Você sabia que as despesas necessárias de uma pessoa com deficiência podem influenciar no valor da pensão alimentícia?
O filho ou filha com deficiência pode ter gastos extras que devem ser considerados no momento da fixação da pensão alimentícia ou posteriormente no caso de uma revisão do valor fixado.
Juridicamente a pensão alimentícia pode ser definida como o conjunto das prestações necessárias para a vida digna de uma pessoa, ou seja, o foco deve ser a garantia de tudo aquilo que o alimentando precisa para viver com o mínimo de dignidade.
Contudo, para se chegar ao valor razoável e adequado para cada caso, dois fatores devem sempre ser considerados para fins de pensão alimentícia: a possibilidade de pagar do alimentante e as necessidades daquele que tem o direito de receber a pensão.
Então, tomando por exemplo um filho menor de idade que tem direito a pensão alimentícia, além das despesas comuns (como água, luz, telefone, aluguel, supermercado, educação, transporte, vestuário entre outras), também devem ser levadas em consideração pelo Poder Judiciário as despesas específicas em razão da deficiência.
Logo, na hora de fixar o valor da pensão alimentícia, também deverão ser consideradas as despesas que decorram de uma eventual deficiência, sejam elas quais forem, como medicamentos, materiais cirúrgicos, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, plano de saúde adequado, entre outros tratamentos complementares de habilitação ou reabilitação.
Na hipótese de se tratar de uma deficiência incidental, ou seja, aquela que acontece ao longo da vida, ou nos casos em que o diagnóstico venha a ser confirmado depois que o valor da pensão alimentícia já tenha sido fixado, essas eventuais novas despesas, certamente vão alterar o fator “necessidade”, podendo fundamentar um pedido de revisão dos alimentos para aumentar o valor que se tornou insuficiente para cobrir os gastos do alimentando.
Caso o pai ou mãe, não tenha condições de arcar com a pensão alimentícia, a obrigação de pagar ainda pode recair sobre os parentes em grau imediato, como os avós ou até mesmo os irmãos do alimentante.
Vale lembrar ainda que, o direito de pensão alimentícia dos filhos, em regra, cessa aos 18 anos de idade, podendo durar até os 24 anos caso o alimentando esteja matriculado em curso superior, sem condições para manter os estudos.
Mas em se tratando de filho com deficiência, a pensão pode durar por tempo indeterminado, mesmo após a maioridade, de modo que o direito a pensão alimentícia continuará existindo enquanto o alimentando for depende financeiramente de seus responsáveis.
Uma boa dica é sempre guardar notas fiscais, recibos e comprovantes de todos os gastos e despesas da pessoa com deficiência, pois isso pode fazer toda a diferença para se chegar ao valor justo da pensão alimentícia. Veja mais conteúdos sobre Direitos das Pessoas com Deficiência no Blog do Helton & Deus Advogados Acompanhe o Thiago Helton Advogado pelas redes sociais e outras plataformas
Uma sociedade bem informada sobre os seus direitos será sempre uma sociedade mais forte! Entre no nosso Canal no Telegram e receba semanalmente mais conteúdos como esse! Fonte https://thiagohelton.jusbrasil.com.br/artigos/808759731/despesas-dos-filhos-com-deficiencia-podem-aumentar-o-valor-da-pensao-alimenticia?utm_campaign=newsletter-daily_20200213_9624&utm_medium=email&utm_source=newsletter Postado por Antônio Brito
Um grupo de estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Tulane, nos EUA, viralizou nas redes sociais com uma foto poderosa em uma antiga fazenda de escravos em Louisiana. A imagem, segundo eles, ilustra a "resiliência ancestral".
A ideia da foto na frente partiu de Russell Ledet, que reuniu os colegas para o clique em que todos eles aparecem usando jalecos brancos. Atualmente, o local hospeda um museu.
"Somos os sonhos mais ferozes dos nossos antepassados", escreveu a estudante Sydney Labat. "Como médicos em treinamento, estávamos nos degraus do que antes era o local de escravos para nossos ancestrais. Essa foi uma experiência tão poderosa e me levou às lágrimas. Para os negros que seguem uma carreira na medicina, continuem. Para toda a nossa comunidade, continuem se esforçando. A resiliência está no nosso DNA".
"Minha filha de 8 anos disse: 'Pai, significa muito ser um médico negro na América. Se você pensa sobre onde começamos ... chegamos longe '', explica ele. "Eu estava tipo 'Você está certa, acho que mais de nós devemos ver isso", disse ele à People.
Dessa forma, Russell propôs a ideia aos colegas, destacando como a imagem poderosa ilustraria "a conexão entre o passado e o presente da América", além de promover a união entre os alunos, enquanto eles seguiam uma carreira que, segundo ele, carece de diversidade.
"Para nós, a luta na faculdade de medicina é real", disse. "Todos nós seremos médicos, mas, além disso, todos nós seremos médicos negros.
Através do programa “Caminho da Escola”, o ministro da Educação (MEC), Abraham Weintraub entregou nesta segunda-feira (17), 120 ônibus adaptados para deficientes a 115 municípios da zona rural de São Paulo (SP).
Os veículos têm capacidade de transportar 44 passageiros em cada viagem e estrutura adaptada para atender a alunos com deficiência e mobilidade reduzida. O valor da frota totaliza R$ 27 milhões.
Carros 4×4, bicicletas, barcos e R$ 700mi/ano para manutenção também estão no programa.
