01/09/2025

Apenas 0,8% dos autistas adultos chegam ao ensino superior

Apenas 0,8% dos autistas adultos chegam ao ensino superior

Preconceito, falta de acessibilidade formal e ausência de formação docente adequada dificultam a permanência de autistas nos estudos, alerta a Associação Autistas Brasil

Apesar do aumento da matrícula de pessoas autistas na educação básica, um novo alerta da organização Autistas Brasil evidencia uma barreira persistente: apenas 0,8% dos adultos autistas com 25 anos ou mais estão no ensino superior, segundo os dados mais recentes do IBGE. O índice contrasta com os 18,4% da população geral e revela a exclusão estrutural que atinge esse público.
 

Ambientes educacionais pouco adaptados, professores sem formação sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), invisibilização de demandas sensoriais e preconceitos velados são algumas das barreiras apontadas por pessoas autistas e especialistas consultados pela entidade. Quase metade dos adultos com TEA não concluiu sequer o ensino fundamental.
 

Segundo a Autistas Brasil, o problema não é apenas o acesso: é a permanência. “O sistema educacional não foi desenhado para corpos e mentes neurodivergentes. Muitos de nós desistimos não porque não temos potencial, mas porque a estrutura não nos acolhe”, destaca Guilherme de Almeida, presidente da organização e pesquisador da Unicamp.
 

Para o estudante de Medicina Paulo H. O Buffa, de 35 anos, a trajetória no ensino superior foi marcada por barreiras desde o início. “Um dos principais obstáculos foi o diagnóstico tardio do autismo, o que afetou significativamente minha trajetória desde muito cedo. A educação básica já foi extremamente desafiadora, mas na graduação os desafios se intensificaram ainda mais”, relata. “Levei mais de um ano, por exemplo, para ter acesso à monitoria e ao tempo adicional nas provas, algo que deveria ter sido garantido desde o início. Essa demora e despreparo criaram barreiras quase intransponíveis para a minha permanência.”
 

A falta de preparo institucional e o preconceito também deixaram marcas profundas. “Existe um grande abismo entre o que é prometido nos editais e o que realmente acontece no cotidiano universitário. Em situações em que precisei de apoio ou tentei exercer meu direito de questionar, fui tratado com desdém e desrespeito”, lembra Paulo. “Certa vez, ao perguntar sobre um conteúdo que não compreendi, um professor respondeu simplesmente: ‘Porque Deus quis’. Em outro episódio, uma professora sugeriu que eu buscava por ‘privilégios’ ao tirar uma dúvida acadêmica durante a aula. Ambos os casos foram levados à reitoria, mas infelizmente, nenhuma providência foi tomada.”
 

A Autistas Brasil defende que o enfrentamento da exclusão educacional deve ser baseado em escuta ativa, adaptação real e formação de professores. Paulo reforça: “O que teria feito diferença seria, acima de tudo, coerência entre o discurso institucional e a prática diária. Que a universidade e seus profissionais realmente entendessem que inclusão não é um favor, e sim um direito garantido por lei.”
 

Para ele, a presença de pessoas autistas nas universidades é uma oportunidade de transformação. “Inclusão real exige ação, empatia, escuta ativa e compromisso com a equidade.”

Fonte https://diariopcd.com.br/apenas-08-dos-autistas-adultos-chegam-ao-ensino-superior/

Postado Pôr Antônio Brito 

Paulista Vanessa Cristina conquista o bronze na Maratona de Sidney

Pódio da Maratona de Sidney, com a atleta paulista Vanessa Cristina | Arquivo Pessoal

A paulista Vanessa Cristina de Souza, da classe T54 (cadeirantes) conquistou a medalha de bronze na Maratona de Sydney, na Austrália, neste domingo, 31. Este foi o primeiro pódio da atleta em uma das maratonas do Circuito Major, que reúne as principais provas da temporada.

A atleta completou o percurso, considerado um dos mais desafiadores do circuito, em 1h58min56.
A primeira colocação ficou com a norte-americana Susannah Scaroni (1h44min52) e a prata com a britânica Eden Rainbow-Cooper (1h53min41).

Vanessa já vinha de um pódio recente em 2025. Em junho, a atleta venceu a Maratona de Duluth, no estado de Minnesota, nos Estados Unidos. Ela foi submetida à amputação da perna esquerda abaixo do joelho aos 24 anos devido a um acidente de moto.

Patrocínio
As Loterias Caixa e a Caixa são as patrocinadoras oficiais do atletismo.

Time São Paulo
A atleta Vanessa Cristina integra o Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 154 atletas.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

Fonte https://cpb.org.br/noticias/paulista-vanessa-cristina-conquista-o-bronze-na-maratona-de-sidney/

Postado Pôr Antônio Brito 

Entidades de todo o Brasil assinam Nota Técnica em Defesa do BPC e fazem apelo no Congresso Nacional

solicitamos o empenho de Vossa Excelência, por meio das ações legislativas cabíveis, para garantir o direito das pessoas com deficiência aposentadas por incapacidade permanente, ou beneficiárias do BPC, assegurando o efetivo cumprimento da Lei 15.157/25 pelo INSS e demais órgãos do Governo Federal.

Documento será entregue no Congresso Nacional nos primeiros dias de setembro. Entidades fazem um forte apelo para que autoridades impeçam prejuízos para famílias que sobrevivem com o benefício assistencial

O Diário PcD e ANAPcD – Associação Nacional de Apoio às Pessoas com Deficiência também são signatários de Nota Técnica em Defesa do BPC que será entregue por representantes dos segmento no Congresso Nacional à partir desta segunda-feira, 1º.

O documento faz parte de nova campanha “no enfrentamento aos recentes e reiterados ataques aos direitos historicamente conquistados pelo movimento das pessoas com deficiência, resultado de uma longa jornada de diálogo e reconhecimento da
sociedade, no campo dos direitos humanos fundamentais, em especial ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), um direito constitucional assegurado pelo artigo 203, inciso V, da Constituição Federal de 1988″.

César Aschar, um dos coordenadores da campanha e do Movimento PcD e Raros- pelas redes sociais, agradeceu as “organizações que subscrevem, e em especial as que contribuíram na redação do documento, como canal Caco Siqueira, ABH, Inclusiva e FENAPESTALOZZI”.

Confira a íntegra do documento

 
Fonte https://diariopcd.com.br/entidades-de-todo-o-brasil-assinam-nota-tecnica-em-defesa-do-bpc-e-fazem-apelo-no-congresso-nacional/
 
Postado Pôr Antônio Brito 

Ex-ajudante de pedreiro, autista, aprovado em 4 faculdades de Medicina

Gabriel Passos, autista, ex-ajudante de pedreiro, é aprovado em 4 faculdades de Medicina após superar dificuldades. Cursa medicina na UFMG e transforma sua vida.

Ex-ajudante de pedreiro, autista, aprovado em 4 faculdades de Medicina

Gabriel Passos, de 40 anos, ex-ajudante de pedreiro e entregador de bicicleta, foi aprovado em 4 faculdades de Medicina após superar depressão e dificuldades financeiras.

Diagnosticado com autismo nível 1, ele viu o diagnóstico como uma chave para entender suas dificuldades.

Aprovado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2023, Gabriel está no 5º período de Medicina e vê sua vida se transformar.

Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=95540be9-915f-4585-86e5-1b16c61285df

Postado Pôr Antônio Brito