13/01/2021

No interior de SP, profissionais da Santa Casa de São Carlos, criam carrinho adaptado para crianças com baixa mobilidade

Fisioterapeutas do Serviço de Acompanhamento de Intervenções em Bebê de Alto Risco (Saibe) da Santa Casa de São Carlos (SP) adaptaram um carrinho motorizado para bebês e crianças com dificuldades motoras.
 De acordo com a fisioterapeuta do Saibe, Carolina Corsi, a equipe adquiriu um carrinho elétrico convencional e realizou as adaptações na estrutura para que o brinquedo pudesse ser usado para favorecer a mobilidade das crianças.

“O banco agora é regulável de acordo com o tamanho da criança. E em vez de usar o pedal, o carrinho pode ser ligado apertando um botão grande instalado no volante”, explica a fisioterapeuta do SAIBE, Carolina Corsi.

Para fazer essas adaptações, a equipe do SAIBE contou com apoio de professores dos departamentos de Engenharia de Produção e Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O custo, somando o valor do carrinho e as adaptações, foi de R$ 2.207,86.

Esse valor foi doado pelo Rotary Club de São Carlos-Bandeirantes. “O nosso papel é tentar colaborar com a nossa comunidade. Soubemos desse projeto e decidimos investir no bem estar dessas crianças”, afirma o presidente do Rotary Club de São Carlos-Bandeirantes, Leandro DAgostino.

O Serviço de Acompanhamento de Intervenções em Bebê de Alto Risco (SAIBE) da Santa Casa atende a 220 crianças, de 0 a 2 anos, que apresentam risco para o desenvolvimento como, por exemplo, crianças prematuras, com deficiência neurológica, paralisia cerebral, doença cardíaca ou com deficiência pulmonar. São pacientes encaminhados pela UTI Neonatal ou Unidade de Cuidados Intermediários (UCIN) da Maternidade da Santa Casa.

Arthur é um desses pacientes. Ele nasceu com síndrome de Down. A mãe e dona de casa, Giovana Rodrigues, elogiou o cuidado que o filho recebe no SAIBE. “Depois que o Arthur começou a vir aqui, passou a sentar sozinho, a ficar em pé sozinho e a dar os primeiros passinhos. Ele melhorou muito por causa do excelente atendimento que a gente recebe aqui”.

“O trabalho da equipe de fisioterapia e de outros profissionais de saúde nessa fase da vida da criança faz toda diferença. Porque nesse momento de vida deles, tem todo um processo neurocomportamental e neurofisiológico que só acontece nessa faixa etária. Então, quanto antes é feita a intervenção, melhores são os resultados”, explica a Coordenadora Multiprofissional da Santa Casa, Luciana Luporini.

A Coordenadora Multiprofissional da Santa Casa ressalta ainda que, justamente por conta da importância desse trabalho nessa fase de vida, é que os atendimentos foram mantidos durante a pandemia e até aumentaram. “Em função da COVID-19, a APAE e a USE da UFSCar interromperam o serviço nos primeiros meses de quarentena. E, durante esse período, o SAIBE acabou absorvendo essa demanda, para que as crianças não perdessem esse momento de ouro”.

O carrinho elétrico adaptado é o primeiro protótipo do projeto. A ideia é criar outros 10 carrinhos do mesmo modelo, para que as famílias possam dar continuidade ao tratamento em casa. “Nós entendemos que para que esse tipo de tratamento dê resultados ainda mais satisfatórios, o trabalho tem que ir além do que é feito nos centros de reabilitação. A gente deseja que a criança tenha a oportunidade de explorar o mundo para que possa se desenvolver fisicamente, socialmente e cognitivamente. Nesse sentido, o próximo passo do nosso estudo piloto é que elas possam levar os carrinhos para casa. Com isso, em vez de uma ou duas vezes por semana, elas vão ter várias horas de prática em casa, ampliando as chances de desenvolvimento”, comenta a professora do Departamento de Fisioterapia da UFSCar, Ana Carolina de Campos.

 
Apoio domiciliar
O carrinho elétrico adaptado não é o único projeto desenvolvido no SAIBE. Os profissionais do Serviço Acompanhamento de Intervenções em Bebê de Alto Risco da Santa Casa também adaptaram uma cadeirinha de papelão para que as crianças possam ficar bem posicionadas em casa. Para isso, usaram placas de papelão, fita crepe, cola quente, cola branca, tinta látex e tinta esmalte, para que possa ser higienizada.

“Nós percebemos que as crianças ficavam muito tempo deitadas ou sentadas de maneira inadequada em casa. Como os adaptadores posturais que existem hoje no mercado não saem por menos de R$ 1.000 reais, ou seja, são inacessíveis para as famílias que atendemos, nós decidimos criar um adaptador próprio”, conta a fisioterapeuta do SAIBE, Carolina Corsi.

Cada adaptador custou R$ 50 reais. O valor foi desembolsado pelos profissionais do SAIBE e as cadeirinhas foram doadas às famílias dos pacientes. “O que nos motiva? As crianças. É permitir que elas tenham um futuro melhor, que elas não precisem de intervenções cirúrgicas. E no caso do carrinho elétrico adaptado, é ver o brilho no olho, o jeito que as crianças olham, é possibilitar que elas façam coisas que elas não fazem no dia a dia. É muito difícil para uma criança com deficiência ver um carrinho no shopping e não pode usar esse carrinho. Então, é motivador viabilizar um carrinho como esse e mostrar para as nossas crianças que elas podem tudo o que elas quiserem”, comenta Carolina Corsi.