A promessa do ministério é de entregar 6,2 mil ônibus a gestores municipais e estaduais ainda este ano. A pasta também pretende distribuir 7 mil bicicletas a estudantes com 9 anos de idade ou mais.
O famoso jurado do Masterchef Henrique Fogaça publicou uma foto emocionante em sua conta no Instagram
O famoso jurado do ‘Masterchef’ Henrique Fogaça postou, nesta segunda feira (10), uma foto emocionante em sua conta no Instagram. Sua filha, a pequena Olívia Corvo Fogaça, que tem um tipo epilepsia raro e hipotonia (doença que diminui o tônus muscular), ficou pela primeira vez em pé sozinha.
Olívia, que está em tratamento com canabidiol, apresentou diversos avanços após o uso da substância à base de Cannabis. Na postagem, Fogaça declarou: “Minha linda filha Olívia me enche de orgulho e esperança. O papai te ama mais que tudo na vida. Você é o maior exemplo de superação. Te amo, minha eterna bonequinha”. Morgan Freeman, Whoopi Goldberg e Henrique Fogaça: veja os famosos a favor da Cannabis medicinal
No dia 4 de fevereiro, Fogaça também publicou em sua conta no Instagram um vídeo de sua filha ouvindo música. Nele, o famoso jurao conta que a filha estava em tratamento com canabidiol, dieta cetogênica e um tratamento alternativo de física quântica, que ajuda a estimular neurônios “adormecidos”. Na publicação, o chef deixa claro seu amor por Olívia: “Sou pai babão mesmo”.
Veja mais histórias como essa aqui.
O ano de 2019 nos fez refletir sobre uma questão por muito tempo ignorada: a inclusão de pessoas com deficiência no mundo dos esportes. Quando o repórter da TV Globo, Marco Aurélio Souza, flagrou Silvia Grecco “narrando” os jogos do Palmeiras ao seu filho, Nikollas, deficiente visual e autista, nas arquibancadas do Allianz Parque, abriu-se uma porta para que as pessoas com necessidades especiais fossem enxergadas e, mais do que isso, abraçadas pelo esporte.
Fundador do Projeto Serendipidade, ONG que trabalha a inclusão de pessoas com Síndrome de Down e autismo, Henri Zylberstajn comemora que o assunto tenha ganhado espaço na mídia e destaca que o ano passado foi importantíssimo para a causa. Ouça a participação de Henri Zylberstajn no podcast do Portal Terceiro Tempo
“Não é que estamos preparados para a deficiência intelectual, longe disso, mas as portas começam a ser abertas. E os bons exemplos aparecem”, afirmou Henri, pai do Pedro, que nasceu com Síndrome de Down e incentivou o pai a criar a ONG.
“Acho que passou da hora da sociedade ter um olhar diferenciado com pessoas que tem necessidades diferenciadas. Elas passaram muitos anos invisíveis. E não estamos falando de um grupo pequeno. No senso de 2010, do IBGE, quase 25% da população se declarou com algum tipo de deficiência”, afirmou. “Em todos os campos da inclusão e da diversidade, ainda que a gente tenha muita coisa para fazer, é inegável que temos avanços”, completou Henri que destacou o exemplo de Silvia Grecco e seu filho Nikollas como um marco na divulgação da causa.
“Tem a história maravilhosa do Nikollas Grecco e da Silvinha, mãe dele. Ganharam o prêmio da Fifa de melhor torcedor, ela discursou pro mundo inteiro, foi maravilhoso. E até o Marco Aurélio, repórter, descobri-la, ela passou cinco ou seis anos fazendo isso duas vezes por mês e ninguém viu. Por um lado mostra o quanto pessoas com deficiência passam muitas vezes despercebidas, são invisíveis. E a gente começa a perceber que elas não são tão invisíveis assim”, afirmou.
Se projetando nas arquibancadas assistindo ao seu time do coração, o Corinthians, ao lado de seus filhos, inclusive do pequeno Pedro, Henri Zylberstajn destaca o esporte como uma ferramenta eficiente de inclusão.
“Todos nós temos nossas individualidades, umas mais aparentes que as outras. O que a gente costuma dizer é que é cool ser diferente. A beleza do mundo, da mente humana, está justamente nas individualidades. Acho que o esporte é uma baita ferramenta pra gente trabalhar a inclusão porque ele atua em todos os campos, pra todas as idades, pra gente de qualquer natureza, credo e origem social, financeira, e gera os benefícios de saúde e sociais”, destacou.
“O mundo ideal é que a gente não tenha mais que falar em inclusão e pensar só em convívio. Quando você fala em convívio, você está aceitando que as pessoas são diferentes, e é assim que o mundo é feito. E que por isso você tem que adaptar espaços, atividades, ocasiões, linguagens e tudo mais. Quando isso acontecer de maneira geral, vai acontecer também no esporte. Acho que estamos numa fase privilegiada da inclusão, a aceitação é maior, a informação é maior. Esse é o cenário ideal e a hora que isso acontecer, o esporte vai participar, vamos ter atletas e modalidades misturadas, vamos ter nas arquibancadas muito mais gente com e sem deficiência. Hoje tem muita família com pessoas com necessidades diferenciadas que acaba não indo aos estádios por dificuldade de acesso, por falta de locais adaptados pra quem tem sensibilidade a poluição sonora ou poluição visual, não vai ser do dia pra noite, mas a gente começa a caminhar pra que um dia isso aconteça”, comentou Henri. A prática esportiva como modo de inclusão
Comandado por Henri Zylberstajn, o Projeto Serendipidade desenvolveu um programa que utiliza a prática esportiva como ferramenta de desenvolvimento e a inclusão de crianças com deficiência intelectual. Desenvolvida pela fisioterapeuta responsável Tanise Maciel e pelo educador físico Rodrigo Gorgen, a iniciação esportiva mantém as crianças com Síndrome e Down ativas e as prepara para seguir com a prática de esportes no futuro.
