Estudiosos identificaram casos de pacientes com problemas graves nos pulmões, mas nenhuma falta de ar — Foto: SILVIO AVILA/AFP
O médico Richard Levitan notou algo estranho quando atendia pacientes com Covid-19 no hospital Bellevue, em Nova York.
Muitos deles, apesar de terem pneumonia e uma oxigenação no sangue abaixo do normal, não tinham problemas para respirar, algo incomum em pacientes nestas condições.
Em um artigo publicado no jornal The New York Times, ele relata vários casos de pacientes internados por outras razões — como acidentes ou vítimas de esfaqueamento — em que só foi descoberto que tinham Covid-19 após tomografias ou raios-X realizados para verificar se houve estrago em órgãos internos.
"E foi isso que realmente nos surpreendeu: esses pacientes não tinham reportado qualquer problema de respiração, apesar de raios-X do tórax mostrarem pneumonia avançada e que o oxigênio estava abaixo do normal. Como pôde ser possível?"
O médico constatou que a Covid-19 tem uma peculiaridade perigosa.
"Estamos começando a reconhecer que a pneumonia da Covid-19 causa inicialmente uma privação de oxigênio que chamamos de 'hipóxia silenciosa' — 'silenciosa' por sua natureza traiçoeira, difícil de ser detectada", afirma Levitan.
O médico explica que, na emergência do hospital, pacientes em estado grave são entubados por várias razões. "Em meus 30 anos de experiência, entretanto, a maioria dos pacientes que precisam da entubação de emergência estão em estado de choque com um estado mental alterado e lutando para respirar. Muitos estão inconscientes ou usando cada músculo que têm para respirar", mas que, no caso da pneumonia de Covid-19, "é diferente".
A maioria desses pacientes que tratou, diz Levitan, tinham saturação bastante baixa de oxigênio, "praticamente incompatível com vida", mas "estavam falando em seus celulares".
"Apesar de estarem com a respiração rápida, não aparentavam aflição, apesar dos níveis baixos perigosos de oxigênio e de apresentarem pneumonia avançada nos raios-X."
Uma 'combinação quase nunca vista'
Profissionais relatam casos de pessoas com pneumonia grave, mas que sentiam apenas falta de ar que aparentava ser leve — Foto: SILVIO AVILA/AFP
A médica Clarisse Melo teve até agora uma experiência bastante semelhante ao atender pacientes com Covid-19 em um hospital privado do Rio de Janeiro.
"Muitos estão com uma saturação (de oxigênio) muito baixa, mas conversam com a família pelo celular. Eles ficam bravos comigo quando eu digo que têm que ir para a UTI. Eu tenho que mostrar os exames para convencer a pessoa de que ela precisa receber oxigênio", diz a médica.
A situação é tão recorrente que deixou ela e vários colegas intrigados e virou um assunto recorrente nas conversas sobre os pacientes com coronavírus.
"Isso não é comum em quem tem pneumonia, mas todos os médicos com quem trabalho viram pacientes com hipóxia e sem falta de ar. Foi uma unanimidade", diz a médica.
Ela diz também ver várias pessoas que procuraram atendimento já com uma insuficiência respiratória grave. "A gente fica se perguntando: 'Como a pessoa chegou a este ponto? Como não percebeu a falta de ar e foi para o hospital já em um estado tão crítico?'."
Na busca por respostas, ela identificou um estudo liderado pelo anestesiologista Luciano Gattinoni, da Universidade de Göttingen, na Alemanha, que aponta a hipóxia silenciosa como uma condição comum entre os pacientes com Covid-19 analisados.
Ao menos 50% dos 150 pacientes da pesquisa tinham uma oxigenação baixa, mas pulmões com um nível quase normal de complacência, como é chamada a capacidade do órgão de se expandir.
"Essa combinação notável quase nunca é vista em uma síndrome respiratória aguda grave", diz Gattoni.
Mas é algo que, na linha de frente do combate à pandemia, "todos estão vendo, todos os dias", diz o pneumologista Paulo Teixeira, professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
"A maioria dos pacientes infectados fica bem em duas ou três semanas, mas outros evoluem para quadros graves, e alguns têm essa pneumonia silenciosa. A gente vê tomografias assustadoras, com o pulmão muito comprometido, a pessoa está com uma saturação muito baixa, mas está muito bem", diz Teixeira.
