11/12/2025

Carol Santiago e Gabriel Araújo são melhores do ano no Prêmio Brasil Paralímpico 2025

Carol Santiago e Gabriel Araújo recebem o troféu do Prêmio Brasil Paralímpico 2025 | Foto: Alessandra Cabral?CPB

Os nadadores Carol Santiago e Gabriel Araújo foram eleitos atletas do ano na 14ª edição do Prêmio Brasil Paralímpico, apresentado por Loterias Caixa, durante evento realizado no Tokio Marine Hall, na noite desta terça-feira, 9, em São Paulo.  

A premiação, organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), teve transmissão do SporTV3, com a apresentação dos jornalistas Vinicius Rodrigues e Joanna de Assis. O evento ainda contou com apresentações artísticas da Orquestra Sinfônica Mundana Refugi e dos artistas Martnália e Luiz Otávio.

Além de homenagear atletas, treinadores e apoiadores do Movimento Paralímpico que se destacaram em 2025, o evento ainda celebrou os 30 anos do CPB, fundado no dia 9 de fevereiro de 1995 em Niterói, no Rio de Janeiro.

Confira o que disseram os vencedores do Prêmio Brasil Paralímpico 2025

A solenidade contou com a presença de autoridades, incluindo José Antônio Freire, presidente do CPB; Yohansson do Nascimento, vice-presidente do CPB; Heloisa Rios, presidente do Conselho de Administração do CPB; Marcos da Costa, secretário estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo; Coronel Mello Araújo, vice-prefeito de São Paulo; Helder Maciel, presidente da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV); Erinaldo Chagas, presidente da Associação Nacional de Desporto para Deficientes (Ande); e Edson Luiz Martinussi, Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI).

“Esta premiação é para vocês, atletas. O CPB só existe por vocês. Hoje, celebramos o ano de 2025, no qual atingimos a primeira colocação do quadro de medalhas do Mundial de atletismo, posição que era da China ano após ano desde 2013. Isso só reforça a qualidade do nosso trabalho em todas as modalidades. Também destaco as grandes parcerias com as nossas confederações que contribuem muito para o sucesso do CPB. Vamos reforçar investimentos para seguirmos com grandes resultados”, afirmou José Antônio Freire durante a cerimônia, lembrando da campanha brasileira no Mundial disputado em Nova Deli, na Índia no qual o país conquistou 44 pódios, 15 ouros, 20 pratas e nove bronzes.

MELHORES DO ANO
A pernambucana Carol Santiago, 40, atleta da classe S12 (baixa visão), é a maior campeã paralímpica da história do Brasil.

Em 2025, a atleta se destacou no Mundial de Natação Paralímpica de Singapura ao conquistar cinco medalhas (ouro nos 50m livre, 100m livre e 100m costas e revezamento 4×100 medley 49 pontos, além da prata no revezamento 4×100 medley livre).

“Estou muito feliz de estar aqui nesta noite e ter meu trabalho reconhecido neste ano, que foi o mais difícil de minha carreira como atleta paralímpica. Fico feliz de ter conseguido transformar as dificuldades e vencer todos os desafios enfrentando eles com muita coragem. Não podia deixar de agradecer meu marido, Leonardo Tomasello. Falo pouco nele, porque me emociono. Ele sempre me faz enfrentar meus desafios com muita força e sempre me incentiva a fazer aquilo que eu tenho de fazer. Com certeza muito do meu resultado eu devo a ele. Também gostaria de agradecer muito a meus psicólogos que trabalharam comigo este ano, com treinamento e acompanhamento, e à Chiquinha, nossa enfermeira amada, que sempre me apoiou, e ao fisioterapeuta Tadeu. Por fim, agradeço a todos os que trabalham no CPB. Sempre busco agradecer a todos, porque não seria possível sem vocês. Parabenizo também o CPB que vem mudando histórias, a minha e de muitos atletas com deficiência e suas famílias,” afirmou a nadadora.

Carol nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Praticou natação convencional até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico.

Esta foi a quarta vez em que a pernambucana foi homenageada como a melhor atleta feminina do ano. Ela também recebeu a honraria em 2021, 2022 e 2024.

Carol ainda recebeu na noite desta quinta-feira o prêmio de destaque da natação em 2025. Com isso, ela chega a um total de dez troféus na premiação, se consolidando como a atleta feminina mais vezes homenageada.

Gabriel Araújo, 23, da classe S2 (comprometimento físico-motor), encerrou o Mundial de Singapura com três medalhas de ouro (100m costas, 200m livre e 50m costas). Com isso, Gabrielzinho chegou ao tricampeonato mundial nas três provas e manteve sua invencibilidade nestas disputas em mundiais.

O atleta também foi premiado como atleta masculino do ano em 2023 e em 2024. Além disso, recebeu o troféu de Atleta Revelação em 2021.

“Queria agradecer a Deus primeiramente por tudo o que ele vem fazendo acontecer na minha vida, à minha família, ao meu pai, as minhas irmãs, e a minha namorada e à minha mãe, por tudo o que ela ez e faz por mim. Eu sou o homem que eu sou graças a ela. Não tenho mais o que falar sobre 2025. A única coisa que eu tenho para prometer é que 2026 será melhor ainda. Gostaria de agradecer meu treinador, Fábio Antunes. Uma frase que refleti todas as vezes em que subi neste palco é que fico feliz pelo reconhecimento do meu trabalho, mas meu treinador é quem faz eu atingir meu nível máximo. Estou muito feliz e honrado de estar aqui. Tenho orgulho de ser o melhor atleta e de ter o melhor treinador do mundo”, disse o nadador.

Gabrielzinho tem focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas.

Atleta da Galera

Além dos troféus entregues aos destaques masculino e feminino do ano, o CPB premiou 24 atletas que se destacaram em suas respectivas modalidades em 2025 e ofereceu nove homenagens a personalidades e instituições de destaque no Movimento Paralímpico.

Prêmio decidido por meio de votação popular, o Atleta da Galera foi entregue à velocista Verônica Hipólito, medalhista de bronze nos 100m da classe T36 (paralisia cerebral) no Mundial de atletismo de Nova Deli em 2025 após mais de 75 mil votos.

“Quero fazer um agradecimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro. Foi a primeira vez em que tivemos seis candidatas mulheres no Atleta da Galera. Quem me fez ganhar este prêmio foi o pessoal da Nauru, meu clube. Amo muito vocês. Também gostaria de agradecer à equipe do CPB, da Ciência do Esporte, da Academia, treinadores, fisioterapeutas, massoterapeutas. Vocês mudam nossa história todos os dias”, afirmou.

A paulista Alessandra Oliveira, 17, foi escolhida como a Atleta Revelação de 2025. Aos 17 anos, a jovem conquistou os 100m peito para a classe SB4 (comprometimento físico-motor) no Mundial de Singapura e se tornou recordista mundial da prova. Ainda fez parte da equipe campeã do revezamento 4x50m medley 20 pontos na mesma competição. “Este troféu representa um trabalho muito bem feito e competente de minha comissão técnica. Tudo o que a gente faz dentro das piscinas é resultado do trabalho deles”, afirmou Alessandra.

Dois técnicos também foram premiados. Alessandro Tosim foi escolhido como Melhor Treinador de Modalidades Coletivas. O técnico comandou a Seleção Brasileira feminina de goalball que conquistou o título inédito da Malmö Cup, na Suécia, além do bicampeonato das Américas e da conquista da vaga para o Mundial de goalball de 2026, em Hangzhou (China). O treinador já havia obtido o reconhecimento em 2022, 2018, 2014 e 2012.

Fábio Antunes, treinador de Gabrielzinho desde 2015, foi eleito Melhor Treinador de Modalidades Individuais.
Em 2025, ele também se tornou treinador permanente da Seleção Brasileira paralímpica para atletas de classes baixas (S1, S2, S3, S4 e S5).

O Prêmio Aldo Miccolis foi entregue a Sílvia Grecco, Secretária Municipal da Pessoa com Deficiência da Cidade de São Paulo; o Prêmio Memória Paralímpica foi entregue à Associação Nacional de Desporto para Deficientes (Ande) e à Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI), fundadoras do CPB; o Prêmio Loterias Caixa foi entregue ao Praia Clube-Uberlândia; e o carioca Ricardo Mendonça, do atletismo, recebeu o Prêmio Braskem.

O Prêmio Brasil Paralímpico ainda homenageou todos os ex-presidentes do CPB: João Batista de Carvalho, Vital Severino Neto, , Andrew Parsons e Mizael Conrado.