“Crianças com Síndrome de Down nascem todas hipotônicas, com musculatura mais frágil e frouxidão ligamentar. Por esse motivo, precisam desde cedo fazer estimulação de habilitação, de fisioterapia para aprender a postura, aprender a andar. Quando aprendem a andar, elas não fazem esporte logo que terminam a fisioterapia por falta de cultura e falta de modalidade adaptada”, disse Henri.
“Na prática, elas não fazem esporte, ficam em casa e engordando, porque a Síndrome de Down é caracterizada por um terceiro cromossomo 21, ao invés de uma dupla, e esse excesso genético provoca nas crianças uma aptidão para ganhar peso. Então um menino com 8, 9 ou 10 anos, com Síndrome de Down, normalmente está acima do peso, o pediatra fala para ele fazer esporte. A mãe pega ele na mão, atravessa a rua e leva na escolinha de futebol do bairro. Quando chega lá, encontra 40 crianças da mesma idade sem deficiência, jogando, driblando e fazendo gols. É difícil que uma criança com essa mesma idade que não tenha se exercitado e que não tenha vivido em comunidade com crianças típicas consiga se incluir. Pelo contrário, vai ter exclusão, vai ter bullying”, explicou.
“A ideia do projeto de iniciação esportiva é que não haja mais esse hiato entre a alta da fisioterapia e o início do esporte. Esse programa trabalha de forma adaptada o corpinho das crianças. Tanto no aspecto físico, quanto a parte social que o esporte oferece para todo mundo”, completou.
A iniciação esportiva do Projeto Serendipidade funciona de forma gratuita e está em processo de expansão. Henri Zylberstajn explique o objetivo é atingir o maior número possível de crianças e incentivá-las a seguir no esporte.
“Ele é um programa para crianças carentes. Temos hoje 10 crianças que vieram de um convênio estabelecido com a Apae São Paulo, e duas vezes por semana, durante 50 minutos, são atendidas por educadores físicos. Funciona numa metodologia de circuito, como se fosse um ´funcional´ kids”, explicou.
“A ideia, com a evolução do programa, é oferecer para as crianças, não só que elas se desenvolvam, mas que se familiarizem e tomem gosto pra lá na frente poder escolher o esporte”, completou.
Para conhecer melhor o Serendipidade, seus programas próprios, além de outros projetos apoiados pela ONG, acesse http://pepozylber.com.br/ Ouça a participação de Henri Zylberstajn no podcast do Portal Terceiro Tempo
Em 2015, a jovem universitária caraubense, Samara Elânia da Costa, do Curso de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), decidiu mudar radicalmente o seu destino. Fincou o pé que queria se graduar em Fisioterapia para amenizar a dor de um amigo.
Samara vive com os pais na Vila Maisa, onde vieram morar há alguns anos. O pai, José Maria da Costa, trabalha fazendo copas de árvores e limpando quintais de casas. A mãe, Maria Nubia da Costa, ficou impossibilitada de trabalhar na lida rural após um acidente de carroça.
O motivo da decisão de abandonar o curso de História na UERN e ingressar no curso de Fisioterapia na UNP foi o fato de ter conhecido, o jovem Deocléciano Ferreira, tetraplégico, prostrado numa cama de enfermaria do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM).
“Eu entendi naquele momento a importância da fisioterapia, para reduzir o sofrimento de quem está nestas condições, fazendo tratamento de saúde. A fisioterapia ameniza a dor, contribui com o fortalecimento dos músculos, mantém o corpo ativo”, explica.
Aos 19 anos, Samara fez a prova do ENEM, conseguiu uma ótima nota, que lhe garantiu bolsa de 100% para o Curso de Fisioterapia na UNP, onde se matriculou no horário da manhã. Seus pais, porém, não tinham transporte e nem como custear para ela ir e vir.
Vinha da Maisa para Mossoró de carona, no horário da manhã (a rainha das caronas) e ficava à tarde na UNP para só voltar para casa no ônibus dos estudantes por volta de meia noite. Resolveu aproveitar o horário da tarde para fazer um Técnico de Enfermagem, na própria UNP.
A irmã, Sandra Costa (anjo da guarda), que também era garçonete juntamente com seu namorado Rhobinho, é quem narra melhor a luta diária de Samara.
“Agora sim! Dra Samara Elânia
Nossa ‘rainha das caronas’, era dessa forma que vc conseguia chegar à Universidade. E os bancos dela que muitas vezes te serviu de cama pois não tinha como voltar para casa quando a aula acabava. E as pipocas que em muitos dias eram seu almoço e janta. E na fase mais difícil (doente, tumor ósseo, braço imobilizado) que com lágrimas nos olhos precisava ir para faculdade para não correr o risco de perder a sua bolsa INTEGRAL.
Nossa, foram tantos momentos difíceis, se fosse listar todos eles não dariam conta. Muitos não fazem idéia de tudo que você passou para chegar até aqui. Porém Deus sempre esteve cuidando de tudo, sempre enxugou suas lágrimas e deu forças para lutar, e além disso te deu a missão de ser a pessoa mais simples e divertida da turma. Como perceber tantos sacrifícios em meio a tantos sorrisos que você consegue arrancar?
