15/09/2020

Instituto TIM integra rede para doação de alimentos

A pandemia provocada pelo novo coronavírus agravou a situação de vulnerabilidade de muitas famílias. Para minimizar os impactos sociais causados pela COVID-19, o Instituto TIM decidiu somar esforços à ação promovida pela ONG Instituto Biomob para garantir a alimentação de famílias de pessoas com deficiência de comunidades dos municípios de Petrópolis, Duque de Caxias, Mesquita e Rio de Janeiro. Por meio da campanha Mútua-Gesto Solidário, mais de 600 famílias estão recebendo cestas básicas mensais, uma ação que garante a segurança alimentar de pelo menos 3 mil pessoas em situação de vulnerabilidade.

A campanha busca atender dois aspectos: o primeiro é que mães de crianças com deficiência precisam manter uma reclusão ainda mais acentuada, já que o grau de comorbidade de seus filhos é alto. Além disso, por serem cuidadoras, elas não estão inseridas no mercado de trabalho. O segundo aspecto é a sobrevivência dos pequenos comércios das periferias, duramente afetados pelo isolamento social. “A gente resolveu fazer uma ação casada: doar as cestas para essas famílias e comprar no mercado local para fortalecer esse fluxo”, explica Valmir de Souza, sócio diretor do Instituto Biomob.

As famílias foram escolhidas a partir de um cruzamento de informações com outras organizações que atuam na região, gerando um mapa de 13 comunidades de Petrópolis e 3 da Região Metropolitana do Rio em que doações não estavam chegando. “O Instituto TIM permitiu que a gente conseguisse fazer a recorrência das ações. O que começou com uma ação que duraria um mês subiu para cinco meses. Como o quadro da pandemia perdurou, essas famílias não ficaram desassistidas”, afirma Valmir.

A campanha foi iniciada em maio, em São Paulo, onde envolveu 9 comunidades – sendo uma indígena. A partir de julho, com o início do apoio do Instituto TIM, a campanha foi expandida para o estado do Rio de Janeiro, com as doações se estendendo até o final de setembro. A cesta inclui 12 itens, sendo quatro frescos (batata, cenoura e dois tipos de fruta: tangerina e maçã ou maçã e banana) e oito não perecíveis (arroz, feijão, açúcar, sal, óleo, fubá e farinha).

A campanha Mútua-Gesto Solidário também conta com o apoio da Guarda Civil Municipal de Petrópolis, do Parque Tecnológico da Região Serrana (Serratec) e da Rede de Negócios da Serra Verde Imperial (MercoSerra).

Fonte: https://revistareacao.com.br/instituto-tim-integra-rede-para-doacao-de-alimentos/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Eleições 2020: MP Eleitoral do Piauí recomenda acessibilidade na propaganda partidária

O Ministério Público Eleitoral, por meio do procurador regional Eleitoral no Estado do Piauí, Leonardo Carvalho Cavalcante de Oliveira, recomendou aos órgãos partidários estaduais e municipais dos partidos políticos do estado do Piauí que observem a utilização de recursos de acessibilidade na propaganda eleitoral veiculada na televisão durante as eleições de 2020.

De acordo com a Recomendação PRE/PI 1, as agremiações devem observar a legislação e usar, de forma simultânea e cumulativa, legendas, janela com intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e audiodescrição, tanto na exibição em rede, quanto nas inserções de 30 e 60 segundos, sob pena de adoção, incontinenti, de medidas judiciais e extrajudiciais correlatas.

O documento ampara-se em diversas normas que tratam da inclusão e dos direitos das pessoas com deficiência, entre elas, a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) e a Resolução 23.610/2019, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essas duas leis estabelecem que a propaganda eleitoral gratuita na televisão deverá utilizar, entre outros recursos, subtitulação por meio de legenda oculta, janela com intérprete de Libras e audiodescrição e também asseguram à pessoa com deficiência o direito de votar e ser votada, inclusive com a garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de televisão possuam pelo menos os recursos elencados pela Lei Brasileira de Inclusão.

