18/07/2021

Inspirada pela filha, paranaense cria Associação que faz próteses gratuitas para pessoas que não têm mãos

Uma mãe de São João do Ivaí, no norte do Paraná, criou uma associação que faz próteses gratuitas para pessoas que não têm as mãos. Foi pensando em ajudar a filha, a pequena Dara, que nasceu sem uma das mãos, que Geane Poteriko construiu uma rede de pesquisadores e voluntários que contribui para melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas.

A denominação da Associação Dar a Mão faz simultaneamente referência ao nome de Dara e ao verbo “dar”, remetendo à ação e “dar a mão”, oferecer ajuda e solidariedade para crianças que nasceram com condições físicas semelhantes às de Dara.

Assine nossa Newsletter

NEWLETTER

A menina nasceu com agenesia de mão devido a uma condição rara chamada Síndrome da Brida Amniótica. Segundo pesquisas, esta síndrome afeta 1 a cada 1200 mil crianças nascidas em todo o mundo. No Brasil, na maioria dos casos não são detectados durante a gestação. No caso de Dara, a agenesia de mão só foi descoberta após seu nascimento, apesar do acompanhamento adequado da mãe durante todo o período Pré Natal.

As doações de próteses são resultado da batalha incansável da mãe. Desde que a filha nasceu, Geane passou a buscar respostas.

A partir do diagnóstico ela foi em busca de soluções, e viu que era possível fazer próteses usando uma impressora 3D.

A pequena Dara ganhou a dela há poucos meses, porque precisava completar 4 anos. Ao ver os progressos da filha, a mãe já se sente realizada. “A gente sabe até onde vai o amor de uma mãe pelo seu filho. É esse amor que motiva o nosso trabalho”, explica.

Antes mesmo da filha, Geane passou a ajudar outras pessoas, ao montar a Associação “Dar a mão”, que fornece próteses de graça para adultos e crianças de todo o país.

Tudo é coordenado por uma equipe de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Curitiba, que desenvolve próteses de baixo custo, para garantir a inclusão social.

“Uma criança com uma prótese que a gente desenvolve, ela consegue andar de bicicleta, tocar violão”, afirma o coordenador de Engenharia de Produção e Sistemas PUC, Osires Canciglieri.

Para a pesquisadora Lúcia Miyake, se cada um doar um pouquinho da sua habilidade, é possível melhorar a situação de várias pessoas. “Talvez, diminuir a limitação dela, e dar melhor qualidade de vida”, pontua.

E tem muita gente se doando, todos voluntários. O grupo que atua em São João do Ivaí é só uma pequena parte da rede de solidariedade que se formou no país, para ajudar as pessoas que precisam de uma prótese.

Atualmente, são mais de 100 voluntários espalhados pelo Brasil. Médicos, engenheiros, enfermeiros, fisioterapeutas, donas de casa. Cada um fazendo uma pequena parte: lixando, montando, até chegar na prótese em si. Como a usada pela Dara.

“A maioria da ajuda que nós recebemos, é com o serviço. Então, essas pessoas se dispõem a doar parte do seu tempo para poder nos atender. Nós temos um banco de dados, onde nós conectamos as pessoas que precisam do atendimento aos profissionais que estão dispostos a atender”, explica Geane.

Foi assim que o voluntário Rodrigo Pirozzi chegou até a estilista Talita Caroline Bento, que queria uma prótese. Os dois moram em Maringá, e não se conheciam.

“Eu mandei um e-mail geral para a associação e eles me responderam falando que tinham um associado que era próximo da minha casa. Em seguida, o processo foi super rápido”, conta a estilista.

A impressora que Rodrigo usa é resultado de uma vaquinha que fez entre amigos. Ele trabalha em casa, nas horas vagas. Para fazer uma prótese, são necessárias 30 horas.

“A satisfação de ver a pessoa ali… o primeiro sorriso que ela dá a hora que coloca o dispositivo na mão, é gratificante demais”, diz o voluntário.

Para Talita, o Rodrigo deu a ela o melhor que podia dar: o tempo. “É um gesto muito bonito dele e de todos que se dedicam. Não tem como agradecer”, declarou Talita.

Assista o Vídeo:

Publicado por Associação Dar a Mão

Fila de espera

Atualmente, cerca de 100 pessoas aguardam uma prótese de mão. O estudante Osni Ferreira é uma delas.

“Acredito que dentro de dois meses [receberá a prótese], devido ao dedo que eu tenho na mão, vai ser feita uma modelagem exclusiva”, comemora.

Osni se viu tão acolhido, que também passou a ajudar a associação. “Eu costumo dizer que aqui é a minha segunda família, não tem explicação, assim, para dizer o apoio, o carinho, o respeito que eu tenho de todos da associação”, afirma.

Quem quiser ajudar ou tirar dúvidas sobre as próteses, pode entrar em contato pela página do Facebook da Associação “Dar a Mão”.

associacaodaramao@gmail.com

http://daramao.org/

(43) 99846-9220

Fonte  https://revistareacao.com.br/inspirada-pela-filha-paranaense-cria-associacao-que-faz-proteses-gratuitas-para-pessoas-que-nao-tem-maos/

Postado por Antônio Brito

Nenhum comentário:

Postar um comentário