13/02/2025

Confira fatos que marcaram os 30 anos do Comitê Paralímpico Brasileiro

 Delegação brasileira posa para foto na Vila Paralímpica, em Paris 2024 | Foto: Ale Cabral / CPB

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) comemora 30 anos de sua fundação neste domingo, 9 de fevereiro de 2025. Dos primeiros Jogos Paralímpicos sob a gestão do CPB, em Atlanta, nos Estados Unidos, em 1996, até 2024 em Paris, foram oito edições e uma notável evolução nos resultados.

Foram 21 medalhas em Atlanta, diante de 89 em Paris, recorde de pódios do Brasil nas edições dos Jogos Paralímpicos. Mas a história do CPB não se destaca apenas por resultados expressivos no megaevento ou em Mundiais com o apoio a cada uma das modalidades que administra (atletismo, natação, tiro esportivo e halterofilismo).

A evolução do paradesporto brasileiro também se dá por projetos como os Centros de Referência, espalhados pelo Brasil e que inclui desde o atleta iniciante até o alto rendimento, o moderno Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, as Paralimpíadas Escolares e o Festival Paralímpico.

Reunimos alguns fatos e curiosidades que marcaram a trajetória do Comitê Paralímpico do Brasil nesses 30 anos.

Sedes
O CPB já teve sede em três cidades diferentes: Niterói (RJ), Brasília (DF) e São Paulo (SP). Após a fundação, em 9 de fevereiro de 1995, Niterói foi a primeira sede. Em 2002, sob a gestão do presidente Vital Severino, a sede mudou para Brasília. Em 2016, com a inauguração do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, durante o mandato de Andrew Parsons, a sede foi para a capital paulista, onde está até hoje.

Presidentes
O CPB teve cinco presidentes na sua história: João Batista Carvalho e Silva, Vital Severino, Andrew Parsons, Mizael Conrado e José Antônio Ferreira Freire, eleito presidente para o ciclo 2025-2029 em outubro do ano passado. João Batista ficou de 1995 a 2001. Ele acompanhou a criação da Lei Agnelo Piva, fundamental para o desenvolvimento do esporte adaptado no Brasil. Já Vital Severino ficou de 2001 a 2009. Em sua gestão houve reestruturação na classificação dos atletas, que deixaram de competir separadamente por tipo de deficiência e passaram a ser divididos por modalidade. Andrew Parsows assumiu em 2009 e, na sua gestão, nasceu o Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, em 2016.

Parsons ficou até 2017, quando Mizael Conrado foi eleito. Na sua gestão, o Brasil conquistou a melhor campanha na história de uma edição dos Jogos Paralímpicos, com um total de 89 pódios – 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze e o quinto lugar geral em Paris 2024, além de diversas campanhas históricas em Campeonatos Mundiais e Jogos Parapan-Americanos.  Também houve o surgimento de projetos voltados à iniciação esportiva, como o lançamento do projeto Centro de Formação Esportiva, com a participação de mais de 500 crianças com idade escolar por ano, além do surgimento do Festival Paralímpico em 2018, que já movimentou mais de 100 mil pessoas com deficiência em 70 cidades do país.

Em 1º de janeiro de 2025, José Antônio Ferreira Freire assumiu o posto da presidência da entidade. Com mais de 40 anos de atuação no Movimento Paralímpico, divididos entre atleta e dirigente, José Antônio era presidente da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) por duas gestões recentes, quando foi eleito em 2017 e reeleito em 2021.

Mais pódios
O Brasil já conquistou 462 medalhas em toda a história dos Jogos Paralímpicos, com 134 ouros, 158 pratas e 170 bronzes. Mas a maioria desses pódios aconteceram após a fundação do CPB. Sob a gestão do Comitê, foram 399 medalhas conquistadas na história dos Jogos (Atlanta 1996 a Paris 2024), sendo 120 ouros, 131 pratas e 148 bronzes.

Primeiros Jogos
Os Jogos Paralímpicos de Atlanta 1996 foram os primeiros que o Brasil participou após a fundação do CPB. Naquela ocasião, os atletas do país conseguiram 21 pódios, sendo dois ouros, seis pratas e 13 bronzes. A quantidade de medalhas foi três vezes maior em relação aos sete pódios obtidos em Barcelona 1992. Viajaram 60 atletas representando o país naquela edição, recorde até então.

