01/08/2025

Quais são os direitos de acessibilidade dos bancos?

 Quais são os direitos de acessibilidade dos bancos?

Instituições financeiras têm obrigações legais para garantir que pessoas com deficiência possam acessar, utilizar e se relacionar com os serviços bancários de forma autônoma e segura

Ir ao banco é uma tarefa simples para muitas pessoas. Mas, para quem vive com deficiência, a experiência pode ser muito diferente. Desde barreiras arquitetônicas até a falta de acessibilidade digital, os desafios vão muito além do atendimento em si. Para mudar essa realidade, os bancos são obrigados a seguir uma série de normas que garantem acessibilidade plena aos clientes com deficiência, direitos estes assegurados por lei.

O cumprimento dessas exigências não é apenas uma questão de respeito, mas sim uma obrigação legal prevista em normas como o Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Resolução nº 4.649/2018 do Banco Central. Ainda assim, muitas instituições financeiras continuam descumprindo regras básicas, o que afeta diretamente a autonomia e o acesso a serviços como abertura de conta, consulta de FGTS, movimentações bancárias ou até mesmo um simples investimento online.

O que a legislação brasileira garante às pessoas com deficiência?

O principal marco legal que assegura os direitos das pessoas com deficiência no Brasil é a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), sancionada em 2015. Segundo o artigo 55 da LBI, os bancos devem oferecer atendimento prioritário, acessível e adequado às pessoas com deficiência, inclusive com a disponibilização de equipamentos adaptados e pessoal treinado para esse atendimento.

Já a Resolução nº 4.649 do Banco Central detalha como essa acessibilidade deve ser garantida: caixas eletrônicos com altura adequada, sinalização em braille, sistemas de áudio para pessoas com deficiência visual e rampas de acesso em todas as agências são apenas algumas das exigências. A norma também estabelece que os canais digitais, como aplicativos e internet banking, devem ser compatíveis com leitores de tela e permitir navegação sem uso de mouse.

Segundo dados do IBGE de 2022, mais de 18 milhões de brasileiros vivem com algum tipo de deficiência. Diante dessa realidade, garantir o acesso aos serviços bancários significa também respeitar o direito dessas pessoas a uma vida financeira ativa e independente.

Atendimento prioritário: um direito previsto e obrigatório

Pessoas com deficiência têm direito ao atendimento prioritário nos bancos, de acordo com a LBI e com a Lei nº 10.048/2000. Isso vale tanto para o atendimento presencial nas agências quanto para o acesso telefônico e online. Os bancos devem sinalizar claramente os guichês de atendimento prioritário e assegurar que essa prioridade seja respeitada de fato e não apenas ilustrativa.

O atendimento também precisa ser adequado às necessidades específicas de cada pessoa. Isso inclui desde funcionários capacitados em Libras para clientes surdos, até tempo maior de atendimento para quem possui limitações de mobilidade ou compreensão. Vale lembrar que o direito à prioridade não é apenas de quem tem deficiência física, mas também sensorial, intelectual ou mental.

Quando essa prioridade não é respeitada, o cliente pode registrar reclamação diretamente no Banco Central ou procurar o Procon de sua cidade. A repetição de falhas por parte da instituição pode gerar penalidades e multas.

Rampas, elevadores, corrimãos, portas com largura adequada e pisos táteis são recursos obrigatórios para o funcionamento de qualquer agência bancária. Desde 2004, a ABNT estabelece, por meio da norma NBR 9050, os critérios técnicos de acessibilidade que devem ser seguidos em edificações públicas e privadas, incluindo instituições financeiras.

Além da estrutura física, os caixas eletrônicos também devem ser adaptados. Eles precisam estar posicionados em altura acessível para cadeirantes e conter recursos como teclado em braille, fone de ouvido com instruções em áudio e tela com contraste ajustável. O uso de tecnologia assistiva é obrigatório nesses equipamentos.

O descumprimento dessas normas pode configurar violação dos direitos da pessoa com deficiência e permitir inclusive a judicialização do caso, com base na própria LBI.

Plataformas digitais também devem ser acessíveis

Com o avanço dos canais digitais, boa parte dos serviços bancários foi migrada para aplicativos e internet banking. Isso, no entanto, não exime os bancos da obrigação de garantir que essas plataformas sejam acessíveis. A falta de compatibilidade com leitores de tela, por exemplo, pode impedir que um cliente cego consulte o saldo, faça uma transferência ou realize um investimento com segurança e autonomia.

A Resolução nº 4.649 determina que os sistemas eletrônicos de autoatendimento e canais digitais devem seguir os padrões de acessibilidade da W3C (World Wide Web Consortium), com adaptação de conteúdo e interface para diferentes tipos de deficiência. Mesmo assim, uma pesquisa feita em 2023 pela BigData Corp, em parceria com a Hand Talk, mostrou que menos de 1% dos sites bancários brasileiros são totalmente compatíveis com padrões internacionais de acessibilidade.

