Duas pessoas morreram afogadas na tarde desta quinta-feira (2) em uma barragem localizada no Povoado Caboclo, zona rural de São José da Tapera, município do Sertão de Alagoas. As vítimas são pai e filho.
Segundo testemunhas, o jovem, identificado como “Robinho”, estava dando banho em um cavalo dentro da barragem, na propriedade da família, quando o animal o derrubou em uma parte funda do tanque.
Ainda segundo testemunhas, Robson deu sinais de que estava se afogando e seu pai, identificado como Bartolomeu, mergulhou na barragem para ajudá-lo. Os dois ficaram submersos e não conseguiram mais sair da água.
Os corpos foram retirados da água por populares. O Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBM/AL) foi acionado, mas as vítimas já estavam em óbito.
O Instituto Médico Legal (IML) e o de Criminalística (IC) enviaram equipes ao local, que realizaram os procedimentos cabíveis.
Movimentação de idosos no posto da 612 Sul para Vacinação contra Influenza
O Ministério da Saúde anunciou que incluirá na segunda fase da campanha de vacinação contra a gripe categorias que estão atuando em atividades essenciais ou em ações de prevenção e combate à pandemia do novo coronavírus (covid-19).
No anúncio feito nessa quinta-feira (2), a pasta incluiu na segunda fase trabalhadores da segurança pública, caminhoneiros, motoristas de transporte coletivo e trabalhadores em portos. Os professores, que seriam contemplados nessa etapa, vão participar em momento posterior, dado o fato de que as aulas estão suspensas.
A campanha foi iniciada no dia 23 de março, com foco inicial voltado a idosos. A segunda fase terá início no dia 16 de abril. A terceira fase ocorrerá entre 9 e 22 de maio, da qual participarão crianças de 6 meses a 6 anos, grávidas, mães no pós-parto, população indígena, pessoas com mais de 55 anos e pessoas com deficiência.
Segundo o Ministério da Saúde, até agora, 15,6 milhões de pessoas foram vacinadas na campanha. Essa quantidade representa 62,6% do público-alvo que se pretendia alcançar na primeira etapa.
Depressão muitas vezes anda de mãos dadas com doenças crônicas, como fibromialgia e síndrome da fadiga crônica. Apesar dos estereótipos, essas doenças não são psicológicas e não são causadas pela depressão.
Ainda assim, obter um tratamento adequado para a depressão é importante para o seu bem-estar. O tratamento também pode ajudar a gerenciar a fibromialgia e síndrome da fadiga crônica com mais eficiência.
Quando a doença ataca, muitas pessoas ficam deprimidas por causa de como se sentem, pelas mudanças que são impostas e por temerem sua saúde. A doença crônica também pode ameaçar a segurança no emprego, os relacionamentos e os planos para o futuro. Qualquer uma dessas coisas pode levar à depressão. É uma resposta normal a uma situação ruim e não significa que você é fraco.
Embora a depressão seja comum em doenças crônicas, ela é ainda mais comum na fibromialgia e na síndrome da fadiga crônica do que em muitas doenças de gravidade comparável. Ninguém sabe ao certo por que isso acontece, mas as teorias incluem:
Causas subjacentes comuns;
Baixa aceitação dessas doenças pela...
... comunidade médica, família e amigos;
Ineficácia de muitos tratamentos.
Situações como essas podem levar a sentimentos como desmoralização e desesperança.
As semelhanças e freqüentes sobreposições levaram muitas pessoas, incluindo alguns médicos, a supor que a fibromialgia e a síndrome da fadiga crônica são apenas diferentes manifestações da depressão. No entanto, um estudo de 2008 diz que analisou a literatura disponível sobre a ligação fibromialgia / depressão, e os pesquisadores concluíram que os resultados não suportam essa suposição.
Não importa a conexão, sabemos que é importante diagnosticar e tratar a depressão comórbida.
Você está deprimido?