Por que isso acontece?
Richard Levitan diz em seu artigo que médicos e cientistas estão apenas começando a entender por que isso ocorre.
Uma explicação possível apontada por ele é que o coronavírus ataca células pulmonares que produzem surfactantes, substâncias que ajudam os alvéolos a permanecerem abertos entre as respirações e que são essenciais para o pulmão funcionar normalmente.
Especialistas começaram a estudar a 'pneumonia silenciosa' da covid-19 — Foto: Getty Images via BBC
"Mas os pulmões permanecem inicialmente 'complacentes', ainda não rígidos ou cheios de fluídos. Isso significa que o paciente pode expelir dióxido de carbono — e, sem o acúmulo de dióxido de carbono, os pacientes não sentem falta de ar", escreve Levitan.
O médico diz que os pacientes tentam compensar a baixa oxigenação ao respirar mais rápido e profundamente, sem perceber que estão fazendo isso. Isso gera mais lesões ao pulmão, o que pode gerar uma insuficiência respiratória aguda e ser letal.
"A rápida progressão da hipóxia silenciosa para a insuficiência respiratória explica os casos de pacientes com Covid-19 que morrem de repente, sem chegarem a sentir falta de ar", afirma o médico.
No entanto, Jaques Sztajnbok, médico supervisor da unidade de tratamento intensivo do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, diz que a hipóxia silenciosa não é uma característica particular da Covid-19.
"Não é algo inédito, vemos acontecer com pacientes que têm outras doenças", diz o médico.
Sztajnbok também explica que cada pessoa tem uma tolerância própria à baixa oxigenação no sangue, de acordo com suas características fisiológicas e preparo físico, por exemplo.
"Alguns pacientes chegam com oxigenação baixa, mas sem problemas para respirar. Mas vários relatam algum desconforto respiratório. Uma das explicações para essa diferença pode ser a tolerância individual à hipóxia", diz Sztajnbok.
O médico aponta ainda que algumas necropsias de pessoas que morreram por causa do coronavírus indicam que houve trombose nos vasos do pulmão, ou seja, formaram-se coágulos que obstruíram a passagem de sangue.
Isso pode ser o motivo da baixa oxigenação do sangue em pacientes que não sentem falta de ar.
"Para o pulmão funcionar, é preciso que haja respiração, mas também que o sangue chegue aos alvéolos para haver a troca de gases. O pulmão pode ter uma complacência boa, mas, se o sangue não chega aonde deveria, a troca não ocorre adequadamente", afirma Sztajnbok.
Especialista defende uso de equipamento para identificar pneumonia causada pela covid-19 antes que quadro do paciente piore — Foto: Getty Images via BBC
Teixeira aponta estudos científicos que apontam nesta direção. Eles indicam, por exemplo, que pacientes com Covid-19 têm um nível elevado de uma substância conhecida como d-dímero, que é produzida pelo organismo para tentar desfazer coágulos.
"O novo coronavírus causa muita trombose. Estamos usando anticoagulantes com estes pacientes, porque a literatura científica publicada até agora aponta que sua oxigenação melhora assim", afirma Teixeira.
Um alerta precoce para a pneumonia da Covid-19
Richard Levitan defende no artigo o uso de oxímetros para identificar a pneumonia causada pela Covid-19 antes de problemas respiratórios aparecerem.
Esse aparelho se parece com um pregador de roupas e é colocado em um dos dedos da mão para medir a saturação de oxigênio no sangue e a frequência cardíaca.
Levitan diz que eles tão são simples de usar quanto um termômetro, são "extremamente confiáveis" e podem dar um alerta precoce para a pneumonia da Covid-19.
O médico defende que qualquer um que tenha sintomas compatíveis com os da Covid-19 use o aparelho por duas semanas, período no qual a doença se desenvolve, com acompanhamento médico.
Isso pode evitar que muitas pessoas cheguem aos hospitais em estado crítico e precisem ser entubadas. Levitan diz que o oxímetro pode prevenir mortes.