Isso indica que, embora muitos bancos afirmem oferecer acessibilidade digital, a execução prática ainda deixa a desejar. O consumidor tem direito de exigir melhorias por meio dos canais de ouvidoria, Banco Central e até mesmo recorrer ao Judiciário, caso seja necessário.

Acesso à informação financeira também é direito

Além da estrutura e do atendimento, a informação clara sobre produtos financeiros precisa estar disponível em formatos acessíveis. Isso inclui contratos, tarifas, comunicados e até materiais informativos sobre FGTS, empréstimos ou aplicações. Os documentos devem ser legíveis, com opção de versão digital compatível com leitores de tela ou, quando solicitado, impressos em braille ou com letra ampliada.

O direito à informação acessível permite que a pessoa com deficiência tome decisões mais seguras sobre sua vida financeira, incluindo o planejamento de um investimento ou o uso de linhas de crédito. Sem isso, há risco de exclusão e até de prejuízo financeiro.

Para que o acesso seja real

Ter conta em banco, sacar dinheiro, investir, consultar o FGTS ou utilizar o aplicativo para pagar uma conta não deveria exigir esforço extra de ninguém. Ainda assim, para milhões de brasileiros com deficiência, essas ações básicas enfrentam barreiras invisíveis.

O acesso está previsto em leis, mas o cumprimento dessas normas ainda depende de pressão constante. Para que o sistema bancário seja realmente acessível, é necessário mais do que adaptações pontuais: é preciso compromisso com a inclusão em todas as etapas, da arquitetura ao aplicativo, da informação à operação.

Fonte https://diariopcd.com.br/quais-sao-os-direitos-de-acessibilidade-dos-bancos/

Postado Pôr Antônio Brito 

Meeting Loterias Caixa chega a Belém neste sábado, 2, com mais de 140 atletas

Atleta se aproxima da linha de chegada no Meeting Loterias Caixa de Belém em 2024 | Foto: Thiago Gomes/CPB

O Meeting Paralímpico Loterias Caixa, realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), chega à Belém (PA) neste sábado, 2, com 141 competidores em provas de três modalidades: atletismo, natação e bocha.

As disputas serão distribuídas em dois endereços da capital paraense. O estádio Mangueirão receberá 104 competidores do atletismo, enquanto a Tuna Luso Brasileira terá 24 nadadores e 13 atletas da bocha em ação.

Haverá provas válidas para o alto rendimento e também seletivas estaduais de três competições para atletas em desenvolvimento: Paralimpíadas Escolares, Paralimpíadas Universitárias e Intercentros, para crianças com idade de 7 a 10 anos alunas do projeto Centros de Referência do CPB.

O Meeting Paralímpico foi criado em 2021 e tem o objetivo de desenvolver o paradesporto em todo o território nacional, com a participação de novos talentos e atletas de elite. Entre abril e agosto deste ano, o evento irá passar por todos os estados e pelo Distrito Federal.

Em 2025, o Meeting Paralímpico Loterias Caixa já teve etapas em Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), Florianópolis (SC), Porto Velho (RO), Curitiba (PR), Cuiabá (MT), Salvador (BA), Campo Grande (MS), Aracaju (SE), Goiânia (GO), Recife (PE), Palmas (TO), Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Vitória (ES), Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Teresina (PI), Boa Vista (RR), Manaus (AM) e São Luís (MA).

Imprensa
Os profissionais de imprensa interessados em cobrir o Meeting Paralímpico Loterias Caixa de Belém podem enviar um e-mail para imp@cpb.org.br com os seguintes dados: nome completo, RG ou CPF e o veículo pelo qual irão cobrir o evento. No dia da competição, os profissionais deverão se identificar na sala de imprensa do local.

Serviço
Meeting Paralímpico Loterias Caixa – Etapa de Belém
Data: 2/8, a partir das 8h

Atletismo
Local: Estádio do Mangueirão
Endereço: Rodovia Augusto Montenegro s/n, Km 03

Natação e bocha
Local: Tuna Luso Brasileira
Endereço: Av. Alm. Barroso, 4110

Patrocínios
As Loterias Caixa, a Caixa, a Braskem e a Asics são as patrocinadoras oficiais do atletismo.
As Loterias Caixa e a Caixa são as patrocinadoras oficiais da natação e da bocha.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

 Fonte https://cpb.org.br/noticias/meeting-loterias-caixa-chega-a-belem-neste-sabado-2-com-mais-de-140-atletas/

Postado Pôr Antônio Brito

Gestão inclusiva e protagonismo da pessoa com deficiência

A ESPM promove um curso sobre gestão inclusiva e protagonismo da pessoa com deficiência, focado na capacitação para o mercado de trabalho. As aulas ocorrerão em setembro, em São Paulo, com grandes nomes do segmento PcD.