Em algum momento, quase todo mundo com uma doença crônica se pergunta: "Estou deprimido?" É normal ter períodos baixos enquanto se ajusta às mudanças impostas pela doença. É importante saber em que ponto as emoções normais se transformam em depressão grave. Nossos sintomas são muito semelhantes aos da depressão, por isso pode ser difícil dizer qual condição está causando o problema. Vale a pena se informar sobre os sintomas e trabalhar com seu médico para decidir se você está deprimido.
Causas
Por que algumas pessoas com fibromialgia e síndrome da...
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...fadiga crônica ficam deprimidas enquanto outras não? Pode ajudá-lo a aprender o que causa esta doença muito real. Não é uma falha de caráter, é mais provável que isso aconteça com a sua fisiologia.
Tratamentos Medicamentosos
Porque você está lidando com uma doença que tem componentes físicos, você pode se beneficiar de medicação que altera sua química cerebral, como os antidepressivos.
Os antidepressivos são comuns no tratamento não só da depressão, mas também da fibromialgia e da síndrome da fadiga crônica. Entenda melhor as mudanças que eles estão fazendo.
Infelizmente, o risco de efeito colateral dessas drogas é muito real. Você precisa saber que é perigoso simplesmente parar de tomar esses medicamentos. Certifique-se de conversar com seu médico sobre a maneira correta de se afastar deles.
O desmame pode ser difícil para o seu corpo, mas você pode tomar medidas para torná-lo mais fácil.
Aconselhamento
Embora a depressão tenha componentes físicos, um terapeuta pode ajudar a lidar com as questões emocionais por trás de sua depressão. Aconselhamento também pode ser valioso para se ajustar à vida com uma doença crônica debilitante.
Uma fábrica de meias de Araraquara (SP) produziu pelo menos 3 mil máscaras para doar à Santa Casa da cidade. O hospital é uma das unidades de saúde que atende pacientes com sintomas do novo coronavírus.
Segundo o último boletim divulgado no fim da tarde de terça-feira (31), Araraquara tem três casos confirmados, sendo que um paciente morreu, e investiga outros 32 casos.
Produção
De acordo com a presidente da Lupo, Liliana Aufieiro, a ideia de produzir máscaras para a Santa Casa surgiu há uma semana, quando ela ligou para o hospital para saber como estava o estoque do item de segurança.
“Foi então que foi relatado a falta de material. Decidimos ajudar, mesmo não sendo a nossa especialidade. Contatamos 40 funcionários, que estavam em férias coletivas, mas que prontamente atenderam o nosso pedido”, disse.
Usando o tecido conhecido como TNT, em três dias, a Lupo produziu 3 mil máscaras que foram doadas nesta segunda-feira (30).
Segundo a presidente, os funcionários estudam uma forma de adaptar as máquinas para melhorar os detalhes para que a produção continue até a matéria prima acabar.
“A Santa Casa é um hospital muito importante que atende o SUS. São mais de 600 mil pessoas atendidas e não poderíamos deixar de ajudar”, disse.
Para o diretor da Santa Casa, Rogério Bartkevicius, a atitude da empresa é louvável e ajudará muito no combate ao novo coronavírus. “As máscaras serão utilizadas por pacientes doentes e também pela equipe de saúde”, disse.
O objetivo agora é produzir máscaras para doação à Santa Casa de São Carlos, que também é uma unidade referência para atendimentos em casos graves.
Descrição da imagem #pracegover: Um grupo de crianças com e sem deficiência está sentado em roda, brincando com fichas do ‘Cardápio para Todos’. Em cada ficha há uma foto de um alimento, seu nome em língua portuguesa e seu sinal em Libras. No centro, uma menina com síndrome de Down está sentada com as pernas cruzadas, usa um adereço de asas cor de rosa e tem uma pilha de fichas no colo. No canto superior direito da foto, um menino, também sentado, olha a menina enquanto mostra uma ficha do cardápio. Crédito: Divulgação.