O uso mais amplo desse aparelho seria "ideal", diz Sztajnbok, mas é algo "impossível" de se fazer na prática. Um dos obstáculos é o preço do aparelho, que custa entre R$ 100 e R$ 200 em lojas online.
Por sua vez, Teixeira avalia que usar um pode ser "importantíssimo". "Temos controlado a saturação de pacientes em suas casas desta forma", diz o pneumologista.
Se uma pessoa não tem condições de comprar o aparelho, Teixeira diz que ela deve procurar um hospital caso tenha falta de ar — e mesmo sem febre, porque de 30% a 40% das pessoas com covid-19 não têm esse sintoma.
Sztajnbok reforça que as recomendações feitas até agora sobre o que fazer ao ter sintomas compatíveis com os da Covid-19 devem continuar a ser seguidas.
"Procure um hospital se tiver falta de ar, uma frequência respiratória aumentada persistente ou sentir cansaço ao fazer atividades em que isso não aconteceria normalmente."
O médico diz ainda que a hipóxia silenciosa deve ser melhor estudada — e que "não é motivo para pânico".
"O risco é lotar os prontos-socorros com pessoas que acham que têm pneumonia sem ter sintoma nenhum. Quem precisar ser atendido não vai conseguir, e a pessoa que foi lá desnecessariamente pode voltar para casa infectada com o coronavírus
Médico fala sobre os riscos de quem já teve pneumonia para a Covid-19
"Homem acessa internet em um shopping center de Brasília(Foto: AP/Eraldo Peres)
O isolamento social durante a pandemia da Covid-19 impôs uma dependência da Internet com a aplicação do trabalho em home office. No entanto, problemas sociais crônicos do Brasil têm transformado a tecnologia em um obstáculo em áreas-chave como a Educação.
A Internet tem sido em muitos aspectos o único canal de comunicação entre a casa das pessoas e o resto do mundo. No entanto, apesar de ser cada vez mais essencial para o funcionamento de diversos setores da sociedade, a pandemia da Covid-19 mostra como as condições de acessibilidade no Brasil carregam as marcas da profunda desigualdade social do país.
A especialista na área de Internet e telecomunicações e coordenadora executiva da organização de comunicação social Intervozes, Marina Pita, lembra que a Internet é "um serviço essencial para o exercício da cidadania, nos termos do Marco Civil da Internet, Lei 12.965/2014 e deveria estar acessível a todos".
"No entanto ainda estamos longe de garantir o acesso universal. Isso porque o serviço de acesso à Internet não tem sido objeto de políticas públicas de forma adequada. Em grande parte está limitado à atuação do mercado, insuficiente", argumenta.
De acordo com ela, diferente de alguns países que adotaram medidas para um acesso mais democrático à Internet, o Brasil não traduz a questão da acessibilidade em políticas públicas, o que aprofunda a desigualdade social no país.
"Veja que o Chile fez um investimento importante em redes de fibra óptica. O Uruguai também investiu no acesso nas áreas rurais e conectou todas as escolas. A opção do Brasil de relevar ao mercado a oferta do serviço de acesso à Internet leva ao aprofundamento das desigualdades", afirmou.
"Para ter garantida uma série de direitos hoje se depende de Internet. Este quadro é exacerbado em uma situação de distanciamento social, em que pessoas que tinham acesso à Internet em cafés, bares, no emprego, na casa onde fazia faxina, já não têm acesso, ou têm um acesso ainda mais limitado", acrescentou Marina Pita.
De acordo com os dados levantados pelo coletivo de comunicação social Intervozes, o telefone celular é o único meio de acesso à Internet sobretudo nas classes C (61%), e DE (85%). "Ocorre que nessas classes, o uso da Internet se dá basicamente através da contratação de planos de acesso limitados nos quais o provedor disponibiliza uma franquia de dados", diz a entidade em nota
Tecnologia a serviço da desigualdade
Uma das áreas que concentrou sua funcionalidade na Internet neste período de isolamento foi a Educação. E é a rede pública de ensino que parece demonstrar um dos retratos mais fiéis da desigualdade social diante da necessidade do uso da tecnologia.
