03/11/2020

Embaixadores da Inclusão e o Projeto Irmãos: respeitando as diferenças e ressignificando identidades!

Revista Reação

Especial de Aniversário

 

Ser irmão ou irmã de uma pessoa com deficiência implica em uma dedicação constante, mesmo que implícita, para construção de um futuro mais tranquilo e equilibrado. Para isso é importante trazer à tona reflexões sobre os sentimentos, cuja origem, nem sempre é prazerosa, gerados em irmãos típicos (sem deficiência) com enfoque na necessidade de pertencimento, inclusão e liberdade de escolha, que são extremamente relevantes no desenvolvimento de habilidades inerentes a sujeitos mais inclusivos e plurais.

O Projeto Irmãos foi criado em 2014, a partir da necessidade de uma irmã de um garoto com Síndrome de Down, que sentiu a necessidade de compartilhar suas experiências e angústias.

A partir desse autoconhecimento é possível construir relações com maior cumplicidade, amizade, resiliência, respeito e empatia, que influenciam positivamente a sociedade de uma forma geral. “Ter um irmão já é por si só uma castração Freudiana”, diz Débora Goldzveig, idealizadora do Projeto Irmãos e irmã do David com Síndrome de Down. Foi a partir de sentimentos observados que geram incômodos, como: raiva, insegurança, ciúme, auto cobrança, injustiça, tristeza, vergonha, culpa ou até certa nulidade, que houve a necessidade de se ressignificar para incluir. Dessa forma, surgiu o Projeto Irmãos – “Respeitando as diferenças. Ressignificando identidades” – como diz o slogan do grupo.

Um espaço seguro de acolhimento que promove a escuta e compartilhamento entre irmãos de pessoas com múltiplas deficiências, que tem se mostrado extremamente eficaz à medida que fortalece a identidade desses irmãos. Esses que, mesmo com realidades distintas, ao compartilharem experiências em comum, encontraram um novo lugar de pertencimento e propósito de vida. Por isso, o termo: “Embaixadores da Inclusão”.

Funciona como uma ponte para descobertas, recolocações profissionais, encorajamento às decisões de vida. A atuação vai muito além do foco no irmão, mas em si mesmo para grandes mudanças de vida.

A metodologia utilizada tem como preliminar a construção em rede, envolvendo a família direta e estendida, setores público e privado. O “Projeto Irmãos” é mais do que um grupo assistencialista, é uma consultoria de grande alcance em todas essas esferas atuando através de workshops, palestras, rodas de conversas e vivências.

Segundo Débora: “se tratando de um olhar inclusivo que é transversal a todas as posições que assumimos na vida (mãe, pai, chefes, colaboradores, amigos, primos, voluntários…),  as parcerias são as mais variadas,  trabalhando  desde a tríade: educação, saúde e assistência e desenvolvimento social à cultura, pesquisas científicas, lazer, mobilidade urbana, inovação e tecnologia, habitação e políticas públicas. Todas essas temáticas são abordadas, sempre em paralelo com o desenvolvimento de habilidades soco emocionais através de processos meditativos, coaching, mediação de conflitos e exercício da Comunicação Não Violenta (CNV)”.

De acordo com a idealizadora do projeto, “as vivências com parceiros são nitidamente a ampliação de olhar para diversidade. Quando abordamos essas temáticas, através da perspectiva dos irmãos, abrimos espaço para falar de sexismo, branquitude, xenofobia, racismo, bullying, gordofobia, grupos estigmatizados e minorizados que precisam ser ouvidos e melhor compreendidos para serem aceitos e terem acesso à isonomia de direitos”.

Atualmente o grupo tem aproximadamente 70 membros reunidos em um fórum de Whatsapp, que em tempos de pandemia, tem se encontrado virtualmente para discussão de temas, como: liderança e diversidade, educação, autonomia, sexualidade, formas de comunicação, capacitismo, moradias independentes, construção de redes de apoio, reconhecimento de competências, sustentabilidade financeira, formação profissional, cidadania, políticas públicas, autoconhecimento, perdas, nutrição, esporte, cultura, acessibilidade, pesquisas, genética, envelhecimento… e ainda há muito mais a ser explorado !

Os encontros, apenas entre irmãos, geralmente são acompanhados por uma neuropsicóloga.

O “Projeto Irmãos” atua sem limite de fronteiras, tendo membros e parceiros nacionais e internacionais. Um diferencial é que também é utilizada a expertise, riqueza de conhecimento, de cada membro para capacitações e workshops. Outro ponto a destacar é o envolvimento de voluntários como designers, produtores de vídeo, fotógrafos, eventos, nutricionistas, músicos, entre outros que se se envolvem com a causa.

“A partir do momento que instituições de ensino, empresas, núcleos familiares, entenderem a importância dessa convivência fraterna que gera vínculos afetivos capazes de desmistificar e desconstruir preconceitos, acreditamos que será mais orgânica a transformação deste coletivo em um Negócio Social. Hoje o grupo é autossustentável, captando recursos apenas para projetos específicos”, ressalta Débora.

Mesmo com toda essa abrangência, o maior desafio é mostrar para sociedade a importância do grupo cujo foco de atuação não é especificamente na pessoa com deficiência, mas em seus irmãos como vetores de inclusão. Em um encontro com a Sibling Leadership Network, Instituição cuja atuação é exclusivamente na atuação junto a irmãos de pessoas com deficiência em Chicago (EUA), foi constatada a mesma dificuldade na hora de conseguir aportes.

