e impactou cerca de 2 milhões de pessoas com seus programas.

Fonte https://diariopcd.com.br/projeto-de-iniciacao-ao-esporte-adaptado-iv-da-add-leva-pratica-paradesportiva-em-criancas-e-jovens/

Postado Pôr Antônio Brito