Em 30 de março, o governo do estado do Rio de Janeiro, por exemplo, anunciou uma plataforma on-line para dar continuidade às aulas durante o período da pandemia. No entanto, os alunos que não têm acesso à Internet estão até hoje sem aulas.
O professor de História e Filosofia da Rede Pública Estadual, Luiz Antônio Andrade, disse à Sputnik Brasil que no Brasil "não existe nenhuma legislação que regule o ensino à distância no ensino básico". De acordo com ele, a dependência da tecnologia revela uma assimetria entre as condições que as redes pública e privada têm para se adaptar ao ensino remoto.
"A gente nunca pode comparar o ensino público com o ensino privado. O ensino privado é mercado e o perfil do alunado do ensino privado é muito regular. São pessoas de classe média, que têm acesso à Internet e que têm o capital cultural de saber lidar com os programas", destaca.
"Vários alunos estão com dificuldade de acesso, estão perdidos por que não têm nenhum procedimento uniforme por parte da Seduc [Secretaria de Educação], não existe uma comunicação, nem da direção, nem dos professores. Os próprios professores, muitos que não têm muita habilidade com esse mundo da tecnologia estão sentindo dificuldade e se sentindo desamparados", acrescenta o professor Luiz Antônio.
O coletivo de comunicação social Intervozes também destacou os desafios pedagógicos que a dependência tecnológica impõe aos profissionais.
"Educação vai muito além de disponibilização de conteúdo, ela se faz através da interrelação entre educador e educando, em um processo de apropriação de cultura, construído em conjunto entre esses sujeitos. Isso se faz impossível em meio virtual", afirma a organização.
Ao comentar sobre as medidas do governo brasileiro em relação a um esforço de garantir uma maior acessibilidade e melhoria dos serviços de conexão, a diretora executiva da Intervozes observou que a Justiça havia decidido manter os serviços de acesso à Internet mesmo em situação de inadimplência pelo período da pandemia. No entanto, a Anatel e governo se posicionaram contrários e derrubaram a liminar na Justiça.
"Além de uma carta genérica assinada entre o setor de telecomunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia, desconheço alguma medida para garantir a conexão dos brasileiros neste momento de pandemia", completou Marina Pita.(Serguey Monin/Sputnik Brasil)
A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) afirmou, durante pronunciamento por vídeo, que o uso da telemedicina é crucial neste momento de combate ao coronavírus. Projeto que libera o uso da telemedicina (PL 696/2020) foi aprovado na terça-feira (31) e visa desafogar hospitais e centros de saúde com o atendimento de pacientes a distância.
A senadora pediu que o Conselho Federal de Medicina (CFM) estabeleça, com base na Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146, de 2015), medidas de acessibilidade para pacientes com deficiência auditiva, deficiências visual, entre outros.
Mara ressaltou que essa é uma parcela significativa da população, considerada vulnerável, que não pode ficar sem a devida assistência médica.
— O uso de uma plataforma e de uma tecnologia que permita a mediação dessas consultas com a presença de um intérprete de libras. Também as orientações aos médicos de como atuar de maneira mais explicativa, no caso de uma pessoa com deficiência intelectual ou autismo, e de uma maneira mais descritiva as pessoas cegas, pra entender o contexto — afirmou Mara, apresentando uma lista de medidas que segundo ela devem ser observadas.
A senadora pediu também a disponibilidade de intérpretes para os surdos-cegos, e uma plataforma que seja acessível aos leitores de tela, utilizada pelas pessoas com deficiência visual.
A pandemia do novo coronavírus mudou a rotina de milhares de brasileiros no último mês com o isolamento social adotado para evitar a disseminação da doença. Com a maioria das pessoas em casa, muitas empresas foram afetadas a ponto de precisarem até demitir seus colaboradores, além dos comerciantes e empresários que tiveram que fechar suas portas. Com isso, a renda de muitos brasileiros foi prejudicada e há quem esteja sem condições de pagar os valores da pensão alimentícia.
