A pandemia de Coronavírus (COVID-19) tem gerado uma série de reflexões na sociedade. Pessoas passaram a questionar mais a desigualdade social, a falta de investimentos em serviços público e, também, seus hábitos, entre eles os alimentares. Essa é a avaliação de Carmen Janaína Machado, educadora da Escola Família Agrícola da Região Sul (EFASUL).
“Alimentamos o Brasil, no sentido nutricional, mas também no sentido cultural das relações. Uma lavoura não é somente uma paisagem. Para além do alimento, a lavoura é a permanência da história de cada família em várias gerações. os modos de fazer agricultura, os saberes”, afirma Carmen Janaína Machado.
É a agricultura que garante a soberania alimentar ao povo brasileiro. “Falar de soberania alimentar é pensar em comida com gosto, com sabor, com peso nutricional alto, com diversidade de proteínas e também que assegura a continuidade de modos de fazer agricultura. Quando se fala em soberania alimentar, se fala em agricultura familiar. A economia solidária está vinculada a esse modo de produção, que cuida do solo, em diálogo com a natureza e não em confronto com ela. Não é devastando e produzindo em larga escala que vai haver retorno. É necessário ter uma produção diversificada, produzir de tudo um pouco, em relação com a natureza”, completa a educadora da EFASUL.
Soberania alimentar
Denise Gigante, docente da UFPel, explica a origem do conceito de soberania alimentar. Após a Segunda Guerra, a ideia era de que a população não tinha alimentos suficientes, então era necessário aumentar a produção de alimentos. O aumento foi tratado como um aumento de produção “a qualquer custo”, e então começou-se a produzir alimentos em larga escala, com bastante uso de agrotóxicos.
“Já o conceito de soberania alimentar surge no final da década de 90, em uma reunião da FAO-ONU, em Roma, com a participação de camponeses e pequenos agricultores, que buscaram mostrar que os povos deveriam ter o direito de produzir e de se alimentar do modo que desejassem. Nesse sentido, surge o conceito de soberania alimentar, que deve estar acompanhado pela segurança alimentar e nutricional”, afirma Denise.
Para a docente, a soberania alimentar, em tempos de pandemia, assume importância ainda maior na medida em que há falta de investimento em saúde observada nos últimos anos, o aumento da pobreza e, também, o menor investimento em políticas públicas.
“O Programa de Aquisição de Alimentos, que foi criado com o objetivo de fortalecer a agricultura familiar, fortalecer localmente as redes de comercialização, a produção orgânica e agroecológica dos alimentos, estimular os hábitos saudáveis e a organização dos agricultores em cooperativa está tendo menos incentivos”, afirma Denise Gigante. Para a docente da UFPel, nesse momento é que justamente o governo deveria investir no programa, garantindo maior escoamento da produção dos pequenos agricultores.
Fonte http://www.adufpel.org.br/site/noticias/pandemia-refora-importncia-da-agricultura-familiar-e-da-soberania-alimentar?fbclid=IwAR0xmp-4b6vYFgxy_THU99RT_D5HUuRYG2sd6BVcjOUH7cyn9BePM8hMJaw
Postado por Antônio Brito
“O isolamento social nos possibilita começar um exercício de reflexão sobre acessar as feiras de agricultura familiar, repensar o consumo diário, os hábitos alimentares. Até que ponto é necessário comprar alimentos ultraprocessados em mercados? ou frutas que vêm de outras regiões e levam alta dosagem de agrotóxicos?”, questiona.
A educadora da EFASUL ressalta que o contexto de pandemia possibilita uma maior atenção da população à produção local e familiar de alimentos, seja pela diversidade, seja pela proximidade. “Temos que pensar de quem estamos comprando, de quem estamos adquirindo alimentos. Quem produz e quem é capaz de sustentar a produção de alimentos no momento é a agricultura familiar”, comenta.
Ela cita, ainda, importantes iniciativas de montagem de cestas de alimentos para pessoas vulneráveis com produtos da agricultura familiar, o que vem ocorrendo em Pelotas e em Porto Alegre.
A agricultura familiar
Cerca de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros vem da agricultura familiar, e não do agronegócio, que ocupa a maioria do território do país com métodos destrutivos e predatórios.“Alimentamos o Brasil, no sentido nutricional, mas também no sentido cultural das relações. Uma lavoura não é somente uma paisagem. Para além do alimento, a lavoura é a permanência da história de cada família em várias gerações. os modos de fazer agricultura, os saberes”, afirma Carmen Janaína Machado.
É a agricultura que garante a soberania alimentar ao povo brasileiro. “Falar de soberania alimentar é pensar em comida com gosto, com sabor, com peso nutricional alto, com diversidade de proteínas e também que assegura a continuidade de modos de fazer agricultura. Quando se fala em soberania alimentar, se fala em agricultura familiar. A economia solidária está vinculada a esse modo de produção, que cuida do solo, em diálogo com a natureza e não em confronto com ela. Não é devastando e produzindo em larga escala que vai haver retorno. É necessário ter uma produção diversificada, produzir de tudo um pouco, em relação com a natureza”, completa a educadora da EFASUL.
Soberania alimentar
Denise Gigante, docente da UFPel, explica a origem do conceito de soberania alimentar. Após a Segunda Guerra, a ideia era de que a população não tinha alimentos suficientes, então era necessário aumentar a produção de alimentos. O aumento foi tratado como um aumento de produção “a qualquer custo”, e então começou-se a produzir alimentos em larga escala, com bastante uso de agrotóxicos.
“Já o conceito de soberania alimentar surge no final da década de 90, em uma reunião da FAO-ONU, em Roma, com a participação de camponeses e pequenos agricultores, que buscaram mostrar que os povos deveriam ter o direito de produzir e de se alimentar do modo que desejassem. Nesse sentido, surge o conceito de soberania alimentar, que deve estar acompanhado pela segurança alimentar e nutricional”, afirma Denise.
Para a docente, a soberania alimentar, em tempos de pandemia, assume importância ainda maior na medida em que há falta de investimento em saúde observada nos últimos anos, o aumento da pobreza e, também, o menor investimento em políticas públicas.
“O Programa de Aquisição de Alimentos, que foi criado com o objetivo de fortalecer a agricultura familiar, fortalecer localmente as redes de comercialização, a produção orgânica e agroecológica dos alimentos, estimular os hábitos saudáveis e a organização dos agricultores em cooperativa está tendo menos incentivos”, afirma Denise Gigante. Para a docente da UFPel, nesse momento é que justamente o governo deveria investir no programa, garantindo maior escoamento da produção dos pequenos agricultores.
Fonte http://www.adufpel.org.br/site/noticias/pandemia-refora-importncia-da-agricultura-familiar-e-da-soberania-alimentar?fbclid=IwAR0xmp-4b6vYFgxy_THU99RT_D5HUuRYG2sd6BVcjOUH7cyn9BePM8hMJaw
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