Gestão inclusiva e protagonismo da pessoa com deficiência

Tendo em vista a crescente demanda por profissionais que atuem em questões de diversidade humana, com foco na inclusão das pessoas com deficiência, este curso da ESPM trará informações estratégicas sobre esse o segmento PcD. O estudante vai acessar material teórico e conceitos práticos aplicados na capacitação e contratação de pessoas com deficiências para o mercado de trabalho. Ao final do curso, os alunos estarão habilitados a conduzirem reflexões, ações e projetos aplicados sobre o tema para melhoria e inovação em processos organizacionais, seja em empresas ou no setor público, contribuindo, também, para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, diversa e inclusiva.

Entre os professores e convidados estão grandes nomes do segmento PcD, como: Cid Torquato, Lilliane Almeida, Rodrigo Credidio, Marta Gil, Marinalva Cruz e Gil Giardelli.

O início do curso será em 8 de setembro, seguindo-se nos dias 15, 22 e 29 de setembro. Sempre às segundas-feiras das 19h30 às 22h30, na ESPM Tech, em São Paulo/SP. As inscrições vão até dia 7 de setembro.

Saiba mais no link:

 
Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=05aa90ab-6e17-4edb-98a9-30c0dcd2819a
Postado Pôr Antônio Brito 

OAB/SP solicitará arquivamento de Projeto de Lei que propõe a criação do Código Brasileiro de Inclusão

OAB/SP solicitará arquivamento de Projeto de Lei que propõe a criação do Código Brasileiro de Inclusão

Decisão foi tomada ao final de Audiência Pública realizada na capital paulista que debateu Projeto de Lei 2661/2025 que cria o Código Brasileiro de Inclusão. Documento deve ser entregue a Hugo Motta, Presidente da Câmara dos Deputados

A OAB de São Paulo realizou nesta terça-feira, 29, na sede institucional na capital paulista, uma Audiência Pública para debater o PL – Projeto de Lei 2661 de 2025 que propõe reorganizar e consolidar a LBI em um código normativo mais amplo. A proposta tem sido debatida com preocupações sobre possíveis retrocessos, especialmente se não houver garantias explícitas de manutenção dos direitos.

Participaram do evento presencialmente a Drª. ADRIANA GALVÃO – Secretária-Geral da OAB SP; Drª. VIVIAN REGINA DE CARVALHO CAMARGO – Presidente da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB SP e da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB Subseção de Campinas; Dr. ANDRÉ COELHO
Presidente da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência Região Sudeste da Associação Brasileira de Advogados, Conselheiro do Conselho Nacional de Direito da Pessoa com Deficiência do Ministério dos Direitos Humanos e Membro da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB SP; Dr. CAHUE TALARICO
Mestre em Direito, Coordenador do Comitê Jurídico da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down e Presidente da Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB Subseção de Santos; ANDREA WERNER
Deputada Estadual de São Paulo;  MARCELO PANICO – Presidente do Conselho Municipal de Assistência Social e Membro Titular da Comissão Permanente de Acessibilidade da Secretaria Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de São Paulo e a Drª. LAÍS DE FIGUEIRÊDO LOPES – Conselheira Secional e Presidente da Comissão de Direito do Terceiro Setor da OAB SP.


Virtualmente participaram a Drª. IZABEL MAIOR – Mestre em Medicina Física e Reabilitação pela UFRJ , Membro Titular da Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação, que integra a Rede Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência- Rede-In e a Frente Nacional de Mulheres com Deficiência; Drª. LUDMILA HANISCH
Vice-Presidente da Comissão Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência do CFOAB e Coordenadora-Adjunta das Comissões da OAB SC e MARA GABRILLI – Senadora da República.

A organização do evento recebeu a manifestação do Fórum Paulista de Entidades de Pessoas com Deficiência, contrário a projeto.

Já o Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência, publicou nas redes sociais que “estamos aqui para expressar nossa firme oposição ao projeto de lei PL 2661/2025. Grandes autoridades do setor e especialistas renomados têm se posicionado contrariamente à sua proposta, apontando diversos riscos e prejuízos que poderiam impactar negativamente a vida das pessoas com deficiência”.

Diante desse cenário, solicitamos com veemência o arquivamento imediato do PL 2661/2025, para que possamos buscar alternativas mais justas, transparentes e benéficas para todas as pessoas com deficiência e a sociedade como um todo.

Contamos com o apoio de toda a população para defender os direitos e interesses da com deficiência e dessa garantir um futuro mais justo e equitativo..

Após os debates, todos os representantes da sociedade solicitaram – por unanimidade, a produção de um documento, que deve ser entregue ao Deputado Federal Hugo Motta solicitando o ‘arquivamento’ do PL 2661/2025 – proposta que foi produzida pela Comissão da Pessoa com Deficiência, presidida pelo Deputado Federal Duarte Junior.

Acompanhe a íntegra da Audiência Pública

https://www.youtube.com/watch?v=DU6rPlZ0Rt4

Fonte https://diariopcd.com.br/oab-solicitara-incineracao-de-projeto-de-lei-que-propoe-a-criacao-do-codigo-brasileiro-de-inclusao/

Postado Pôr Antônio Brito