Fonte:  https://revistareacao.com.br/no-interior-de-sp-profissionais-da-santa-casa-de-sao-carlos-criam-carrinho-adaptado-para-criancas-com-baixa-mobilidade/?amp=1

Postado por Antônio Brito 

12/01/2021

PcD se mobilizam em SP para carreata e buzinaço contra suspensão do IPVA: mobilização ocorre no sábado, 16, às 10h

Pelo Facebook foi criado o grupo TODOS PELA ISENÇÃO EM SP – PCD. Segundo os responsáveis pelo grupo, “o objetivo é formar a maior comunidade independente PcD do Estado de São Paulo. O espaço é exclusivo para tratar dos efeitos (diretos) causados pela nova lei 17.293, bem como para organizar manifestações que visem o justo restabelecimento dos direitos suprimidos pela atual administração no que tange às isenções fiscais PCD. Não são admitidas ofensas ou militâncias políticas (independentemente de ideologia)”.

O primeiro evento organizado pelo grupo será uma carreata e buzinaço, que acontecerá no próximo sábado,  dia 16 de janeiro, às 10 horas, na praça Charles Muller, em frente ao Estádio Municipal do Pacaembu.

Na cidade de São Paulo, os participantes sairão do Estádio do Pacaembu.  Já nas demais cidades, os lugares serão definidos pelos grupos PODEMOS SIM de cada cidade participante (PODEMOS SIM Locais) no decorrer da semana.

A informação que está sendo divulgada também por grupos no WhatsApp é que “os participantes colocarão na parte externa de seus carros: faixas, bandeiras, cartazes ou adesivos com o nome de sua patologia ou limitação. Também colocarão DORIA, PCD NÃO É FRAUDE, entre outras frases do tema”.
O grupo também alerta “que não será permitido colocar nos carros bandeira de partidos, nome de políticos ou associações políticas ou representativas. Não será um protesto de militância política. Será um protesto exclusivo para enfrentar o Doria no que tange a questão da isenção PCD afetada pela nova lei 17.293”.

Os organizadores também convocam para a adesão ao grupo TODOS PELA ISENÇÃO EM SP – PCD do Facebook. Segundo os organizadores: “lá temos uma rede de apoio e informação, além de atualização constante sobre as manifestações”.

O segmento PcD foi duramente atingido pela Lei 17.293 assim como Decreto publicado no final de dezembro pelo Governo de São Paulo, que suspendeu a isenção de IPVA para grande parte das pessoas com deficiência que possuíam a isenção.

O SISTEMA REAÇÃO/REVISTA REAÇÃO acompanhou todas as novas medidas adotadas pelo governo paulista, inclusive recorrendo ao Ministério Público, Defensoria Pública, Procuradoria Geral do Estado e Comissão das Pessoas com Deficiência da OAB/SP.

Como praticamente o recesso foi finalizado nesta segunda-feira, 11, os órgãos devem reiniciar o apelo feito para que adotem medidas contra a ação do Governo de São Paulo.
Fonte  https://revistareacao.com.br/pcd-se-mobilizam-em-sp-para-carreata-e-buzinaco-contra-suspensao-do-ipva-mobilizacao-ocorre-no-sabado-16-as-10h/?amp=1
Postado por Antônio Brito 

Daniel Dias, multicampeão paralímpico, anuncia aposentadoria em Tóquio

O nadador brasileiro Daniel Dias revelou nesta terça-feira (12), pelo Instagram, que vai encerrar sua carreira de atleta profissional este ano, depois de participar da Paralimpíada de Tóquio (Japão), adiada para o período de 23 de julho a 8 de agosto. Considerado um expoente da natação e do esporte paralímpico, o atleta disse que planeja conquistar mais cinco medalhas na edição deste ano da Paralimpíada. 

Estou muito feliz porque esta decisão já está tomada há um tempo, eu já venho traçando objetivos e já venho com plano de anunciar a aposentadoria. Eu sou muito grato a Deus pela natação, e pela natação.  Eu jamais imaginei que eu chegaria aonde cheguei. Se eu fosse escrever, lá quando eu comecei, há 16 anos atrás, tudo que eu conquistei, acho que eu jamais iria conseguir, escrever isso, jamais ia colocar nas palavras nessa carta, se eu fosse ler esta carta hoje, não seria tão perfeito como foi" disse Dias, visivelmente emocionado.

O brasileiro se tornou o maior nadador paralímpico do mundo, com 24 medalhas, na Olimpíada Rio 2016: na ocasião, Dias faturou quatro ouros, três pratas e dois bronzes, Mas a coleção de medalhas em grandes competições é bem maior: são ao todo 97 conquistas (33 ouros em Jogos Parapan-Americanos; e 40 medalhas em Mundiais, das quais 31 de ouro).  

Em 2016, Daniel Dias foi contemplado pela terceira com melhor atleta com deficiência do ano com o prêmio Laureus Sports Awards, popularmente chamado de "Oscar do Esporte". O brasileiro já havia conquistado o título em 2009 e 2013.

Sobre o futuro após a aposentadoria, o atleta adiantou que pretende continuar perto das piscinas, abraçando outras missões.

“Hoje eu vejo que eu posso continuar na natação de outra maneira, fazendo outras coisas e ajudando ainda mais a fazer a natação a ser uma referência no país e no mundo. Eu sempre estarei perto do esporte, da natação. O esporte transformou a minha vida e eu quero contribuir dessa maneira, ajudando ainda mais”, concluiu.

Confira AQUI o rol de conquistas do multicampeão Daniel Dias.

Fonte  https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2021-01/daniel-dias-multicampeao-paralimpico-anuncia-aposentadoria-em-toquio

Postado por Antônio Brito 

11/01/2021

Aonde estão as representatividades políticas das pessoas com deficiência?

  • Por Adriana Buzelin

Não é de hoje que percebo que o universo das pessoas com deficiência é composto por nichos. Segmentados e segregados, as pessoas com deficiência, não se unem em prol da tão desejada inclusão social.