Sabe que sempre estive e estarei ao seu lado, pois enquanto vida eu tiver você nunca estará sozinha.
Enfim, me faltam palavras para descrever tudo que esse momento pede, só sei que és merecedora de cada conquista.
O sonho é nosso e a vitória também!
Parabéns Guerreira!
Te Amo Muito
O Sonho Continua...”
Quando concluiu o Curso de Técnica de Enfermagem, fez concurso para a Secretaria Estadual de Saúde (SESAP) e passou a trabalhar no HRTM.
“Sempre gostei muito de trabalhar na área de saúde, ajudando as pessoas”, revela Samara Elânia. Mas o foco é fisioterapia.
Neste sábado, dia 15, Samara Elânia teve sua festa de formatura em Fisioterapia no Garbos, mesmo local onde por muitas noites trabalhou como garçonete, para ajudar nas despesas do dia a dia. Inclusive, ela fez uma belíssima homenagem aos seus companheiros garçons.
"Gostaria de chamar a atenção de todos que estão aqui nessa noite, em especial aos garçons, essa classe tão importante e que sem eles essa festa não seria possível. Pena que muitas vezes passa despercebida, a todos os garçons, o meu muito Obrigada!.
Há quase 5 anos atrás eu também fazia parte dessa equipe. E a cada baile de formatura era um turbilhão de sentimentos.
Nesse momento eu fazia questão de ficar pertinho da escada, vibrando e me emocionando com cada descida.
Sempre sonhei com o meu dia. Com esse dia! E hoje é a grande realização do meu sonho.
Então é isso, se vocês têm um sonho não desista, lute e trabalhe por ele, pois Deus cuida de cada detalhe."
A Vitória não é só minha, é nossa!
O Sonho Continua.”
Durante esta trajetória de sofrimento e provações, Samara Elânia teve outra perda. O amigo Deoclésio Ferreira, o qual pretendia ajudar a amenizar as dores após se formar em Fisioterapia, não resistiu. Mas ela não desistiu. Outros precisam de ajuda.
Qual é o sentimento que surge dentro de você quando fica sabendo que crianças indefesas passaram por situações tristes de violência sexual?
Você saberia identificar que uma criança está sofrendo violência sexual?
Imagine o quanto essas crianças estão marcadas por essa injustiça.
Existem sinais simples que podem identificar que uma criança está sofrendo essa atrocidade.
Abuso sexual infantil e desenhos, o que eles tem a ver?
Os desenhos são uma das brincadeiras favoritas das crianças durante boa parte da infância. Muitas delas se divertem e esquecem-se do tempo enquanto deixam a imaginação ganhar forma através do papel e do lápis.
Coloridos ou não, os desenhos por mais simples e singelos que possam parecer ajudam no desenvolvimento da criança durante os primeiros anos de suas vidas.
Mas, além das vantagens e benefícios do ato de desenhar já conhecidas, os desenhos podem ser uma grande fonte de informações sobre a criança.
Os traços desconjuntados ou os bonecos disformes podem trazer revelações chocantes sobre experiências das crianças.
Em uma exposição comovente, psicólogos e psiquiatras revelaram a triste realidade de crianças que foram abusadas através dos relatos feitos por elas mesmas através de desenhos.
Muitas delas tinham vergonha de contar o que haviam sofrido nas mãos dos abusadores, por isso os profissionais usaram o método dos desenhos para identificar verdadeiramente os traumas sofridos pelos pequenos.
Veja 11 desenhos impactantes juntamente com sua história!
#Desenho 1
Este desenho é o retrato de um pai na visão do Fernando, um menino que foi abusado desde muito pequeno.
Na visão do menino o pai era como um demônio alcoolizado e viciado em jogos caça-níqueis.
#Desenho 2
Este é o desenho do Andreu, um menino de 8 anos que foi abusado desde os seus 4 anos pelo padrasto. No desenho ele se retrata em pânico diante do abusador.
Segundo o psicólogo um fator marcante no desenho são os botões da camisa e o zíper da calça, no autorretrato a criança destaca os dois detalhes das roupas que eram o alvo do abusador.
#Desenho 3
Elena, de 6 anos faz um relato comovente. Ela desenhou a mãe e a avó em tamanhos bem grandes.
Segundo o psicólogo, este detalhe mostra que a menina se sente protegida e segura ao lado das duas. Enquanto o pai ela desenha em tamanho bem menor abusando dela (canto esquerdo da folha).
#Desenho 4
Victor, de 7 anos mostra como era brigado pelo pai a fazer sexo oral.
#Desenho 5
David, de 8 anos foi abusado sexualmente e destacou em seu desenho os olhos vermelhos do estuprador e seu órgão genital.
O menino ainda escreveu as palavras chulas que o agressor dizia enquanto abusava dele.
#Desenho 6
Isabel, de 8 anos foi abusada sexualmente pelo pai, ela desenhou o que ocorreu durante o momento do abuso.
Colocada sobre uma cadeira para ser abusada enquanto seu irmão mais novo assistia tudo junto à porta.
#Desenho 7
Marina, uma menina de 5 anos, era abusada pelo pai sendo obrigada a assistir a filmes pornográficos. No desenho ela retrata um trecho de um dos filmes que foi obrigada a assistir.
#Desenho 8
Ester, de 9 anos desenhou a posição que era obrigada a ficar durante os momentos de abusos feitos pelo pai.