A recomendação ainda cita a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – incorporada no Brasil com status de norma constitucional. A norma obriga o Estado e a sociedade civil a “possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida”. Também prevê a adoção de “medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, à informação e à comunicação”.

Por fim, o documento também ressalta que de acordo com a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a acessibilidade é de suma importância no que concerne aos meios físico, social, econômico e cultural, à saúde, à educação e à informação e comunicação. Segundo a convenção, a acessibilidade possibilita às pessoas com deficiência o pleno gozo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, o que, por via de regra, obriga a todos, inclusive aos partidos políticos, garantir às pessoas com deficiência o pleno acesso às informações.

Íntegra da Recomendação PRE/PI 1/2020

Fonte: https://revistareacao.com.br/eleicoes-2020-mp-eleitoral-do-piaui-recomenda-acessibilidade-na-propaganda-partidaria/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

14/09/2020

Vocês sabiam que jogos como cartas e dominó podem ser jogados por pessoas cegas e com baixa visão?

Hoje, no momento #memóriaspreservadas, destacaremos a importância da adaptação de materiais como forma de inclusão. 
Em nosso acervo, temos vários deles! Quando adaptados, possuem texturas diferentes, que possibilitam as pessoas com deficiência visual terem uma boa relação tátil durante o uso.
Hoje, em comemoração ao Dia do Baralho, instituído pela Copag (Companhia Paulista de Papeis e Artes Gráficas) destacamos essa medalha, que nos lembra que os jogos também são ferramentas importantes para promoção do convívio e da inclusão.
Agradecemos à Copag pela doação para o nosso acervo! <3 
Quer saber mais sobre o Centro de Memória Dorina Nowill? Acesse http://fdnc.org/cmemoria 8-| 

Descrição da imagem 1: foto de medalha de metal em formato de carta de baralho. No canto superior esquerdo aparece a letra A e, ao lado, uma palavra em braille. No centro da imagem, há o naipe de espadas desenhado sobre um retângulo vermelho. Dentro do naipe, está escrito Copag. Abaixo do retângulo, está escrito 13/9. Na parte inferior da medalha está escrito Dia do Baralho, em fundo azul. Acima da medalha temos um orifício que prende uma fita de cetim azul, caindo para a direita.

Descrição da imagem 2: foto de uma caixa de baralho com escritos em braille na parte frontal. No centro da caixa, em fundo azul com listras brancas, está o naipe de espadas e os dados Copag – 139 – braille – desde 1908 – 54 cartas para jogar. No canto superior direito, um círculo vermelho com o seguinte texto escrito em branco: baralho braille e naipe extra gigante.

Descrição da imagem 3: foto de 3 peças de dominó em madeira, pintadas de cor escura. As peças estão posicionadas lado a lado e trazem as seguintes numerações: primeira peça: quatro pontos em cima e quatro embaixo; segunda peça:  três pontos em cima e seis pontos embaixo; terceira peça: dois pontos em cima e três embaixo.
Fonte  https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=3477392418984009&id=163545423702075
POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Você sabia que dá pra usa computador por comando de voz?

O programa XULIA é totalmente gratuito e foi criado para possibilitar que pessoas com tetraplegia (ou qualquer outra condição que impossibilite o uso das mãos) consigam utilizar o computador com independência utilizando apenas a voz.
Em breve lançaremos a versão em português.

Download é feito através do site novoser.org.br

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#institutonovoser #xulia
#institutonovoser #projetosocial #inclusaosocial #pessoacomdeficiencia #acessibilidade

#institutonovoser #projetosocial #inclusaosocial #pessoacomdeficiencia #acessibilidade
Fonte  https://m.facebook.com/InstitutoNovoSerOficial/photos/a.416822085032868/3245554058826309/?type=3

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Despedida da Relatora Especial da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Catalina Devandas Aguilar

“Foi uma grande honra para mim servir como Relatora Especial durante um período que foi extraordinariamente intenso. Nestes seis anos, as Pessoas com Deficiência experimentaram conquistas sem precedentes enquanto comunidade global e como movimento de direitos humanos. Também foi um momento em que nossa determinação foi posta à prova: a pandemia COVID-19 teve um impacto virulento em nossas comunidades em todo o mundo. A crise global que vivemos é um forte lembrete aos estados e líderes em todo o mundo de que o único caminho a seguir para a humanidade é Abraçar a Diversidade #EmbraceDiversity e não deixar ninguém para trás”, afirmou a Relatora. 

