BS Debate discute arquitetura inclusiva na Baixada Santista, abordando desafios para neurodivergentes e acessibilidade em escolas e praias. Criado Centro de Referência em Educação Inclusiva.

A acessibilidade urbana esteve em discussão no painel Arquitetura e Infraestrutura Inclusiva, realizado pelo BS Debate, uma iniciativa do Jornal da Orla, Record Litoral e Vale e a Associação Comercial de Santos/SP. O encontro reuniu especialistas de diferentes áreas para discutir como tornar os espaços públicos e privados da Baixada Santista mais acessíveis a pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, neurodivergentes e idosos.
Os participantes falaram sobre o desafio da acessibilidade para pessoas neurodivergentes e a necessidade de transformar conceitos em ações. Além de destacar as escolas sem acessibilidade para cadeirantes e que é preciso tornar a inclusão sensorial uma realidade.
A mobilidade urbana é um dos principais gargalos e o transporte público, as calçadas, os comércios e os serviços seguem sendo pouco acessíveis na Baixada Santista. Como exemplo positivo, foi citado o plano de vias verdes e inclusivas que está sendo desenvolvido para a região central de Santos/SP.
Os especialistas reforçaram que a acessibilidade precisa estar presente desde o início do projeto, e não ser um “adendo” de última hora e que a falta conhecimento técnico é um problema, mas falta também sensibilização. A arquitetura precisa ser pensada para todos. Essa é a base do desenho universal.
Eles também chamaram atenção para os espaços sensoriais, que costumam ser voltados apenas para crianças, só que o autismo, por exemplo, não termina na infância. É preciso pensar também em jovens e adultos.
Uma das especialistas destacou ainda a experiência da Clínica-Escola do Autista de Santos/SP, como pioneira em acessibilidade sensorial.
Outro ponto sensível discutido foi o acesso à praia. Apesar de Santos/SP contar com o Programa Praia Acessível, a limitação de horários e estrutura ainda exclui muitas pessoas. Segundo os participantes, não adianta ter uma passarela que para no meio da areia. A praia só é acessível se chegar até a água.
Ao final do encontro, foi anunciado a criação do primeiro Centro de Referência e Formação em Educação Inclusiva da Baixada Santista, com projeto já estruturado em parceria com a Secretaria de Educação de Santos, da prefeitura, e o Rotary Club. Será um espaço para formação continuada de profissionais da educação, saúde e cuidadores. Afinal, a inclusão está batendo à porta das escolas, e os educadores precisam estar preparados para acolher com qualidade.
A mensagem final do encontro foi clara: a inclusão começa pela escuta e pelo respeito às vivências das pessoas. O espaço pode não ser 100% acessível, mas a forma como a pessoa é recebida faz toda a diferença.
Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=aa553967-b53c-464f-afcc-6f8a7b945e51
Postado Pôr Antônio Brito
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