26/11/2019

ONG Escola de Gente lança aplicativo que reúne passeios acessíveis a todo tipo de público


Claudia Werneck. Jornalista e escritora fundou a ONG Escola de Gente, em 2002
Foto: Ana Branco /
Ana Branco
Claudia Werneck. Jornalista e escritora fundou a ONG Escola de Gente, em 2002 Foto: Ana Branco / Ana Branco

Programa da instituição traz sugestões que oferecem recursos como rampa e intérprete de Libras

RIO - Em palestras, entrevistas ou artigos, a jornalista e escritora Claudia Werneck planeja bem cada palavra que usa para falar sobre seu projeto à frente da ONG Escola de Gente , sediada na Barra , e do recém-lançado aplicativo Vem CA – Cultura Acessível. Recorre frequentemente à expressão direitos culturais , para afirmar o propósito do projeto e lembrar que o acesso à cultura deve ser garantido a todos.

— Os direitos culturais acabam sendo vistos como direitos complementares. E a sociedade deixa só para os artistas essa responsabilidade. O Ministério da Cultura, por exemplo, é o que mais dança. Vai para lá, vem para cá, vira secretaria — lamenta a ativista, que não se permite dizer inclusão social. — A inclusão precisa ser humana.

Desenvolvido há um ano, o Vem CA serve para as pessoas encontrarem atividades compatíveis com suas limitações. Há 12 modalidades de acessibilidade contempladas, desde relação de locais com rampa ou gratuidade a intérprete de Libras e visita tátil.

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Filha de Claudia, a atriz e apresentadora Tatá Werneck foi responsável por levar atividades culturais para a ONG, ao fundar o grupo de teatro acessível Os Inclusos e os Sisos.

— Assim que foi estudar Artes Cênicas na UniRio , em 2003, a Tatá já teve a ideia do grupo e mobilizou os colegas. Meus filhos cresceram neste ambiente — orgulha-se a jornalista, que há 17 anos conduz os trabalhos na ONG, com sede na Avenida Evandro Lins e Silva, próximo à sua casa.


Intérprete de Libras em um dos espetáculos do grupo de teatro “Os Inclusos e os Sisos”
Foto: Divugação
Intérprete de Libras em um dos espetáculos do grupo de teatro “Os Inclusos e os Sisos” Foto: Divugação

Os avanços tecnológicos e a popularização dos smartphones resultaram em outro conceito usado pela autora de 14 livros sobre o tema: hiperconexão inclusiva, quando a tecnologia de ponta é usada para que direitos sejam garantidos.

Lançado no fim de setembro, o aplicativo até agora foi baixado por quase duas mil pessoas e teve cerca de 200 atividades cadastradas. O caminho, no entanto, ainda é longo. Para divulgar o projeto, Claudia vai contar com uma campanha de veiculação gratuita na TV Globo, a partir de3 de dezembro, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, além de promover oficinas, pela Escola de Gente, com os produtores culturais e fazer divulgação digital.

— Precisamos que os produtores culturais cadastrem as atividades. Não conseguimos fazer isso na ONG, não temos equipe. Um restaurante que tenha um banheiro com acessibilidade já pode se cadastrar — exemplifica Claudia, garantindo que o programa continuará a ser atualizado. — O próximo passo será abrir um espaço para os profissionais que trabalham com acessibilidade.

FONTE https://oglobo.globo.com

POSTADO POR ANTONIO BRITO

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