Em 2014, Catalina Devandas se converteu na primeira Relatora Especial das Nações Unidas sobre os direitos das pessoas com deficiência, após ajudar a instalar o tema no seio do organismo internacional.

Antes trabalhava como encarregada do Programa de Alianças Estratégicas do Disability Rights Advocacy Fund e na unidade da Secretaria das Nações Unidas responsável da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD).

A advogada de origem costarriquense afirma que, desde a aprovação da CDPD em 2006, a situação deste coletivo melhorou. No entanto, considera que é necessário que os países continuem revisando sua legislação, um aspecto que no qual a Ibero-América “avançou consideravelmente em relação com o resto do mundo”. 

“Quero agradecer a todos que colaboraram comigo e contribuíram com seu tempo, conhecimento e esforços para lançar luz sobre os desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência em todos os cantos do nosso planeta. Minha mais profunda gratidão à comunidade de pessoas com deficiência por sua confiança, colaboração e apoio ao longo desses anos. Espero que o trabalho que temos feito juntos abra caminho para mais vitórias na luta por nossos direitos e dignidade nos próximos anos. Convido você a consultar o resumo do mandato aqui: https://bit.ly/2DDpCAy e o portal OHCHR (https://www.ohchr.org/en/issues/disability/srdisabilities), onde você pode encontrar todos os relatórios publicados durante minha gestão. Com gratidão e solidariedade”, afirmou Catalina Devandas.

Descrição da imagem: Card com foto em preto e branco de mulher ocidental em cadeira de rodas, conversando com uma mulher e 3 homens orientais. Texto em espanhol – um resumo do meu mandato como relatora sobre os direitos das pessoas com deficiência. #NoOneLeftBehind (Ningém fica para trás). Logotipo – Embracing Diversity (Abraçando a Diversidade).

Fonte  https://revistareacao.com.br/despedida-da-relatora-especial-da-onu-sobre-os-direitos-das-pessoas-com-deficiencia-catalina-devandas-aguilar/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Estudantes com deficiência visual buscam alternativas para aprender em casa

A mudança das aulas presenciais para o ambiente virtual se tornou um desafio às famílias de alunos com deficiência visual. Diante da incerteza sobre a volta às aulas nas escolas em todos os estados brasileiros, estudantes com cegueira e baixa visão procuram alternativas para atender ao calendário escolar e buscam suporte em instituições especializadas, como a Laramara – Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual.

Para assistir crianças, jovens e adultos com deficiência visual e/ou com deficiência múltipla, a instituição oferece atendimento educacional especializado, como: atividades socioeducativas, pedagógicas e culturais, que favorecem o processo de inclusão escolar. Durante o período de isolamento social, a instituição se readequou e manteve seus atendimentos às famílias e usuários por meio de atendimento virtual com vídeos e comunicação online por aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp.

Segundo Maria da Graça Corsi, pedagoga especializada no ensino de pessoas com deficiência visual da Laramara, “Desde março, os estudantes estão afastados das aulas presenciais nas escolas e o processo de inclusão não pode ser prejudicado. Para vencer esse desafio é necessário que os alunos tenham acesso aos recursos de tecnologia assistiva para assistirem às aulas online e receberem as atividades. A oferta de material adaptado, como os livros em braille e ampliados, somada aos recursos e equipamentos, como a máquina de escrever em braille, usada pelos alunos com cegueira e dos auxílios ópticos e adaptações específicas para àqueles com baixa visão, é fundamental para o bom acompanhamento das aulas.”