A advogada especialista em Direito Humanizado nas áreas de Família e Sucessões, Debora Ghelman, diz que a crise econômica gerada pelo novo coronavírus significa diminuição de vendas no comércio, perda em investimentos financeiros e o aumento do desemprego e explica que não serão raros os pedidos de revisão de pensão alimentícia.
"Importante esclarecer que a pensão alimentícia é arbitrada pelo juiz levando em consideração a possibilidade de quem paga e a necessidade de quem precisa dos alimentos. Trata-se do conhecido binômio necessidade/possibilidade. E o valor da pensão só poderá ser aumentado ou reduzido caso haja alguma alteração na renda do devedor ou credor dos alimentos. Então, comprovada a redução na capacidade econômica do devedor, é bastante plausível que haja um pedido judicial de revisão dos alimentos" diz a especialista.
A advogada ainda esclarece que apenas alegar que a renda foi afetada pela pandemia não é o suficiente para que seja arbitrada uma redução no pagamento, é preciso provar que houve uma diminuição na renda do devedor e que ela não é suficiente para arcar com o pagamento integral da pensão.
"Além disso, considerando-se que as contas para a manutenção da vida continuarão sendo cobradas e que, caso a criança seja contaminada com o vírus, os valores podem aumentar muito, é preciso ter muita cautela nos pedidos de revisão de alimentos que, com certeza, figurarão nas varas de família" explica.
Caso o valor realmente seja reduzido, é importante se atentar se a mudança é temporária ou se perdurará no tempo. “Se o pagador for um comerciante que teve seu negócio fechado por alguns meses, mas quando retornou conseguiu recuperar totalmente sua renda, o valor da pensão deve voltar a ser o mesmo de antes da pandemia, e até mesmo pode acontecer uma compensação pelos valores diminuídos anteriormente”, exemplifica Debora.
Devido à pandemia, no dia 25 de março, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) estendeu a todos os presos por dívida alimentícia os efeitos de uma decisão liminar que garante a prisão domiciliar. No começo de abril, o Senado aprovou projeto de lei que, entre outros pontos para a contenção do vírus, estabelece o regime domiciliar para os casos de atraso em pensão.
"Diversos arranjos podem ser feitos nessa situação totalmente inédita que vivemos, mas é preciso lembrar que a prioridade é que as despesas dos filhos sejam devidamente pagas. A pensão alimentícia é uma obrigação vinculada à sobrevivência daquele que os necessita, abrangendo tudo quanto o filho precisa para a sua sobrevivência e manutenção como ser social", finaliza Debora.
O filme turco mais falado do momento parte da linda relação de um pai e uma filha para retratar questões, como injustiça, união e amor ao próximo. Confira por que ele também vai emocionar você.
Impossível assistir a “Milagre da Cela 7” e não se emocionar do início ao fim com essa história trágica, mas ao mesmo tempo inspiradora e necessária.
O filme de origem turca é o mais novo lançamento da Netflix e tem feito pessoas do mundo todo chorarem diante de uma linda história de amor e cumplicidade de Memo, um pai solteiro e que sofre de deficiência intelectual, e sua filha, a pequena e carismática Ova.
A relação desses dois é o ponto de partida da história. Apesar das dificuldades, Memo, interpretado magistralmente por Aras Bulut Lynemli, leva uma vida simples e feliz junto com a filha, vivida pela pequena Nisa Sofiya Aksongur, e a avó, Fatma, interpretada por Celile Toyon Uysal, num pacato vilarejo da Turquia.
Tudo vai bem até que uma tragédia muda completamente a vida da família. Depois de um grave incidente, Memo é acusado injustamente da morte da filha de um comandante do exército local.
Ele é preso, humilhado, agredido e condenado, sem ter a mínima chance de se explicar.
A partir desse ponto do filme, o ideal é você se agarrar ao pacote de lenços e tentar não se desesperar por causa do sofrimento que esse ingênuo e inocente pai enfrentará.
Méritos são o que não faltam para o “Milagre da Cela 7”. Trata-se da refilmagem de uma produção sul-coreana de 2013, que focava mais no humor.
Ao transpor a história para o drama, o diretor, Mehmet Ada Öztekin, pode aprofundar não só a relação de pai e filha, mas também abordar outras questões de importância universal em nossa sociedade.