Essa afirmação provavelmente lhe causará estranheza, mas são em raríssimas exceções que estes nichos de pessoas se unem para conseguir algo em que beneficie a classe. Vez ou outra, se unem, timidamente, para que uma lei seja cumprida, leis estas que são muitas vezes, com alternâncias de governo e mesmo protegidas pela LBI, lesadas com tentativas de descumprimento através de projetos de leis estaduais e municipais.

Essa desunião foi claramente percebida através das últimas eleições municipais deste ano, pois nunca tivemos tantos candidatos com algum tipo de deficiência disputando um cargo no legislativo e no executivo em todo Brasil. Muitos com mandatos coletivos, o que foi o grande diferencial destas eleições, como muitos outros representantes da classe que colocaram seus nomes na disputa, a fim de defender os interesses da nossa classe. Porém, muitos nomes não foram eleitos e foram agredidos verbalmente com fortes discursos recheados de ódio.

Frases como: “Nada sobre nós sem nós”, caem por terra quando nos deparamos com os resultados destas eleições. Mas, para vocês saberem como surgiu essa frase, terei que ir na história da luta das pessoas com deficiência.

O movimento “Nothing about us without us” surgiu como lema no início do século XX nos Estados Unidos e depois se espalhou pelo mundo inteiro no intuito de representar o movimento das pessoas com deficiência e também de muitas minorias sociais, dando visibilidade à causa da inclusão e aos direitos que eram negados essas pessoas, inclusive o de participação social em sua plenitude.

Um grande exemplo dessa desunião, foi a campanha promovida pelo Sistema Reação, onde se usou a hastag #70MILNAODAMAIS, para demonstramos nossa insatisfação com o teto – valor limite – na compra de carros para que pessoas com deficiência e familiares, para que os mesmos possam ter direito a isenções, valor este que se mantêm desde 2009 e precisa ser ajustado com urgência.

Em uma das matérias anteriores da Revista Reação, o trecho da fala de Rodrigo Rosso, presidente da ABRIDEF, traduz que: “o chamado segmento PcD espera que pelo menos dois assuntos sejam pautados na próxima reunião do órgão (Confaz), ou pelo menos colocado em pauta: o primeiro, o reajuste do valor teto para o veículo 0 Km que pode ser comprado por pessoas com deficiência e familiares – afinal já se vão 11 anos que, pelo Convênio 38 do ICMS do CONFAZ, as pessoas que tem o direito à essa isenção só podem adquirir veículos com valor inferior a R$ 70.000,00 (setenta mil reais). E o outro assunto, seria a prorrogação do direito a esse benefício de isenção do ICMS que se encerrará dia 31 de dezembro deste ano”. Entretanto, a desunião da classe é tamanha que pautas como estas, mesmo de extrema importância, apesar de muito divulgadas, ficam em segundo plano.

Mas o que isso tem a ver com o que a desunião da classe que eu estava falando ?

Situações como estas, para mudança de leis, se faz necessária uma pressão popular junto ao CONFAZ, aos governadores de todos os estados e seus Secretários de Fazenda para que, não só seja mantido esse direito de isenção e o benefício do convênio, como também o valor teto seja aumentado pelo menos pelos índices de inflação dos últimos 11 anos.

A falta de representatividade da classe de PcD nos torna mais vulneráveis e a reivindicação destes direitos. É mais difícil alcançarmos nossos objetivos. Algo que visivelmente não acontece em outras classes, consideradas minorias, como os LGBTQI+, por exemplo, que tiveram votações expressivas em todo Brasil.

Talvez até soe muito pessoal meu artigo, pois concorri ao cargo de vereadora por Belo Horizonte/MG nesta última eleição e não fui eleita, não por falta de trabalho destinado a este universo, afinal, por anos me dedico a projetos de comunicação voltados para inclusão social, como ser colunista desta revista, editora do portal Tendência Inclusiva, apresentadora do canal Vidas em Cenas no Youtube, produtora do programa Viver Eficiente e ter participado de projetos, como o Very Special Arts em todo o Brasil na década de 90. E para quem não me conhece e me julga erroneamente pela minha representação como artista, modelo inclusiva e ser mergulhadora adaptada, acreditando que não entendo o que a maioria das pessoas com deficiência enfrentam, ou seja, me rotularam como uma pessoa que não enfrenta as mesmas dificuldades esquecendo meus 27 anos de cadeirante e minha história de superação e luta. Um preconceito às avessas.

E não sou novata neste ramo da política, concorri ao cargo de vice-governadora do estado de Minas Gerais em 2016, sendo a primeira mulher cadeirante, tetraplégica, a se propor a defender a inclusão social em sua totalidade. 

Entretanto, nomes como Valdireny Mira, ativista social como eu, mulher com doença rara popularmente conhecida como ossos de vidro, presidente Fundadora da ASADDEP – Associação de Aprendizagem e Desenvolvimento da Pessoa com Deficiência e Doença Rara de Paulínia, Conselheira Estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência representando as pessoas com doenças raras, foi candidata a vereadora por seu município e também não foi eleita. A julgam também talvez por acreditarem que ela seja incapaz de defender seus semelhantes. O tal capacitismo que significa subestimação da capacidade e aptidão de pessoas em virtude de suas deficiências.

São muitos casos, mas apenas citei dois exemplos para exemplificar, pois se fosse citar todos, este artigo não teria fim. 

Percebo claramente que, talvez a frase que mais nos represente seja: “Pessoas com Deficiência não votam em Pessoas com Deficiência”! Talvez por julgarem aqueles que têm a coragem de se candidatar e entrar para este mundo da política como incapazes de serem representados pelo seu semelhante, talvez por se contaminar por aquele discurso errôneo de que se candidatar é autopromoção. Talvez pela abstenção às urnas, por se acomodar e não sair da zona de conforto para mudar nossa realidade. Talvez a omissão e a desunião da classe seja cultural, mas não vamos generalizar, pois muitos lutam por melhorias apesar de tanta hostilidade. O fato é que sem representatividade estamos perdendo espaço e seremos representados por aqueles que não sofrem na pele tanto preconceito, intolerância e desigualdade de direitos e oportunidades. No entanto, infelizmente, a grande verdade é que o assistencialismo ainda continua sendo o grande mal das pessoas com deficiência.