Primeiros ouros
Os primeiros medalhistas de ouro pelo Brasil em Jogos Paralímpicos após a fundação do CPB foram o paulista Antônio Tenório, do judô, e o paranaense José Afonso Medeiros, o Caco, da natação. Tenório conquistou o primeiro de seus quatro ouros paralímpicos na categoria até 86kg, enquanto Caco venceu nos 50m borboleta. Na ocasião, foi o único atleta da natação brasileira a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos de Atlanta 1996.

Ajuda do Rei
Pelé, quando era Ministro Extraordinário do Esporte, acompanhou a delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Atlanta 1996.  O “Rei do Futebol” foi ministro entre 1995 e 1998 no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Pelé ajudou o Comitê Paralímpico Brasileiro a ganhar projeção nacional e a aproximar-se de patrocinadores, artistas e meios de comunicação.

Mais recursos
A partir de 2021, o CPB começou a contar com mais recursos para a gestão e a promoção do esporte paralímpico nacionalmente após a criação da Lei Agnelo Piva. A norma passou a destinar recursos financeiros para o esporte paralímpico brasileiro. A lei foi sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Na época, ficou definido que 2,7% da arrecadação bruta das loterias federais seria repassada ao CPB e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Do valor repassado, 37,04% são destinados ao CPB.

Casa moderna
O Centro de Treinamento Paralímpico foi inaugurado em 23 de maio de 2016 e conta com 95 mil metros quadrados de área construída. A data foi decretada como o “Dia do Esporte Paralímpico” pela cidade de São Paulo. A inauguração ocorreu na gestão do presidente Andrew Parsons e hoje é referência para o paradesporto sendo um dos quatro melhores CTs em todo o mundo.

O local também conta com a certificação ISO 9001 que o CPB recebeu pelo seu sistema de gestão de processos do Centro de Treinamento Paralímpico. Este título atesta que o CPB executa as melhores práticas os serviços de hotelaria e realização de eventos relacionados ao esporte paralímpico, de acordo com padrões internacionais de gestão no terceiro setor.

O CT Paralímpico também já recebeu mais de 2 mil competições nacionais e internacionais em sua história desde a inauguração, em 2016. Somente em 2024, o local sediou 418 eventos esportivos, que receberam 23.505 atletas em competições e outros 3.648 em treinamentos. Entre os os serviços hoteleiros, foram 206.525 refeições servidas e 12.465 pessoas que se hospedaram no hotel nos últimos 12 meses.

Novos talentos
Quatorze anos após a sua fundação, o Comitê deu origem às Paralimpíadas Escolares, considerado o maior evento mundial para crianças com deficiência em idade escolar. A primeira edição da competição aconteceu em 2009. Talentos do paradesporto brasileiro já passaram pelas Paralimpíadas Escolares, como os velocistas Alan Fonteles, ouro nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, Verônica Hipólito, prata no Rio 2016, e Petrúcio Ferreira, recordista mundial nos 100m (classe T47) e tricampeão paralímpico.

Nasce uma estrela
O CPB também presenciou o surgimento de uma das maiores estrelas do esporte paralímpico mundial. O nadador Daniel Dias é o atleta brasileiro que mais conquistou medalhas nos Jogos Paralímpicos. Foram 27 pódios, em quatro edições: 14 de ouro, sete de prata e seis de bronze. Ele conquistou medalhas nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008 (nove), Londres 2012 (seis), Rio 2016 (nove) e Tóquio 2020 (três).   

Daniel Dias também é o maior medalhista de ouro em uma mesma edição: foram seis em Londres 2012. Ele conquistou a cor dourada nos 50m borboleta (S5), 100m peito (SB4), 50m costas (S5), 200m livre (S5), 100m livre (S5) e 50m livre (S5).

Feitos na neve
Em 2014, pela primeira vez o Brasil teve representantes nos Jogos Paralímpicos de Inverno, em Sochi (RUS). Foram dois atletas competindo na Rússia: André Cintra, no esqui alpino, e Fernando Aranha, no esqui cross-country. André ficou em 26º em sua modalidade, na prova de velocidade, enquanto Fernando não avançou às finais no 1km de velocidade, na prova de sprint, e ficou em 21º nos 10km sentado e em 15º nos 15km sentado.

Os Jogos de PyeongChang 2018 foram marcados pela primeira participação feminina brasileira e o melhor resultado do Brasil em Jogos de Inverno. A paranaense Aline Rocha foi a primeira mulher a representar o país no evento. Nas performances solo, ela conquistou dois top 15: nos 12km ficou em 15º e nos 5km em 12º lugar.