#Desenho 9
Toni, de 6 anos desenhou o abusador como um monstro dando destaque ao seu órgão sexual.
#Desenho 10
Andrea, de 10 anos representou em seu desenho os momentos do abuso em que era obrigada a tocar o abusador e ser tocada por ele.
#Desenho 11
As vezes o abuso identificado não é sexual, mas não deixa de ser abuso e deixar marcas também, veja o caso dessa pequena.
Miriam, uma menina de 9 anos, sofreu abuso moral e psicológico. Sua mãe foi vítima de preconceito por ter engravidado aos 15 anos.
Já a menina sofria preconceito racial dos colegas de classe. No desenho a criança desenhou a si mesma em tamanho menor e envolvida por uma barreira.
iniciar a vida profissional e concretizar o sonho de viajar pelo mundo. Inesperadamente, ela viu seus planos serem interrompidos por um grave problema de saúde: uma infecção na medula óssea causada após colocar um piercing no nariz.
A reação extremamente rara à perfuração, amplamente realizada por jovens e adultos para fins estéticos, quase tirou a vida da brasiliense. Como sequela, a deixou refém de cadeira de rodas. Em entrevista ao Metrópoles, Layane lembra o episódio que chama de “divisor de águas”, e conta como resgatou a autoestima com a ajuda do esporte e das redes sociais.
Aos 22 anos, a moradora de Planaltina não se culpa. Pelo contrário. Lança luz à efemeridade da existência. “Tudo que somos e conhecemos pode mudar em um piscar de olhos. Foi o que aconteceu comigo. Decidi colocar o piercing em junho de 2018. Uma semana após a aplicação, notei uma bolinha vermelha ao lado do acessório. Não levei a sério por deduzir ser uma espinha. Mal sabia que aquele era o primeiro indício de uma severa infecção”, rememora.
ARQUIVO PESSOAL
Em uma semana, a suposta espinha desapareceu, mas outro sintoma, mais intenso e doloroso, veio à tona. “Comecei a sentir fortes dores nas costas e no pescoço. Creditei o desconforto a uma noitada de curtição que tive com as amigas. Nunca imaginei que o incômodo pudesse estar atrelado ao acessório”, revela.
A intensidade dos incômodos se agravou. Layane decidiu ir ao médico pela primeira vez após a aplicação do adereço. “Fizeram um raio-X, que não apontou nada, mas eu sentia muita dor”. Ela tomou um coquetel de remédios e uma injeção para aliviar o mal-estar e voltou para casa, sem grandes respostas em relação às possíveis causas do desconforto.
Dias depois, após se consultar com outros médicos e, mesmo assim, não se sentir melhor, a jovem sentiu as pernas fraquejarem e pediu ajuda à mãe para tomar banho. Em seguida, foi a uma igreja perto de casa. Espirituosa, pediu para que o desconforto cessasse. “Quando voltei, a dor estava insuportável. Deitei e dormi. Quando acordei, naquela tarde, não senti mais as minhas pernas.”
Cinquenta e sete dias de internação
Naquele momento, a jovem foi levada às pressas ao Hospital de Base, onde há melhores equipamentos, se comparado ao Hospital Regional de Planaltina, frequentado por ela anteriormente. No centro de saúde, fizeram uma bateria de exames e identificaram uma infecção pela bactéria Staphylococcus aureus, que pode causar mazelas em diferentes níveis ao atingir a corrente sanguínea. À época, a jovem não podia suspeitar que aquele era o início de uma jornada de 57 dias de internação.
Layane passou por uma ressonância magnética que alertou a presença de 500 mililitros de pus em três vértebras da medula espinhal. Ela passou por uma cirurgia de urgência para a retirada do líquido. Após a intervenção cirúrgica, foi diagnosticada com paralisia nas pernas.
“Estava muito assustava e sem saber o que havia motivado a paralisia. Só associei a lesão ao piercing quando o médico perguntou se tive alguma ferida recente no nariz, porque essa bactéria é comumente desenvolvida nas fossas nasais. Foi então que contei a ele que havia colocado o acessório, no mês anterior”, recorda.
“Ao ouvir minha resposta, ele disse: o adereço foi a porta de entrada da bactéria no seu corpo. Aquelas palavras me deixaram devastadas”, relata.
O quadro começou a fazer sentido para Layane quando ela se lembrou de ter tido sangramento no momento da perfuração do piercing, fato que indica que o profissional que aplicou o acessório atingiu um de seus vasos sanguíneos. Outro detalhe que, até então, havia passado despercebido por ela era a qualidade da joia. “Quando mostrei a peça ao médico, ele afirmou que tratava-se de uma bijuteria enferrujada”, relembra.
Segundo o infectologista Alberto Chebabo, do Laboratório Exame, um piercing, mesmo esterilizado, pode ser a porta de entrada ideal para bactérias como a Staphylococcus aureus, um micro-organismo invasivo que, em casos severos, pode causar septicemia (infecção generalizada).
“Casos como o dessa paciente são raros, mas possíveis. Muitos subestimam as complicações de um piercing. Não deveriam. Além de realizar o procedimento em estúdio seguro, é preciso ter atenção à limpeza em casa para garantir a cicatrização correta”, alerta o especialista.
Essa bactéria ganhou grande destaque na mídia ao causar a morte de Arthur Araújo Lula da Silva, 7 anos, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2019. O menino faleceu justamente por uma infecção generalizada provocada pelo micro-organismo.