Um pacote de materiais pedagógicos inclusivos usado há três anos na rede municipal de São Paulo foi liberado para download gratuito nesta semana. São atividades do ‘Projeto Brincar’, desenvolvido em conjunto pela Mais Diferenças, Fundação Grupo Volkswagen e a Secretaria Municipal de Educação (SME). A meta da iniciativa é ajudar a enfrentar a quarentena imposta pela pandemia do coronavírus.
A iniciativa tem três temas: ‘Cardápio para Todos’, ‘Brincando com Poesias’ e ‘Pintura à Flor da Pele’. Todas as atividades podem desenvolvidas por crianças com e sem deficiência. É só baixar, imprimir e usar (clique aqui).
O ‘Cardápio para Todos’ tem 60 nomes de alimentos, com recursos de acessibilidade, além de fichas para imprimir e um vídeo. O material segue os princípios do Desenho Universal, apresenta a imagem do alimento, seu sinal na em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, além do nome em língua portuguesa, com contraste e fonte ampliada. Há também quatro arquivos com a transcrição em braille e as traduções em espanhol, francês e inglês, além de um guia em PDF com sugestões de atividades e brincadeiras.
O ‘Brincando com Poesias’ reúne poemas em audiovisual acessível e também em arquivo PDF acessível. Na lista estão ‘O Nome das Coisas’, ‘Dúvida de passarinho, ‘Ai, que frrrrrrrrio!’ e ‘PoisÉ…’. Todos estão publicados no livro ‘A Poesia das Coisas’ (Editora SESI-SP), de Silvana Tavano, que tem ilustrações de Adriana Fernandes. Essa atividade tem ainda um guia de brincadeiras.
Informais que não estão no Cadastro Único, contribuintes individuais do INSS e MEIs terão de se cadastrar em app
Caixa: aplicativo para recebimento do benefício será lançado na terça-feira (7) (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O governo federal anunciou nesta sexta-feira (3) que o benefício emergencial de R$ 600, aprovado nesta semana, começará a ser pago a trabalhadores informais, como taxistas, faxineiras e ambulantes, na semana que vem.
A expectativa é pagar cerca de 10 milhões de trabalhadores em um primeiro momento de uma operação definida como “colossal”. O dinheiro será distribuído, no total, a cerca de 100 milhões de brasileiros. O objetivo é amenizar o efeito da crise provocada pela pandemia do coronavírus.
Para receber o valor, que será concedido durante três meses, trabalhadores informais que não estão no Cadastro Único, contribuintes individuais do INSS e MEIs deverão se cadastrar em um aplicativo que será anunciado na segunda-feira (6), em conjunto com o calendário de pagamentos do benefício, e estará funcionando a partir de terça-feira (7).
O aplicativo, feito em parceria entre governo e Caixa, não terá taxas. “Será o aplicativo mais baixado do mundo”, disse Pedro Guimarães, presidente da Caixa, em coletiva. “Teremos capacidade de atender milhões de brasileiros para que façam a autodeclaração”.
O governo também prevê que haja uma autorização de saques nas lotéricas e que o valor também possa ser retirado posteriormente em caixas eletrônicos. “Vai ser montada rede proteção para que na próxima semana já possamos começar a realizar depósitos antes do Feriado da Páscoa”, disse o ministro da cidadania Onyx Lorenzoni, durante coletiva.
Trabalhadores que não têm certeza se estão cadastrados no Cadastro Único poderão baixar o app e inserir o CPF. O próprio aplicativo dirá se o trabalhador já está cadastrado na base de dados do programa social ou não. Trabalhadores que já estão incluídos no Cadastro Único e já recebem o Bolsa-Família não precisam realizar qualquer cadastro adicional: o pagamento do benefício será feito a todos que se enquadrem na medida.