Entre as iniciativas da associação para fomentar a alfabetização, está o projeto Inclusão Social e Tecnologias Assistivas, que possibilita doar máquinas de escrever em braille às famílias em situação de vulnerabilidade social. “A inclusão educacional é uma das missões da Laramara. Existem muitos estudantes sem acesso aos recursos básicos que facilitariam o processo de aprendizagem”, destaca Maria da Graça.

A Laramara foi pioneira na produção da máquina de escrever em braille no Brasil. Além de oferecer um equipamento mais acessível, a instituição já doou mais de 4.170 equipamentos. Para dar continuidade a este projeto, a instituição busca doações de pessoas físicas e empresas privadas, mas com a crise causada pela eclosão da Covid-19, o número de contribuintes caiu consideravelmente.

“Todos vivemos tempos difíceis, mas é nesse momento que precisamos ressignificar nossos valores e exercitar nossa solidariedade para reconstruir os pilares básicos da sociedade”, ressalta Nelma Meo, do Grupo de Gestão da Laramara. Para ajudar, não é preciso sair de casa e basta acessar o site: www.laramara.org.br/doe.

Outra opção para quem quer transformar a vida de centenas de crianças e jovens com deficiência visual é a destinação de 1%, em caso de empresas privadas, até 6%, em casos de pessoa física, do Imposto de Renda Devido, já que o projeto conta com o apoio da CONDECA – Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. Doar é mais do que uma boa ação, é uma forma de demonstrar afeto mesmo que a distância para aqueles que precisam.


Laramara é uma Instituição especializada em deficiência visual, muito atuante. Reconhecida como um importante centro de referência na América Latina, se dedica ao estudo, desenvolvimento de projetos e pesquisas na área da deficiência visual. Fundada em 1991, por iniciativa do casal Mara e Victor Siaulys, realiza atendimento especializado nas áreas socioassistencial e socioeducativa com ações complementares e atividades específicas essenciais à aprendizagem e ao desenvolvimento das pessoas com deficiência visual e com deficiências associadas.

As atividades são realizadas em grupos e os usuários dispõem ainda de atendimentos específicos de Atividades de Vida Autônoma, Braille, Soroban, desenvolvimento da eficiência visual – Baixa Visão e Orientação e Mobilidade. Disponibiliza recursos humanos para apoio à inclusão social, colabora para o aperfeiçoamento e a capacitação de profissionais e divulga suas experiências e aquisições para todo o Brasil, por meio de recursos instrucionais produzidos por sua equipe, como livros, manuais e DVDs

Laramara trouxe para o Brasil a fabricação da máquina braille e da bengala longa, indispensáveis para a educação e a autonomia da pessoa cega. Buscando a inclusão profissional de jovens, adultos e idosos com deficiência visual, ampliou seu projeto socioeducativo em 1996, realizando atendimento para essa população.

Fonte  https://revistareacao.com.br/estudantes-com-deficiencia-visual-buscam-alternativas-para-aprender-em-casa/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

13/09/2020

Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência participa de testagem de COVID-19 na Brasilândia

O Governo do Estado de São Paulo realizou no primeiro final de semana de setembro, por meio da parceria entre a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD), Secretarias da Saúde Estadual e Municipal e Instituto Butantan, a testagem de COVID-19 nos moradores da Brasilândia, zona norte de SP, onde aproximadamente 200 pessoas com deficiência, cuidadores e/ou familiares participaram da ação domiciliar.

Cerca de 96,5% da testagem realizada em pessoas com deficiência, seus cuidadores e familiares, resultou em testes não reagentes, ou seja, sem a presença do vírus. E apenas 3% da testagem resultaram em testes reagentes. Todas as pessoas que testaram reagentes no teste rápido serão testadas com o teste RT-PCR, foram isoladas e passaram a ser monitoradas por equipes de saúde locais.

“Nossa Secretaria, alinhada com o Governador João Doria, realiza a assistência, programas e projetos atendendo a máxima que diz: Tratar igualmente os desiguais é tratá-los desigualmente. Por isso, as testagens realizadas pelo Instituto Butantan e diversas Secretarias atendem as pessoas com deficiência, familiares e cuidadores nas próprias residências. Assim atendemos de fato e com respeito o segmento dessas pessoas”, ressaltou a Secretária Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Célia Leão.