Ainda tenho esperança que o capacitismo não vigore, que tenhamos mais pessoas com deficiência qualificadas exercendo profissões que por muitos anos não eram destinadas a nós. Que sejamos protagonistas e não coadjuvantes. Que sejamos perseverantes e resilientes para continuarmos lutando por melhorias e, principalmente, por cumprimento das leis já conquistadas. 

Foto: Lucas Prates / Hoje em Dia
  • Adriana Buzelin é ativista social, apresentadora do “Vidas em Cenas” e criadora da revista digital “Tendência Inclusiva”.
  • www.youtube.com/c/VidasemCenas
  • www.tendenciainclusiva.com.br 
Fonte  https://revistareacao.com.br/aonde-estao-as-representatividades-politicas-das-pessoas-com-deficiencia/?amp=1

Postado por Antônio Brito 

5 destinos turísticos preparados para pessoas com deficiência visual pós pandemia

Em 1961, Jânio Quadros instituiu o Dia Nacional do Cego ou Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual. A data tem como marco promover uma reflexão de pessoas de todo o mundo sobre a importância de erradicar o preconceito e incentivar a solidariedade e empatia. Além disso, tem o intuito de ampliar o conhecimento das pessoas sobre este tipo de deficiência.

A cegueira ou deficiência visual é caracterizada pela perda total ou parcial da visão, seja por consequências congênitas (com o nascimento) ou adquirida ao longo da vida. O direito de viajar deve ser de todos(a) e isso inclui os deficientes visuais, entretanto há várias cidades que não estão devidamente equipadas para receber essas pessoas.

Vias públicas adaptadas, atrações com acessibilidade para pessoas com deficiência visual, infraestrutura de transportes que atendam a todos, sem exceção, pessoas em hotéis treinados, entre outros aspectos são necessários para que essas pessoas consigam fazer uma viagem tranquila.

Pensando nisso, Juliana Queissada. CEO da Queissada Comunicação e especialista em Turismo separou 5 destinos que estão preparados para receber as pessoas com deficiência visual após a pandemia:

1) Nova Iorque, Estados Unidos
arte
O Museum of Modern Art, conhecido como MoMa, um dos museus mais conhecidos do mundo é totalmente adaptado

A cidade mais conhecida do mundo está preparada para receber as pessoas com deficiência visual. A começar pelo piso: são pisos táteis e com faixas sinalizadas. Além disso, o transporte é todo adaptado e há funcionários para ajudar a todos, sem exceção. As atrações turísticas também são adaptadas para cada indivíduo. Como é o caso dos museus, entre eles o Museum of Modern Art (MoMa) e o Metropolitan Museum of Art (The Met), que oferecem narrações descritivas em áudio.

2) Las Vegas, Estados Unidos
Turismo
Buffets dos cassinos e restaurantes de Vegas
Novamente os Estados Unidos mostrando que o turismo é para todos. Vegas, ou a cidade do pecado é totalmente adaptada para as pessoas com deficiência. E engana-se quem pensa que a adaptação foi promovida apenas nos jogos. Na realidade, a rede de restaurantes da cidade está preparada para receber as pessoas com deficiência visual. A gastronomia vai desde os fartos buffets dos cassinos a pratos refinados. Os funcionários da indústria de A&B (Alimentos e Bebidas) de Vegas estão prontos para receber as pessoas com deficiência. Quanto aos jogos há várias máquinas caça-níquel com sistema auditivo diferenciado para que PcD possam jogar e se divertir.
3) Barcelona, Espanha
Barcelona que se tornou um dos melhores destinos para PcD após sediar os Jogos Paraolímpicos em 1992

Saindo da língua inglesa e desembarcando em terras catalãs, no aeroporto o turista com deficiência visual já se sente acolhido. No aeroporto de Barcelona existe o – Sem Barreiras- serviço que disponibiliza atendimento especial para PcD ou com mobilidade reduzida. Barcelona, após receber os jogos, se tornou um dos melhores destinos para as pessoas com deficiência.

No Museu de Arte Contemporânea de Barcelona , por exemplo, há obras táteis e com descrição em áudio. Permitindo que pessoas com deficiência visual tenham a experiência tátil com as obras. Além da parte cultural adaptada, os hotéis investem em treinamento para que os colaboradores consigam auxiliar os turistas cegos, como levá-los até o quarto de hotel para que saibam, exatamente, a localização de cada móvel, objeto, onde fica o banheiro e etc para que ganhem familiaridade com o local que ficarão hospedados.

4) Bonito, Mato Grosso do Sul, Brasil
Bonito, destino brasileiro preparada para receber as pessoas com deficiência visual
Quem falou que o nosso país não tem destinos adaptáveis?! Bonito é um exemplo para os demais destinos brasileiros. A cidade tem atrações hídricas como rios e cachoeiras de fácil acesso e com uma equipe treinada para receber as pessoas com deficiência visual. Logo, é possível nadar, mergulhar e se divertir nas águas de Bonito com segurança e com a assistência destes profissionais. É importante não ir sozinho e realmente contratar guias certificados e capacitados em auxiliar PcD. Lembre-se de checar a certificação, sempre! Além das atrações nas águas, a parte urbana de Bonito tem calçadas amplas e faixas sinalizadoras que auxiliam no passeio na parte central da cidade.
5) Berlim, Alemanha
Os jovens alemães são um dos que mais viajam para desbravar idiomas e outras culturas
Muitos PcDs têm receio de ir à Alemanha devido ao idioma. O alemão é um dos idiomas mais difíceis do mundo. Entretanto, os alemães são um dos povos que mais estudam outras línguas do mundo. Os jovens alemães são incentivados a rodarem o mundo, os famosos “mochilões”, justamente para desbravarem outras culturas e idiomas. Por isso, Berlim tem um dos melhores times de profissionais para auxiliar pessoas com deficiência visual de todo o planeta. Isso porque falam muitos idiomas. No magnífico Palácio do Reichstag, por exemplo, os Tours guiados são oferecidos em vários idiomas. Detalhes da arquitetura, interações táteis, entre outros recursos são oferecidos.