“Mesmo dentro do grupo, há dificuldade de frequência, principalmente dos homens. Talvez pela característica de vivermos em uma sociedade eminentemente patriarcal e machista, sem conotação pejorativa, mas como reflexo sócio histórico, pois ainda hoje é notável a disparidade entre os gêneros, apesar de grandes avanços dos direitos femininos, o movimento dos homens não está equiparado aos cuidados na esfera familiar, tendo como consequência, o papel feminino como pilar hegemônico nas tarefas relacionadas ao cuidar (adaptado de ABOIM, 2006; SARTI, 1999). Além de que é muito comum, independente do sexo ou temática, a procrastinação para falar de algo que nem sempre é um tema leve.

O grupo é uma forma de incentivar articulações e movimentos de conscientização e equidade pelos direitos das pessoas com deficiência. Uma forma de rejuvenescer o movimento de inclusão que vem conquistando cada vez mais espaço na sociedade”, finaliza Débora Goldzveig.

Encontre o PROJETO IRMÃOS nas redes sociais:

https://www.facebook.com/projetoirmaos

http://projetoirmaos.com.br/

https://www.instagram.com/projetoirmaos2018/

https://www.youtube.com/channel/UCnKKPUhbgs0c-jQga2iEDbg

Fonte  https://revistareacao.com.br/embaixadores-da-inclusao-e-o-projeto-irmaos-respeitando-as-diferencas-e-ressignificando-identidades/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Projeto brasileiro de mobilidade é vencedor mundial dos Prêmios Fundación MAPFRE à Inovação Social

O Guiaderodas é uma empresa de tecnologia a favor da acessibilidade. Nascido da necessidade de seu fundador, Bruno Mahfuz, cadeirante desde 2001, o Guiaderodas tem o objetivo de proporcionar uma vida mais autônoma e inclusiva para todos.

Um aplicativo colaborativo, que permite a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida verificar o nível de acessibilidade existente em locais de todo o mundo, é o projeto brasileiro vencedor da terceira edição dos Prêmios Fundación MAPFRE à Inovação Social, na categoria “Mobilidade Sustentável e Segurança Viária”.

Com a vitória, a startup paulistana Guiaderodas, receberá um prêmio de 30 mil euros para impulsionar o projeto. Além disso, a empresa teve acesso a um programa de mentoring e coaching da IE University e passará a integrar a Red Innova, uma comunidade privada de inovadores sociais criada pela Fundación MAPFRE.

“Ter um projeto brasileiro entre os vencedores é motivo de orgulho. No momento atual, torna-se ainda mais importante apoiar iniciativas inovadoras que trabalham em prol de uma sociedade melhor”, afirma Fernando Pérez-Serrabona, CEO da MAPFRE Brasil e representante da Fundación MAPFRE no país.

A final aconteceu  em 29/10 em uma cerimônia on-line, com a presença do presidente do grupo MAPFRE e da Fundación MAPFRE, Antonio Huertas, além dos finalistas.

Concorreram aos prêmios 239 projetos criados por cientistas, pesquisadores, empreendedores, estudantes universitários e de escolas de negócios, entre outros.

“É uma honra imensa ter sido escolhido em meio a tantos projetos incríveis. Fazemos parte de uma rede de pessoas que trabalham juntas por um mundo melhor”, diz João Marcos Barguil, um dos fundadores do Guiaderodas.

Nas duas demais categorias: “Melhora da Saúde e Tecnologia Digital (e-health)” e “Inovação em Seguros”, os vencedores foram: o Hope (Peru), kit automatizado que permite a detecção precoce do vírus do Papilomavírus Humano (HPV), causador do câncer do colo do útero, e a Pensium (Espanha), solução financeira que facilita aos idosos dependentes o financiamento de seus cuidados, em residência privada ou em domicílio, sem ter que vender sua própria casa para isso.

Com sede na Espanha e atuação em 31 países, a Fundación MAPFRE é uma instituição sem fins lucrativos, que tem o objetivo de promover, fomentar e investir em pesquisas, estudos e atividades de interesse geral da população. No Brasil atua para disseminar valores, promover o acesso à informação, cultura e visa contribuir com o bem-estar da sociedade, apoiando e desenvolvendo iniciativas nas áreas de Ação Social, Prevenção e Segurança Viária, Seguro e Previdência Social, Promoção da Saúde e Cultura. Em 2019, suas iniciativas impactaram mais de 3,4 milhões de brasileiros. Site: www.fundacionmapfre.com.br

Fonte  https://revistareacao.com.br/projeto-brasileiro-de-mobilidade-e-vencedor-mundial-dos-premios-fundacion-mapfre-a-inovacao-social/
POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Livro “O Gol de Rodas” conta história de Ramon de Freitas, primeiro jogador de Power Soccer da América Latina

Revista Reação

Especial de Aniversário

 

O livro “O Gol de Rodas”, escrito pela fisioterapeuta Fernanda Batista e a educadora Patrícia Vigário conta a história real de Ramon de Freitas, o primeiro jogador de Power Soccer (futebol em cadeira de rodas motorizada) da América Latina.

Carioca, Ramon era fã de futebol e sonhava em ser um grande jogador profissional. Flamenguista roxo, jogou futebol na linha até os oito anos. Aos 7 anos foi diagnosticado com Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), doença genética neuromuscular rara e incurável. Aos 14, após muitas recusas, foi para cadeira de rodas. Aos 20 anos, descobriu o Power Soccer. Não demorou para que ele formasse um time.

Inspiradas no time de Ramon, foram criadas quatro equipes no país (Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Curitiba), 10 na Argentina e 6 no Uruguai. Sem contar que a batalha para que o Power Soccer vire modalidade Paraolímpica nunca foi tão acirrada.