Confira todos os premiados nas categorias especiais:

Melhores atletas do ano Carol Santiago e Gabriel Araújo
Atleta Revelação Alessandra Oliveira
Melhor técnico em Modalidade Individual Fábio Antunes (natação)
Melhor Técnico em Modalidade Coletiva Alessandro Tosim (goalball)
Memória Paralímpica ANDE e CBDI, confederações fundadoras do CPB
Aldo Miccolis Silvia Grecco
Prêmio Loterias CAIXA Praia Clube – Uberlândia
Prêmio Braskem Ricardo Mendonça

Confira os vencedores por modalidade:

Atletismo Jerusa Geber
Badminton Vitor Tavares
Basquete em cadeira de rodas Sérgio Veiga
Bocha Maciel Santos
Canoagem Fernando Rufino
Ciclismo Sabrina Custódia
Escalada Marina Dias
Esportes de Inverno Cristian Ribera
Futebol de Cegos Raimundo Nonato
Futebol PC Vinicius Araújo
Goalball André Dantas
Halterofilismo Tayana Medeiros
Hipismo Rodolfo Riskalla
Judô Brenda de Freitas
Natação Maria Carolina Santiago
Paraesgrima Jovane Guissone
Remo Gessyca Guerra e Michel Pessanha
Rúgbi em cadeira de rodas Lucas Junqueira
Taekwondo Ana Carolina Moura
Tênis de Mesa Sophia Kelmer
Tênis em cadeira de rodas Vitória Miranda
Tiro com arco Eugênio Franco
Tiro esportivo Alexandre Galgani
Triatlo Jéssica Ferreira
Vôlei sentado Suellen Lima

Patrocínio
O Prêmio Brasil Paralímpico é patrocinado pelas Loterias Caixa.
A caixa, As Loterias Caixa, a Braskem e a Asics são as patrocinadoras oficiais do atletismo.
A Caixa e as Loterias Caixa são as patrocinadoras oficiais do badminton, basquete em cadeira de rodas, bocha, canoagem, paraesgrima, futebol de cegos, goalball, judô, halterofilismo, natação, taekwondo, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo, rúgbi em cadeira de rodas e vôlei sentado.

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Jerusa Geber,Ricardo Mendonça, Verônica Hipólito, Vitor Tavares, Fernando Rufino, Jovane Guissone, Tayana Medeiros, Rodolfo Riskalla, Brenda Freitas, Ana Karolina Moura, Eugênio Franco, Alexandre Galgani e Gabriel Araújo são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa e da Caixa que beneficia 148 atletas.

Time São Paulo
Os atletas Alessandra Oliveira, Alexandre Galgani, André Dantas, Cristian Ribera, Jéssica Ferreira, Maciel Santos, Sabrina Custódia, Suelen Lima, Verônica Hipólito e Jerusa Geber integram o Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 154 atletas.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)


Fonte https://cpb.org.br/noticias/carol-santiago-e-gabriel-araujo-sao-melhores-do-ano-no-premio-brasil-paralimpico-2025/
 
Postado Pôr Antônio Brito

A Sociedade Refém das Decisões Legislativas

A Sociedade Refém das Decisões Legislativas OPINIÃO - * Por Abrão Dib

Um alerta e preocupação sobre a Reforma Tributária e os Direitos das Pessoas com Deficiência

  • * Por Abrão Dib

Brasília permanece sendo Brasília. Supresas, decisões na calada da noite e sociedade desinformada.

Em um cenário político onde a celeridade muitas vezes supera a substância, a sociedade, especialmente os grupos mais vulneráveis, frequentemente se encontra à mercê das decisões tomadas a portas fechadas nas Casas Legislativas. Esse panorama é particularmente sensível quando se trata de legislações que impactam diretamente a vida das pessoas com deficiência.

Recentemente, a possibilidade de uma votação abrupta sobre a Regulamentação da Reforma Tributária tem gerado preocupações legítimas entre representantes de entidades como a Associação Nacional de Apoio às Pessoas com Deficiência (ANAPcD). A principal inquietação reside no fato de que, sem um diálogo aberto e um processo transparente, falta o tempo necessário para a mobilização das associações e da sociedade civil.

Uma Sociedade Desinformada

Quando decisões cruciais são tomadas sem o devido aviso ou discussão pública, corremos o risco de instituir políticas que não refletem a realidade e as necessidades daqueles que são mais diretamente afetados. No caso das pessoas com deficiência, questões tributárias podem ter implicações profundas na acessibilidade, no suporte financeiro e nos direitos garantidos, impactando diretamente sua qualidade de vida.

O Papel das Casas Legislativas

É inquestionável que o papel das Casas Legislativas é tomar decisões que beneficiem o bem-estar da sociedade como um todo. Contudo, essa responsabilidade deve estar acompanhada de transparência e inclusão. Projetos de lei, como o PLP 108 de 2024, que determina a regulamentação de reforma tributária, devem ser amplamente discutidos e analisados, com a participação ativa de todas as partes interessadas, particularmente quando essas legislações têm um alcance tão abrangente e universal. Mas o que tem até agora é o silêncio total da Câmara dos Deputados.

A Importância da Mobilização

A mobilização eficaz é um direito fundamental em uma democracia e um veículo essencial para assegurar que as vozes de todos, especialmente as das minorias, sejam ouvidas. No entanto, quando decisões são empurradas em ritmo acelerado, sem a devida notificação ou consulta, o processo democrático é comprometido.

Tivemos momentos de muita luta no Senado Federal e também na Câmara dos Deputados. Mas não vencemos a batalha. Estamos aguardando por semanas para saber quando devemos retornar para dar continuidade ao nosso embate.

As pessoas com deficiência enfrentam desafios significativos em suas vidas diárias, e cabe às nossas instituições garantir que suas preocupações sejam tratadas com a seriedade e o cuidado que merecem. Transparência e inclusão não são meros acessórios em um regime democrático; são pilares essenciais que sustentam a justiça e a equidade.

À medida que navegamos neste debate complexo sobre a Reforma Tributária, é imperativo que as vozes das pessoas com deficiência, representadas por organizações como a ANAPcD, não sejam meramente ouvidas, mas colocadas no centro das decisões políticas. Somente assim podemos construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva e respeitosa com todos os seus cidadãos.


* Abrão Dib é jornalista, editor do Diário PcD e está presidente da ANAPcD – Associação Nacional de Apoio às Pessoas com Deficiência. 

Fonte https://diariopcd.com.br/a-sociedade-refem-das-decisoes-legislativas/
 
Postado Pôr Antônio Brito

Campanha nacional de combate ao capacitismo

Ministério dos Direitos Humanos lança campanha nacional contra o capacitismo, visando aumentar a conscientização sobre o preconceito e valorizar as experiências de pessoas com deficiência.

Campanha nacional de combate ao capacitismo

O Ministério dos Direitos Humanos lançou importante campanha, para combater o capacitismo, que é a discriminação contra uma pessoa em função da deficiência. A iniciativa é do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), e aconteceu no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, 3 de dezembro.

O lançamento foi em Brasília/DF, durante a cerimônia de posse dos 38 novos membros do CONADE - Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. A campanha mostra a necessidade de melhorar a resposta do Estado ao capacitismo e de definir políticas públicas que combatam as desigualdades de maneira organizada.

O que limita vidas não é a condição da pessoa, mas o capacitismo, que insiste em reduzir existências à deficiência, apagando desejos, apagando capacidades, sonhos e potências, segundo disse a ministra dos direitos humanos.

Segundo o governo, o objetivo da campanha é fazer com que esse tipo de preconceito seja mais conhecido, além de valorizar as experiências das pessoas com deficiência. O que se quer, também, é estimular a responsabilidade compartilhada entre instituições e sociedade civil para superar barreiras.

A campanha será desenvolvida e terá a assistência técnica da Fiocruz, responsável pela cartilha “Combata o Capacitismo”. O material traz informações sobre obstáculos que pessoas com deficiência enfrentam.

E toda a ação vai contar ainda com parceria do sistema judiciário, Ministério Público do Trabalho, e outras entidades públicas.

Vamos acompanhar!

Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=2eb4f2dd-6978-489c-bf9f-e69751ba9141

Postado Pôr Antônio Brito 

10/12/2025

Fundação Síndrome de Down lança campanha de doação de Imposto de Renda

Fundação Síndrome de Down lança campanha de doação de Imposto de Renda

Empresas e pessoas físicas podem contribuir com até 3% do imposto para projetos da FSDown; Saiba mais aqui

A Fundação Síndrome de Down anuncia o início de sua campanha anual de destinação do Imposto de Renda (IR), convidando empresas e pessoas físicas a contribuírem, sem custo adicional, para projetos que promovem o desenvolvimento e a qualidade de vida de pessoas com síndrome de Down.

Por meio da declaração de Imposto de Renda, é possível direcionar até 3% do valor devido diretamente para a instituição. O procedimento não implica nenhum gasto extra ao contribuinte: o montante destinado é abatido do imposto a pagar ou somado à restituição, garantindo que parte do tributo permaneça na comunidade e seja transformada em impacto social positivo.

A destinação pode ser feita no momento da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física (modelo completo). Basta acessar a seção “Doações Diretamente na Declaração”, escolher o tipo de fundo “Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente”, selecionar a esfera “Municipal” e confirmar a doação dentro do limite calculado automaticamente pelo sistema. Ao concluir, o contribuinte deverá pagar o DARF gerado e enviar o comprovante, junto de uma carta indicando a destinação para a Fundação Síndrome de Down (CNPJ 52.366.838/0001-05), para o e-mail financeiro@fsdown.org.br.

A Fundação reforça que a iniciativa é uma oportunidade de fortalecer programas e ações que garantem autonomia, inclusão e acesso a serviços essenciais às pessoas com síndrome de Down, ampliando o alcance de projetos já consolidados e permitindo a implementação de novas frentes de atuação. A FSDown convida toda a sociedade a participar e a transformar parte do Imposto de Renda em desenvolvimento, inclusão e futuro.

40 anos da Fundação Síndrome de Down

Em 2025, a FSDown completa 40 anos de atuação na defesa de direitos e na promoção da inclusão. O congresso marca esse aniversário reafirmando a importância da participação ativa das pessoas com deficiência nos debates sobre suas próprias vidas — um passo fundamental para a construção de políticas públicas mais humanas e eficazes.

Mais informações sobre o processo de destinação e sobre os projetos apoiados podem ser obtidas pelos canais oficiais:

Telefone: (19) 3790-2818
WhatsApp: (19) 99266-4914
E-mail: financeiro@fsdown.org.br
https://www.fsdown.org.br/doe-ir/

Fonte https://diariopcd.com.br/fundacao-sindrome-de-down-lanca-campanha-de-doacao-de-imposto-de-renda/

Postado Pôr Antônio Brito 

Campanha Apple sobre PcD mostra tecnologia e acessibilidade

Apple lança campanha impactante no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, mostrando o uso de recursos de acessibilidade por estudantes ao redor do mundo. O vídeo enfatiza a igualdade.

Campanha Apple sobre PcD mostra tecnologia e acessibilidade

A Apple lançou uma campanha impactante na semana passada, durante o dia 3 de dezembro, em homenagem ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.

O comercial mostra estudantes ao redor do mundo utilizando recursos de acessibilidade da empresa.

A mensagem central é que as pessoas com deficiência não devem ser vistas como heroínas ou notáveis por simplesmente viverem suas vidas e superarem desafios, mas sim como pessoas que utilizam ferramentas de acessibilidade para ter igualdade de condições.

A ideia é mostrar que todos nós temos necessidades, mas cada um tem a sua.

Saiba mais no link:


Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=fb943b17-ebc8-41c5-b85b-ffd6a61c97ec
 
Postado Pôr Antônio Brito

Conheça os vencedores por modalidade do Prêmio Paralímpicos 2025

Atletas recebem troféus do Prêmio Brasil Paralímpico 2025 | Foto: Alessandra Cabral/CPB

O Prêmio Brasil Paralímpico, apresentado por Loterias Caixa, maior premiação do paradesporto nacional e organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2011, homenageou atletas de 25 modalidades na noite desta terça-feira, 9, em cerimônia realizada no Tokio Marine Hall, na capital paulista.

A solenidade foi transmitida ao vivo pelo SporTV3, com a apresentação dos jornalistas Vinicius Rodrigues e Joanna de Assis.

A eleição dos vencedores foi feita por uma comissão interna do CPB, a partir de uma lista enviada pelas confederações responsáveis por cada uma das modalidades representadas na premiação. Vale destacar que atletismo, halterofilismo, natação e tiro esportivo são modalidades gerenciadas pelo próprio CPB.

Carol Santiago e Gabriel Araújo são melhores do ano no Prêmio Brasil Paralímpico 2025

Com os troféus entregues nesta terça-feira, o gaúcho Jovane Guissone, da paraesgrima, se isolou na liderança como atleta paralímpico com mais troféus, tendo sido reconhecido como destaque de sua modalidade nas catorze edições do evento.

Já a nadadora pernambucana Carol Santiago chegou a dez troféus, após conquistar em 2025 os prêmios de atleta feminina do ano e de destaque da natação em 2025.

Ainda na noite desta quinta-feira foram anunciados vencedores de outras nove premiações: Aldo Miccolis, Prêmio Loterias Caixa, Prêmio Braskem, Memória Paralímpica, Melhor Técnico Individual, Melhor Técnico Coletivo, Atleta Revelação, Melhor Atleta Masculino, Melhor Atleta Feminino e Atleta da Galera.

O Prêmio Brasil Paralímpico ainda lembrou o aniversário de 30 anos do CPB, fundado no dia 9 de fevereiro de 1995 em Niterói, no Rio de Janeiro.

Conheça os atletas premiados por modalidades:

Atletismo
Jerusa Geber
@jerusaatletismo

Data de nascimento: 26/04/1982
Local de nascimento: Rio Branco – Acre

História: Jerusa nasceu totalmente cega. Ao longo da vida, fez algumas cirurgias que possibilitaram que ela enxergasse um pouco, mas aos 18 anos voltou a perder totalmente a visão. Conheceu o esporte paralímpico aos 19 anos a convite de um amigo também deficiente visual. Em 2019, Jerusa se tornou a primeira atleta cega a correr os 100m abaixo dos 12s. É a atual recordista mundial nos 100m pela classe T11 com o tempo de 11s80.

Principais conquistas: Ouro nos 100m e nos 200m no Mundial de Nova Déli 2025.


Badminton
Vitor Tavares
@vitorgtavares

Data de nascimento: 07/03/1999
Local de nascimento: Curitiba – Paraná

História: Vitor possui hipocondroplasia congênita, popularmente conhecida como nanismo. Em 2016, ele conheceu o badminton paralímpico no colégio, por meio de um professor que dava aulas para crianças e atletas de alto rendimento e o convidou para praticar a modalidade.

Principais conquistas: Ouro em simples masculina SH6 nos internacionais de badminton do Bahrain e Dubai, ouro em duplas masculinas SH6 na Espanha (Vitória e Toledo), e no Campeonato Pan-Americano da modalidade; ouro na I Etapa Nacional em simples masculina SH6; terceiro colocado do ranking mundial em simples masculina SH6 em 2025.

“Estar aqui no Prêmio é algo incrível. Ele mostra que tivemos um ano dourado. Claro que sempre se pode melhorar, mas é muito gratificante comemorar ao lado de pessoas tão importantes.”


Basquete em cadeira de rodas
Sérgio Veiga
@sergio.veiga14

Data de nascimento: 14/02/2004
Local de nascimento: Curitiba – Paraná

História: Sérgio tem mielomeningocele, má-formação na medula nervosa. Conheceu o esporte paralímpico em uma feira para pessoas com deficiência quando veio morar em São Paulo e chegou à Seleção principal em 2021.

Principais conquistas: Terceiro lugar com a Seleção Brasileira no qualificatório para o Mundial sub-23; sétimo lugar no Mundial sub-23 (melhor campanha brasileira em um Mundial); quarto lugar na Copa América com a Seleção adulta principal; quarto lugar no Parapan de Jovens do Chile, além de porta-bandeira do Brasil e capitão da equipe; bronze no Campeonato Brasileiro 2025 pela equipe ADD Magic Hands/SP e melhor atleta da classe 1.5 da competição.


Bocha
Maciel Santos
@macielsantosbc2

Data de nascimento: 05/09/1985
Local de nascimento: Crateus – Ceará

História: Maciel nasceu com paralisia cerebral e começou na modalidade aos 11 anos. Três anos depois, passou a representar o país em competições internacionais.

Principais conquistas: Medalha de ouro na Copa do Mundo de Pequim 2025; ouro na Copa do Mundo de Curitiba 2025; bronze na Copa América de Cali 2025; ouro no Campeonato Regional Sudeste 2025.