Fonte  https://revistareacao.com.br/5-destinos-turisticos-preparados-para-pessoas-com-deficiencia-visual-pos-pandemia/?amp=1

Postado por Antônio Brito 

Diversidade e Inclusão na agenda das organizações: a importância da estruturação do processo

*Por Cris Kerr
O tema Diversidade e Inclusão tem ganhado espaço e cada vez mais faz parte da agenda das organizações. Muitas empresas estão reforçando o seu compromisso com essa questão e colocando em prática ações e políticas que impulsionem a diversidade.
Contudo, para obter sucesso é importante investir na estruturação do processo, começando com um diagnóstico aprofundado com a alta liderança e colaboradores(as), um censo de diversidade e inclusão para tirar uma “fotografia” da diversidade da empresa e entender como as pessoas se sentem, e por fim realizar um planejamento estratégico com definição de KPIs (Key Performance Indicator) e as ações efetivas para alcançar os objetivos.
Os KPIs são indicadores-chave de desempenho e já são utilizados na gestão de diversas áreas corporativas a fim de medir, de forma assertiva, o sucesso de um determinado processo, garantindo que os objetivos sejam alcançados. Como diz Peter Drucker, o pai da administração moderna: “o que pode ser medido pode ser melhorado”. Por isso é tão importante ter métricas para avaliar a evolução das políticas de diversidade em uma empresa.
Engana-se quem acredita que apenas algumas ações pontuais voltadas para a diversidade vão resolver esta questão nas empresas, é necessário trabalhar os dois eixos em paralelo: metas para trazer pessoas diversas e transformar a cultura da empresa num ambiente mais inclusivo e que gera oportunidades para todas as pessoas.
O censo de diversidade é necessário para compreensão das pessoas da empresa, além de gerar informações importantes sobre como as pessoas se sentem em relação a valorização e pertencimento. Todos os dados do censo de D&I em paralelo ao diagnóstico aprofundado, apoiam a empresa a entender o cenário atual e traçar planos e metas estratégicas para transformá-lo.
Quando a organização investe em diversidade e a inclusão, as pessoas se sentem mais respeitadas e engajadas, criando um círculo de confiança, vestindo a camisa e ainda ajudando a transmitir a cultura da empresa.
É fundamental que toda a liderança da empresa esteja engajada desde o início neste processo e participe de todos os passos, desde o planejamento, execução e treinamentos, tendo em mente que é por meio do exemplo da liderança que essa cultura inclusiva se dissemina na empresa.
As grandes corporações já estão avançando nessas mudanças, seguindo práticas para aumentar a diversidade, bem como realmente incluir mais pessoas diversas. É importante entender que diversidade & inclusão é uma jornada, um caminho de transformação cultural de longo prazo e que, para colher resultados positivos, o quanto antes for iniciado, mais rápido os frutos serão colhidos, o que vai garantir a sustentabilidade da empresa.
A jornada é longa, no entanto o mais importante é que traz muitos ganhos positivos para a corporação e para a sociedade. Sua empresa está preparada para esta transformação?
*Cris Kerr é CEO da CKZ Diversidade, consultoria especializada com 12 anos de atuação em Inclusão & Diversidade, professora da Fundação Dom Cabral, Mestre em Sustentabilidade pela FGV e idealizadora do 10º Super Fórum Diversidade & Inclusão, evento que apoia as corporações a construírem ambientes mais diversos e inclusivos, tornando-as mais inovadoras e sustentáveis.

Fonte  https://revistareacao.com.br/diversidade-e-inclusao-na-agenda-das-organizacoes-a-importancia-da-estruturacao-do-processo/?amp=1

Postado por Antônio Brito 

Paratleta friburguense será tema de documentário beneficiado pela Lei Aldir Blanc

Entre os projetos da categoria A (R$ 50 mil reais) da Lei Aldir Blanc para a Região Serrana, está o documentário “No Mar”. O filme contará a relação do paratleta friburguense Rodrigo Garcia com a natação e será rodado nas praias do Rio e em Nova Friburgo.

Nos últimos anos Rodrigo cumpriu maratonas aquáticas em lugares como o Rio Negro, o Rio São Francisco e a Baía da Ilha Grande. Algumas com até seis horas de duração.

A produção do filme será de Yan Muniz, a direção de fotografia de Christian Costa, e o roteiro será do próprio Rodrigo. A direção será de Clara Linhart, que, tão logo a pandemia acabe, rodará, em Lumiar, seu filme “Os Sapos”. A obra conta com interesse de grandes canais de filmes, e as tratativas são para um grande elenco.
 Em dezembro de 2017 Rodrigo escreveu mais um capítulo inesquecível na sua própria biografia, que automaticamente torna-se referência para qualquer pessoa. Desta vez o desafio superado foi a prova Rio Negro Challenge, em Manaus, no Amazonas, e seus 8,5 quilômetros na lendária Travessia Almirante Tamandaré. Para derrubar quaisquer dificuldades e paradigmas, Rodrigo levou exatas três horas e 35 minutos. Mais do que isso: fez história ao se tornar a primeira pessoa com deficiência a completar o percurso.