Já o rondoniense Cristian Ribera, de apenas 15 anos na época, conquistou o sexto lugar na prova de 15km. Esta foi a melhor marca de um brasileiro em Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno. Ele também conquistou a primeira medalha do Brasil em Mundiais de esportes de inverno, em 2022, na Noruega. Em janeiro daquele ano, Cristian ganhou a medalha de prata no esqui cross-country na prova do sprint para atletas sentados, com 2min41s52. O ouro ficou com o russo Ivan Golubkov.

Pelo Brasil
Os primeiros Centros de Referência de esporte paralímpico no país neste formato atual foram criados em 2019. Eles fazem parte do Plano Estratégico do Comitê Paralímpico Brasileiro, elaborado em 2017 e revisitado em 2021. O objetivo do projeto é aproveitar espaços esportivos em estados de todas as regiões do país para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento. Há centros por todo o Brasil, como Salvador, Campo Grande, Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro, cidades do interior paulista, entre outras localidades.

Todos os Centros de Referência funcionam por meio de parcerias com universidades, bem como com secretarias municipais e estaduais.

CT saudável
O CT Paralímpico foi um dos polos de vacinação para atletas, membros da comissão e jornalistas que participaram dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, em meio à pandemia de Covid-19. Os Jogos, marcados para acontecer em 2020 inicialmente, precisaram ser adiados em um ano, e foram disputados apenas entre 24 de agosto e 5 de setembro de 2021.

A ação foi fruto de um acordo interministerial entre os Ministérios da Defesa, da Saúde e da Cidadania, em coordenação com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que permitiu a imunização de cerca de 1.800 pessoas. As vacinas foram doadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

Maior delegação
As maiores delegações do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos foram formadas após a fundação do CPB. No Rio 2016, foram 278 atletas, considerando apenas aqueles com deficiência. Naquela edição em casa, os brasileiros somaram 72 pódios, com 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes. Como país-sede, o Brasil pode participar das 22 modalidades disputadas na competição realizada no Rio. Ao todo, foram 181 homens e 97 mulheres convocados.

Já nos Jogos de Paris 2024, o país contou com a maior delegação já anunciada para uma edição dos Jogos fora do Brasil. Foram 255 atletas com deficiência na competição na capital francesa. Ao todo, também foram convocados 19 atletas-guia (sendo 18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo, totalizando 280 competidores na capital francesa.

Furando a bolha
Outro feito esportivo inédito em que o CPB fez parte foi a participação da mesatenista Bruna Alexandre nos Jogos Paralímpicos e Olímpicos do mesmo ano. Foi a primeira atleta brasileira apta a defender o Brasil na mesma edição dos dois megaeventos, em Paris 2024.

Antes de Bruna Alexandre, o timoneiro Nilton da Silva Alonço, conhecido como Gauchinho, disputou Jogos Olímpicos e Paralímpicos, mas fez o caminho inverso ao da catarinense. Ele participou das edições olímpicas de Montreal 76, Los Angeles 84 e Seul 88. Depois, em Pequim 2008, compôs o barco quatro com timoneiro da delegação paralímpica brasileira. Gauchinho morreu em 2023.

Na capital francesa, Bruna conquistou dois bronzes, no individual feminino e nas duplas femininas da classe WD20. Já nos Jogos Olímpicos da França, a atleta catarinense disputou a competição por equipes, jogando em duplas ao lado de Giulia Takahashi e uma partida de simples contra o time da Coreia do Sul. Ela tem mais quatro medalhas paralímpicas: prata no individual e bronze em duplas, em Tóquio 2020, e dois bronzes, individual e em duplas, nos Jogos do Rio 2016.

Melhor campanha
Foi sob a gestão do CPB que o Brasil também registrou a sua melhor participação na história dos Jogos Paralímpicos. Em Paris 2024, os brasileiros conquistaram 89 medalhas ao total: 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze, superando em 17 pódios os 72 obtidos em Tóquio 2020 e Rio 2016, que até então eram as melhores campanhas do país na competição.

Pela primeira vez, o Brasil chegou ao top 5 no quadro geral de medalhas dos Jogos. Os 25 ouros deixaram o país atrás apenas de China (94), Reino Unido (49), Estados Unidos (36) e Holanda (27). No total de pódios, só três países conquistaram mais do que o Brasil, que teve 89: China (220), Grã-Bretanha (124) e Estados Unidos (105).