A relação entre Memo e seus colegas de cela, por exemplo, é uma clara demonstração da importância da união e da amizade, até mesmo diante dos problemas mais difíceis.
As cenas envolvendo o pai e os outros detentos são responsáveis por algumas das mais lindas e importantes do filme.
A forma injusta como Memo foi acusado também é um reflexo dos pré-julgamentos que muitos de nós fazemos no dia a dia.
Afinal, sejamos francos, o que mais há por aí são pessoas qualificando como incapazes uma pessoa com deficiência, seja ela física ou mental.
O amor e o respeito ao próximo também são um dos pontos mais importantes da história. Outro quesito técnico que torna o “Milagre da Cela 7” ainda mais relevante é a forma como ele retrata a sociedade turca.
A Netflix segue apostando em produções que mostram diferentes culturas, crenças e costumes do mundo todo, sob a ótica de diretores de diferentes nacionalidades.
O filme conduz o telespectador a uma realidade completamente desconhecida para nós, brasileiros, cuja trágica história de Memo e Ova é narrada com um toque sutil de beleza, poesia e muito amor, e embalada por uma trilha sonora incrível.
Como se não bastasse um desenvolvimento extremamente emocionante, que certamente vai fazer você chorar compulsivamente, “Milagre da Cela 7” também lhe reserva um final extremamente surpreendente.
Mas vamos parar por aqui. Qualquer outro detalhe sobre esse filme incrível pode acabar comprometendo a sua experiência.
Todo mundo deve assistir a “Milagre da Cela 7”, pois reforça o quanto é importante não deixarmos de acreditar em quem tanto amamos.
Mostra que não há força mais poderosa do que o amor e a compaixão entre as pessoas.
É um filme que merece ser sentido por todos, pois você certamente vai amar essa trama sensível, capaz de tocar o coração de qualquer pessoa, e que vai fazê-lo questionar os próprios preconceitos.
De acordo com informações que o Blog apurou, a Terra das Tradições será a primeira cidade a ter o ‘Toque de Recolher’ no Pajeú , o Ministério Público e as autoridades Sanitárias e de Saúde do Município de Tabira estarão nas ruas a partir dessa quinta-feira(23) e os transeuntes que estiverem nas ruas das 8 da noite à 5 da manhã.
” O controle, será da Polícia Militar, Guarda Municipal e com orientação do MP que vão estar fazendo isso. Quem for pego na rua, vai ser orientado a voltar pra casa, a não ser que esteja indo na farmácia, hospital por exemplo.Vai ser uma abordagem para saber o motivo de estar na rua. Se não tiver fazendo nada, será orientado que o transeunte volte pra casa”
Quem não respeitar o toque de recolher, pode ser responsabilizado criminalmente por desobediência a uma ordem do poder público, ira destacar a nota .
Fica permitido a circulação apenas de prestadores de serviços na área da saúde, segurança, assistência social, delivery de alimentos, trabalhadores desde que comprovada a necessidade, urgência no deslocamento e, portanto, identificação funcional.
Quem desobedecer estará sujeito, no caso de motoristas, à apreensão do veículo, condução coercitiva e multa. Em Tabira o uso de mascara já é obrigatório.
FEIRA LIVRE |Ficou decidido que após a realização da feira dessa quarta-feira (22), todas as feiras livres estarão suspensas por tempo indeterminado, tanto no centro da cidade quanto nos bairros e povoados.
O montante equivale aos valores acumulados em provisões técnicas que não estão comprometidos com o pagamento de indenizações de vítimas de acidentes de trânsito ou com as despesas administrativas da Líder.
As provisões técnicas são uma conta que as seguradoras mantêm para cobrir os sinistros. Segundo o governo, a Líder encerrou 2019 com R$ 8,42 bilhões em provisões técnicas. Após descontar o montante necessário às indenizações e outras despesas, sobrariam R$ 4,25 bilhões.
O projeto, enviado à Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (23), estabelece que o valor será repassado ao SUS em uma única parcela, em até 30 dias após a publicação da futura lei complementar. O dinheiro será usado no combate à pandemia de covid-19.