“Conquistei três títulos internacionais em 2025 e conquistei uma vaga para o Mundial da Coreia do Sul no ano que vem. Este é meu oitavo troféu de Prêmio Paralímpico. O primeiro veio como revelação, em 2012, logo após me tornar campeão paralímpico. É uma honra representar a bocha, uma modalidade muito vitoriosa, no ano em que o CPB completa 30 anos. Ano que vem completo também 30 anos de bocha. A história do CPB está entrelaçada com a minha.”


Canoagem
Fernando Rufino
@rufinopeao

Data de nascimento: 22/05/1985
Local de nascimento: Itaquiraí – Mato Grosso do Sul

História: Fernando sempre teve o sonho de conquistar o mundo montado em cima de um touro. No entanto, após ser atropelado por um ônibus e perder parcialmente o movimento das pernas, o sul-mato-grossense começou na canoagem.

Principais conquistas: Ouro no Mundial de Milão de canoagem no VL2, prata na etapa da Copa do Mundo em Poznan (POL) no VL2; ouro na Segunda Etapa da Copa Brasil de canoagem em Siqueira Campos (PR).

“Hoje estar aqui pegando mais este troféu é um momento de muito orgulho, consagrando a carreira de um atleta. Tivemos um ano mais tranquilo em 2025, mas ainda vivemos toda aquela emoção dos Jogos Paralímpicos de Paris e do feito que deixamos lá ao conquistar mais uma medalha de ouro. Já tenho uma série de troféus destes e já estou pensando nos Jogos de 2028 para só aí começar a pensar na minha aposentadoria.”


Ciclismo
Sabrina Custódia
@sabrina.custodia_

Data de nascimento: 11/08/1981
Local de nascimento: São Paulo – São Paulo

História: Com 18 anos, ao subir em cima de uma laje para virar a antena de televisão, levou um choque com um fio de alta tensão. Após três meses de internação, foi submetida à amputação das duas mãos, o pé direito e os dedos do pé esquerdo. Depois da reabilitação, ingressou no atletismo, no qual ficou por nove anos. Posteriormente, durante o período da pandemia, conheceu o ciclismo por meio do atleta Adriano Matunaga, que a incentivou com treinos, equipamentos e competições.

Principais conquistas: Campeã mundial de pista 2025 na prova de KM; medalha de prata nas provas de eliminação, de scratch e de sprint no Mundial de pista 2025; campeã brasileira de Estrada 2025; campeã brasileira de pista 2025; recordista mundial na prova de KM no Mundial de pista 2025; segunda colocada no ranking mundial.

“Vivi um ano maravilhoso. De muito treinamentos, foco. Mas, graças a Deus deu tudo certo, terminei como campeã e recordista mundial. Estou muito feliz de receber este prêmio pela primeira vez. É muito bom ser reconhecida, ser vista, dá um ânimo para os próximos anos.”


Escalada
Marina Dias
@marinaparaclimber

Data de nascimento: 20/01/1983
Local de nascimento: Santos – São Paulo

História: Diagnosticada com esclerose múltipla em 2009, teve sintomas de perda de força e coordenação. Começou a escalar já adulta em 2018, usando o esporte como ferramenta para melhorar a qualidade de vida. Consagrou-se tetracampeã de Copas do Mundo, sendo medalhista em nove edições, e bicampeã mundial, tornando-se referência na modalidade e no esporte paralímpico.

Principais conquistas: Ouro no Campeonato Mundial da Coreia do Sul de 2025; bronze na etapa da Copa do Mundo de Salt Lake City e bronze na Copa do Mundo de Innsbruck (AUT).

“Este ano participei de várias competições mundiais e ganhei medalhas em todas as etapas. Este é o primeiro ano em que a escalada está no Prêmio e fico muito emocionada de ter sido escolhida neste momento que é um marco para nós.”


Paraesgrima
Jovane Guissone
@jovaneguissone

Data de nascimento: 11/03/1983
Local de nascimento: Barros Cassal – Rio Grande do Sul

História: Jovane teve uma lesão na medula aos 22 anos causada por disparo de arma de fogo durante um assalto. Três anos depois do ocorrido, passou a treinar a esgrima e se identificou com a modalidade.

Principais conquistas: Prata na espada e bronze no florete e no sabre na etapa de São Paulo da Copa do Mundo; ouro no florete e na espada no Campeonato Brasileiro 2025; ouro na espada e florete na I Copa Brasil da modalidade; sétimo lugar no florete e nono colocado na espada no Mundial da Coreia do Sul.

“Meu objetivo neste ano era o Prêmio Brasil Paralímpico também. Fico muito feliz de chegar ao meu 14º título. É o último prêmio do ano e sempre quero encerrar a temporada com chave de ouro. Parabenizo todos os atletas que serão premiados, alguns pela primeira vez e outros que já tem prêmio também. Deixo também os parabéns ao CPB por seus 30 anos. Que venham os próximos 30.”


Esportes de Inverno
Cristian Ribera
@cristian.w

Data de nascimento: 13/11/2002
Local de nascimento: Cerejeiras – Rondônia

História: Cristian nasceu com artrogripose – doença congênita das articulações das extremidades – e, em busca de tratamento, mudou-se de Rondônia para São Paulo. Começou no esporte com 15 anos, quando foi o atleta mais jovem a participar dos Jogos Paralímpicos de Inverno PyeongChang 2018. Já passou por 21 cirurgias para a correção das pernas. Hoje, além do esqui cross-country, também faz natação, atletismo e anda de skate.

Principais conquistas: Ouro na prova de sprint e prata na prova de distância (5km) na etapa da Copa do Mundo da Itália 2025; bronze na prova distância no Mundial da Itália 2025; ouro nas provas de velocidade (800m) e distância na Copa Continental da Noruega; quatro medalhas de ouro no Circuito Brasileiro; campeão geral da temporada 2024/2025 da Copa do Mundo de esqui cross-country em Steinkjer, na Noruega, onde conquistou seis medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze; bronze nos 20km da etapa Mundial de Toblach, na Itália; primeiro colocado do ranking internacional.

“É muito importante e gratificante ser reconhecido pelos bons resultados. É consequência de bons treinos, boas competições e de uma jornada de dez anos de esqui e 19 de treinos. É uma corrida muito longa, mas que dá muita alegria e vai continuar assim.”


Futebol de Cegos
Raimundo Nonato
@nonatomendes08

Data de nascimento: 19/08/1987
Local de nascimento: Orocó – Pernambuco

História: Nonato nasceu praticamente sem enxergar devido a uma retinose. Sempre gostou de jogar bola com os amigos. O futebol de cegos entrou em sua vida aos 23 anos.

Principais conquistas: Campeão do Campeonato Brasileiro Série A de futebol de cegos 2025 pela equipe AGAFUC-RS, vice-campeão do Regional Sul-Sudeste.

“Este prêmio representa o reconhecimento do trabalho que temos a cada dia tentando nos superar. Ele é fruto de um trabalho coletivo, com pessoas que me apoiam. Fiquei muito feliz com este reconhecimento.”


Futebol PC (paralisados cerebrais)
Vinícius Araújo
@vinigol09

Data de nascimento: 30/06/2003
Local de nascimento: Anápolis – Goiás

História: Aos 16 anos, sofreu um AVC isquêmico que levou à perda dos movimentos do lado esquerdo. Começou a praticar a modalidade em 2022.

Principais conquistas: Terceiro colocado, artilheiro e eleito melhor jogador na Copa América 2025; vice-campeão brasileiro 2025; campeão da Paracopa SESC 2025, artilheiro do Campeonato Brasileiro 2025.

“Foi um ano em que fui artilheiro do Campeonato Brasileiro e da Copa América. Estar aqui é a realização de um sonho, sempre quis viver isso e vou levar este momento para sempre.”


Goalball
André Dantas
@dantas.7k
Data de nascimento: 19/05/1995
Local de nascimento: Brasília (DF)
História: Nasceu com toxoplasmose, o que afetou sua visão. Em 2009, conheceu o goalball para participar das Paralimpíadas Escolares. Gostou tanto que largou a natação, modalidade que praticava na época. A primeira convocação para a Seleção Brasileira veio no Mundial de Jovens de 2013.

Principais conquistas: Ouro no Campeonato das Américas 2025 e ouro no Campeonato Brasileiro de goalball 2025.”Estar aqui representa não só um ano de sucesso, mas toda minha história. Representa também o trabalho de profissionais que se empenham comigo e por mim. Por isso é um momento muito valioso.”