Os testes rápidos (IgM/IgG) conseguem dar resultados entre 10 e 30 minutos e auxiliam no mapeamento da população “imunizada” (que já teve o vírus ou foi exposta a ele) e os testes RT- PCR (Reverse Transcription – Polymerase Chain Reaction) é um teste em tempo real que verifica a presença de material genético do vírus, confirmando que a pessoa se encontra com COVID-19. Os testes de RT-PCR (padrão ouro) e de antígenos têm função diagnóstica, sendo o teste definitivo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fonte  https://revistareacao.com.br/secretaria-de-estado-dos-direitos-da-pessoa-com-deficiencia-participa-de-testagem-de-covid-19-na-brasilandia/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Deficiência na periferia: o isolamento continua

O isolamento social nas periferias antecede a Covid-19. A falta de políticas públicas e a de acessibilidade mantiveram as pessoas com deficiência às margens. Foi com essa premissa, e através do diálogo com diversas pessoas que moram nas regiões periféricas da cidade de São Paulo, que decidi retratar essa realidade através de um projeto de fotografia e entrevistas semanais.

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Com a repercussão do mini-documentário que fiz sobre a primeira cadeirante negra a atuar no Theatro Municipal de São Paulo, Mona Rikumbi, comecei a me aproximar à luta das pessoas com deficiência. Em 2019, decidi montar a ONG Assim Somos, agência que representa, capacita e cria conteúdo com artistas com alguma deficiência. 

A pessoa com deficiência é frequentemente estereotipada pela mídia e, nesse processo, a sua individualidade é condenada e reprimida. É importante fazermos um esforço coletivo para resgatar essas vozes e dar protagonismo à pessoa, não à deficiência. Foi isso que aprendi – e continuo aprendendo – com as pessoas que tive a sorte de conhecer durante a construção desse projeto. 

A seguir, os registros de Mona Rikumbi, Suely Rezende, Renata Viana da Silva, Frydda Emanuelly, Cleberson Casa Grande Ferraz, Nilda Martins, Fabiana dos Santos e Ana Maria Norberto.

Suely Rezende

Suely Rezende, moradora da Chácara Seis de Outubro, em São Paulo: "O peso da invisibilidade e a negação de direitos às pessoas com deficiência persistem"

"Este cenário de isolamento social devido à pandemia só reforça que as pessoas com deficiência já viviam isoladas – pelas desigualdades, por ausência de políticas públicas específicas na área da saúde e da educação, e nos diversos tipos de acessibilidade: arquitetônica, atitudinal, programática, metodológica, instrumental e nas comunicações. O peso da invisibilidade e a negação de direitos às pessoas com deficiência persistem, com ou sem pandemia. Temos que ir à luta pela equidade de direitos. Pelo nosso bem viver, as pessoas com deficiência devem reivindicar que o sistema avance em políticas públicas específicas que nos contemple em todos segmentos. Temos que lutar pela equidade de direitos para a pessoa com deficiência."

Renata Viana da Silva

No Morro do Índio, em São Paulo, a falta de acessibilidade já obrigava Renata Viana da Silva a ficar em casa

"Eu estou acostumada a ficar em casa por conta da minha deficiência e da falta de acessibilidade. O que mais me afetou, durante a pandemia, foi a sensação de impotência de não poder ajudar os outros. Sinto falta dos abraços, da conexão física. O silêncio do isolamento agitou o coração, as incertezas, trouxe muitas angústias, mas a vontade de viver renasceu todos os dias. Em meio aos medos e fragilidades, aprendemos duramente a valorizar as coisas simples, amar e viver intensamente... Sem deixar nada para amanhã!" 