Atualmente, a saúde pública já é beneficiada pelo seguro obrigatório. O Fundo Nacional de Saúde (FNS), gestor financeiro do SUS na esfera federal, recebe 45% dos valores arrecadados com os boletos pagos pelos proprietários de veículos.
Nova tentativa
Esta é a segunda vez que o governo Bolsonaro tenta interferir na arrecadação do DPVAT. A primeira foi com a Medida Provisória 904/2019, que não foi votada pelo Congresso Nacional e perdeu validade na segunda-feira (20).
Publicada em novembro do ano passado, a MP extinguia o seguro obrigatório e destinava R$ 3,75 bilhões das provisões técnicas da Líder para a Conta Única do Tesouro Nacional. O dinheiro seria repassado em três parcelas anuais, entre 2020 e 2022.
Em dezembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a eficácia da MP por entender que o fim do DPVAT deve ser tratado por lei complementar, e não por medida provisória. A suspensão foi pedida pelo partido Rede Sustentabilidade.
Açude do Jatobá transbordando nesta sexta-feira, 24. (Foto: Marconi Palmeira)
Demorou 11 anos, mas nesta sexta-feira 24/04/20 a beleza exuberante do transbordamento do Açude Jatobá em Patos fez valer a pena toda espera.
Foi um momento inesquecível vivido pelo técnico da EMPAER Marconi Palmeira Filho e que agora dividimos com todos os patoenses e sertanejos.
Em apenas 32 horas o manancial encheu 18% de sua capacidade e voltou a transbordar, atingindo 8 centímetros de lâmina no sangradouro no momento da visita.
Todos, sem exceção, agradecemos a Deus por esse presente tão significante.
A felicidade é palavra e o sentimento que contagiou toda população.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começa hoje a pagar hoje (24) o 13º de aposentados e pensionistas. O depósito da primeira parte desse abono anual será realizado no período de 24 de abril a 8 de maio.
Para aqueles que recebem um salário mínimo, o depósito da antecipação será feito entre os dias 24 de abril e 8 de maio, de acordo com o número final do benefício, sem levar em conta o dígito verificador. Segurados com renda mensal acima do piso nacional terão seus pagamentos creditados entre 4 e 8 de maio.
Em todo o país, 35,6 milhões de pessoas receberão o benefício de abril. O INSS injetará na economia R$ 71,7 bilhões. E 30,7 milhões de beneficiários receberão a primeira parcela do 13º, o equivalente a R$ 23,7 bilhões.
Por lei, pode receber direito ao 13º quem, durante o ano, recebeu benefício previdenciário de aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão. Na hipótese de cessação programada do benefício, prevista antes de 31 de dezembro de 2020, será pago o valor proporcional do abono anual ao beneficiário.
Aqueles que recebem benefícios assistenciais - Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Renda Mensal Vitalícia (RMV) - não têm direito ao abono anual.
Na última segunda-feira (20), em reunião no Palácio do Planalto, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e o presidente Jair Bolsonaro levantaram a possibilidade de reabertura de escolas cívico-militares e militares do DF. A hipótese assustou a comunidade escolar desses colégios, que criaram petição on-line para barrar essa possível volta às aulas na próxima semana. A petição, até a tarde desta quarta-feira (22), contava com mais de 15 mil assinaturas.
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Fachada do Colégio Cívico-Militar CED 03 de Sobradinho (foto: Geraldo Calado)
A comissão de pais, que se formou para a organização da petição, informou que a reivindicação que fazem é sobre a apresentação de estudo científico que aponte a segurança para o retorno às aulas. Além do respeito à isonomia e igualdade, previsto na Constituição.
Tiago Pessoa, 38 anos, é pai de aluna do Colégio Militar Dom Pedro II (CMDPII), e afirma que, caso as aulas retornem, não mandará a filha para à escola. “Temos crianças com problemas respiratórios, diabéticos, pessoas do grupo de risco em casa. A última coisa que deve voltar são as escolas” defende.
