30/05/2025

Censo 2022 desapareceu com 30 milhões de pessoas com deficiência no Brasil. E ninguém contesta?

Texto crítico denuncia a redução de 30 milhões no número de pessoas com deficiência no Censo 2022 do IBGE e questiona a credibilidade e consequências desses dados.

Censo 2022 desapareceu com 30 milhões de pessoas com deficiência no Brasil. E ninguém contesta?

Que os brasileiros aceitam tudo calados, isso já é uma tradição. E sabendo disso é que nossos governantes abusam de todos nós. Mas algumas coisas são impossíveis de não se contestar, porém, estamos assistindo calados e aplaudindo os números apresentados pelo IBGE sem parar para raciocinar e interpretar o porquê do desaparecimento de mais de 30 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência de 2010 para 2022. Uma aberração que está sendo aceita pela população, inclusive a com deficiência, que é quem mais vai se prejudicar com esses novos números e ao que parece, ainda não se deu conta disso.

Os dados da amostra do Censo 2022 mostram que o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, o que corresponde a 7,3% das 198,3 milhões de pessoas com dois anos ou mais de idade na população. Se antes a projeção seria passarmos de 210 milhões de brasileiros, o Censo 2022 mostra que somos menos e que pouco a população cresceu de 2010 para 2022, ou seja, em 12 anos o Brasil praticamente estagnou seu crescimento populacional. Quem acredita nisso?

As informações foram publicadas no “Censo Demográfico 2022: Pessoas com Deficiência e Pessoas Diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista - Resultados preliminares da amostra”, divulgados no último dia 23 de maio pelo IBGE.

Aliás, esses números além de furados estão atrasados 3 anos pelo menos. Como em um país onde as eleições se definem em horas, pode levar 3 anos para compilar dados de um Censo, mesmo com tanta tecnologia disponível?

Pensem, analisem, sejam críticos... é só isso. Só pensar um pouco para ver que esses números são inaceitáveis.

Mas vamos aos números e vamos comparar antes de aceitar o que o IBGE e o governo federal quer impor a todos nós.

Se dados da ONU e da OMS atestam que cerca de 20% da população de países de terceiro mundo possuem algum tipo de deficiência, por que o Brasil seria diferente?

Para quem não sabe, o Brasil é sim um país considerado de terceiro mundo.

A quem interessa exterminar dos números oficiais mais de 30 milhões de pessoas com deficiência em 12 anos? Ou seja, de 2010 para 2022?

Em 2010, foram divulgados 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência pelo Censo, deste mesmo IBGE que agora diz que são 14,4 milhões. Os 45 milhões pareciam ser um número alto, mas estava dentro das estatísticas universais.

Se levarmos em conta o alto índice de diagnósticos e nascimentos de pessoas com autismo nos últimos 12 anos, por exemplo, os números por si só deveriam ter subido e ser maiores que os 45 milhões e não diminuído para 14,4 milhões.

Quem recebeu a pessoa do Censo em sua casa e respondeu as perguntas feitas por eles percebeu claramente a fragilidade dessa última pesquisa do Censo em todos os critérios, principalmente no que se referia a pessoas com deficiência.

É triste ver um país sendo enganado e as pessoas e a imprensa aplaudindo de pé números como esses do IBGE.

É só parar para pensar por 5 minutos. Quanto o governo destinaria de verbas e investimentos públicos para custear a saúde e educação de uma população com deficiência de mais de 45 milhões de brasileiros?

E agora, quanto será destinado para apenas 14,4 milhões? Bem menos, não é mesmo?

Se antes os investimentos públicos voltados ao segmento das pessoas com deficiência eram irrisórios e deixavam a desejar, tendo como base os 45 milhões de cidadãos, imaginem agora, com os números oficiais não chegando nem a 1/3 disso?

Estão querendo justificar a incompetência e o desinteresse público nas pessoas com deficiência, através da divulgação de números fantasiosos pelo IBGE e o pior de tudo isso é ver as lideranças, as pessoas com deficiência, a população e a imprensa em geral aplaudirem tudo isso como se fosse bom, maravilhoso, só porque são 'números oficiais'.

O papel aceita tudo! O mundo real é bem diferente no Brasil.

Pessoal, é só analisarmos os números desmembrados dessa pesquisa apresentada. Como que, com um questionário tão superficial como o feito pelo Censo 2022 – principalmente, repito, no que tange às informações sobre moradores com deficiência nos lares – pode agora vir com tantas informações desmembradas, até do percentual de banheiros que as PcD têm acesso e por região?

Daqui a pouco os brasileiros vão começar a acreditar de verdade em coelhinho da Páscoa, Papai Noel, Mula sem Cabeça e Saci Pererê. Só não vê quem não quer que esses dados foram montados e demoraram 3 anos para serem apresentados por isso. Porque na verdade não tinham o que mostrar e tiveram que 'criar' números dentro do que era interessante para o governo destinar investimentos públicos para as pessoas com deficiência.

Até agora não se sabe se os números de pessoas diagnosticadas com autismo estão englobadas nesses 14,4 milhões ou se serão somadas a esse total. É uma vergonha!

Vejam alguns destaques do Censo 2022 divulgados:

· Em 2022, entre as 198,3 milhões de pessoas com dois anos ou mais de idade no país, 14,4 milhões (ou 7,3%) eram pessoas com deficiência. O número de mulheres com deficiência (8,3 milhões) superava o de homens nessa condição (6,1 milhões).

· Enquanto apenas 2,2% da população de 2 a 14 anos tinham algum tipo de deficiência, na faixa dos 15 aos 59 anos esse percentual sobe para 5,4% e chega a 27,5% entre as pessoas com 70 anos ou mais.

· Entre as 14,4 milhões de pessoas com deficiência no país, 7,9 milhões tinham dificuldade de enxergar. Em seguida, vinha a dificuldade para andar ou subir degraus (5,2 milhões de pessoas), para pegar pequenos objetos ou abrir e fechar tampas (2,7 milhões) e para ouvir (2,6 milhões).

· No Brasil 2,0% da população de 2 anos ou mais tinham duas ou mais dificuldades funcionais.

· Em 16,0% dos domicílios recenseados, havia pelo menos um morador com deficiência. O Nordeste apresentou o maior percentual (19,5%), seguido por Norte (17,8%), Sudeste (14,7%), Centro-Oeste (14,3%) e Sul (14,1%).

· Em 2022, entre as pessoas de 15 anos ou mais de idade com deficiência, 2,9 milhões eram analfabetas. Isso corresponde a uma taxa de analfabetismo de 21,3%, ou quatro vezes a taxa de analfabetismo das pessoas sem deficiência (5,2%).

· No Brasil, 63,1% das pessoas de 25 anos ou mais com deficiência não tinham instrução ou não haviam completado o ensino fundamental. Entre as pessoas sem deficiência, essa proporção era quase a metade (32,3%).

· Em 2022, apenas 7,4% das pessoas com deficiência haviam concluído o ensino superior, contra 19,5% das pessoas sem deficiência.

Analise friamente os dados do IBGE. Pensem, confrontem com a realidade vivida e tire suas próprias conclusões.

Saiba mais no link:
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/43463-censo-2022-brasil-tem-14-4-milhoes-de-pessoas-com-deficiencia

Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=12eaca73-3c77-48a4-ad82-f62da77306fb

Postado Pôr Antônio Brito 

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