Ramon virou o craque que sonhava: tricampeão nacional e com título internacional.

Ele faleceu em 2016, aos 25 anos, um ano após conquistar a Libertadores. Por sua dedicação ao esporte, no ano seguinte o troféu do torneio internacional foi batizado com seu nome: Ramon de Freitas, o craque da cadeira de rodas motorizada.

O lançamento do livro que conta a história de Ramon aconteceu no último dia 7 de setembro, Dia Internacional de Duchenne. Todo recurso com a comercialização do livro será revertido para apoio do Clube Novo Ser de Power Soccer, do Rio de Janeiro/RJ. O livro ensina que nenhum sonho é impossível !

Mais informações e como comprar: www.ogolderodas.com.br

Fonte  https://revistareacao.com.br/livro-o-gol-de-rodas-conta-historia-de-ramon-de-freitas-primeiro-jogador-de-power-soccer-da-america-latina/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Leia para uma Criança disponibiliza livros acessíveis para crianças e mediadores de leitura com deficiência

Estão disponíveis para responsáveis, tutores e crianças com deficiência os novos livros do programa Leia para uma Criança, desenvolvido pelo Itaú Social e Itaú Unibanco. Para conferir as obras “Com que roupa irei para a festa do rei?” e “A visita”, adaptadas com múltiplos recursos de acessibilidade, basta entrar no site euleioparaumacrianca.com.br e realizar um breve cadastro. Também é possível encontrar mais oito títulos das campanhas anteriores na versão audiovisual acessível. Todas as obras foram adaptadas pela Mais Diferenças, organização especializada em promoção da educação e cultura inclusivas.

Os livros contam com textos e ilustrações originais das obras, narração em áudio, descrição e animação das imagens, interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Também estão disponíveis os títulos: O tupi que você fala; Leo e a Baleia; Quero colo!; Pedro vira porco-espinho; Em cima daquela serra; Selou e Maya; Poeminhas da terra e Dorme, menino, dorme.

Em seus 10 anos de existência, o programa Leia para uma Criança busca oferecer literatura de qualidade para todas as crianças, incluindo as com deficiência, seja visual, auditiva ou cognitiva, por isso a preocupação com a acessibilidade.

“O livro acessível traz múltiplos recursos para que a criança com qualquer tipo de deficiência possa compartilhar a literatura da forma mais completa possível. A literatura faz parte da formação do indivíduo e é muito importante para seu desenvolvimento integral”, explica a coordenadora de Engajamento e Leitura do Itaú Social, Dianne Melo.

A obra “Com que roupa irei para a festa do rei?” escrita por Tino Freitas, com ilustrações de Ionit Zilberman, conta a preparação dos animais para um grande evento. Traz um texto ritmado e ilustrações que dão pistas para entender a história.  Já “A visita”, de Antje Damm, convida o leitor a participar de alguns momentos do dia a dia de Elise, acompanhando as transformações que ocorrem em sua vida a partir da chegada de uma curiosa visita.

Livros em braile e fonte ampliada e múltiplos formatos acessíveis

O Itaú Social também distribuirá quatro mil livros físicos em braile e em fonte ampliada e 5000 livros físicos acessíveis, que acompanham um DVD contendo os livros audiovisuais com diversos recursos acessíveis: narração em áudio, descrição e animação das imagens e tradução e interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Parte das coleções em braile foi direcionada para pessoas físicas que se cadastraram no site da campanha até o último dia 23.

Os demais livros serão direcionados para crianças matriculadas na rede pública de municípios considerados de alta e muito alta vulnerabilidade, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, de acordo com monitoramento de indicadores sociais do Unicef, além de municípios que fazem parte do programa Melhoria da Educação. Os livros em braile foram produzidos em parceria com a Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Fonte  https://revistareacao.com.br/leia-para-uma-crianca-disponibiliza-livros-acessiveis-para-criancas-e-mediadores-de-leitura-com-deficiencia/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Uso da Bicicleta nos Membros Superiores para Melhora do Condicionamento Físico em Pacientes Neurológicos ou com restrição de trabalho nos Membros Inferiores

  • Por Dr. Adriano Borges Amaral

Este trabalho é realizado em um aparelho de exercícios cíclicos, e é utilizado para fins de condicionamento cardiovascular dos pacientes através da cicloergometria nos membros superiores. Geralmente, é utilizado quando o paciente por algum motivo não pode realizar o trabalho com a bicicleta clássica, ou seja, dos membros inferiores. Tem como finalidade promover uma atividade aeróbia utilizando assim os mecanismos fisiológicos aeróbios de produção e gasto de energia, porém também podemos realizar um trabalho anaeróbio.

Como foi citado acima, este aparelho promove uma atividade aeróbia e com isto conseguimos uma melhora do trabalho cardíaco, melhoria do padrão respiratório, ou seja, conseguimos condicionamento físico geral, impedindo que os efeitos do sedentarismo se instalem no paciente levando a comprometer sua saúde e sua terapia em geral.

Este aparelho pode ser feito por praticamente todos os pacientes, pois temos luvas de adaptação para aqueles que não conseguiriam manter suas mãos fixas ao aparelho, temos também um apoio cervical para aqueles pacientes que tem dificuldade com controle cervical (da cabeça).

Este trabalho é muito importante, pois com ele conseguimos além do citado acima, uma grande mobilização de toda a musculatura dos membros superiores e do tronco, evitando assim atrofias, melhorando (aumentando ou mantendo) amplitude de movimentos, etc.

