Daniel Dias durante classificatória da natação nas Paralimpíadas de TóquioImagem: Ale Cabral/CPB |
Amauri Nolasco Sanches Júnior
Por muito tempo – numa galáxia muito distante – eu não achava o esporte paraolímpico era importante. Mas, como todo mundo revê seus conceitos, eu comecei a aceitar mais o esporte como instrumento de inclusão e mostrar as pessoas com deficiência não são inúteis. Só acho que se deveria não ser algo separado e, talvez, aceitar pessoas com deficiência dentro dos jogos e mostrar que somos capazes de superar algumas questões. Já algumas práticas – como o yoga – já se aceita que existem pessoas com limitações que, sim, querem fazer essas práticas. Por que uma pessoa com deficiência não pode ser um yogi? Por que uma pessoa com deficiência não pode estudar e ser o que se quer atuar, profissionalmente? A exemplo disso, a primeira vez que eu e minha noiva entramos numa loja, o vendedor achou que nós estávamos atras de celular e não era, era outra coisa. A imagem dos PCDs as vezes é uma imagem que ele mesmo passa, de futilidade, de só querer coisas fáceis e sem conteúdo nenhum.
Daniel Dias – que se aposenta nessa paralimpíada – tem deficiência congênita (que se formou a partir do útero da mãe dele) e já e o maior atleta de pódios da história do Brasil. Foram 27 pódios, e 14 desses pódios ele ganhou de medalhas de ouro (primeiro lugar). E ai, sem muita pieguice como a mídia coloca sempre, Daniel é um cara que temos que seguir o exemplo de persistência e de lutar por aquilo que ele quer. Ora, o filósofo prussiano Kant, em um dos seus escritos, dizia que sempre devemos fazer as coisas como se essa coisa fosse espelhada por toda a eternidade. Claro, ele não falou nessas palavras e nem nesse nível, mas eu coloquei no simples para todo mundo entender. Nada diferente do que Jesus Cristo que disse que, não deveríamos fazer o que não querem que façam conosco. Mesmo a academia de filosofia negando, Kant era um cristão de ir até a igreja e separava as coisas – tanto é, ele separou o que era filosofia e que filosofar da existência de Deus era um pensamento menor, porque nunca vamos provar.
É uma questão moral, ou seja, uma questão social. Aliás, além de posições políticas adversas, a inclusão de pessoas com deficiência é uma pauta moral e se deve ser discutida com seriedade. Não essa palhaçada que fez oministro da educação. O que se precisa e ver qual o grau a educação esta – que está péssima, não só no governo Bolsonaro – no país, ou invés, de culpar as crianças com deficiência da ineficaz (proposital?) ineficiência do Estado enquanto detentora da escolarização do Brasil. E o Brasil foi sempre largado em relação da escolarização, como uma ação política – de deixar o povo ignorante – que pouco surti efeito e pode ser uma faca de dois gumes. Povos ignorantes são muito mais propensos de acreditarem num boato, em se rebelar sem ter empatia – povos com alto grau de pobreza, quando se rebelam são carniceiros de verdade – em achar que as políticas públicas não beneficiam a eles. Mas, políticas públicas, beneficiam todo mundo em uma sociedade.
Mas, o porquê eu digo que temos que seguir o exemplo do Daniel Dias? Porque estou vendo muitas pessoas que choram, acham que não podem fazer o que é fácil fazer. Numa outra postagem – que muitas pessoas com deficiência não entenderam – mostrando um cachorrinho fraquinho dizendo que as jogadoras de futebol feminino dizendo que perderam por causa da falta de patrocínio e um cachorro forte (quase um lobisomem), dizendo que as pessoas com deficiência trouxeram as medalhas sem quase patrocínio. Não é mesmo? A questão de se fazer o Daniel Dias ou outro deficiente, como exemplo, não é como pensam alguns em transformar ele como “EXEMPLO DE SUPERAÇÃO” – porque exemplo como exemplar ninguém é – mas, transformar suas conquistas como meio de ter um exemplo que pessoas com deficiência são capazes. Claro, existem outros problemas nisso, a generalização que as pessoas com deficiência só conseguem vencer por meio do esporte e não é bem assim. Existem pessoas com deficiência que estudam, existem pessoas com deficiência que escrevem, existem pessoas com deficiência que trabalham.
fonte. https://filosofiarodas23.blogspot.com/2021/09/daniel-dias-um-exemplo-ser-seguido.html?spref=fb&m=1Postado por Antônio Brito
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