“Cheguei no pelotão do final, mas realizei um sonho. Fiz quatro quilômetros com conforto e tranquilidade, e depois apertei aos poucos nos quatro quilômetros finais. Os últimos dois quilômetros foram de águas agitadas, o que deu emoção à prova. Cumpri uma distância que poucas pessoas fazem no Rio Negro, um dos mais simbólicos do Brasil”, descreveu.

O percurso batizado como Travessia Almirante Tamandaré teve a largada realizada próximo à Ponta do Camaleão e chegada à Praia da Ponta Negra. A exigência física da prova é tão grande que cada atleta obrigatoriamente levou um guia para acompanhá-lo durante a competição, de caiaque ou stand up paddle. A água é turva, quente, e difícil de flutuar, o que torna tudo mais difícil e valoriza ainda mais o feito de Rodrigo Garcia.

Para cumprir a missão e se transformar na primeira pessoa com deficiência e o primeiro friburguense a disputar esta prova, Rodrigo enfrentou uma rotina de treinos específica, cumprindo um programa de treinos diários de quatro mil metros na piscina do Educandário Miosótis.

Cumprir o programa de atividades para participar da prova foi algo simples para quem jamais fez do encurtamento congênito na perna esquerda, que o obrigou a aprender a andar aos 14 meses já usando uma ortoprótese, um impedimento para praticar esportes como futebol, natação, boxe, tênis e outras atividades para pessoas com ou sem deficiência. A trajetória de Rodrigo no mundo esportivo começa aos 14 anos, quando se tornou paratleta. Em um período de aproximadamente seis anos, portanto até os 20 anos, foram muitas as conquistas e premiações.

Logo no primeiro ano, com apenas uma hora e 40 minutos de natação, atingiu a marca dos seis quilômetros, e alcançou diversas premiações nacionais e regionais. Outro momento marcante foi a conquista de várias medalhas nos I Jogos Paradesportivos Brasileiros, realizados em Goiânia, dentre tantas outras competições que preenchem o currículo de Rodrigo.

Depois de um tempo sem praticar atividades, retornou à modalidade aos poucos em 2015, desta vez, mantendo o foco na natação. Geralmente desafiando a própria resistência, percorrendo cidades e águas brasileiras, em busca de reafirmar a si próprio a sua capacidade de superar as limitações. Rodrigo Garcia voltou às competições em 2016, quando disputou provas curtas de mil metros no mar, duas provas médias de três mil metros em Brasília e Manaus e uma prova de 12 quilômetros no Rio São Francisco, mas que tem equivalência de seis quilômetros, por conta da correnteza a favor.

Fonte: https://revistareacao.com.br/paratleta-friburguense-sera-tema-de-documentario-beneficiado-pela-lei-aldir-blanc/?amp=1

Postado por Antônio Brito 

Por Tóquio, Joana Neves troca Rio de Janeiro por Rio Grande do Norte

Depois de dois anos na equipe paralímpica do Vasco da Gama, a potiguar Joana Neves decidiu voltar para Natal. As primeiras semanas de 2021 marcaram o retorno da nadadora para a equipe da Sociedade Amigos do Deficiente Físico do Rio Grande do Norte (SADEF).

"Foram dois anos excelentes no Rio de Janeiro. Não tenho nada a reclamar. Mas acabei recebendo essa proposta. E considerei que seria melhor para mim fazer essa parte final da preparação rumo a Tóquio aqui perto de casa", disse a experiente nadadora de 33 anos.

Além da troca de clube, esse início de 2021 trouxe mais notícias boas para ela. Concorrendo com Edênia Garcia, Susana Schnarndorf e Maria Carolina Santiago, Joana foi escolhida como a melhor nadadora paralímpica da década de 2011 a 2020 no Troféu Best Swimming.

"Concorri com grandes nomes. Foi uma surpresa. Não esperava mesmo receber esse troféu. Fiquei com mais de 50% dos votos de um júri tão especializado também foi demais", comentou a dona de quatro medalhas Paralímpicas, um bronze em Londres, e duas pratas e um bronze no Rio de Janeiro. Além dessas conquistas em Jogos Paralímpicos, ela brilhou com nove medalhas em quatro Mundiais entre os anos de 2013 e 2019 (dois ouros, duas pratas e cinco bronzes).

Joana Neves
Joana Neves nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019 - Ale Cabral/CPB/Divulgação

Em busca dos índices para Tóquio, ela já sabe bem o programa de provas que vai encarar, 100m e 200m livre, 200m medley e 50m borboleta. "Na minha classe, a S5, não existe mais o 50m livre, prova que fui campeã mundial em 2015. É uma pena, mas não adianta nadar apenas em nível nacional. Já nos 200m medley tinha conquistado um bronze no Mundial de 2013, mas fui desclassificada pela minha pernada de peito. Por isso estou treinando bastante e quero chegar forte nessa prova", comentou a atleta que nasceu com acondrosplasia, a condição que afeta o crescimento dos ossos.

Edição: Carol Jardim

Fonte  https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2021-01/por-toquio-joana-neves-troca-rio-de-janeiro-por-rio-grande-do-norte

Postado por Antônio Brito 

10/01/2021

Conheça 5 inovações em acessibilidade que estão transformando a vida de pessoas com deficiência

(Foto) – Lance do jogo entre Brasil e Canadá, pelo basquete em cadeira de rodas nos Jogos do Rio 2016. Cinco atletas disputam jogada com a cadeira de rodas em movimento no centro da quadra.
Nos últimos anos, o setor público e privado procuraram implementar mais soluções nas questões de acessibilidade. O primeiro motivo para o investimento no setor público é porque quase 25% da população brasileira (IBGE, 2010) se declara com algum tipo de deficiência, sendo assim, é uma parcela considerável da sociedade brasileira que enfrenta barreiras diárias de acessibilidade nas diferentes dimensões sociais. Por outro lado, no setor privado as empresas estão abrindo os olhos para esse público ao perceberam que têm perdido clientes por não criarem produtos e serviços com acessibilidade

Não apenas como consumidores, mas também como indivíduos que influenciam o seu meio de convivência, uma reação negativa causada pela falta de acessibilidade de um produto  ou serviço faz com que amigos e familiares que participam do seu convívio também acabem optando por não consumir aquela marca.