TIPO DE TRABALHO:

  • AERÓBIO – leva à melhora da capacidade funcional do coração, do transporte de oxigênio, e aumento da capacidade das fibras musculares de oxidar os açucares e ácidos graxos.
  • ANAERÓBIO – leva ao aumento da resistência muscular, no que diz respeito à fadiga muscular, e a dor pelo acúmulo de ácido láctico, entre outros.
  • FORTALECIMENTO DE MEMBROS SUPERIORES – sendo um trabalho ativo, vai trabalhar com toda a musculatura dos membros superiores, da cintura escapular e do assim chamado “tronco superior”.
  • DISSOCIAÇÃO DE CINTURA ESCAPULAR – pelo movimento cíclico, proporcionado pelo aparelho, ocorre uma dissociação dos músculos, pela relação de contração do membro agonista –  que está fazendo o movimento – e relaxamento do membro antagonista – o membro que está relaxando, ou seja, em posição de relaxamento, levando a dissociação da cintura escapular e a posterior diminuição da espasticidade, bem como aumento da amplitude de movimento articular.

OBJETIVOS:

RESISTÊNCIA AERÓBIA – é a qualidade física que permite a um indivíduo sustentar por um longo período de tempo em determinada atividade física, nos limites do equilíbrio fisiológico, também chamado “steady – state”.

Ocorre o aumento da capacidade das mitocôndrias de gerar ATP por fosforilação oxidativa, aumento da capacidade de captação de oxigênio pelas mitocôndrias, aumento do tamanho das mitocôndrias e duplicação do potencial de atividade das enzimas do sistema aeróbio, a mioglobina do músculo esquelético é aumentada em até 80%, aumento da capacidade do músculo treinado de mobilizar e oxidar as moléculas de gordura, aumento global do fluxo de sangue, aumento da capacidade de oxidar carboidratos, desenvolvimento do potencial aeróbio de todas as fibras musculares, hipertrofia seletiva das diferentes fibras musculares (contração lenta)

RESISTÊNCIA ANAERÓBIA – é a qualidade física que permite a um indivíduo sustentar durante o maior tempo possível, uma determinada atividade em condições anaeróbias, ou seja, em débito de O2.

É um sistema de energia imediato e a curto prazo, produz um aumento dos níveis de substratos anaeróbios em repouso, aumento de cerca de 28%, em repouso, de ATP – CP, Creatinina Livre e Glicogênio, aumento na quantidade e atividade das enzimas que controlam o fracionamento da glicose (nas fibras de contração rápida), aumento da capacidade de suportar os níveis de ácido láctico, aumento dos níveis de glicogênio e aumento da tolerância à dor.

*Dr. Adriano Borges Amaral é Terapeuta Manual (atua com os mais diversos métodos de terapia manual), Fisioterapeuta, Professor de Educação Física, Especialista em Fisiologia do Exercício e Mestre em Ciências do Movimento. Professor Universitário e Docente de Cursos de Terapias Manuais. Ele é Diretor Clínico da AFA Fisioterapia e Reabilitação

Nas redes sociais:
Sua Saúde No Canal (Youtube)
adrianobamaral.blogspot.com.br (blog)
www.AdrianoAmaralFisioterapia.com.br (site)
E-mail – Adriano.amaral28@gmail.com

Fonte  https://revistareacao.com.br/uso-da-bicicleta-nos-membros-superiores-para-melhora-do-condicionamento-fisico-em-pacientes-neurologicos-ou-com-restricao-de-trabalho-nos-membros-inferiores/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

02/11/2020

Aluno com deficiência no ensino superior é tema de Webinário

Desde quarta-feira (21), a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) tem inscrições gratuitas abertas para o Webinário Internacional sobre Ensino Superior Inclusivo.

O evento online vai debater como garantir o acesso e permanecia do aluno com deficiência, no próximo dia 29 de outubro, das 16h às 18h (horário de Brasília), com transmissão no canal do Youtube da TV UNESP, digitando este link: (http://tv.unesp.br/live).

A iniciativa tem como parceiros a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e o Centro Paula Souza (CPS). 

Segundo a assessoria de imprensa, o webinário vai abranger a experiência e abordagem internacional, apresentando os principais desafios à garantia do ensino superior inclusivo, boas práticas e recursos de acessibilidade e inclusão para melhorar o acesso e permanência desses alunos.

Fonte  https://jornalistainclusivo.com/aluno-com-deficiencia-no-ensino-superior/

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CPB lança clínicas online de atualização para profissionais que atuam com natação

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), por meio da sua área de Educação Paralímpica, está com inscrições abertas para suas clínicas de atualização em natação. As aulas online serão gratuitas e voltadas para profissionais da Educação Física de todo o Brasil que já concluíram o curso de habilitação técnica da modalidade, também realizado pelo CPB. As clínicas de atletismo podem ser acessadas neste link

A programação terá datas e conteúdos específicos para cada nível de formação. Os pré-requisitos são os mesmos para todos os participantes: ter realizado previamente o curso gratuito Movimento Paralímpico: Fundamentos básicos do Esporte (para cursá-lo, basta clicar aqui) e possuir a carteirinha de habilitação técnica do respectivo nível com vencimento no ano de 2020.

A clínica de atualização nível I, que habilita profissionais para atuarem em competições regionais, vai acontecer no dia 28 de novembro (sábado), das 14h às 18h e terá como tema "Princípios mecânicos e técnicos dos nados". Será ministrada pelos treinadores do CPB Fabiano Quirino e Antônio Luiz Cândido. Os interessados devem se inscrever entre os dias 1 e 22 de novembro pelo formulário deste link.

A clínica de atualização nível II, que habilita profissionais para competições nacionais, vai acontecer no dia 5 de dezembro (sábado), das 14h às 18h e terá como tema "Princípios mecânicos e técnicos no treinamento do nado peito". Será ministrada pelos treinadores do CPB Felipe Silva e André Pereira. Os interessados devem se inscrever entre os dias 10 e 29 de novembro pelo formulário que será disponibilizado neste link.

A clínica de atualização nível III, que possibilita profissionais a integrarem equipes técnicas em eventos internacionais, vai acontecer no dia 12 de dezembro (sábado), das 14h às 18h e terá como tema "Questões relevantes da teoria no alto rendimento". Será ministrada pelo treinador do CPB Augusto Barbosa. Os interessados devem se inscrever entre os dias 10 de novembro e 6 de dezembro pelo formulário que será disponibilizado neste link.

Para mais informações ou dúvidas, os interessados podem enviar um e-mail para educ.paralimpica@cpb.org.br.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro

Fonte  https://cpb.org.br/noticia/detalhe/3103/cpb-lanca-clinicas-online-de-atualizacao-para-profissionais-que-atuam-com-natacao

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Inclusão ou desinclusão ? Uma análise do Decreto 10.502/2020

COLUNA ESPECIAL – Revista Reação – Edição nº 134

Especial de Aniversário

 

  • Por Romeu Kazumi Sassaki

Já durante a solenidade de assinatura do Decreto Nº 10.502, de 30/09/2020, denominado “Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida”, inúmeras manifestações de decepção, perplexidade, reprovação e repúdio, espalharam-se instantaneamente pelas redes sociais de todo o Brasil.

As manifestações, espontâneas, resultaram de dois fatos lamentáveis:

 

Primeiro: Esse decreto contém medidas retrocessivas, pois retornam a um período anterior a 1994 (época da aprovação da Declaração de Salamanca, que oficializou a adoção de sistema educacional inclusivo, escolas inclusivas para alunos com e sem deficiência). Nessa trajetória de volta ao passado, as medidas atropelaram a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (que foi incorporada à Constituição Federal em 2008) e também a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (que entrou em vigor em 2016).

Segundo: O conteúdo desse Decreto foi elaborado em silêncio por um grupo que deve ter decidido não convidar pessoas e organizações defensoras da educação inclusiva, quiçá temendo que estas poderiam atrapalhar. Prova do silêncio foi a solenidade ter sido anunciada apenas na véspera para pegar todo mundo de surpresa.

Tendo escrito ao longo dos últimos 23 anos, na revista Reação, exatamente 134 artigos sobre a inclusão de pessoas com deficiência, solidarizo-me com milhões de pessoas que ficaram decepcionadas e perplexas, daí resultando a reprovação, o repúdio ao infeliz Decreto.

Com o intuito de colaborar, fiz uma análise do texto e concluí que ele contém informações de dois tipos: (1) Compatíveis com o discurso dos inclusivistas, parcialmente copiadas, adaptadas ou coladas diretamente da Convenção da ONU e da LBI. (2) Favoráveis à volta do sistema educacional segregado, paralelo e alternativo ao sistema educacional inclusivo. No decorrer da análise, ficou evidente o raciocínio dos redatores do Decreto: Usar uma parte do discurso inclusivista para dar a impressão de estarem alinhados com a causa da educação inclusiva, assim auferindo aplausos, e então impor as medidas segregativas que, para nós, são retrocessivas, equivocadas e incompatíveis com as realizações positivas das escolas inclusivas nos últimos 20 anos.

Segue-se a análise na qual destaquei pontos negativos presentes nas entrelinhas do Decreto.

 

I – Título da política nacional.

No título está o primeiro sinal de retrocesso. Em setembro de 2007 (13 anos atrás), através do MEC, já havíamos avançado até o patamar da inclusão, ao elaborar o texto “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva”. Mas, o texto foi questionado e forçou o então Ministro da Educação a modificar uma boa parte do texto entregue em 2007. Ele então devolveu o texto ao Grupo de Trabalho para reescrevê-lo no sentido de atender os questionadores. Daí resultou em 2008 o novo documento mantendo o nome que já constava na versão de 2007 (versão esta, por sinal, muito melhor que a de 2008).

 

II – Subtítulo do Decreto.

É estranho um ordenamento jurídico ter, além do título, um subtítulo (neste caso, “Equidade, Inclusão e com Aprendizado ao Longo da Vida”). Percebe-se aqui a intenção de agradar, com palavras bonitas, tanto os favoráveis como os contrários à volta das escolas especiais em um sistema separado. Além de constarem convenientemente como subtítulo, estes 3 temas apresentam problemas.

            II.1 – Equidade. O que o conceito “equidade” significa para os formuladores do Decreto? Pelo texto, parecem entender que ele seja um sinônimo de igualdade. Não contando as vezes em que o texto cita o nome completo do Decreto, o conceito “equidade” aparece 5 vezes: No art. 2º – III , no art. 4º – II, no art. 4º – V, no art. 6º  – e no art. 9º – III. A propósito, o vocábulo equidade significa “julgamento justo” (Houaiss, 2009). Assim, para respeitar o direito à mesma igualdade (conhecida como ‘igualdade formal’) em pessoas e situações tão diferentes entre si, podemos praticar a ‘igualdade autêntica’ aplicando a equidade, ou seja, um julgamento justo na medida das necessidades singulares de cada caso (OIT, 2018).