Os pagamentos do Bolsa-Família, que serão feitos a partir do dia 16 de abril, devem acontecer normalmente. Caso o benefício de R$ 600 seja maior do que o valor desse benefício, a perspectiva é de que nesse caso os beneficiados pelo programa social já recebam o benefício emergencial automaticamente no período em que receberiam os valores relativos ao Bolsa-Família.
A partir do cadastro no aplicativo, os trabalhadores que tiverem conta na Caixa ou no Banco do Brasil poderão receber o benefício imediatamente no momento em que os bancos tiverem acesso à base de dados. Segundo Pedro Guimarães, presidente da Caixa, a partir desse momento os créditos poderão ser depositados nas contas em um dia ou no máximo um dia e meio.
O governo não deu uma data certa para que os pagamentos comecem a ser feitos, pois o decreto ainda não foi publicado.
Posteriormente, será criada uma linha telefônica que poderá auxiliar 80 milhões de pessoas beneficiadas.
Paulo Ganime criticou a decisão que inadmitiu duas emendas do Novo
O Partido Novo decidiu fazer obstrução à PEC do "orçamento de guerra" após decisão que inadmitiu duas emendas do partido: a que cortava em até 50% salários de servidores públicos; e a que transferia o dinheiro do fundo de campanhas eleitorais para o combate ao coronavírus.
O líder do partido, deputado Paulo Ganime (RJ), criticou a decisão: "o rito regimental não foi cumprido para a nossa emenda". Ele defendeu a votação da emenda, já destacada, que destina o dinheiro do fundo eleitoral para ações contra a Covid-19.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também defendeu a votação das propostas. "A retirada do fundo eleitoral é uma questão cara ao meu eleitorado e, sobre o corte no salário dos servidores públicos, é melhor votar agora do que mais tarde, com muita pressão popular", disse.
Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), no entanto, a medida tem o objetivo de punir a classe trabalhadora. "Querem cortar salário de quem ganha R$ 6 mil, mas não taxam as grandes fortunas", criticou.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também criticou a proposta de corte de salários. "Não podemos fazer demagogia ou guerra política no momento, alimentar posições de desprezo pelo serviço público", disse.
Ele destacou que será por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e das políticas assistenciais que o País vai enfrentar a pandemia da Covid-19.
Já o deputado Fábio Trad (PSD-MS) chamou os bilionários a contribuir para o combate ao coronavírus. "Estamos em um processo de sangramento coletivo e não vejo os bilionários brasileiros agindo como os estrangeiros. Enquanto os de lá doam e investem, os nossos se encolhem", afirmou.
A reserva de vagas para pessoas com deficiência é um direito constitucional que deve ser garantido em todos os concursos púbicos e processos seletivos realizados pela Administração Pública no âmbito municipal, estadual e federal.
Contudo, ainda existem determinados tipos de deficiência que frequentemente provocam a injusta eliminação de candidatos inscritos nessa qualidade.
É o caso das pessoas com visão monocular, que muitas das vezes tem o seu pedido de inscrição como candidato com deficiência indeferido ou são eliminadas em alguma etapa de exame de saúde ou exame admissional, sendo consideradas como inaptas para o exercício do cargo ou com limitações incompatíveis para as atribuições do cargo pretendido.
Infelizmente injustiças dessa natureza são comuns, principalmente, em concursos da área da segurança pública. Entretanto, as pessoas nessa qualidade possuem sólido amparo na jurisprudência pátria e na legislação de defesa dos direitos das pessoas com deficiência.
O Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento por meio da súmula 377 de 2009 no sentido de que a pessoa com visão monocular tem direito de concorrer entre as vagas reservadas para pessoas com deficiência nos concursos públicos.
O aprimoramento da legislação brasileira também fortaleceu essa proteção. Muita gente desconhece, mas a capacidade de enxergar com apenas um dos olhos, em caráter irreversível, atualmente é equiparada à condição deficiência visual, para algumas finalidades legais, como a participação em concursos públicos.