Halterofilismo
Tayana Medeiros
@tayanamedeiros

Data de nascimento: 14/03/1993
Local de nascimento: Rio de Janeiro – Rio de Janeiro

História: Nasceu com uma doença chamada artrogripose, que comprometeu o movimento de suas pernas. Conheceu o halterofilismo depois de um evento da modalidade antes dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e se apaixonou pelo esporte.

Principais conquistas: Ouro por equipe feminina e prata na categoria até 86kg no Mundial de Cairo 2025.

“Foi um ano mágico. Conquistei minha primeira medalha mundial individual e ainda fui campeã por equipes feminina. Agora é melhorar o que errei para ser ainda melhor em 2026. Este prêmio representa muita coisa. Estou no lugar de milhares de atletas do halterofilismo. É um marco na minha história como atleta e também como mulher no esporte, no levantamento de peso.”


Hipismo
Rodolpho Riskalla
@rriskalla

Data de nascimento: 29/12/1984
Local de nascimento: São Paulo – São Paulo
História: Rodolpho era cavaleiro do hipismo convencional, com passagens pela equipe brasileira. Porém, adquiriu meningite bacteriana em 2015 e teve parte da mão e das pernas (abaixo do joelho) amputados. O atleta já havia acompanhado competições de paraequestre e resolveu ingressar na modalidade dois meses após sua recuperação. Atualmente Rodolpho reside na França.

Principais conquistas: Ouro no Internacional CPEDI3* em Fontainebleau (França) e em Ornago (Itália); prata no Internacional CPEDI3* de Doha (Catar) e em Heckfield (Grã-Bretanha); atual segundo lugar no ranking mundial do Grau V; ouro no Brasileiro de hipismo 2025.

“Este ano de 2025 foi muito legal de resultados, de preparo para o Mundial do ano que vem. É sempre uma honra receber o prêmio do Comitê como melhor do ano. Sempre um prazer participar deste momento. Gostaria de agradecer à Caixa, ao CPB e a Confederação Brasileira de Hipismo por todo o apoio que dão durante o ano.”

Judô
Brenda de Freitas
@brendafreitasjudo

Data de nascimento: 09/05/1995
Local de nascimento: Rio de Janeiro – Rio de Janeiro

História: Brenda perdeu a visão aos 18 anos, após ter sido diagnosticada com uma herpes emocional. Começou no judô em 2018, depois de ter praticado muay thai. Ingressou na Seleção Brasileira em 2022.

Principais conquistas: Ouro pela categoria até 70kg e bronze na equipe feminina no Mundial de Astana 2025; ouro na Copa do Mundo de Tbilisi (GEO); ouro no Grand Prix do Egito 2025 na categoria até 70kg; ouro no Grand Prix da CBDV na categoria até 70kg.

“Meu ano foi muito bom, graças a Deus e com apoio da minha equipe e de meus técnicos que fazem eu me dedicar cada vez mais. É muita responsabilidade receber esta premiação, o judô tem nomes muito grandes. Agora é alcançar cada vez mais daqui pra frente.”


Natação
Maria Carolina Santiago
@mariacarolinasantiago

Data de nascimento: 02/08/1985
Local de nascimento: Recife – Pernambuco

História: Carol nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Praticou natação convencional até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico. Ela é a atual recordista mundial dos 50m livre, com 26s61, registrados em Berlim (ALE) em 2024.

Principais conquistas: Ouro nos 100m costas, 50m livre, 100m livre e no revezamento 4×100m medley 49 pontos, além de prata no revezamento 4x100m livre 49 pontos no Mundial de Singapura 2025.

“Foi um ano muito desafiador, mas conseguimos transformar todos os obstáculos em algo bom, com uma performance muito boa no campeonato mundial. Foi o ano mais difícil de minha carreira na natação paralímpica, mas venci. Também foi um ano especial pelos 30 anos do CPB, que mudou minha vida e de tantas pessoas com deficiência. Fico muito feliz por essa premiação, que é muito importante para mim, diz o quanto trabalhamos e o quanto pude desempenhar bem. É uma honra”


Remo
Gessyca Guerra e Michel Pessanha

Gessyca Guerra
@gessyca_guerra

Data de nascimento: 27/01/1993
Local de nascimento: Rio de Janeiro – Rio de Janeiro

História: Foi diagnosticada com paralisia cerebral e pratica a modalidade há quatro anos.

Principais conquistas: Quinto lugar no Mundial de Xangai 2025 e campeã da Copa do Mundo em Varese (Itália) 2025; campeã brasileira.


Michel Pessanha
@michelpessanha_remo

Data de nascimento: 29/03/1979
Local de nascimento: Barra Mansa – Rio de Janeiro

História: Na infância, Michel não tomou a vacina contra a poliomielite, o que lhe causou sequelas na perna e na nádega, ambas do lado direito. Com excesso de peso, o atleta começou a praticar a musculação e, consequentemente, o halterofilismo. Em 2013, o atleta fez teste na equipe de remo no Clube de Regatas do Flamengo. Foi aceito e se encontrou no esporte paralímpico.

Principais conquistas: Quinto lugar no Mundial de Xangai 2025 e campeão da Copa do Mundo em Varese (Itália) 2025; campeão brasileiro.

“Este ano foi muito desafiador e significativo e é muito importante participar deste prêmio neste momento. Completei quatro anos de remo e pude compor a Seleção, remar ao lado do Michel, ser campeã na Copa do Mundo e quinta colocada Mundial é algo muito importante. Agradeço a Deus, a minha família, ao meu treinador e ao Michel que fizeram isso tudo ser possível.”

“Este ano foi muito desafiador para a gente como dupla, mas agradeço a Deus porque venho desde 2013 remando no Flamengo sonhando com uma parceira que fosse do clube, somando comigo. Quando a Jéssica foi convidada, minha vida como atleta mudou. A expectativa de ter melhor resultad aumentou muito. Estamos evoluindo ainda. Chegamos na quinta colocação do Mundial, o que nos fez sonhar com algo ainda maior em 2026. Este Prêmio é uma energia a mais, que me dá como se fosse um combustível aditivado. Ano que vem vou me dedicar mais para estar aqui novamente representando este esporte que eu amo de coração.”

Rúgbi em cadeira de rodas
Lucas Junqueira
@lucasjunqueira.eu

Data de nascimento: 09/12/1987
Local de nascimento: São Paulo – São Paulo

História: Em 2009, Lucas foi mergulhar no mar e bateu a cabeça em um banco de areia. O acidente o deixou tetraplégico. Conheceu a modalidade em um centro de reabilitação e começou a praticar oito meses após a lesão. Foi convocado para a Seleção em 2013 e participou dos Jogos Paralímpicos do Rio 2016.

Principais conquistas: Campeão brasileiro de rúgbi em cadeira de rodas 2025; prata na Copa América 2025; bronze no Wheelchair Rugby World Challenge 2025; e bronze no Qufora Egmont Open 2025; melhor atleta da classe 0.5 da Copa América e do Campeonato Brasileiro.

“Vivi um ano muito significativo, de grandes conquistas para a Seleção Brasileira de rúgbi em cadeira de rodas. Eu jogo rúgbi há 16 anos. Estar aqui no Prêmio representa muita persistência. Algo que não fala só por mim. Fala sobre muitas pessoas que me acompanharam, me apoiaram e sobre o rúgbi em sí desde o início, o quanto ele e o paradesporto vem evoluindo. É muito significativo ainda poder representar os atletas das classes baixas da modalidade.”


Taekwondo
Ana Carolina Moura
@krolinamoura

Data de nascimento: 27/11/1995
Local de nascimento: Belo Horizonte – Minas Gerais

História: Tem má-formação congênita do antebraço direito. Iniciou no esporte buscando uma ferramenta de autodefesa, após ser assaltada e perder um colar que sua tia deu para todas as sobrinhas quando nasceram. Antes, experimentou futebol, dança e ginástica rítmica.

Principais conquistas: Ouro no Chuncheon World Para Taekwondo Open Challenge; ouro na President’s Cup na Ásia na categoria até 65kg; prata no Rio Open na categoria até 65kg; primeira colocada no ranking mundial durante todo o ano de 2025.