Nova vida
“Quando estava prestes a sair do hospital, uma psicóloga veio conversar comigo. Contei a ela que tinha medo dos outros sentirem pena de mim. Foi quando ela me disse: ‘as pessoas só sentem pena de cadeirantes tristes. Por isso, demonstre alegria’. Aquilo mexeu comigo.”
Após os quase dois meses de internação, Layane teve que reaprender a viver na cadeira de rodas. “Sempre fui muito vaidosa e não pensei que poderia ser plenamente feliz sem andar. Mas o incidente veio acompanhado de muita maturidade. Revi vários conceitos e me tornei uma pessoa melhor. Hoje, posso dizer que a minha menor mudança foi a paralisia”, diz.
Apesar de perder o namorado – que não deu apoio à companheira -, ver a mãe largar o emprego para cuidar dela e interromper o curso universitário de Recursos Humanos, a jovem mantém sorriso fácil e otimismo. Compartilha toda essa boa energia no Instagram, rede social na qual é seguida por 55 mil pessoas.
“Decidi relatar o meu caso e abrir o meu perfil quando completei seis meses como paraplégica. O resultado? Dormi com dois mil seguidores e acordei com 16 mil. Muitas pessoas se chocaram e compartilharam a minha história, que viralizou. Daí em diante, a página só prosperou.”
7/7
Atualmente, pratica basquete, natação e handebol ao lado de outros cadeirantes Reprodução/Instagram
1/7
"Fiquei paraplégica por causa de um piercing", declara Layane Dias Hugo Barreto/Metrópoles
2/7
Apesar da nova condição, a jovem não perdeu a vaidade Hugo Barreto/Metrópoles
3/7
Nem a alegria de viverHugo Barreto/Metrópoles
4/7
Por meio das redes sociais, ela compartilha a rotina de superação Hugo Barreto/Metrópoles
5/7
Ela tem como companheiro inseparável o bicho de estimação Murilo, um cão sem raça definidaHugo Barreto/Metrópoles
6/7
Após o incidente, a jovem despertou amor pelo esporte Reprodução/Instagram
7/7
Atualmente, pratica basquete, natação e handebol ao lado de outros cadeirantes Reprodução/Instagram
1/7
"Fiquei paraplégica por causa de um piercing", declara Layane Dias Hugo Barreto/Metrópoles
Além de dividir o dia a dia e receber mensagens motivacionais na plataforma, Layane se ampara no esporte para sentir-se bem e resgatar a autoestima. Pratica handebol, natação e basquete ao lado de outros cadeirantes. Faz, também, sessões frequentes de fisioterapia. Contrariando as expectativas médicas, ela crê que voltará a andar.
“Tenho muitos sonhos. Quero voltar a andar, conhecer o mundo, terminar o curso de Recursos Humanos e me tornar uma porta-voz de superação. Este é só o começo”, acredita.
Até pouco tempo, Layane não planejava tomar nenhuma medida contra o profissional responsável por colocar o piercing. No entanto, reavaliou a postura e, agora, cogita processá-lo. “Eu optei por não falar sobre ele até o momento. Pensava: ‘isso não me fará voltar a andar’. Porém, venho analisando a possibilidade de mover um processo com a ajuda de um advogado. Afinal, outros clientes podem estar correndo risco e, caso ganhe, a indenização ajudará nos custos dos meus tratamentos”, afirma.
Ela vive com a mãe, o tio e avó em uma casa em Planaltina, uma das regiões mais carentes do Distrito Federal, segundo dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). Atualmente, a única renda da família é a aposentadoria da anciã.
Cuidados redobrados
O quadro de Layane Dias é extremo, mas sequelas um pouco menos graves, como deformidades, não são incomuns em pacientes com piercings inflamados.
A bacharel em direito Fernanda Lisboa, 24, é uma das jovens que vivenciou o problema. Após aplicar o quinto adorno no corpo, desta vez orelha, a brasiliense sentiu a região vermelha, inchada e latejando no dia seguinte à aplicação. “Como estava acostumada com piercings, sabia que a reação não era normal. Tirei a joia, mas as dores não amenizaram”.
“Tomei diversos antibióticos e drenei a orelha algumas vezes, mas nada resolvia permanentemente. Até que tive que ser internada. Passei 12 dias no hospital e fiz uma cirurgia para retirada da cartilagem necrosada”, conta. Os médicos acreditam que o problema, manifestado tão rapidamente, tenha sido provocado por falta de higiene por parte do profissional que realizou a perfuração
À época, o episódio afetou drasticamente a autoestima de Fernanda. “Com o tempo, aprendi a lidar com a situação e, atualmente, sou muito bem resolvida com ela. Só não quero mais saber de piercings”, garante, afirmando que não cogita realizar cirurgia reparadora para melhorar a estética da orelha.GUI PRIMOLA/METRÓPOLES
Cícero Freitas, profissional com 35 anos de experiência em tatuagens e piercings e dono do estúdio Cicero Tattoo, dá alguns conselhos para evitar problemas com a perfuração. “É muito importante escolher um estúdio de confiança e que siga as regras de assepsia”, aconselha.
De acordo com o especialista, outra dica importante é não descuidar em casa. “Em alguns casos, os clientes adquirem infecções pelo mal cuidado em domicílio. Por isso, é extremamente relevante atentar-se à higienização”, finaliza.
Para quem curte o acessório, mas tem receio de furar, uma boa opção são os piercings de pressão, encontrados facilmente em joalherias e lojas de bijuteria país afora.