Mona Rikumbi

Mona Rikumbi, a primeira cadeirante negra a se apresentar no Theatro Municipal, vive em Cidade Ademar, em São Paulo: "A cada dia os vulneráveis estão mais vulneráveis"

"Após alguns meses de isolamento social, vivemos num espaço que recebe o nome de 'novo normal'. De que normal as pessoas estão falando? Esse vírus escancarou as diferenças sociais, raciais, de gênero, etarismo e tantas outras discriminações correlatas. A cada dia os vulneráveis estão mais vulneráveis. Os destituídos estão onde sempre estiveram: em constante distanciamento social. Sem acesso. Acessibilidade saiu do espaço de lutas das pessoas com deficiência. Não são apenas mudanças arquitetônicas, intérpretes de libras. Acesso é vida digna, é saúde, é habilitação, é respeito à diversidade. Diversidade é quando temos tudo, para todas as pessoas."

Frydda Emanuelly

Frydda Emanuelly posa nas ruas de seu bairro, Vila Missionária, na zona sul de São Paulo

"Primeiro veio o desespero, e depois veio o desafio de saber colocar uma máscara. Imagina eu, com paralisia cerebral, cheia de movimentos involuntários, é uma comédia! Mas hoje tudo parece algo habitual. Além da máscara, uso luvas quando ando de ônibus. Uma coisa que esse isolamento me fez perceber é o quanto nós, seres humanos, somos inocentes, ou fingimos, que não somos capazes de admitir e reconhecer que o mal que vivemos foi provocado por nós mesmos! Eu continuo com a certeza de que o ser humano precisa urgentemente aprender a ser humano verdadeiramente. Quando percebermos o quanto isso é importante também veremos que a maioria dos problemas do mundo terão solução!"

Cleberson Casa Grande Ferraz

Cleberson Casa Grande Ferraz no bairro onde mora em São Paulo, Jardim Cidade Pirituba: "Nessa quarentena, aprendi a ser mais caseiro e também a ser mais compreensivo"

"Tenho paralisia cerebral, uma deficiência de nascença que comprometeu os meus membros superiores e inferiores, mas não houve comprometimento cognitivo. Eu não consegui ser alfabetizado porque não haviam profissionais especializados e preparados para me ajudar quando criança. Sou ciclista, amo pedalar, faço parte de um grupo de ciclistas e também aula de teatro e de dança. A minha mãe nunca me prendeu. Ela me deu a liberdade para seguir o meu rumo, e também não me infantiliza – o que é bem comum de acontecer, por parte da família ou cuidadores, com pessoas com deficiência. Nessa quarentena, aprendi a ser mais caseiro e também a ser mais compreensivo." 

Nilda Martins

Para Nilda Martins, que vive no Jardim Irapiranga, na cidade de São Paulo, a pandemia sempre existiu

"Para nós, cadeirantes, essa pandemia é a mesma de alguns tempos atrás. A "pandemia de antigamente", aquela que sempre existiu, foi e continua sendo difícil porque já éramos pretas e cadeirantes e tínhamos que ser muito fortes para conseguirmos alguma coisa. Eu fui forte e consegui me tornar uma atleta paralímpica, tenho várias medalhas de ouro, porém tive que lutar contra muito preconceito para conquistar isso. O coronavírus me fez refletir um pouco sobre o que eu passei lá atrás, porque pra gente, que é cadeirante e preta, as coisas se tornam mais difíceis com a pandemia de hoje."

Ana Maria Norberto 

Ana Maria Norberto no bairro da Chácara Santa Maria, em São Paulo: "A pandemia para nós, pessoas com deficiência, que já vivíamos em isolamento, dificultou ainda mais as nossas vidas"

"Eu caí de uma laje em 2010, fraturei a cervical C7 e fiquei tetraplégica aos 40 anos. Logo após entrar no centro de reabilitação Lucy Montoro, percebi que eu poderia fazer muito mais que imaginava. Aos poucos fui descobrindo que poderia sair pra dançar, ir ao teatro... Mas como que eu iria sair em uma cadeira de rodas sendo que onde moro é longe de tudo? As calçadas e ruas são impossíveis de andar, e pegar o ônibus e metrô não seria fácil. Em fevereiro de 2020 comecei a praticar halterofilismo, um esporte de alto rendimento, e percebi que eu poderia participar de competições e me ajudaria a ganhar força para me locomover muito mais. Nessa pandemia tive que pensar como iria fazer para não entrar em depressão e ficar sem me movimentar. A pandemia para nós, pessoas com deficiência, que já vivíamos em isolamento, dificultou ainda mais as nossas vidas."