Vale destacar que, essa interpretação encontra amparo legal por inteligência do conceito mais atual de pessoa com deficiência, que foi incorporado no ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto nº. 6.949/2009 (Convenção Internacional dos Direitos da PcD), devidamente ratificado pela Lei 13.146/2015 (LBI):
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
De igual modo, em seus arts. 34 e 35 a LBI assegura a proteção ao direito ao trabalho da pessoa com deficiência, vedada qualquer forma de discriminação, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, admissão e de exames admissionais. Trata-se de uma garantia legal que vincula tanto o acesso ao mercado de trabalho privado, quanto o acesso a cargos e empregos públicos.
Saliente-se que o enquadramento definitivo da pessoa com visão monocular na qualidade de pessoa com deficiência ainda é matéria de forte discussão jurídica. A fim de eliminar esses entraves tramita no Congresso Nacional o PL 1615/2019, que visa classificar a visão monocular - cegueira de um dos olhos - como deficiência sensorial visual para todos os efeitos legais
Contudo, em se tratando do acesso a cargos e empregos públicos, já são vários os precedentes judiciais de pessoas com visão monocular que foram reintegradas no certame após injusta e ilegal eliminação em concursos públicos, assim como casos em que tiveram a nomeação e posse determinadas pelo Poder Judiciário.
Os casos mais comuns e polêmicos que vêm sendo enfrentados judicialmente são os de eliminação da pessoa com visão monocular em exames admissionais nos concursos públicos para área da segurança pública.
Nesses casos, a violação de direitos mais frequente ocorre quando a Administração Pública considera esses candidatos como inaptos para o exercício do cargo de segurança pública em virtude da visão monocular.
Entretanto, judicialmente, tem prevalecido a tese de que o momento adequado para se aferir essa compatibilidade é durante o estágio probatório, fazendo valer de forma efetiva a participação daqueles que prestaram o concurso público nessa qualidade e foram devidamente aprovados.
Essa é a interpretação mais atual e adequada juridicamente em relação ao conceito de pessoa com deficiência e o momento justo e adequado para se aferir a compatibilidade entre as atribuições do cargo e a deficiência do candidato.
Na reabertura do Instituto de Identificação ao público, após ao período de isolamento social pela pandemia de coronavírus, documento já poderá ser solicitado
O novo modelo de carteira de identidade, que passou a ser emitido pela Polícia Civil do Paraná em janeiro, agora poderá trazer estampado o símbolo que identifica as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), anunciou nesta quinta-feira o secretário de Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost. A novidade já estará à disposição dos paranaenses assim que o Instituto de Identificação retomar os atendimentos – suspensos devido ao coronavírus.
O documento permite a inclusão de registros como título de eleitor, numeração da carteira de trabalho e previdência social, certificado militar, carteira nacional de habilitação e condições especiais de saúde. A possibilidade de incluir o laço que identifica internacionalmente o autismo, porém, foi viabilizada agora após pedido do Departamento de Políticas para Pessoa com Deficiência da Sejuf, coordenada por Felipe Braga Côrtes. “É um clamor de pais e mães de crianças com autismo, pois a identificação facilitará o atendimento, a prioridade e o exercício de direitos”, explica Leprevost.
O diretor do Instituto de Identificação da PCPR, delegado Marcus Michelotto, avalia o novo documento como um grande passo. “A nova carteira de identidade vai possibilitar que o cidadão tenha um documento único, e a identificação individualizada de particularidades como o autismo será muito importante para essa população”.
QUANDO COMEÇA – Devido à pandemia de Covid-19, o governador Ratinho Junior determininou uma série de medidas preventivas e o Instituto de Identificação do Paraná não está agendando a emissão de carteiras de identidade até o dia 20 de abril – prazo que pode ser prorrogado conforme a necessidade.
Assim que for retomado o atendimento, as novas carteiras de identidade já poderão ser solicitadas. Para isso, o requisitante deverá levar atestado médico ou documento oficial que comprove o Transtorno do Espectro Autista. Os modelos de relatório e atestado médico, assim como informações detalhadas, estão disponíveis no link http://www.institutodeidentificacao.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=113#documentos.
