11/09/2025

App: autonomia de pessoas cegas e com baixa visão em cidades

Aplicativo Siga Cidades da Unesp oferece audiodescrições de espaços públicos para pessoas cegas e com baixa visão, promovendo autonomia e inclusão. Expansão para cidades paulistas.

App: autonomia de pessoas cegas e com baixa visão em cidades

Desde 2015, a campanha Setembro Verde reforça e amplia o debate sobre inclusão e acessibilidade. Mesmo com a LBI, a população PcD ainda enfrenta cotidianamente barreiras estruturais, arquitetônicas e informacionais que limitam sua plena participação na vida social. Daí a importância do uso de novas tecnologias que possam ajudar a superar ou, pelo menos, diminuir esses obstáculos. Entre elas está um aplicativo chamado Siga – Guia Acessível da Cidade – parte do projeto de extensão do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Mídia e Acessibilidade Biblioteca Falada da Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design da Unesp, campus de Bauru/SP.

O Siga Cidades é disponibilizado para celulares e computadores. O aplicativo oferece descrições em áudio de espaços públicos como pontos turísticos, prédios oficiais, comércios, locais religiosos e unidades de lazer, saúde e educação, inclusive as próprias instalações da UNESP. O recurso busca fornecer noções imagéticas e espaciais para que os usuários possam se deslocar com mais autonomia e conhecer novos espaços de lazer, estudo, comércio ou atendimento em saúde.

A audiodescrição é uma ferramenta de acessibilidade que consiste na descrição verbal de conteúdos visuais, oferecendo informações claras e objetivas para pessoas com deficiência visual. Embora museus e instituições culturais já utilizem o recurso em exposições, sua aplicação em âmbito municipal ainda é rara.

A equipe iniciou os trabalhos em Bauru/SP, conduzindo a audiodescrição de 79 locais. A expansão do aplicativo vai incluir as cidades de Botucatu/SP, com 22 locais descritos, e de Marília/SP, com 20 locais. A próxima etapa prevista será Araraquara/SP.

A escolha dos locais a serem descritos envolve a participação de instituições voltadas ao atendimento de pessoas com deficiência visual e comunidades ligadas à acessibilidade.

Além das descrições espaciais, a equipe também produz áudios histórico-informativos que contextualizam os ambientes em termos arquitetônicos e culturais.

O roteiro de audiodescrição de ambientes possui particularidades e pontos de atenção, principalmente relacionados à continuidade da cena. As informações costumam ser divididas em blocos, mas devem se conectar para compor uma imagem completa. No caso de uma igreja, por exemplo, descreve-se primeiro a fachada, depois o pátio e, por fim, os fundos, criando uma sequência lógica.

Para validar o material, a equipe conta com o apoio de consultores com deficiência visual voluntários.

A locução também exige cuidados específicos: deve ser pausada, clara e neutra, variando o tom conforme o contexto.

A expectativa é que o Siga continue se expandindo para outras cidades do interior paulista.

Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=8f639d13-1050-4757-87b6-26996b72f5c8

Postado Pôr Antônio Brito 

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