Primeiros frutos
O maranhense André Martins foi o primeiro atleta revelado pela Escola Paralímpica de Esportes a disputar uma edição dos Jogos Paralímpicos, quando estreou em Paris 2024. O projeto também é um dos mais importantes benefícios que o CPB começou a disponibilizar para crianças e jovens com deficiência.

As escolinhas do Centro de Formação Paralímpica do CPB se iniciaram nas dependências do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, em 2018. Tem como objetivo promover a iniciação de crianças com deficiência física, visual e intelectual na faixa etária de 7 a 17 anos. Hoje, oferece 15 modalidades paralímpicas: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos.

Fruto desse projeto, André Martins disputou os Jogos de Paris pela bocha na classe BC4 (para atletas que têm deficiências severas, mas que não recebem assistência). O jovem atleta, que teve diagnosticada uma Distrofia Muscular de Duchenne (doença neuromuscular genética) aos cinco anos de idade, começou a praticar bocha desde que iniciou no projeto do CPB. Ficou por cinco anos na Escolinha, de 2018 a 2023.

Mais inclusão
Em 2024, o Festival Paralímpico contou com a presença de um número recorde de inscritos, mais de 44 mil crianças participaram das duas edições do evento, a primeira em setembro e a segunda em dezembro. O Festival proporciona a crianças com e sem deficiência a vivência em modalidades paralímpicas, de maneira recreativa e lúdica, bem como difunde o Movimento Paralímpico por todo o território nacional. Podem participar crianças e jovens, de 7 a 17 anos.

O Festival Paralímpico Loterias Caixa foi realizado pela primeira vez em 2018. À ocasião, foram 48 locais com a participação de mais de 7 mil crianças. Em 2019, o evento teve 70 sedes e recebeu mais de 10 mil inscritos. No ano seguinte, a ação foi cancelada devido à pandemia de Covid-19 e retornou em 2021, com 8 mil participantes em 70 núcleos.

Em 2023, o Festival Paralímpico também contou com duas edições (em maio e setembro) reunindo 21 mil crianças e jovens em cada uma delas, somando um total de 42 mil inscrições acumuladas.

Inclusão na Gestão
Em 2024, foi definido que a presidência do CPB deverá ser ocupada apenas por pessoas com deficiência e elegíveis para o esporte paralímpico. A medida já terá validade na próxima eleição do Comitê, prevista para outubro de 2028 – após os Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028. A proposta foi inédita entre os comitês mundo afora.

Somente pode ser indicado, como membro da chapa, à eleição para o cargo de Presidente do CPB pessoa com deficiência que tenha praticado modalidade esportiva paralímpica e participado, na qualidade de atleta, de ao menos um campeonato nacional da respectiva modalidade.

Mais transmissão
Os Jogos Paralímpicos foram transmitidos pela primeira vez na televisão dos brasileiros um ano após a fundação do CPB, nos Jogos de Atlanta 1996, pela TVE. Mas foram os Jogos Paralímpicos de Atenas 2004 que ficaram marcados pela estratégia de comunicação do CPB para abranger ainda mais a cobertura televisiva.

Nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, a Globo dedicou um dos canais do SporTV, em TV fechada, quase exclusivamente à competição, além de ter chamadas em telejornais e boletins diários na TV Globo, em rede aberta, das conquistas dos atletas brasileiros na capital francesa. Pela segunda vez na história, a disputa do Brasil por medalha no futebol de cegos teve transmissão ao vivo na Globo para todo o Brasil.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

Fonte: https://cpb.org.br/noticias/confira-fatos-que-marcaram-os-30-anos-do-comite-paralimpico-brasileiro/

Postado Pôr: Antônio Brito

10/02/2025

Compreender as possibilidades e as dificuldades dos Graus de Deficiência: Leve, Moderada e Grave

 

OPINIÃO

  • * Por Susanne Maia

Resumo: Este artigo tem como objetivo explorar os diferentes graus de
deficiência – leve, moderada e grave – e sua implicação na vida das
pessoas, principalmente em relação à necessidade de apoio e adaptação
para a realização das atividades cotidianas. A classificação desses graus
é fundamental para a identificação do nível de suporte necessário,
permitindo que os indivíduos recebam os cuidados e recursos
adequados para promover sua inclusão social e autonomia. A análise
dos graus de deficiência visa promover a compreensão sobre as
diferentes necessidades de cada indivíduo, destacando a importância da
adaptação dos ambientes e serviços para garantir uma vida digna e
inclusiva. A compreensão dessas categorias contribui para a
implementação de políticas públicas mais eficazes, que assegurem
direitos e condições adequadas para as pessoas com deficiência,
respeitando sua diversidade e promovendo sua plena participação na
sociedade.