Carteira de Identificação de Transtorno do Espectro Autista também será lançada em breve
Além do RG, a Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf) vai emitir também, em breve, a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA) – documento digital e gratuito, acessível em smartphone, nos sistemas IOS e Android, com possibilidade de impressão pelo próprio usuário ou responsável. “O cadastro dos usuários deverá ser feito online e as informações coletadas serão empregadas na criação de um banco de dados que servirá para aprimorar os serviços já oferecidos, bem como na formulação e execução de políticas destinadas a esse público, especialmente nas áreas de educação, assistência social e saúde”, informa Leprevost.
O programa para o cadastramento e criação do banco de dados está sendo desenvolvido pela Celepar e será divulgado logo após a quarentena devido à pandemia de coronavírus.
Desenvolvedor de software cria aplicativo de jogos inspirado na experiência com seu filho com autismo.
Por Elza Maria Albuquerque*
Diversos especialistas afirmam que o ato de brincar pode facilitar e muito a aprendizagem, principalmente com inovação, por meio da tecnologia. Agora imagine um jogo online capaz de contribuir para o desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), dificuldades de aprendizagem e atrasos no desenvolvimento. Ele já é realidade com o aplicativo Jade Autism, criado por Ronaldo Cohin, desenvolvedor de software, que é pai de uma criança com autismo e que gosta muito de jogos digitais.
Cohin descobriu cedo que seu filho, Lucas, era uma criança com autismo. “Quando ele tinha dois anos de idade, a própria escola nos chamou e levantou a suspeita por conta das rotinas – que ele fazia serem muito características, como a valorização excessiva por objetos e não por pessoas. Nós tomamos a postura de encarar de frente e fazer o melhor pra ele. Infelizmente, vemos muitos pais tomarem a postura da negação e perderem meses (ou anos) valiosos no tratamento”, afirma.
O dia a dia com o filho, com o aplicativo e outras famílias de usuários do Jade impulsionaram o aprendizado em relação à acessibilidade na web. Em relação às barreiras que atrapalham a navegação de quem tem autismo, ele destacou que os conteúdos não são normalmente produzidos para pessoas que têm uma sensibilidade maior.
“No caso dos autistas, muitas vezes, a sensibilidade a cores e a certa quantidade de luz, além de sons altos ou disformes, são conteúdos que podem até ocasionar uma desestabilização. Acredito que, com a disseminação da causa do autismo, alguns grupos têm pensado melhor nos autistas”, diz.
FUNCIONAMENTO E BENEFÍCIOS DO APP
O Jade inclui tarefas interativas e inteligentes elaboradas para estimular o desempenho visual, a atenção, a resposta do usuário e o raciocínio lógico matemático das crianças e jovens que interagem com o game. Ele segue o fluxo natural de aprendizagem, respeitando o ritmo e a individualidade de cada um. Os benefícios dele não são só para crianças com autismo, mas também com Síndrome de Down e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
“Como uma boa parte do tratamento cognitivo para esses pacientes é quase a mesma, tentamos abordar justamente o que fosse melhor e pudesse impactar o maior número de crianças possível. O jogo estimula muito as funções cognitivas das crianças. Na medida em que elas jogam, os algoritmos de leitura comportamental fazem leituras que dificilmente seres humanos conseguiriam captar”, diz.
Os dados gerados a partir da interação dos participantes na plataforma fazem parte de relatórios de prognóstico e desempenho das crianças para que seus terapeutas possam acompanhar com mais exatidão o seu desenvolvimento e saber onde estão seus maiores desafios.
No caso do Lucas, segundo Cohin, o Jade não foi tão usado, principalmente após os quatro anos. “O Lucas possui um intelecto bastante avançado e os jogos de lógica que ele procura são jogos para adultos. Ele faz cálculos matemáticos complexos, logo o Jade não é mais um desafio pra ele”, explica.