“Estive em competições bem distantes neste ano, conheci a Ásia e passei pelo primeiro camping internacional da modalidade. Foi tudo incrível, inclusive porque ali no camping recebi uma homenagem pelo meu comprometimento em equipe. Isso reforça muito meu trablaho, meu esforço e entendimento que é bom contribuir para o Movimento Paralímpico como um todo, incluindo ações que modifiquem a percepção sobre pessoas com deficiência. É muito bom receber esta premiação pelo segundo ano consecutivo. Reforça o que venho construindo de forma sólida, com uma equipe robusta que me acompanha. Se o atleta sobe para receber este reconhecimento, tem o apoio de muitas pessoas, incluindo profissionais, família e amigos.”


Tênis de Mesa
Sophia Kelmer
@sophia-kelmer

Data de nascimento: 13/12/2007
Local de nascimento: Rio de Janeiro – Rio de Janeiro

História: Em decorrência de um AVC intrauterino (na gestação), Sophia nasceu com paralisia cerebral e hemiplégica (não tem controle e nem força no lado direito do corpo). Conheceu o tênis de mesa no playground do seu prédio e, desde então, começou a praticar em uma escola.

“Este foi o maior ano da minha carreira, no qual me tornei a primeira do ranking mundial. É uma honra representar o país em diversas competições e estar aqui no Prêmio Brasil Paralímpico, o maior prêmio que um atleta pode receber, na minha idade , é uma coisa de outro mundo para mim.”Principais conquistas: Ouro na classe 8 no ITTF World Para Future Costa Brava (ESP); ouro nos ITTF Mundial Para Elite da Tailândia e de Spokane (EUA); prata nos World Para Elite de Lasko (SLO), de São Paulo (SP) e de Yvelines (FRA); bronze nos ITTF World Para Challengers na Polônia, na Eslovênia e em São Paulo (SP); ouro no individual da classe 8-10 e nas duplas mistas na classe 14-20 no Parapan de Jovens Santiago 2025; ouro na classe 8 no ITTF Para Pan-americano 2025; atual líder de ranking mundial da classe 8.


Tênis em cadeira de rodas
Vitória Miranda
@vitoriamirandaatleta

Data de nascimento: 20/08/2007
Local de nascimento: Belo Horizonte – Minas Gerais

História: Nasceu prematura e com artrogripose múltipla congênita, uma condição que causa deformidades nos membros inferiores. Iniciou no tênis em cadeira de rodas aos oito anos de idade, após um encontro casual na rua que a direcionou ao treinador Léo Butija. A atleta mineira chegou a se afastar temporariamente do esporte, mas retornou à modalidade em 2021, retomando sua trajetória que a levou ao topo do ranking mundial juvenil.

Principais conquistas: Campeã de simples e duplas no Australian Open Junior 2025; campeã de simples e nas duplas em Roland Garros Junior 2025; campeã de simples e duplas mistas nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens 2025.

“Tive um ano muito bom, com muita evolução, com títulos muito importantes. Muito incrível, cheio de novidades e sonhos realizados. Terminei meu período de Junior para começar como adulto com o pé direito. Estou muito feliz por estar aqui e pelo reconhecimento pelo meu trabalho.”


Tiro com arco
Eugênio Franco
@eugenios_franco
Data de nascimento: 15/12/1959
Local de nascimento: Beberibe – Ceará

História: Desde 2009, apresentou sintomas e suspeita clínica de Espondilite Anquilosante que foi confirmada em 2013, com alterações osteoarticulares e comprometimento neuromuscular, sendo que a evolução da patologia foi acompanhada por outras afecções de caráter irreversível como hipertensão arterial, diabetes tipo II, artrose avançada nos membros inferiores e Doença de Parkinson desde 2016. Iniciou no tiro com arco em 2011 quando desenvolvia estágio de pós-doutorado em Portugal.

Principais conquistas: Bronze na Taça Europeia na disputa por equipes masculinas W1 no arco recurvo e composto; prata no individual na Copa América de Para tiro com arco; bronze no individual na Copa América de Para tiro com arco em Chicago (EUA); campeão brasileiro 2025; sétimo lugar no ranking mundial.

“Fiquei muito feliz. É um reconhecimento muito importante após um ano intenso de trabalho e com muitas realizações.”


Tiro esportivo
Alexandre Galgani
@alexandregalgani

Data de nascimento: 25/04/1983
Local de nascimento: Americana – São Paulo

História: Com 18 anos, Galgani mergulhou em uma piscina, bateu a cabeça no fundo e sofreu uma lesão na coluna, perdendo os movimentos do corpo. Alexandre sempre esteve em contato com o tiro brincando com carabinas de chumbinho. Em 2013, conheceu o treinador da Seleção Brasileira, James Neto, e foi à Curitiba (PR) para receber orientações sobre o esporte. O contato com o profissional deixou o atleta empolgado e desde então aumentou a sua rotina de treinos. Alexandre foi o único atleta brasileiro a representar o país na modalidade nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.

Principais conquistas: Bronze na Copa do Mundo de Al Ain 2025 na prova de R5 carabina de ar – 10 m – posição deitado; ouro nas provas R4 carabina de ar 10m em pé, R9 carabina 50m deitado misto e R5 carabina de ar 10m deitado no Campeonato Brasileiro de tiro esportivo 2025

“Foi um ano complicado. Acabei me lesionando, quebrei a perna durante uma competição na Coreia do Sul. Mas, graças a Deus, consegui me recuperar e consegui uma medalha de bronze na última etapa da Copa do Mundo. Atingi o topo do ranking mundial. É a primeira vez que um brasileiro chega a este lugar. Fico muito feliz de estar aqui. Foi um ano muito difícil, mas muito glorioso, em que quebrei todas as barreiras e agora é só comemorar.”


Triatlo
Jéssica Ferreira
@jessicamessali

Data de nascimento: 29/10/1987
Local de nascimento: Jaboticabal – São Paulo

História: Jéssica ficou paraplégica após um acidente de carro em 2013. Logo após sua recuperação conheceu o ciclismo e obteve rápido destaque. Começou no triatlo em 2017. Em julho de 2021, Jéssica sofreu queimaduras nos pés e pernas, de 2º e 3º graus, na sauna, e precisou amputar parte do pé.

Principais conquistas: Ouro na Copa do Mundo de triatlo em Portugal 2025; ouro em 2025 World Triathlon Para Series Taranto; prata na Copa do Mundo de triatlo na Itália 2025; e bronze Mundial de triatlo na Austrália 2025; e bronze no 2025 World Triathlon Para Championships Wollongong.


Vôlei sentado
Suellen Lima
@suellendellangelica

Data de nascimento: 04/11/1989
Local de nascimento: São Paulo – São Paulo

História: Nasceu com uma má-formação na mão esquerda. Sua jornada esportiva começou no vôlei convencional quando tinha 12 anos. Depois, jogou pelo time de Diadema até que um dia recebeu uma ligação do técnico da Seleção Brasileira de vôlei sentado da época para conhecer a
modalidade no final de 2005. No ano seguinte, já se tornou campeã brasileira e participou do seu primeiro Mundial da modalidade.

Principais conquistas: Ouro e eleita melhor atleta no Zonal Pan-Americano de Denver 2025; ouro na 1ª Copa América de vôlei sentado de Curitiba 2025; e prata na Copa do Mundo de vôlei sentado Indiana (EUA) 2025; campeã brasileira de vôlei sentado 2025; campeã da Copa do Brasil da modalidade.

“Foi um ano muito bom, no qual ganhamos o panamericano pela primeira vez. Houve um desenvolvimento da equipe. Tropeçamos na final da Copa do Mundo, mas tudo faz parte de um processo, para vermos onde precisamos melhorar. Para mim é emocionante receber agora este reconhecimento por todo o trabalho e todo o esforço, os treinamentos, as viagens e momentos em que temos de abdicar da família. O prêmio mostra que tudo valeu a pena.”

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

Fonte https://cpb.org.br/noticias/conheca-os-vencedores-por-modalidade-do-premio-paralimpicos-2025/

Postado Pôr Antônio Brito 

Inclusão não é concessão: é fiscalização, responsabilidade e compromisso com a cidadania

 Inclusão não é concessão: é fiscalização, responsabilidade e compromisso com a cidadania OPINIÃO - Por Patrícia Siqueira

OPINIÃO

  • * Por Patrícia Siqueira

Todos os anos, quando chega o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, no dia 3 de dezembro, eu me lembro do motivo que me fez escolher trabalhar justamente na área que mais conecta direitos humanos, dignidade e justiça social: a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Para muitas pessoas, a Lei de Cotas é apenas um dispositivo legal. Para mim — e para nós, da DS-MG/SINAIT — ela é uma das políticas públicas mais transformadoras que existem no país. E é a fiscalização trabalhista que garante que essa transformação aconteça de verdade.

