Os esportes trazem inegáveis benefícios para o corpo e a mente de quem os pratica. Incluir atividades físicas no seu dia a dia aperfeiçoa a condição cardiovascular, a coordenação motora e a força muscular. Para uma pessoa com deficiência, as vantagens vão muito além.
Práticas esportivas também funcionam como ferramentas de socialização e incentivam a interação entre pessoas com e sem deficiência. Ao se tornarem independentes e acreditarem mais em suas potencialidades, os praticantes ganham autoconfiança e melhoram a autoestima.
Os Gladiadores de Bogotá
Aos 23 anos, o colombiano Steven Céspedes Villalba é treinador do Gladiadores FCA, uma equipe de futebol para amputados de Bogotá. Fundado há cerca de quatro anos, o time tornou-se mais forte desde que passou a receber apoio da Fundação Cirec.
A instituição sem fins lucrativos atua com a reabilitação de pessoas com deficiência física e neurológica desde 1976. Sediada na capital do país, ela tem entre seus objetivos a potencialização das habilidades de seu público-alvo em termos artísticos e esportivos.
Essa é uma maneira de promover a recuperação completa dos pacientes e fortalecer a inclusão social.
Responsabilidades e desafios
Formado em educação física, recreação e esportes, Villalba diz que as premissas fundamentais do time são “respeito, responsabilidade, lealdade, trabalho em equipe e, principalmente, honestidade”. Hoje o time tem 14 atletas com idades entre 17 e 28 anos. Eles fazem dois ou três treinamentos por semana.
Além de ter amputado um membro superior ou inferior, os integrantes do time precisam ter o desejo de participar de atividades esportivas. Por fim, os interessados devem fazer seu registro na Fundação Cirec. Todo o procedimento é gratuito e não há cobranças mensais.
A fundação disponibilizou um fisioterapeuta esportivo, com o qual os jogadores se consultam mensalmente. Entretanto, o serviço médico fornecido pelo governo colombiano ainda deixa a desejar. “O que o estado fornece é muito pobre. Na verdade, alguns preferem não ir”, conta Villalba.
O treinador ainda relata outras dificuldades recorrentes. “O desafio diário é o fator laboral, pois só um dos jogadores tem trabalho. Os demais estão desempregados, por isso alguns deles vendem doces e outras coisas.”
Mesmo assim, Villalba destaca como vantagens “a formação futebolística e o apoio psicológico para cada situação de vida. Outro benefício é o apoio econômico e o suporte para disputar a liga nacional de amputados, realizada em várias cidades da Colômbia. A fundação subsidia o transporte.”
A busca pela vitória
Além dos Gladiadores, a Colômbia tem outras 5 equipes de futebol para amputados formalizadas. Embora existam outros praticantes, eles ainda não têm uma forma de legalizar seus times.
Apesar dos obstáculos, Villalba diz que seus atletas têm grandes objetivos no esporte. “O sonho deles é chegar a ser profissionais do futebol de amputados em ligas como a turca, a mexicana, a polonesa, a argentina e a brasileira. São as melhores do mundo. Mas também é um sonho fazer crescer a liga colombiana.”
Na atual edição da Liga Elite, o campeonato colombiano de futebol para amputados, os Gladiadores de Bogotá estão na liderança. Restam seis partidas até que sejam conhecidos os campeões, que receberão 2 milhões de pesos colombianos – cerca de 2.450 reais.
Na Copa do Mundo de Futebol para Amputados de 2018, realizada no México, a seleção da Colômbia obteve três vitórias em seis partidas. O time de Angola, atual líder do ranking mundial da modalidade, ficou com o título após vencer a Turquia na final.
O Brasil já conquistou a Copa quatro vezes e terminou a última edição em terceiro. Por aqui, a primeira equipe da modalidade surgiu em 1986. A última edição do campeonato brasileiro, realizada no ano passado, contou com a participação de 12 times.
Por fim, Villalba pede apoio para disponibilizar melhores condições para os jogadores, quem puder ajudar pode entrar em contato pelo telefone (57 315) 8577846.
Fonte https://www.amputadosvencedores.com.br/esportes-adaptados-ajudam-reabilitar-pessoas-com-deficiencia-conheca-o-time-de-amputados-da-colombia/
Postado por Antônio Brito