Ainda é discreto o movimento das empresas em busca de soluções mais acessíveis para consumidores que têm algum tipo de deficiência, mas ele está se acelerando. Já é possível encontrar no mercado iniciativas de acessibilidade buscando profissionais com conhecimento e experiências para tornar os produtos mais acessíveis, principalmente, na área de tecnologia, que continua a crescer mesmo em plena pandemia do Covid-19. Dentro desse contexto, um dos segmentos com maior potencial de crescimento econômico no futuro é o de inteligência artificial.

Como a tecnologia melhora a vida do ser humano

É uma tendência comum chegar à conclusão de que, quando falamos de tecnologia, nos referimos automaticamente às tecnologias da informação (TI), às máquinas, aos computadores e ao digital.

Entretanto, o termo “tecnologia” engloba a ideia de um conjunto de técnicas realizando um processo com um determinado objetivo. Logo, temos diversos exemplos de tecnologia, como a área de biotecnologia, responsável pela parte genética. Sendo inclusive o tema do Prêmio Nobel de Química de 2020. A área de Biotecnologia é vital para trazer melhorias para a saúde da população, assim como o setor de produção de alimentos, que também consiste em uma tecnologia.

As técnicas manuais também são consideradas tecnologias, uma vez que possibilitam a construção artesanal de produtos físicos. Existem muitas comunidades e sociedades naturalistas onde as pessoas usam fontes primárias da natureza e desenvolvem suas próprias tecnologias.

Todos os exemplos citados se enquadram como tecnologias e foram fundamentais ao longo da história do ser humano, em diferentes áreas do conhecimento, trazendo mais praticidade, velocidade e acessibilidade para a vida humana. Podemos dizer que a adaptação do ambiente às necessidades humanas é uma constante na história da humanidade. A questão é: as tecnologias criadas também levam em consideração as necessidades das pessoas com deficiência?

Com a TI é possível gerar legendas para vídeos por meio de algoritmos, também existem sistemas que traduzem o português para libras. O leitor de tela executa uma função de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, possibilitando a navegação web a partir da transformação de texto em áudio. Esses são alguns exemplos de novas aplicações tecnológicas que consideram a diversidade da experiência humana, criando novos acessos para corpos com deficiência.

Acessibilidade como inovação

Hoje em dia, são debatidos dois principais tipos de inovação: a incremental e a disruptiva.

A inovação incremental é uma melhoria feita a partir de um processo e tecnologia pré-existente. Não é algo necessariamente novo, mas que foi implementado, melhorou e gerou resultados positivos. Como exemplo, podemos citar os carros elétricos que diminuíram a quantidade de CO2 liberado na atmosfera por meio de uma alternativa de combustível. Painéis de energia solar também são outro exemplo: além de ser uma energia limpa, tem menor custo.

Quando pensamos em acessibilidade, sempre que um produto ou serviço é remodelado com o objetivo de atingir um público mais diverso, automaticamente, estamos praticando uma inovação incremental.

Já na inovação disruptiva se cria algo novo, fazendo assim uma nova linha de produtos ou serviços, ou transformando o mercado existente por meio da introdução dessa inovação disruptiva. Como exemplo, a criação dos smartphones foi um grande salto disruptivo na tecnologia, gerando um mercado de produção de aplicativos para celular, que por sua vez criou o mercado de aplicativos voltados para usuários com deficiências.

Dessa forma, constatamos que acessibilidade é sim uma forma de inovação, seja ela incremental ou disruptiva. Por meio dela, é possível democratizar o acesso a produtos e gerar novas possibilidades de trabalho, cultura e entretenimento para as pessoas. O desafio que ainda esbarramos em 2020 é comunicar essa mensagem, fazer com que a sociedade a enxergue dessa forma e o mercado a incorpore em suas práticas, no início de qualquer projeto.

A seguir, listamos cinco novas tecnologias acessíveis que estão transformando a vida de pessoas com deficiências, trazendo mais autonomia, conforto e informação.

1 – Impressora de Braille portátil

Leve, de baixo custo e cabe no bolso: Vrailler usa três chapas de plástico perfuradas, o papel é colocado entre as primeiras duas placas que formam a base. O usuário coloca uma série de pinos de plástico na placa-base formando o sistema Braille. A impressora vem com um guia de braille, tornando possível o uso por qualquer pessoa, mesmo as não familiarizadas com o código.

2 – Rodas que ajudam a passar por obstáculos com mais facilidade

Feitas para auxiliar cadeirantes que possuem movimentação do tronco, as “Loopwheels” foram projetadas para ajudar o usuário a passar por ruas irregulares, paralelepípedos, grama e trilhas regulares com menos esforço. Suas molas fornecem potência extra para subir ou descer lances e possibilitam um conforto maior ao absorver as vibrações do impacto com o chão.

3 – Cadeira de rodas especial para viagens aéreas

Dois estudantes da Universidade Americana de Sharjah criaram uma cadeira de rodas especial para viagens aéreas. Percebendo a dificuldade de passageiros que precisavam trocar suas cadeiras de rodas por uma do aeroporto, não podendo assim levar as suas em viagens longas. Aamer Siddiqui e Ali Asgar criaram o protótipo da Air Chair que pode ser usada desde o embarque, voo e desembarque sem problemas.