Fabiana dos Santos

Fabiana dos Santos, moradora do Jardim Adutora, em São Paulo: "As leis e as políticas não estão do nosso lado"

"Tenho deficiência visual adquirida há 6 anos. Perdi a minha visão total em ambos os olhos devido ao diabetes. Como deficiente visual, acho que o isolamento já acontece há muito tempo. Antigamente creio que era muito pior – as famílias que tinham pessoas com alguma deficiência as escondia e as deixava presas e excluídas do mundo. Mas ainda hoje temos muita dificuldade para chegar em um lugar e ter alguém disponível para ajudar a encontrar um produto, fazer a descrição dele. Algumas vezes o funcionário olha e finge que nem está te vendo. As pessoas têm que entender que apenas temos uma dificuldade e não precisamos ser tratados como coitados, incapazes. As leis e as políticas não estão do nosso lado, precisamos de um braço direito para implantar melhorias físicas para nós, deficientes, termos maior autonomia e intensificar as leis para nos beneficiar. Felizmente podemos contar com associações como a da Fernanda Bianchini, entre outras, que visam nosso bem-estar e a inclusão social. Triste é saber que são poucas associações como essa e milhões de pessoas com deficiência no mundo inteiro."

Ana Maria Norberto, Mona Rikumbi e Nilda Martins

12/09/2020

Stefany, jogadora surda, estréia no Brasileirão Feminino de Futebol

A história do futebol feminino brasileiro ganhou mais um capítulo de inclusão social. No Campeonato Brasileiro Feminino A-1, a meio-campista Stefany Krebs fez sua estreia pelo Palmeiras na competição. Tefy, como gosta de ser chamada, é a primeira jogadora surda a atuar no torneio nacional, fato marcante para ela e para outras que também têm o mesmo sonho.

“Fiquei muito feliz e grata pela oportunidade de representar a inclusão da comunidade surda no futebol. A pandemia me fez refletir bastante e voltei ainda mais focada para o Palmeiras. O descanso também me ajudou a melhorar as minhas lesões, pois estava sentindo muita dor, principalmente no joelho, passei por uma operação no ano passado. Quando retornamos, me senti mais preparada para dar o meu melhor em campo”, afirmou Stefany.

Natural de Erechim (RS), a gaúcha de 22 anos sabe bem como conquistar títulos. No currículo, ela é nome constante na Seleção Brasileira de futsal para surdos desde os 15 anos, conquistando Mundial de Futsal de Surdos (2019), Campeonato Interclubes (2016), Campeonato Pan-Americano (2014), Campeonato Sul-Americano (2013) e Taça Brasil de Futsal (2013).

A surdez não impediu Tefy de sonhar e trabalhar forte por um lugar no elenco palmeirense. Desde que chegou, ela transformou a forma da equipe de se comunicar, ensinando Libras e criando gestos para as jogadas do dia a dia. Além disso, ela conta com a ajuda do preparador físico William Bitencourt e da analista de desempenho Vanessa Silva, que são da comissão técnica da Seleção Brasileira de futsal de surdos. Em trabalho separado, eles fazem um treinamento fora de campo diariamente com vídeos e explicações individuais.

“No começo, foi um pouco difícil me adaptar por conta da língua, já que eu uso Libras e eles usam o português. Com o tempo, fomos nos adaptando e isso foi melhorando cada vez mais. Todos os dias vou para o campo meia hora antes de treinar para saber as informações, entender melhor o que terá nos treinos e isso facilitou para que eu possa treinar com as meninas. Acredito que, cada vez mais, essa adaptação vai melhorar. Eu acredito muito”, comentou.

