O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) está investigando a conduta de médicos que fazem parte do programa “Doutores de Verdade”. O grupo, formado por pneumologista, dermatologista e enfermeiros, conta com apoio da deputada estadual Clarissa Tércio (PSC) e realiza caravanas em bairros da periferia do estado com o objetivo de combater o novo coronavírus, informando, por meio das redes sociais, os locais onde acontecem os atendimentos. Entre as ações, está a distribuição de medicamentos, inclusive a hidroxicloroquina, remédio que não teve resultados comprovados no tratamento da Covid-19.
Pesquisas internacionais divulgadas nas últimas semanas não encontraram relação entre o uso da hidroxicloroquina e a redução da mortalidade pelo coronavírus. A medicação causa efeitos colaterais, principalmente no coração, nos olhos e no fígado. A prescrição do remédio está autorizada apenas entre comum acordo entre o médico e o paciente, através de autorização deste e da família.
A Promotoria de Defesa da Saúde solicitou, nesta semana, uma posição do Cremepe em relação à denúncia de distribuição de medicamentos pelos “Doutores de Verdade”. Por meio de nota, a promotoria de Justiça da Saúde da Capital informou que “oficiou o Cremepe para saber que providências o órgão tomou em relação ao fato”.
O Conselho declarou que a apuração da conduta dos profissionais de saúde é regida pelo Código de Processo Ético (CPEP), estabelecido pelo Conselho Federal de Medicina. O Saúde e Bem Estar entrou em contato com o órgão, que declarou que o expediente corre em sigilo processual para não comprometer a investigação.
Para o secretário estadual de Saúde, André Longo, o programa “precisa ser melhor avaliado” e "é preciso ter as mínimas condições de segurança na utilização de medicamentos como este". Durante coletiva transmitida pela internet na última quarta-feira (13), o secretário declarou: "A gente lamenta muito que algumas pessoas tenham passado a distribuir hidroxicloroquina em alguns lugares inadequados. Acho que isso já está sendo alvo de investigação do Conselho Regional de Medicina, porque tinha a participação, infelizmente, de alguns profissionais de saúde, inclusive médicos".
“Doutores de Verdade”
De acordo com a assessoria da deputada Clarissa Tércio, a ideia de realizar as caravanas surgiu no início da pandemia da Covid-19, quando a deputada decidiu que “ajudaria as comunidades”. Ela teria doado parte do salário para comprar medicamentos, inclusive a cloroquina. O projeto é realizada em parceria com médicos e enfermeiros.
Fonte https://www.saudeebemestarpe.com/single-post/2020/05/15/CREMEPE-investiga-conduta-de-médicos-que-fazem-parte-do-“Doutores-de-Verdade”
Postado por Antônio Brito
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