APRENDIZADOS, UNIÃO E TRANSFORMAÇÃO
O app surgiu durante seu trabalho de conclusão de curso de Ciência da Computação, na Universidade de Vila Velha. Para desenvolvê-lo, Ronaldo precisou se aprofundar mais sobre acessibilidade digital não só estudando, mas também seguindo para a parte prática. “Em 2017, tudo o que eu implementava, colocava em teste não só com meu filho, mas também na Apae de Vitória. Isso ajudou muito a validar o que eu estava fazendo”, conta.
Cohin afirma que o trabalho para construir o Jade foi bastante intenso e que ainda hoje trabalha quase que diariamente com sua equipe na construção de novas funcionalidades que serão lançadas em breve. “Hoje, além de mim e do Marcus, que somos da linha de frente, temos a equipe de desenvolvimento de software e uma equipe médica e terapêutica liderada pelo Drº Marcelo Masruha, que é um dos melhores neurologistas do Brasil, o que nos deu muito fundamento para nos aprofundar mais no tema.”
E os desafios em relação à tecnologia e à própria dinâmica do app? De acordo com Ronaldo, o maior deles foi provar e validar que a ideia de coleta e tratamento de dados fazia sentido no ponto de vista terapêutico. Já no ponto de vista tecnológico, o maior desafio foi construir os algoritmos, em relação aos códigos e lógicas. “Era uma ideia que eu tinha na cabeça, mas que era disruptiva. Os profissionais nunca tinham trabalhado com algo parecido. Foi bom quando eles entenderam como esses dados poderiam ajudá-los.”
Cohin explica que, quando se trata de um universo tão amplo quanto o do autismo, a acessibilidade é muito desafiadora. “Isso porque você lida com crianças que às vezes são muito comprometidas no sentido cognitivo (que não falam, não se comunicam), e outras que são ‘jovens Einsteins’. Lembro-me de um ocorrido, por exemplo, em que tínhamos uma figura de um gato com olhos um pouco grandes; como normalmente o autista é ‘sim’ ou ‘não’, ‘0’ ou ‘1’, eles não entendiam que aquilo era um gato, pois gatos não tem olhos tão grandes. Tivemos que voltar ao design e refazer o gatinho. Então, por mais que você se atente aos detalhes, há muita tentativa e erro.”
ALCANCE DA PLATAFORMA
Lidar com o crescimento, interações e alcance do Jade são pontos importantes que Cohin e sua equipe já inseriram na rotina. “Recebemos dezenas de e-mails quase que diariamente com dúvidas sobre o jogo em si, sugestões e elogios sobre algo ou até mesmo com mensagens como se fossem pedidos de socorro, de famílias que simplesmente não sabem quais passos dar para ajudar o seu filho. Inclusive, consultamos a nossa equipe técnica para que a resposta possa ajudá-los ao máximo. Quando a interação tem origem no Brasil, às vezes tentamos envolver a Apae daquela cidade, pois nada substitui o contato direto dos profissionais que atuam na área. Eles são os que mais podem ajudar a família. Por isso, tentamos unir essas duas partes”, explica.
Cohin afirma que o crescimento de usuários e de downloads do Jade, pelo menos nos primeiros 18 meses, foram totalmente virais. “Os downloads simplesmente se multiplicavam a cada dia. Chegamos a ter quase 4 mil em um só dia”, conta. Recentemente, muitos influencers que dialogam com a causa e com familiares de autistas entram em contato com a equipe espontaneamente para falar sobre o Jade. “Acreditamos no poder da corrente do bem”, completa.
Atualmente, a plataforma tem 75 mil downloads sendo que apenas 40% é feita no Brasil, facilitado pelo fato do app ser em português, inglês e espanhol. Além dos usuários, o aplicativo atende 50 clínicas com os relatórios, ajudando nas rotinas desses profissionais. Todas as Apaes do Espírito Santo hoje usam o Jade.