Diagnosticada com apenas dois meses de idade, a jogadora teve o apoio da família no sonho de se tornar uma esportista profissional e na luta pela inclusão social dos surdos. Após o sucesso no futsal, ela partiu para o desafio no campo no tradicional clube paulista e se sente orgulhosa pelas conquistas até agora.

“Até agora, vou dizer a frase que sempre falo para motivar as meninas/pessoas, que é: ‘Acredite nos seus sonhos, nunca desista ou duvide deles. Lembre-se de que você é capaz, pode conseguir e lute até o fim. Se não deu certo, tente mais uma vez e confie nas mãos de Deus, que Ele sempre tem melhor plano para nós. O importante é não ter medo de tentar’. Essa frase sempre me faz lembrar de não desistir, e sim lutar mais, até o último batimento do meu coração. Quanto mais foco nos objetivos, mais resultados bacanas você vai receber um dia. Orgulhosa? Sempre estou, impossível não estar! É muito importante amar a si mesma e ter orgulho das suas conquistas”, comemorou.

A estreia contra a Ponte Preta foi com o pé direito. Mesmo entrando aos 42 minutos do segundo tempo, a meio-campo ajudou o alviverde a conquistar a vitória por 4 a 1 no estádio Moisés Lucarelli, garantindo os três pontos que deixaram a equipe na quinta colocação na tabela. A expectativa para a temporada é alta e ela pensa em uma coisa: o título.

“Nós, atletas, estávamos muito ansiosas para voltar a treinar. Mesmo com a pandemia, as jogadoras tiveram boa vontade e dedicação, todas treinaram muito bem. A nossa comissão técnica também nos motivou muito, eles nos ajudaram a não desanimar e nos deixaram com ainda mais foco nos treinos e jogos. Sei que teremos ainda mais vitórias, pois confio no meu time. Vamos continuar nesse ritmo e fazendo o melhor a cada jogo. O Palmeiras nunca desiste das lutas. O meu maior objetivo é fazer a história no clube e trazer títulos. Acredito muito no potencial de cada menina que está aqui”, concluiu.

Fonte  https://revistareacao.com.br/stefany-jogadora-surda-estreia-no-brasileirao-feminino-de-futebol/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Twitter se prepara para lançar legendas automáticas em áudios e vídeos

O Twitter criou duas equipes de trabalho inteiramente dedicadas a melhorar a acessibilidade de todos os seus produtos. A empresa toma essa ação depois de receber inúmeras críticas neste verão, após o lançamento de tweets de voz sem uma versão áudio-descrita das mensagens, gerando reclamações de pessoas com deficiência auditiva 
O Twitter teve que se desculpar e prometer melhorias e por isso está criando agora dois grupos de trabalho que irão desenvolver funcionalidades específicas para melhorar o acesso de pessoas com deficiência aos conteúdos da plataforma.

O primeiro desses grupos de trabalho, denominado Centro de Excelência em Acessibilidade, ficará encarregado de definir metas dentro da parte corporativa do Twitter para torná-lo mais acessível 

Isso inclui melhorar a acessibilidade em seus escritórios (na forma de eliminação de barreiras físicas), criar estratégias de marketing e comunicação mais inclusivas, atualizar as políticas da empresa, etc.A segunda equipe, que atende pelo nome de Experience Accessibility Team, terá como foco melhorar a acessibilidade dos produtos do Twitter, ou seja, tornar a própria rede social mais acessível a todos os tipos de usuários, principalmente tornando o conteúdo multimídia acessível a pessoas com deficiências sensoriais, como cegueira ou surdez.
 Com isso em mente, as duas equipes já estão trabalhando em novos recursos. Por exemplo, o Twitter anunciou que adicionará legendas automáticas de áudio e vídeo (no estilo do YouTube) durante o início de 2021.

Para isso, eles trabalharão lado a lado com usuários com deficiência por meio de pesquisas, entrevistas e vários estudos.

Fonte  https://revistareacao.com.br/twitter-se-prepara-para-lancar-legendas-automaticas-em-audios-e-videos/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO