O dia 21 de março foi escolhido como um marco na luta por visibilidade e respeito às pessoas com síndrome de down. Neste domingo, para celebrar o Dia Internacional da Síndrome de Down, o Esporte Espetacular fala sobre os benefícios do esporte na vida de meninos que cresceram apaixonados por futebol. A seleção brasileira de futsal down foi criada em 2015 e, em apenas quatro anos, conquistou o título de campeã mundial. A meta é o bicampeonato, eles já têm um incentivo de peso.
– Olha, eu já sou orgulhoso de ser brasileiro, mais orgulhoso ainda de saber que temos um time campeão igual ao de vocês, que representa o nosso país lá fora. Vocês estão de parabéns, estou muito orgulhoso de vocês. Obrigadão! – disse o capitão do penta, Cafu.
A modalidade é vinculada à Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais. O próximo sonho é fazer parte do programa dos Jogos Paralímpicos. O maior evento do paradesporto conta apenas com algumas provas para deficientes intelectuais na natação e atletismo.
– Seria mais uma vitória e um grande sonho ter a modalidade inserida nas Paralimpíadas – afirmou Cleiton Monteiro, técnico e grande incentivador do esporte.
Final contra Argentina
A final do Mundial de 2019 foi contra a Argentina, vitória por 7 a 5 com cinco gols do artilheiro da competição: Renato Gregório. Foi a última vez que a equipe participou de uma competição de nível internacional, alguns meses antes de a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar o estado de pandemia.
– Eu passei mal de nervoso, porque eu nunca tinha imaginado chegar a uma final contra a Argentina, né? – revelou Renato, que marcou 21 gols na competição.
Isolados por conta do crescimento da curva de contágio do novo coronavírus, os jogadores da seleção estão treinando em casa. Os portadores da síndrome de down fazem parte do grupo de risco, eles são mais propensos a contrair infecções e têm outros problemas médicos que podem trazer maior risco de agravamento do quadro.
Em um encontro especial, com cada um na sua casa, os atletas também tiveram a oportunidade de ouvir conselhos do cestinha Oscar Schmidt.
– Que eles ganhem o segundo, terceiro Mundial e por daí para frente – desejou o “Mão Santa” do basquete brasileiro.
O futsal down começou a ser praticado no país somente em 2011. Em comparação com a modalidade convencional, são feitas apenas algumas adaptações: o tempo de reposição de bola sobe de quatro para seis segundos, o cronômetro não para quando a bola vai fora e a duração é de 40 minutos corridos (dois tempos de 20 minutos) com intervalo de 15 minutos.
Cleiton Monteiro comemorou o crescimento da modalidade na última década. Um dos grandes desafios é driblar os preconceitos e estereótipos. Com a pandemia controlada, a meta é viajar para competir no mundial do Peru em 2022.
– Eles evoluíram como pessoas. Eles entenderam o que é o certo e o que é errado, a hora de ter o respeito, a hora de ter disciplina e a autoestima. Porque aí melhora no trabalho, melhora na escola, melhora no convívio, eles se sentem importantes – disse Cleiton Monteiro.
A ansiedade por novas competições é grande, mas, enquanto a prática de modalidades coletivas não é liberada, as lembranças de 2019 e o anúncio de um novo patrocinador são combustíveis para continuar treinando.
– Esse patrocínio vai viabilizar fazer algumas viagens, amistosos e participar da própria competição, que ano que vem nós temos um mundial aí – comemorou o técnico.
Fonte: https://globoesporte.globo.com/programas/esporte-espetacular/noticia/selecao-futsal-down.ghtml
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