Ao longo da minha carreira, pude ver a diferença concreta que a ação fiscal faz. Só em 2024, a Inspeção do Trabalho incluiu 27.123 pessoas com deficiência e reabilitadas no mercado formal, além de 1.465 aprendizes PCD. No mesmo período, realizamos 6.893 fiscalizações, auditamos 22.627 rescisões e lavramos 3.864 autos de infração, dos quais 3.003 foram pelo descumprimento direto da cota legal. Esses números não são apenas estatísticas: são vidas que mudaram de direção, famílias inteiras que ganharam autonomia e trabalhadores que finalmente tiveram seu direito respeitado.

Muitas vezes me perguntam se a Lei de Cotas ainda é necessária. A resposta está nos próprios dados: 93% das pessoas com deficiência empregadas no mercado formal estão contratadas pela cota. Isso significa que, sem a política pública — e sem a fiscalização que assegura sua aplicação — a imensa maioria dessas pessoas estaria fora do mundo do trabalho. O Brasil, em junho de 2025, tinha 993.438 vagas que deveriam estar preenchidas por PCDs, mas apenas 58,5% estavam ocupadas. Em Minas Gerais, eram 85.437 vagas, com cumprimento de 60,6%. Ou seja: ainda temos um caminho enorme pela frente.

E quando observamos o potencial real de inclusão, percebemos o tamanho dessa urgência. Hoje, há 6,9 milhões de pessoas com deficiência moderada ou grave em idade laboral que não recebem o BPC. Isso quer dizer que, se todas as empresas cumprissem a lei, poderíamos preencher as cotas mais de sete vezes. Não nos falta gente qualificada; falta oportunidade — e falta compromisso de parte das empresas em respeitar o que está na legislação há mais de três décadas.

A história comprova o efeito de uma fiscalização atuante: entre 2009 e 2021, enquanto o mercado de trabalho geral cresceu 18,26%, o de pessoas com deficiência avançou 78,44%. E, de 2009 a 2024, mais de 537 mil PCDs e aprendizes PCD foram contratados graças à ação fiscal. Quando o Estado cumpre seu papel, a inclusão acontece.

Mas os desafios mudam. Ainda vemos empresas que tratam a Lei de Cotas como mera formalidade, sem garantir acessibilidade, adaptação de funções ou condições reais de permanência e crescimento. Incluir não é cumprir um número — é assegurar respeito, dignidade e desenvolvimento profissional.

Como representante da DS-MG/SINAIT, defendo que a fiscalização siga fortalecida, porque inclusão não é apenas emprego: é cidadania. Reafirmo o princípio que orienta meu trabalho: inclusão é direito, e direito só existe quando é garantido. Seguiremos firmes para que cada pessoa com deficiência tenha a oportunidade que a lei assegura — e que a sociedade já deveria ter entregue.


* Patrícia Siqueira é Auditora-Fiscal do Trabalho e representante da Delegacia Sindical em Minas Gerais do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (DS-MG/SINAIT)
 
Fonte https://diariopcd.com.br/inclusao-nao-e-concessao-e-fiscalizacao-responsabilidade-e-compromisso-com-a-cidadania/
 
Postado Pôr Antônio Brito 

09/12/2025

Quais são os direitos de acessibilidade das pessoas com deficiência em Bancos?

Quais são os direitos de acessibilidade dos bancos?

Instituições financeiras têm obrigações legais para garantir que pessoas com deficiência possam acessar, utilizar e se relacionar com os serviços bancários de forma autônoma e segura

Ir ao banco é uma tarefa simples para muitas pessoas. Mas, para quem vive com deficiência, a experiência pode ser muito diferente. Desde barreiras arquitetônicas até a falta de acessibilidade digital, os desafios vão muito além do atendimento em si. Para mudar essa realidade, os bancos são obrigados a seguir uma série de normas que garantem acessibilidade plena aos clientes com deficiência, direitos estes assegurados por lei.

O cumprimento dessas exigências não é apenas uma questão de respeito, mas sim uma obrigação legal prevista em normas como o Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Resolução nº 4.649/2018 do Banco Central. Ainda assim, muitas instituições financeiras continuam descumprindo regras básicas, o que afeta diretamente a autonomia e o acesso a serviços como abertura de conta, consulta de FGTS, movimentações bancárias ou até mesmo um simples investimento online.

O que a legislação brasileira garante às pessoas com deficiência?

O principal marco legal que assegura os direitos das pessoas com deficiência no Brasil é a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), sancionada em 2015. Segundo o artigo 55 da LBI, os bancos devem oferecer atendimento prioritário, acessível e adequado às pessoas com deficiência, inclusive com a disponibilização de equipamentos adaptados e pessoal treinado para esse atendimento.

Já a Resolução nº 4.649 do Banco Central detalha como essa acessibilidade deve ser garantida: caixas eletrônicos com altura adequada, sinalização em braille, sistemas de áudio para pessoas com deficiência visual e rampas de acesso em todas as agências são apenas algumas das exigências. A norma também estabelece que os canais digitais, como aplicativos e internet banking, devem ser compatíveis com leitores de tela e permitir navegação sem uso de mouse.

Segundo dados do IBGE de 2022, mais de 18 milhões de brasileiros vivem com algum tipo de deficiência. Diante dessa realidade, garantir o acesso aos serviços bancários significa também respeitar o direito dessas pessoas a uma vida financeira ativa e independente.

Atendimento prioritário: um direito previsto e obrigatório

Pessoas com deficiência têm direito ao atendimento prioritário nos bancos, de acordo com a LBI e com a Lei nº 10.048/2000. Isso vale tanto para o atendimento presencial nas agências quanto para o acesso telefônico e online. Os bancos devem sinalizar claramente os guichês de atendimento prioritário e assegurar que essa prioridade seja respeitada de fato e não apenas ilustrativa.

O atendimento também precisa ser adequado às necessidades específicas de cada pessoa. Isso inclui desde funcionários capacitados em Libras para clientes surdos, até tempo maior de atendimento para quem possui limitações de mobilidade ou compreensão. Vale lembrar que o direito à prioridade não é apenas de quem tem deficiência física, mas também sensorial, intelectual ou mental.

Quando essa prioridade não é respeitada, o cliente pode registrar reclamação diretamente no Banco Central ou procurar o Procon de sua cidade. A repetição de falhas por parte da instituição pode gerar penalidades e multas.

Rampas, elevadores, corrimãos, portas com largura adequada e pisos táteis são recursos obrigatórios para o funcionamento de qualquer agência bancária. Desde 2004, a ABNT estabelece, por meio da norma NBR 9050, os critérios técnicos de acessibilidade que devem ser seguidos em edificações públicas e privadas, incluindo instituições financeiras.

Além da estrutura física, os caixas eletrônicos também devem ser adaptados. Eles precisam estar posicionados em altura acessível para cadeirantes e conter recursos como teclado em braille, fone de ouvido com instruções em áudio e tela com contraste ajustável. O uso de tecnologia assistiva é obrigatório nesses equipamentos.

O descumprimento dessas normas pode configurar violação dos direitos da pessoa com deficiência e permitir inclusive a judicialização do caso, com base na própria LBI.

Plataformas digitais também devem ser acessíveis

Com o avanço dos canais digitais, boa parte dos serviços bancários foi migrada para aplicativos e internet banking. Isso, no entanto, não exime os bancos da obrigação de garantir que essas plataformas sejam acessíveis. A falta de compatibilidade com leitores de tela, por exemplo, pode impedir que um cliente cego consulte o saldo, faça uma transferência ou realize um investimento com segurança e autonomia.

A Resolução nº 4.649 determina que os sistemas eletrônicos de autoatendimento e canais digitais devem seguir os padrões de acessibilidade da W3C (World Wide Web Consortium), com adaptação de conteúdo e interface para diferentes tipos de deficiência. Mesmo assim, uma pesquisa feita em 2023 pela BigData Corp, em parceria com a Hand Talk, mostrou que menos de 1% dos sites bancários brasileiros são totalmente compatíveis com padrões internacionais de acessibilidade.

Isso indica que, embora muitos bancos afirmem oferecer acessibilidade digital, a execução prática ainda deixa a desejar. O consumidor tem direito de exigir melhorias por meio dos canais de ouvidoria, Banco Central e até mesmo recorrer ao Judiciário, caso seja necessário.