Na tarde de terça-feira (11), o jovem Gustavo Freitas, de 20 anos, decidiu fazer uma publicação que considera extremamente importante para si. Pela primeira vez, ele compartilhou uma foto em uma cadeira de rodas. A imagem representou uma forma de o jovem se libertar da vergonha que tinha de falar abertamente sobre ter se tornado cadeirante.
"Nunca postei foto na cadeira. Muitos nem sabem desse pequeno detalhe. Depois de quase quatro anos, essa vai ser a primeira de muitas fotos. Me privei de muitos momentos legais durante esse tempo", escreveu no texto que acompanhou a imagem, na qual ele aparece sentado na cadeira de rodas em uma cachoeira.
A publicação do jovem, que mora em Manaus (AM), viralizou nas redes e comoveu diversas pessoas, que elogiaram a atitude dele. "Você é inspiração para muitos", escreveu uma mulher. "Gigante! percebeu que o grande barato da vida é viver de verdade", disse outra.
A seguir, o relato de Gustavo à BBC News Brasil:
Essas dores fortes começaram em uma sexta-feira. Naquele fim de semana, elas foram suportáveis. Mas na segunda-feira, se intensificaram muito e eu tive de procurar atendimento médico em um hospital público perto de casa. Os médicos disseram que era virose. Me receitaram remédios, voltei para casa e as dores continuaram da mesma forma.
Fui ao hospital nos dias seguintes e sempre diziam que não era nada muito grave.
Comecei a sentir pontadas muito fortes no peito esquerdo. Cheguei a fazer um eletrocardiograma, que apontou que não havia nenhum problema no meu coração. No dia seguinte, o meu pescoço ficou rígido e tive febre. Pareciam sintomas de meningite. Fiz os exames, que deram negativo para a doença.
Na sexta-feira, uma semana depois do início do mal-estar, as dores estavam intensas. Fui dormir durante a tarde, com as minhas pernas formigando. Quando acordei, por volta das 17h30, não senti mais as minhas pernas. Como eu tinha pernas fortes porque sempre joguei futebol, pensei que fossem câimbras.
Meus parentes me carregaram ao hospital. Fiz vários exames para ver diversas doenças que poderiam ser, mas nada foi confirmado.
Os médicos descobriram que havia um abscesso, como se fosse uma bola de pus, na região torácica da minha coluna cervical, nas proximidades da minha nuca. Passei por uma cirurgia de emergência. Depois, fiz tratamento com antibióticos. Mas ainda assim perdi os movimentos das minhas pernas.
Até hoje não sei o que me deixou na cadeira de rodas. Os médicos não souberam me informar exatamente o que causou essa bola de pus na coluna.
Acredito que se tivessem percebido que a minha dor nas costas era algo mais grave, eu não estaria na cadeira de rodas hoje.
Logo depois da cirurgia, fiquei tetraparético, que é quando a pessoa consegue mexer apenas os braços, mas com dificuldades. Fiz fisioterapia, meu quadro melhorou e hoje sou considerado paraparético, quando o paciente tem movimentos das pernas, mas ainda assim tem dificuldades para andar.
Eu não tenho muita força nos pés, então não consigo andar como antes. Hoje em dia, consigo ficar em pé, com certo apoio, e dar alguns passos com muleta. Mas são passos lentos. Por isso, preciso da cadeira de rodas o tempo todo.
Logo que recebi alta hospitalar, ganhei uma cadeira de rodas de uma associação que auxilia cadeirantes. A minha mãe não tinha condições financeiras para comprar uma, pois custa de R$ 2 mil a R$ 4 mil. A minha cadeira não é motorizada, mas consigo conduzi-la sozinho o tempo todo.
A vida de cadeirante
Logo que me tornei cadeirante, passei um ano praticamente sem sair de casa. Foi uma época em que fiquei revoltado com a vida. Fui a apenas dois lugares, por insistência de amigos próximos. Eu tinha muito vergonha de que as pessoas me vissem sem andar. Foi muito triste. Não foi fácil perder tanta coisa da vida aos 16 anos.
Nunca tive coragem de publicar minhas fotos na cadeira de rodas. Tinha vergonha e pensava que poderiam me encarar como um coitado. Pessoas com deficiência não são coitadinhas. Temos capacidade para fazer qualquer coisa, mas talvez com um pouco de dificuldade.
Eu postava somente fotos nas quais eu aparecia em pé, nos momentos em que conseguia me equilibrar, ou sentado em outro lugar, como em cadeiras comuns. As pessoas com as quais eu convivo sabiam que eu era cadeirante, mas não queria que aquelas que não me viam desde antes do problema de saúde, ou aquelas que me conheciam apenas na internet, também soubessem da minha condição.
Havia muita gente que eu conhecia antes das dores nas costas e que nunca me viu em uma cadeira de rodas, pois eu e minha mãe nos mudamos. Nós morávamos no segundo andar de um prédio e isso complicava a minha locomoção, por isso fomos para uma casa.
Muita coisa mudou em minha vida desde a cadeira de rodas. Somente no ano passado terminei o ensino médio, que havia abandonado para me dedicar intensamente à minha tentativa de voltar a andar. Agora quero fazer um curso superior, mas estou em dúvida entre fisioterapia, direito ou educação física, que são áreas que me agradam.
Desde o princípio da minha vida como cadeirante, me esforcei para me tornar independente. Hoje já consigo tomar banho, comer e fazer muitas atividades sem precisar de ajuda.