 

Palavras-Chave: Deficiência; Inclusão Social; Categorias; Políticas
Públicas.
Abstract: This article aims to explore the different degrees of disability
– mild, moderate and severe – and their implications in people’s lives,
mainly in relation to the need for support and adaptation to carry out
daily activities. The classification of these degrees is essential for identifying the level of support needed, allowing individuals to receive
adequate care and resources to promote their social inclusion and
autonomy. The analysis of degrees of disability aims to promote
understanding of the different needs of each individual, highlighting the
importance of adapting environments and services to guarantee a
dignified and inclusive life. Understanding these categories contributes
to the implementation of more effective public policies, which ensure
adequate rights and conditions for people with disabilities, respecting
their diversity and promoting their full participation in society.
Keywords: Deficiency; Social Inclusion; Categories; Public Policies.

Introdução:
A deficiência é uma condição humana complexa e multifacetada,
que se manifesta de diversas formas e graus. A classificação da
deficiência em diferentes graus – leve, moderada e grave – é essencial
para garantir o acesso a direitos e benefícios adequados às necessidades
de cada pessoa. O referido artigo esclarece os critérios utilizados para
essa classificação, as características de cada grau e a importância dessa
distinção para a vida das pessoas com deficiência.

O que é deficiência?
Antes de abordarmos os graus de deficiência, é importante
definirmos o conceito de deficiência. De acordo com a Lei Brasileira
de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) de 2015, considera-se
pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação
com uma ou diversas barreiras, pode obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Graus de Deficiência:
A classificação da deficiência em graus, leva em consideração o
impacto do impedimento nas atividades diárias e na participação social
da pessoa. Essa avaliação é realizada por uma equipe multiprofissional,
que utiliza instrumentos e critérios técnicos para determinar o grau de
deficiência.

 

1. Deficiência Leve:
A deficiência leve é caracterizada por um impacto mínimo no
funcionamento da pessoa. As pessoas com deficiência leve podem
apresentar dificuldades em algumas atividades, mas são capazes de
realizar a maioria das tarefas de forma independente. Geralmente, não
necessitam de apoio constante para realizar suas atividades diárias.

2. Deficiência Moderada:
A deficiência moderada implica em um impacto maior no
funcionamento da pessoa. As
pessoas com deficiência moderada podem necessitar de algum auxílio
ou adaptação, para realizar diversas atividades. A independência pode
ser parcial, e o apoio de terceiros pode ser necessário em algumas
situações.

3. Deficiência Grave:
A deficiência grave é aquela que causa um impacto significativo
no funcionamento da pessoa, comprometendo sua autonomia e
independência. As pessoas com deficiência grave podem necessitar de
apoio constante para realizar atividades básicas da vida cotidiana, como
higiene pessoal, alimentação e locomoção. A participação social pode
ser em demasiado limitada

Importância da Classificação:

A classificação da deficiência em graus é fundamental para
garantir que as pessoas com deficiência tenham acesso a direitos e
benefícios adequados às suas necessidades. Essa classificação é
utilizada para determinar a elegibilidade para programas sociais,
benefícios previdenciários, isenções de impostos, entre outros. Além
disso, a classificação também é importante para o planejamento de
políticas públicas e ações de inclusão social.

Possibilidades e Dificuldades:

A avaliação e classificação da deficiência ainda enfrentam
dificuldades, como a necessidade de instrumentos mais precisos e a
formação de profissionais capacitados. É fundamental que a sociedade
como um todo esteja atenta para a relevância da inclusão das pessoas
com deficiência em todos os aspectos da vida social,
independentemente do grau da deficiência. E que haja possibilidades
genuínas e mais acessíveis às inúmeras condições e categorias de
deficiências.