            II.2 – Inclusão. Mais uma vez, o texto prepara a cabeça do leitor para entender e aceitar que as medidas segregativas propostas no Decreto são inclusivas ou, pelo menos, apontadas à “longínqua” meta da inclusão.

            II.3 – com Aprendizado ao Longo da Vida. Mais um tema bonito, aliás tirado da LBI, só que lá diz: “Compete ao poder publico garantir a dignidade da pessoa com deficiência ao longo de toda a vida” (art. 10). Para a LBI, o que é para fazer ao longo da vida? É garantir a dignidade da pessoa com deficiência. No Decreto, não há nenhum artigo explicando como e quando será realizado o “aprendizado do aluno ao longo da sua vida”. O art. 2º diz: “aprendizado ao longo da existência do educando”, portanto extrapola o tempo de duração da vida escolar.

 

III. Significados atrás de palavras.

O art. 1º diz que esta política nacional “implementará programas e ações com vistas à garantia dos direitos à educação e ao atendimento educacional especializado [AEE] aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação”. Portanto, os autores do Decreto, ao dizerem: (1) “à educação e ao atendimento educacional especializado”, entendem que o AEE não faz parte da educação, o que é um erro de conceituação. (2) “o atendimento educacional especializado”, entendem que o AEE é o mesmo que “escola especializada”, o que é um equívoco. (3) “educandos com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento” (TGD), entendem que os alunos com TGD não são alunos com deficiência, o que é uma desinformação preocupante. (4) “educandos com deficiência e educandos com altas habilidades ou superdotação”, entendem que os educandos com deficiência não têm altas habilidades, o que é um entendimento preconceituoso tanto contra estes alunos como contra os educandos com altas habilidades que têm deficiência. (5) “altas habilidades ou superdotação”, mostram que não acompanharam o avanço dos especialistas na conceituação desta condição, que começou com o termo “superdotação”, depois eliminou oficialmente esse termo e passou a adotar a expressão “altas habilidades” a partir da última década do século 20. A expressão correta desde então é “pessoa com altas habilidades”.

 

IV – Correções.

O art. 2º traz 11 considerações que merecem correção, mediante supressões (palavras tachadas) e acréscimos (palavras entre colchetes). Meus comentários serão apresentados em negrito.

            IV.1 –  “educação especial: modalidade de educação escolar oferecida, preferencialmente, na rede regular [na rede comum de ensino] aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação [ao público-alvo descrito art. 5º, caput, parágrafo único, incisos I, II e III, deste Decreto]”.

            IV.2 – “educação bilíngue de surdos: modalidade de educação escolar que promove a especificidade linguística e cultural dos educandos surdos, deficientes auditivos e surdocegos [com surdez, baixa audição e surdocegueira] que optam pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Líbras [Libras], por meio de recursos e de serviços educacionais especializados, disponíveis em escolas bilíngues de surdos e em classes bilíngues de surdos nas escolas regulares [comuns] inclusivas, a partir da adoção da Líbras [Libras] como primeira língua e como língua de instrução, comunicação, interação e ensino, e da língua portuguesa na modalidade escrita como segunda língua”. Em todas as 9 vezes em que aparece a expressão “Língua Brasileira de Sinais”, a sigla está erroneamente grafada “Líbras”, com acento agudo na letra ‘i’, nos seguintes artigos: art. 2º – II (2 vezes), VIII (2 vezes) e IX (2 vezes); art. 6º – III (1 vez); art. 8º – III (1 vez) e VI (1 vez).

            IV.3 – “política educacional equitativa: conjunto de medidas planejadas e implementadas com vistas a orientar as práticas necessárias e diferenciadas para que todos tenham oportunidades iguais e alcancem os seus melhores resultados, de modo a valorizar ao máximo cada potencialidade, e eliminar ou minimizar as barreiras que possam obstruir a participação plena e efetiva do educando na sociedade”. Como se verifica, isso não é equidade (igualdade autêntica), é igualdade formal.

            IV.4 – “política educacional inclusiva: – conjunto de medidas planejadas e implementadas com vistas a orientar as práticas necessárias para desenvolver, facilitar o desenvolvimento, supervisionar a efetividade e reorientar, sempre que necessário, as estratégias, os procedimentos, as ações, os recursos e os serviços que promovem a inclusão social, intelectual, profissional, política e os demais aspectos da vida humana, da cidadania e da cultura, o que envolve não apenas as demandas do educando, mas, igualmente, suas potencialidades, suas habilidades e seus talentos, e resulta em benefício para a sociedade como um todo”. Mas, a instituição de medidas retrocessivas contradiz com esta acolhida à “política educacional inclusiva”. E para que acrescentar a expressão “sempre que necessário”? Outras medidas são executadas sem necessidade?

            IV.5 – “política de educação com aprendizado ao longo da vida: conjunto de medidas planejadas e implementadas para garantir oportunidades de desenvolvimento e aprendizado ao longo da existência do educando, com a percepção de que a educação não acontece apenas no âmbito escolar, e de que o aprendizado pode ocorrer em outros momentos e contextos, formais ou informais, planejados ou casuais, em um processo ininterrupto”. Dependendo de como e onde será realizado esse aprendizado, pergunta-se: “em outros momentos e contextos” simultâneos com a vida escolar ou posteriormente a ela?