O design em formato de “C” permite que a cadeira deslize para o espaço pré-existente da poltrona do avião. A cadeira é pequena o suficiente para passar pelos corredores da aeronave. Seu design cuidadoso também foi pensado para complementar as funcionalidades da viagem de avião, como o sinto padrão de aeronave, e acesso a funcionalidades de entretenimento e segurança padrões da aeronave. Fora do avião, a cadeira de rodas funciona como qualquer outra, com controle manual ou eletrônico, a cadeira também é dobrável podendo ter o tamanho reduzido em 64%.

4 – Velcro como alternativa para botões 

Pessoas que têm dificuldade de abotoar e desabotoar calças e outras roupas com botões podem encontrar na substituição do botão pelo velcro um método mais fácil para se vestir. A troca é feita normalmente de forma caseira, por profissionais de costura ou familiares, pois são raras as marcas de roupas que oferecem opções com velcro.

5 – Estação de Aprendizagem Interativa

Uma estação de aprendizagem interativa chamada “TAPit” oferece ajuste motorizado de altura e inclinação de tela, além de outras funcionalidades, como recomposição resistente, monitor de reconhecimento de toque e fácil mobilização pelas rodas de nível hospitalar. Seu nível de customização torna a utilização em sala de aula muito mais simples e confortável.

Fonte: https://revistareacao.com.br/conheca-5-inovacoes-em-acessibilidade-que-estao-transformando-a-vida-de-pessoas-com-deficiencia/?amp=1
Postado por Antônio Brito 

Empoderar as pessoas com deficiência intelectual é a melhor maneira de praticar inclusão

A paulista Beatriz Paiva viajou com um grupo de jovens da Associação Carpe Diem para representar o Brasil na sede da ONU Site externo, em Nova Iorque. O motivo? Bia e seus colegas, que também têm a síndrome de Down, escreveram o guia ‘Mude o seu falar que eu mudo o meu ouvir’, um material que se tornou referência sobre o tema da acessibilidade na comunicação.

Edgar Epíscopo, 40 anos, trabalha comigo há nove anos. Didi, como é conhecido, realiza uma série de atividades fundamentais para a rotina do nosso escritório: pagamentos, correio, arquivamento de documentos, clipagem de jornais, atendimento ao público… Durante esse tempo, ele que também tem síndrome de Down, deixou a timidez de lado e passou a ter mais segurança para se expressar e se virar sozinho, inclusive na hora de vir trabalhar no centro de São Paulo.

Débora, Bia e Didi são exemplos bem-sucedidos da inclusão da pessoa com síndrome de Down. Suas vidas, contudo, não representam a realidade da maioria dos 2,6 milhões de pessoas com deficiência intelectual do nosso país, que ainda sofrem com a falta de acesso ao mercado de trabalho, com as barreiras de educação, da comunicação e ainda com o preconceito – a pior de todas essas.

E por falar nisso, neste ano nos deparamos com uma atitude extremamente preconceituosa e ultrajante vindo de uma desembargadora do Rio de Janeiro. Senti-me indignada com a desembargadora que publicou em rede social de magistrados uma ofensa à educadora Débora Seabra, que leciona há mais de 10 anos e viaja o Brasil realizando palestras sobre o combate ao preconceito. Ela é a primeira professora com síndrome de Down do país.

Débora respondeu com muita dignidade às ofensas da desembargadora afirmando que é professora auxiliar e que ensina muitas coisas às crianças. A principal é que elas sejam educadas e tenham respeito com as outras pessoas. Que aceitem as diferenças de cada um e ajudem a quem precisa mais.

Infelizmente, o direito ao trabalho, à afetividade, ao voto, à sexualidade, entre muitos outros, é frequentemente negado às pessoas com deficiência intelectual. Não por acaso, na Lei Brasileira de Inclusão Site externo, relatada por mim na Câmara e em vigor há dois anos em todo o país, aprovamos mudanças neste cenário, incorporando ao texto o direito de votar e ser votado, à saúde sexual e reprodutiva, ao matrimônio, entre outros.

A ideia da LBI é provocar na Justiça um novo olhar para a questão da interdição e das reais capacidades da pessoa com deficiência intelectual. Agora, o juiz terá de levar em consideração o desenvolvimento e amadurecimento de quem é curatelado. Essa decisão, claro, terá de ser analisada caso a caso e exigirá conhecimento tanto da Justiça quanto da família envolvida.

Aliás, para a maioria das mães e pais de pessoas com deficiência intelectual há um sentimento em comum: medo do futuro. O que meu filho fará quando eu não estiver mais aqui para orientá-lo? É a pergunta que ecoa entre as famílias.

Fato é que hoje já podemos assistir, ainda de forma incipiente, a inclusão das pessoas com deficiência intelectual na sociedade. No último Dia das Mães, por exemplo, a marca Johnson’s Brasil resolveu apostar em um bebê com deficiência para estrelar uma campanha nacional. Lucca Berzins foi o primeiro bebê com síndrome de Down a protagonizar um comercial em rede nacional.

Essas pessoas, que há poucas décadas tinham a expectativa de vida muito curta, agora lutam para perpetuar sua maturidade exercendo, entre outros, o direito ao matrimônio e a liberdade de escolha. E por mais medo e despreparo da sociedade, não podemos vetá-las de construir sua autonomia e decidir por elas mesmas seu futuro.

Assegurar a independência e promover a autonomia de uma pessoa com deficiência é, muitas vezes, um ato de amor. Como alguém que perdeu o movimento de braços e pernas, posso dizer o quão grata sou à minha família por ter me dado a oportunidade de produzir e realizar. Um direito que deveria ser regra a todos nossos filhos.

 vamos permitir que as pessoas com deficiência intelectual busquem sua própria felicidade.

Fonte  https://www.vidamaislivre.com.br/colunas/empoderar-as-pessoas-com-deficiencia-intelectual-e-melhor-maneira-de-praticar-inclusao/

Postado por Antônio Brito