Acesso à informação financeira também é direito

Além da estrutura e do atendimento, a informação clara sobre produtos financeiros precisa estar disponível em formatos acessíveis. Isso inclui contratos, tarifas, comunicados e até materiais informativos sobre FGTS, empréstimos ou aplicações. Os documentos devem ser legíveis, com opção de versão digital compatível com leitores de tela ou, quando solicitado, impressos em braille ou com letra ampliada.

O direito à informação acessível permite que a pessoa com deficiência tome decisões mais seguras sobre sua vida financeira, incluindo o planejamento de um investimento ou o uso de linhas de crédito. Sem isso, há risco de exclusão e até de prejuízo financeiro.

Para que o acesso seja real

Ter conta em banco, sacar dinheiro, investir, consultar o FGTS ou utilizar o aplicativo para pagar uma conta não deveria exigir esforço extra de ninguém. Ainda assim, para milhões de brasileiros com deficiência, essas ações básicas enfrentam barreiras invisíveis.

O acesso está previsto em leis, mas o cumprimento dessas normas ainda depende de pressão constante. Para que o sistema bancário seja realmente acessível, é necessário mais do que adaptações pontuais: é preciso compromisso com a inclusão em todas as etapas, da arquitetura ao aplicativo, da informação à operação.

Fonte https://diariopcd.com.br/quais-sao-os-direitos-de-acessibilidade-dos-bancos/

Postado Pôr Antônio Brito 

Linhas 4-Amarela e 5-Lilás em SP levam mais de 58 mil PcD em 2025

Mais de 58 mil pessoas com deficiência utilizaram as linhas 4-Amarela e 5-Lilás em São Paulo. As linhas estão adaptadas com elevadores, rampas e até salas sensoriais.

Linhas 4-Amarela e 5-Lilás em SP levam mais de 58 mil PcD em 2025

Os números são interessantes. Entre janeiro e outubro deste ano, mais de 58 mil pessoas com deficiência utilizaram as linhas 4-Amarela e 5-Lilás, que vêm passando por um conjunto de melhorias estruturais, de comunicação e de atendimento para ampliar a autonomia dos usuários PcD ao longo dos 33 km de extensão das duas linhas.

As estações da Linha 4-Amarela são adaptadas com elevadores, plataformas táteis e rampas. A ViaQuatro também conta com uma sala sensorial, presente na estação Pinheiros, que liga a linha 4-Amarela com a Linha 9-Esmeralda. Além de integrar diversas linhas de metrô e trens de São Paulo, a Linha 4-Amarela também busca oferecer experiências culturais aos clientes.

Já a Linha 5-Lilás registrou 34 mil pessoas com deficiência transportadas neste ano. Com acesso direto a importantes equipamentos de saúde e hospitais, como o Instituto Jô Clemente (IJC) ela sofreu modificações na infraestrutura de suas estações, incluindo elevadores e personalizadas rampas de acesso para facilitar a movimentação de quem se locomove por meio de cadeira de rodas.

Em parceria com o IJC, um projeto piloto de sinalização utilizando a Linguagem Simples foi implementado estação Hospital São Paulo. O foco dessa iniciativa é usar uma linguagem objetiva e intuitiva para beneficiar passageiros com Transtorno do Espectro Autista (TEA), limitações cognitivas, baixo letramento ou dificuldades de leitura a transitarem pelo espaço e chegarem ao seu destino com autonomia.

A concessionária também criou uma sala sensorial com o intuito de ser um ambiente tranquilo e recluso para a regulação de pessoas em crise, seja por autismo ou até ansiedade. A sala, localizada na estação Santa Cruz, fica longe dos excessos de luz, sons e movimento, típicos de qualquer estação metroviária, e foi planejada para estimular a calma e o equilíbrio.

Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=a5d887b9-3e62-4bd3-a774-2a142414c7c0

Postado Pôr Antônio Brito 

Neurocirurgião da Unicamp defende reconhecimento de pacientes com fibromialgia como pessoas com deficiência

Neurocirurgião da Unicamp defende reconhecimento de pacientes com fibromialgia como pessoas com deficiência

Legislação amplia debate sobre inclusão, acessibilidade e a necessidade de validar a condição que afeta milhões de brasileiros

O mês de dezembro, período marcado por agendas voltadas à inclusão e à acessibilidade, o reconhecimento da fibromialgia como condição de deficiência (PCD) no Brasil passa a integrar esse debate.

Desde julho, a Lei nº 15.176/2025 estabelece oficialmente a fibromialgia como condição de deficiência (PCD) no Brasil. A mudança amplia a visibilidade de milhões de pessoas que convivem com a doença que causa dor crônica, enfrentam barreiras diárias para serem reconhecidas pelo sistema de saúde e pela sociedade.

Estima-se que cerca de 3% da população brasileira (o equivalente a 6 milhões de pessoas) tenha fibromialgia, com maior prevalência entre as mulheres, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). A legislação garante proteção legal para que pacientes com fibromialgia possam acessar benefícios já previstos para outras deficiências, como cotas, isenção fiscal e aposentadoria, representando um avanço institucional.

O reconhecimento legal ajuda a romper o estigma que há anos desacredita a dor de quem vive com fibromialgia. Para muitos pacientes, é o primeiro gesto concreto de legitimação que recebem após uma longa trajetória de desconfiança e negligência”, afirma o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião funcional e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Unicamp.

A nova lei, entretanto, não altera automaticamente as regras. Para que sejam reconhecidos como PCD e possam acessar direitos previdenciários e sociais, os pacientes precisam comprovar a condição clínica, apresentar laudo médico e se submeter a avaliação biopsicossocial – biológica, psicológica e social – realizada por equipe multiprofissional. Além disso, é necessário ter contribuído para a Previdência Social.

A lei estabelece que a fibromialgia deve interferir de forma significativa na realização de atividades cotidianas, como trabalho, locomoção ou autocuidado.  “O diagnóstico não pode ser confundido com incapacidade. Cabe a nós, médicos e profissionais de saúde, avaliar com responsabilidade cada caso e contribuir com informações técnicas claras”, esclarece o especialista no tratamento da dor.

Com a sanção, o Brasil se posiciona ao lado de países como o Reino Unido, que enquadra a síndrome como deficiência sob a Equality Act 2010 – Lei da Igualdade de 2010, do Reino Unido, protege contra discriminação, assédio e vitimização – desde que os sintomas causem impacto funcional por 12 meses ou mais, o que permite o acesso a benefícios como o PIP (Personal Independence Payment ou, em português, Pagamento de Independência Pessoal). Em Israel, o reconhecimento da síndrome como deficiência parcial já está em vigor, com subsídios proporcionais ao grau de limitação, mediante perícia médica.


O desafio de validar a dor

O reconhecimento da fibromialgia como deficiência lança luz sobre a necessidade de acolhimento diante de uma doença que provoca sofrimento e que pode ser subestimada.  O tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico formal de fibromialgia pode ser longo, o que retarda o início do tratamento e dificulta o acesso a estratégias de cuidado eficazes. “Há uma negligência estrutural com a dor. Na fibromialgia, o sistema nervoso amplifica estímulos, e a dor ganha uma proporção avassaladora”, explica o neurocirurgião.

Esse intervalo não só posterga o início do tratamento adequado, como também acentua o sofrimento emocional e pode levar ao afastamento das atividades profissionais e interferir na vida social. 

A fibromialgia é classificada como uma síndrome neurossensorial complexa, relacionada a um distúrbio no processamento da dor pelo sistema nervoso central. Seus sintomas incluem dor musculoesquelética difusa, fadiga crônica, sono não reparador, alterações cognitivas e sintomas neurovegetativos. 

“O tratamento da dor na fibromialgia não pode ser subestimado e deve ser conduzido por uma equipe multidisciplinar, sempre adaptado ao perfil clínico de cada paciente. É fundamental combinar conscientização e orientações sobre a doença, uso criterioso de medicamentos moduladores da dor, fisioterapia regular, atividade física de baixo impacto e suporte psicológico. Só assim é possível preservar ou recuperar a funcionalidade e a qualidade de vida, mesmo quando a dor persiste cronicamente”, ressalta o neurocirurgião.

Fonte https://diariopcd.com.br/neurocirurgiao-da-unicamp-defende-reconhecimento-de-pacientes-com-fibromialgia-como-pessoas-com-deficiencia/

Postado Pôr Antônio Brito