            IV.6 – “escolas especializadas: instituições de ensino planejadas para o atendimento educacional aos educandos da educação especial que não se beneficiam, em seu desenvolvimento, quando incluídos em escolas regulares [comuns] inclusivas e que apresentam demanda por apoios múltiplos e contínuos”. Há duas insinuações equivocadas na afirmação “educandos que não se beneficiam, em seu desenvolvimento, quando incluídos em escolas inclusivas e que demandam apoios múltiplos e contínuos”: (1) “Todos os educandos não se beneficiam em escolas inclusivas”. Não é verdade. (2) “As escolas inclusivas não oferecem apoios múltiplos e contínuos”. Não é verdade. Em todo o caso, a ideia de existirem “escolas especializadas” como alternativa às escolas inclusivas vai contra o que está estabelecido na LBI e também na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, cujo texto foi incorporado à Constituição Federal em 2008. Portanto, essa ideia é frontalmente inconstitucional.

            IV.7 – “classes especializadas: classes organizadas em escolas regulares [comuns] inclusivas, com acessibilidade de arquitetura, equipamentos, mobiliário, projeto pedagógico e material didático, planejados com vistas ao atendimento das especificidades do público ao qual são destinadas, e que devem ser regidas por profissionais qualificados para o cumprimento de sua finalidade”. A adoção de um sistema educacional inclusivo pressupõe que todas as classes são inclusivas, não havendo necessidade ou justificativa para a instalação de classes especializadas. Ao afirmar “classes especializadas… com vistas ao atendimento das especificidades”, o Decreto mostra que não está entendendo corretamente a diferença entre uma sala de aula e o espaço ocupado pelo AEE. 

            IV.8  – “escolas bilíngues de surdos: instituições de ensino da rede regular [comuns] nas quais a comunicação, a instrução, a interação e o ensino são realizados em Líbras [Libras]como primeira língua e em língua portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, destinadas a educandos surdos [com surdez], que optam pelo uso da Líbras [Libras], com deficiência auditiva, [educandos com baixa audição], [educandos com] surdocegos [surdocegueira], surdos com outras deficiências associadas [educandos com surdez associada a outras deficiências] e surdos [educandos com surdez e com altas habilidades ou superdotação”].

 

            IV.9 – “classes bilíngues de surdos: classes com enturmação de educandos surdos, com deficiência auditiva e surdocegos [com surdez, com baixa audição e surdocegueira], que optam pelo uso da Líbras [Libras], organizadas em escolas regulares [comuns] inclusivas, em que a Líbras [Libras] é reconhecida como primeira língua e utilizada como língua de comunicação, interação, instrução e ensino, em todo o processo educativo, e a língua portuguesa na modalidade escrita é ensinada como segunda língua”.

            IV.10 – “escolas regulares [comuns] inclusivas: instituições de ensino que oferecem atendimento educacional especializado aos educandos da educação especial descritos no art. 5º, caput, parágrafo único, incisos I, II e III, deste Decreto. em classes regulares [comuns], classes especializadas ou salas de recursos”.

            IV.11 – planos de desenvolvimento individual e escolar: instrumentos de planejamento e de organização de ações, cuja elaboração, acompanhamento e avaliação envolvam a escola, a família, os profissionais do serviço de atendimento educacional especializado, e que possam contar com outros profissionais que atendam educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação [educandos-alvo descritos no art. 5º caput, parágrafo único, I, II e III]. O plano de desenvolvimento individual (PDI), do original em inglês “individualized education plan (IEP), recebeu no Brasil outros nomes: plano individualizado de educação (PIE) e programa individualizado de educação (PIE).

 

            O Decreto carece de clareza no entendimento sobre o que são e como se diferenciam os seguintes tópicos da Política Nacional: princípiosdiretrizes e objetivos. Em consequência, alguns exemplos de cada tópico aparecem em outros tópicos, gerando confusão de entendimentos.  

Entre os princípios (art. 3º), é um retrocesso a “alternativa educacional mais adequada”. Essa expressão camufla o termo “escola especial”.

            Entre as diretrizes, as mais retrocessivas são: (1) “oferecer atendimento educacional especializado e de qualidade, em classes e escolas inclusivas, classes e escolas especializadas ou classes e escolas bilíngues de surdos a todos que demandarem esse tipo de serviço”. Por que a condição “de qualidade” foi citada somente em relação ao AEE? Os demais contextos e áreas da educação já são de qualidade? Por que a insinuação de que somente as escolas especializadas oferecem essa qualidade? (2) “priorizar a participação do educando e de sua família no processo de decisão sobre os serviços e os recursos do atendimento educacional especializado”. As mesmas perguntas do item anterior.

Entre os objetivos, alguns são citados, equivocadamente, como exclusividade dos “educandos da educação especial”, tais como: “promover ensino de excelência”, “assegurar acessibilidade a sistemas de apoio adequados”, “valorizar o processo que contribui para a autonomia, o desenvolvimento e a participação efetiva no desenvolvimento da sociedade, no âmbito da cultura, das ciências, das artes e das demais áreas da vida”. Então, os alunos que não forem da “educação especial” não serão atendidos com esses objetivos?

 

Entre os serviços e recursos, consta a citação de 4 “centros de AEE” e 2 “serviços de AEE”, além de “escolas-polo de AEE”, o que configura o entendimento equivocado sobre o que seja o AEE”. Citam-se também os centros de atividades de altas habilidades” e “centros de capacitação de profissionais da educação e de atendimento às pessoas com surdez”. Curiosamente, as escolas especializadas e as classes especializadas, bem como os “materiais didático-pedagógicos adequados e acessíveis” constam como sendo “serviços e recursos”.

