Ela não cresceu tendo como oportunidade os estudos numa escola indígena durante a infância e cresceu em meio a referências escolares de vivências que não eram as suas.
“Só fui me entender enquanto indígena e pertencente a um povo quando ingressei na graduação”, conta.
Ela diz quando percebeu que tinha que lutar pelas causas de sua etnia:
“Durante a formação como professora indígena, não só eu como outros colegas fomos cobrados pela nossa identidade.” disse.
Eliane é professora em uma escola de sua comunidade e, em julho de 2019, tornou-se a primeira mulher indígena a concluir doutorado em Antropologia na Universidade de Brasília.
Em 2011, tomou ciência, por meio de uma amiga, do processo seletivo para o Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais (Mespt) da UnB. Entusiasmada com a possibilidade de conhecer outras culturas indígenas nas aulas de campo, decidiu se inscrever na seleção e foi aprovada.
professora indigena close e1564840262743 - Mulher indígena é a primeira professora doutora em Antropologia pela UNB
No ambiente acadêmico, percebeu a possibilidade de intensificar a militância em defesa de seu povo e a representatividade de seu lugar de fala.
“Na Universidade, não sou somente a Eliane. Represento um povo e isso é uma grande responsabilidade, não só por ser indígena, mas por ser mulher”, compartilha.
Durante o mestrado, a pesquisadora propôs-se a incentivar a busca de alternativas que contribuam para a sustentabilidade da aldeia e para reavivar os saberes e fazeres dos umutina.
Ela conversou com anciãos e jovens alunos da comunidade para investigar possibilidades de manejo do território que reconstruíssem conhecimentos tradicionais já em esquecimento, como o cuidado da roça.
A dissertação transformou-se em um livro, publicado em 2018.
Mais informações em SÓ NOTICIA BOA
Fonte  https://www.floresepoesias.com/mulher-indigena-e-a-primeira-professora-doutora-em-antropologia-pela-unb/
Postado por Antônio Brito