O preconceito e a falta de acessibilidade para cadeirantes me incomodam muito. Passo por problemas nas ruas e nos ônibus. Também tenho, às vezes, dificuldades para chamar um motorista de aplicativo, porque muitos dizem que não vão me levar, pois minha cadeira não vai caber no porta-malas e não vão conseguir me transportar.
A busca pela independência
Sempre pensei que ser independente é a melhor forma de encarar a minha nova fase da vida. Há quatro meses, entrei em um time de basquete para cadeirantes e isso tem me feito muito bem, além de me ajudar a, cada vez mais, aprender a controlar meu próprio corpo e a cadeira.
Junto com esses avanços, também veio a decisão de publicar minha primeira foto na cadeira de rodas em meus perfis no Facebook e no Instagram. Foi um momento muito importante para mim. Queria que as pessoas refletissem mais sobre o assunto, para que pensem sobre a vida e deem mais valor a pequenas situações.
A repercussão da minha foto me surpreendeu. Não imaginava que fosse atingir tantas pessoas. Fui muito elogiado pela coragem. Muitas pessoas me disseram que se sentiram motivadas pela minha publicação, principalmente outros cadeirantes.
Depois de me prender por tanto tempo, hoje, aos 20 anos, quero aproveitar a dádiva de estar vivo e não sentir mais vergonha de quem eu sou. Ainda sonho em voltar a andar, mas sei que isso ainda vai levar tempo.
Estar em uma cadeira de rodas mudou minha forma de pensar sobre tudo. Se todas as pessoas ficassem ao menos um mês em uma cadeira de rodas, com certeza veriam o mundo melhor e dariam valor a pequenas oportunidades." Fonte https://www.bbc.com/portuguese/salasocial-51481302 Postado por Antônio Brito
As escolas que tenham alunos com necessidades educativas especiais vão ter direito a ter mais funcionários. Esta é uma das mudanças na portaria de rácios, o diploma que define quantos assistentes operacionais tem cada escola, avançou o Ministério da Educação ao Observador. Mexer na fórmula que define quantos funcionários tem cada estabelecimento de ensino é um pedido antigo dos diretores e que atualmente leva em conta o número de alunos, a existência de pavilhões gimnodesportivos e a oferta educativa, entre outros.
Também a bolsa de recrutamento — que permite substituir funcionários ao fim de 12 dias de ausência sem necessidade de abrir concurso — irá sofrer alterações para melhorar o seu funcionamento, garantiu o ministério ao Observador. Inicialmente, esta bolsa de recrutamento só podia ser usada ao fim de 30 dias de ausência, tendo sido reduzido o prazo para 12 dias. O Ministério da Educação não esclareceu se as alterações passam por diminuir ainda mais o número de dias, tornando a substituição de funcionários mais célere, ou se irá abranger mais situações para além das baixas médicas, licenças de parentalidade, entre outras.
Em dezembro, o ministro da Educação já tinha anunciado que a portaria iria ser alterada, sem adiantar pormenores e, em janeiro, durante a discussão do Orçamento do Estado — onde a medida já estava consagrada — foram aprovadas propostas de alteração do Bloco de Esquerda, PAN e Iniciativa Liberal sobre esta matéria. A novidade que saiu da discussão foi o governo passar a ter um prazo para a revisão da portaria estar pronta: junho de 2020. Com este limite temporal é garantido que quaisquer alterações à lei só irão ter influência no funcionamento das escolas no próximo ano letivo de 2020/21.
O Observador questionou o Ministério da Educação sobre que alterações estão a ser ponderadas e a resposta foi que qualquer alteração terá especial enfoque nos alunos com necessidades educativas especiais. Na fórmula atual, estes estudantes equivalem a 1,5 alunos e o número de estudantes é um dos fatores que determina o número de auxiliares em cada escola. Filinto Lima, presidente da ANDAEP, associação que representa os diretores de escolas públicas, por várias vezes defendeu que o peso destes alunos deveria ser superior.
O que o gabinete de Tiago Brandão Rodrigues não esclareceu é quanto mais vão pesar estes alunos na fórmula de cálculo ou que outras mudanças poderão vir a ser feitas. “A revisão irá considerar a adequação às características dos estabelecimentos escolares e das respetivas comunidades educativas, com especial enfoque nas necessidades de acompanhamento dos alunos abrangidos por medidas no âmbito da Educação Inclusiva”, esclarece o ministério na sua resposta, referindo que esta é uma das marcas do OE 2020 para a área da Educação.
Bolsa de assistentes operacionais já colocou mil funcionários nas escolas
Cerca de mil trabalhadores já foram colocados nas escolas através da reserva de recrutamento de assistentes operacionais, uma figura criada pelo Ministério da Educação no início deste ano letivo quando a falta de funcionários levou ao fecho de muitas escolas do país quer por iniciativas de pais quer por decisão de diretores.
“Neste momento, cerca de mil assistentes operacionais foram colocados nas escolas através destas reservas de recrutamento, dos quais cerca de 400 nos últimos dois meses”, esclarece o Ministério da Educação que, no entanto, não detalhou quantas escolas continuam neste momento por cumprir a portaria de rácios, revista em 2017.
Segundo as contas do gabinete de Tiago Brandão Rodrigues, “a uma revisão em alta da portaria de rácios, que possibilitou o reforço mais de 2000 assistentes operacionais em relação à portaria que existia anteriormente, perfazendo um reforço total de cerca de 4 mil destes trabalhadores durante a última legislatura”.