Família também conseguiu que estudante com deficiência intelectual tenha um plano de aulas individual e direcionado
Inclusão: aluno com deficiência intelectual consegue na Justiça direito a ter um professor de apoio
A Justiça de São Paulo determinou que um colégio particular do Capão Redondo, zona sul de São Paulo, disponibilize um profissional de apoio qualificado à inclusão e um plano individual de aulas para um estudante com deficiência intelectual. A decisão abre caminho para outras famílias que buscam apoio para crianças especiais.
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Para Sandra, a decisão da juíza Adriana Marilda Negrão, da 8º Vara Cível de São Paulo, "cumpre a lei, que garante educação para todos, sem deixar ninguém para trás." Um decreto assinado em 30 de setembro de 2020 garante a educação inclusiva preferencialmente nas escolas regulares. "Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida, por meio da qual a União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, implementará programas e ações com vistas à garantia dos direitos à educação e ao atendimento educacional especializado aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação."
No texto, a juíza cita também a Lei 13.146/2015 — Lei Brasileira de Inclusão (LBI), também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência, que reafirmou a autonomia e a capacidade desses cidadãos para exercerem atos da vida civil em condições de igualdade com as demais pessoas.
"Foram dois ano de muita discussão com a escola, muito choro e humilhação, ouvi muitas vezes que deveria tirar meu sobrinho dali, foi uma relação de tensão e descaso", desabafa Sandra. "Não queremos nenhum tipo de indenização, apenas o cumprimento da lei e garantir que outras famílias conheçam e tenham acesso aos seus direitos."
Autismo, visibilidade e aceitação
A irmã de Sandra, mãe do menino I.O.S, tem deficiência intelectual e por essa razão Sandra tem a guarda compartilhada do sobrinho. "Fizemos todos os exames quando ele nasceu, mas os médicos disseram que ele estava bem apesar de ter demorado um pouco mais para falar, andar e sofrer com convulsões até os 5 anos", explica Sandra. Mas foi realmente na fase de alfabetização que ficou clara a dificuldade do garoto em acompanhar as aulas.
No segundo ano, a escola disponibilizou uma professora com especialização em educação inclusiva. "Ela elaborou um plano de atividades específico com material próprio e o desenvolvimento dele deu um salto, essa professora também nos orientou a procurar tratamento específico."
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Foram inúmeras as situações relatadas pela família de tensão com a escola. "Ele engoliu uma moeda na hora do lanche na parte da manhã, mas só fomos avisados à tarde e no dia seguinte tinha um e-mail urgente dizendo que ele esqueceu de levar uma cola bastão, isso depois de termos ficado até de noite no hospital, nada que um bilhete na agenda não resolvesse."
"Na quinta vez que mandaram mudar meu sobrinho de escola eu respondi: 'não vamos mudar, vocês vão aprender a respeitar os direitos dele como manda a lei porque se Zumbi dos Palmares tivesse escolhido trocar de senzala em vez de lutar, eu seria escrava", conta. "Marcamos reuniões com a escola, mas sem sucesso, eles estavam irredutíveis com relação à inclusão, então decidimos entrar com uma ação para que cumprissem o que diz a lei", conclui.
O processo segue em segredo de justiça. A pedido da família o nome da criança e da escola foi omitido no texto.
Fonte. https://noticias.r7.com/educacao/justica-obriga-escola-a-contratar-professor-de-apoio-a-inclusao-07072021
Postado por Antônio Brito
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