            No art. 8º, ao incluir uma relação de profissionais que prestam serviços de educação especial, o Decreto determina que eles atuarão de forma colaborativa. O art. 13 diz: A colaboração dos entes federativos ocorrerá por meio de adesão voluntária”. Seria necessário explicar as expressões “forma colaborativa” e “colaboração”, para não dar a ideia de “trabalhar sem remuneração”.

As 7 ações, no art. 9º, contém os mesmos equívocos na sua formulação que já tratei anteriormente. Mas, as citadas nos incisos III e IV são mais preocupantes, pois dizem: “definição de critérios de identificação, acolhimento e acompanhamento dos educandos que não se beneficiam das escolas inclusivas, de modo a proporcionar o atendimento educacional mais adequado, em ambiente o menos restritivo possível” e “definição de diretrizes da educação especial para o estabelecimento dos serviços e dos recursos de atendimento educacional especializado”.

A classificação do público-alvo (art. 5º) precisaria ser refeita para eliminar a superposição de pessoas com deficiência e outras condições, por um lado, e a ausência de pessoas com determinada deficiência, por outro.

No art. 10, entre os 6 mecanismos de avaliação e de monitoramento desta Política Nacional, é citado no inciso IV: “plano de desenvolvimento individual [PDI]”. O PDI ou PIE, já comentado no item IV.11, é um instrumento de uso direto entre o educando, a escola, a sua família e outra pessoa significante. Portanto, não é, a rigor, um mecanismo para avaliar e monitorar políticas. 

Diante da análise feita no Decreto nº 10.502/2020, chego à conclusão de que a nova política nacional é sobre desinclusão, infelizmente.

* Romeu Kazumi Sassaki é consultor de inclusão social membro da Associação Nacional do Emprego Apoiado. E-mail: romeusassaki@gmail.com

 Fonte  https://revistareacao.com.br/inclusao-ou-desinclusao-uma-analise-do-decreto-10-502-2020/

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Pesquisa vai mapear a acessibilidade de profissionais de marketing com deficiência no Brasil

Cerca de 25% dos brasileiros têm algum tipo de deficiência, segundo o IBGE. Faltam, porém, dados sobre a atuação profissional desse público e sua distribuição no mercado de trabalho. Soma-se a esse cenário a necessidade de compreender os recursos de acessibilidade fundamentais para a inclusão das pessoas com deficiência em conteúdos de formação, desenvolvimento e atualização.

Com o objetivo de mapear a acessibilidade de profissionais de marketing com deficiência no Brasil, a Talento Incluir, consultoria que promove a relação entre profissionais com deficiência e o mercado de trabalho; o movimento de inclusão digital Web Para Todos; a Resultados Digitais (RD), líder no desenvolvimento de software para marketing e vendas e a Digital Houseuma das principais escolas com foco no desenvolvimento de habilidades digitais, acabam de lançar em parceria uma pesquisa inédita para conhecer as necessidades específicas dos profissionais de marketing com deficiência, os principais desafios para produzir e consumir conteúdo, além das condições de acessibilidade em seus locais de trabalho.

Para participar, profissionais de marketing com deficiência podem responder voluntariamente a pesquisa acessando o link: https://forms.gle/L5R5PLWtJeytLLYe9. A coleta dos dados ocorrerá até dia 15 de novembro. Os respondentes concorrerão a ingressos gratuitos (20 no total) para o evento online “Hostel by RD Summit”, organizado pela Resultados Digitais, entre 1 e 3 de dezembro.

Fonte  https://revistareacao.com.br/pesquisa-vai-mapear-a-acessibilidade-de-profissionais-de-marketing-com-deficiencia-no-brasil/

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Inclusão e acessibilidade são pilares de campeonato estudantil digital promovido por NESCAU

A Liga NESCAU, o maior campeonato estudantil do Brasil, chega a 2020 em edição 100% digital, desenvolvida especialmente para atender ao atual cenário, com as crianças ficando mais em casa, além de democratizar o acesso ao torneio, permitindo a participação de famílias de todo o Brasil.
Com o mote Aqui Todo Mundo Joga, a iniciativa tem como foco principal a inclusão e acessibilidade.
Para isso, a Liga ganhou uma plataforma interativa com interface adaptada para crianças e adolescentes com deficiência, com conteúdo em libra e áudio descrição. O campeonato também terá atividades e categorias adaptadas em modalidades como futebol, basquete, ginástica e ballet. Nesses casos, os movimentos são livres e a criança é avaliada por seu esforço e criatividade. Além disso, o torneio contará com desafios abertos, em que os inscritos podem enviar vídeos realizando atividades lúdicas ligados aos temas de cultura, esporte ou educação.

A inclusão está no DNA da Liga NESCAU. A iniciativa sempre conta com atividades e modalidades adaptadas. Em 2019, uma das etapas da competição foi realizada no Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo. Ao todo, mil crianças participaram de modalidades como natação, judô, vôlei sentado e basquete em cadeira de rodas, entre outras. Além disso, tanto na edição de 2019 quanto em 2020, a Liga trouxe como uma de suas embaixadoras a paratleta Verônica Hipólito, diversas vezes campeã mundial de atletismo, além de medalhista em Paralimpíadas e PanAmericano.

A Liga 2020 acontece a cada sábado até o início de dezembro. A expectativa é atingir 50 mil crianças e adolescentes em todo o País. As inscrições podem ser feitas diretamente pelo site de Liga Nescau  –  www.liganescau.com.br.
Fonte  https://revistareacao.com.br/inclusao-e-acessibilidade-sao-pilares-de-campeonato-estudantil-digital-promovido-por-nescau/
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