Nesta reedição do artigo "E se?", Murilo Pereira relata as mudanças promovidas na vida das Pessoas com Deficiência, pelos olhos do Paradesporto
Há algumas semanas, trouxe um artigo que obteve muitas visualizações em meu blog pessoal para a coluna. Nessa edição, puxarei outro que foi bem requisitado. Porém, nesse espaço discutiremos o tema proposto através de um viés diferente do inicial: pelos olhos do esporte, ou melhor, Pelos olhos do Paradesporto.
Como o próprio título nos induz a pensar, esse artigo traz à tona muitos questionamentos que podem estar guardados em milhares de pessoas e que fazem um mal extremo à sanidade do indivíduo. A angústia é um dos sentimentos mais cruéis, pois nos mostra uma realidade que podemos entender como vantajosa, mas, ao mesmo tempo, nos afasta como num sonho impossível.
Nesse sentido, eu me lembro que na primeira versão do “E Se?”, um de meus argumentos foi que eu me sentia culpado por imaginar como seria meu cotidiano sem a paralisia cerebral. Até pelo feedback do post original, eu compreendi que essa é a ordem natural dos fatos e tal tipo de reflexão me ajudaria a crescer enquanto pessoa.
Em minha realidade, com certa medida de singularidade, apenas esses foram os desdobramentos. Porém, compreendo que para muitas Pessoas com Deficiência, essas perguntas carregam um teor muito mais profundo, alcançando em alguns casos, a revolta.
Chego, justamente, no motivo pelo qual decidi dar uma outra abordagem para um texto que me recordo com carinho. Afinal, foi um dos meus primeiros. Enfim, o Paradesporto, no combate a tais visões pessimistas e depressivas, é ferramenta ímpar.
Particularmente, sempre vi o esporte como sinônimo de competição, conquistas e campeonatos. Entretanto, ao adentrar nesse universo, vi que era muito mais abrangente e fantástico do que imaginava.
Um praticante, de qualquer modalidade que seja, pode perfeitamente, iniciar uma relação com o esporte, estabelecer uma rotina de treinamentos, objetivos pessoais e não almejar o cenário das grandes disputas.
Pelos olhos do Paradesporto: E se?
Como se sabe, o dia a dia de uma Pessoa com Deficiência, em algumas ocasiões, pode fazer-se muito monótono e o Esporte Adaptado é uma válvula de escape que traz adrenalina e desafios que preenchem seu tempo.
A esfera é tão complexa que dentro do próprio Paradesporto podemos aplicar o valor do “E Se?”. Todo esporte e não somente o adaptado, é feito de escolhas. Alguns deles, pela velocidade que exigem de seus atletas, são extremamente precisos.
Os Paratletas, muito por causa de limitações físicas, costumam martirizar-se pelas condutas dentro de uma disputa e desenhar mentalmente como seria o resultado se tivesse conseguido executar a ação desejada com mais excelência. Obviamente, é uma situação que exige certos cuidados, porque se for algo recorrente, pode afastar o indivíduo da atividade.
Contudo, uma autocobrança, por outro lado, também se faz saudável, ao ponto que coloca as habilidades do praticante em xeque e, com isso, motiva a buscar uma evolução cada vez maior, atingindo limites que o próprio cidadão duvidava.
Com certeza, todas as pessoas já ouviram dizer que o esporte é uma forma de inclusão social, um antidepressivo e um impulsionador de autoestima. É verdade. Mas quando o assunto é Paradesporto, esses efeitos multiplicam-se de forma surpreendente.
Então, se você é uma Pessoa com Deficiência e está em busca de um complemento, te convido a conhecer o Esporte Adaptado. Como em todas as coisas, ele não é a solução plena que irá tapar todos os buracos. Todavia, o sentimento que sua prática é capaz de proporcionar apresenta-nos um caminho indescritível.
Fonte https://jornalistainclusivo.com/pelos-olhos-do-paradesporto/
POSTADO POR ANTÔNIO BRITO
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