Alessandra Freire, 44 anos, psicóloga e mãe de aluno do Colégio Militar de Brasília (CMB) está assustada com a possibilidade de retorno das aulas do filho na próxima semana. “Querem colocar nossos filhos no front, não vamos aceitar isso. Vamos recorrer, caso realmente decidam pela volta das aulas na próxima semana”.
Joana Lopes, 38 anos, mãe de aluno também do Colégio Militar de Brasília (CMB) afirma que essa medida é precipitada. “As crianças não têm as instruções necessárias para esse retorno e as escolas não estão preparadas para esse momento.”
O que dizem gestores e professores
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O diretor do Colégio Cívico-Militar CED 03 de Sobradinho, Geraldo Calado, conta que pais e professores pedem medidas que os deixem mais seguros para o retorno às aulas. “A maioria dos professores é contra a volta às aulas. Muitos pais, a princípio, eram favoráveis a essa possibilidade, mas mudaram de opinião, ambos querem mais segurança para poder voltar à rotina”, conta. No entanto, o diretor ressalta que se o Governo do Distrito Federal (GDF) optar por reabrir as escolas, ele terá que acatar a decisão. O colégio tem cerca de 1700 alunos.
Diretores da escolas cívico-militares vão se reunir na tarde desta quarta-feira (22) para discutir se existe a possibilidade de reabrirem na próxima semana.
Cosme André, 52 anos, é professor no Centro de Ensino Fundamental 05 do Gama, e diz estar preocupado com o que pode acontecer com a saúde de toda a equipe escolar, principalmente dos alunos especiais. “Passei por uma cirurgia recentemente, sou hipertenso, não me sinto seguro em voltar a trabalhar. A escola onde trabalho atende alunos especiais e eles são do grupo de risco, é preciso levar essas questões em consideração."
Palavra de especialista
O professor de epidemiologia e membro do Comitê Gestor do Plano de Contingência da Covid-19 (COES) da Universidade de Brasília (UnB), Wildo Navegantes de Araújo, 46 anos, não considera a possibilidade de reabertura dos colégios prudente. “É necessário que o GDF esclareça qual é a base científica que estão levando em conta para cogitar essa reabertura de escolas”.
Além disso, o professor de epidemiologia da UnB esclarece, que por mais que crianças e adolescentes não estejam no grupo de risco, existe uma equipe de profissionais para o funcionamento da rotina escolar. “O efeito não vai ser sentido de imediato, pode demorar até 14 dias para vermos os efeitos dessa medida de reabertura. Mas não tenho dúvidas, que caso as aulas voltem, haverá aumento maior no número de casos de Covid-19 no DF”, afirma o especialista.
Para se pensar na possibilidade de retorno às aulas, Wildo Navegantes de Araújo diz que é preciso que as escolas estejam preparadas com equipamentos para evitar a disseminação do vírus. Além disso, enfatiza que é imprescindível que haja também uma melhor estrutura nos hospitais para atender mais casos de pessoas infectadas que pode vir a ocorrer, caso a decisão seja tomada.
Posicionamento do Sinpro/DF
A diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro/DF), Rosilene Correia, 57 anos, afirma que o órgão é contra a reabertura de qualquer escola neste momento. “Nós não temos nenhum dado que possa dar segurança à população para tentar retomar a rotina de qualquer escola”, afirma.
A diretora do Sinpro/DF ressalta que o governador, Ibaneis Rocha, não explicou ainda o que tem de diferente nas escolas militarizadas para as chamadas escolas regulares, e quais medidas seriam tomadas para dar segurança à comunidade escolar. “Estamos esperando que nos chamem para uma conversa. Queremos resolver no bom diálogo, que nos apresentem dados que mostrem que é seguro reabrir as escolas. Mas caso seja necessário, acionaremos a justiça para evitar a reabertura”.
Posicionamento da Secretaria de Educação
Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) informou que o governador, Ibaneis Rocha, irá ouvir o posicionamento da Secretaria de Educação e da Secretaria de Saúde para deliberar alguma decisão a respeito da reabertura das escolas cívico-militares e militares na próxima semana. A SEE-DF afirma que também aguarda parecer da Secretaria de Saúde e irá ouvir gestores e professores das escolas envolvidas.