 

Considerações:

Compreender os graus de deficiência é essencial para promover
a inclusão e garantir o acesso a direitos e benefícios para as pessoas com
deficiência. É importante lembrar que a deficiência é uma condição
humana complexa e que cada pessoa é única, com suas próprias
necessidades e potencialidades. A classificação em graus não deve ser
utilizada para rotular ou limitar as pessoas, mas sim como um
instrumento para garantir que elas tenham as oportunidades e o apoio
necessários para viverem de forma plena e independente no âmbito
social e privado.

Referências:

  1. BRASIL. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei
    nº 13.146, de 6 de julho de 2015). Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
    com Deficiência.
  2. BRASIL. Ministério da Saúde. (2002). Cadernos de Atenção Básica:
    Deficiência.
  3. BRASIL. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa
    com Deficiência. (2016). Política Nacional de Defesa dos Direitos da
    Pessoa com Deficiência.
  4. Decreto nº 7.612/2011 – Regulamenta o Benefício de Prestação
    Continuada (BPC).
  5. FÁVERO, R. R. (2007). Deficiência e inclusão: A perspectiva dos
    direitos humanos. São Paulo: Cortez.
  6. Organização Mundial da Saúde (OMS). (2011). Classificação
    Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF).
  7. SOUZA, L. P. (2013). A inclusão escolar de alunos com deficiência:
    Teorias e práticas pedagógicas. Campinas: Papirus.
  • * Susanne Maia é CEO da Empresa AposentaPCD
    E-mail: susanne@aposentapcd.com
    Contato: (11) 95995-0729

 Fonte: https://diariopcd.com.br/2025/02/10/compreender-as-possibilidades-e-as-dificuldades-dos-graus-de-deficiencia-leve-moderada-e-grave/

Postado Pôr: Antônio Brito

Como a Inteligência Artificial está mudando a vida das pessoas com deficiência

  Como a Inteligência Artificial está mudando a vida das pessoas com deficiência

 A Inteligência Artificial (IA) tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento de ferramentas e soluções que auxiliam pessoas com deficiência, melhorando a qualidade de vida e proporcionando maior autonomia. Essas ferramentas estão sendo constantemente aprimoradas, com o uso de algoritmos mais avançados, aprendizado de máquina e visão computacional, permitindo que a IA se adapte de forma mais eficaz às necessidades individuais dos usuários com deficiência. A acessibilidade digital e física permite que todos tenham mais autonomia e participação na sociedade.

 

Para incentivar o aprendizado, a comunicação e a expressão de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por exemplo, pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) criaram jogos virtuais que utilizam recursos sensoriais como a visão, a percepção do som e o toque. Junto a isso, um sistema de Inteligência Artificial capta tudo o que a criança faz no computador durante os jogos, a fim de analisar seu desempenho. O projeto atende crianças de 2 a 13 anos no campus da Universidade, em Volta Redonda (no sul-fluminense), e conta com o apoio de fonoaudiólogos, educadores e psicopedagogos.

A “Dorina IA” é outra ferramenta de Inteligência Artificial inovadora, desenvolvida para ajudar pessoas com deficiência visual, principalmente no que se refere à leitura e compreensão de textos e imagens. Foi criada para tornar o conteúdo digital mais acessível e inclusivo para indivíduos cegos ou com baixa visão, proporcionando maior acesso a informações, de uma forma autônoma e eficiente.

A “Be My Eyes” também é uma ferramenta poderosa que utiliza IA e uma rede de voluntários para ajudar pessoas com deficiência visual a realizar tarefas cotidianas. A plataforma combina a interação entre pessoas e a tecnologia de reconhecimento visual para oferecer suporte em tempo real. Já existe, inclusive, uma grande comunidade de voluntários dispostos a ajudar, com falantes de diferentes idiomas, o que torna o “Be My Eyes” bem acessível. Quando uma pessoa com deficiência visual precisa de assistência, pode abrir o aplicativo e fazer uma solicitação de ajuda.

“O usuário faz a solicitação por meio de uma chamada de vídeo ao vivo. O voluntário vê, então, o ambiente do usuário em tempo real por meio da câmera do smartphone, oferecendo a partir daí assistência visual para identificar objetos, ler rótulos, navegar em ambientes e até interpretar imagens ou documentos. É maravilhoso! A combinação de assistentes humanos e IA é uma solução rápida para quem tem deficiência visual. Ajuda muito nas tarefas cotidianas, que seriam desafiadoras sem assistência”, comenta o Defensor Público Federal, André Naves, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social.

Em 2020, o “Be My Eyes” passou a integrar um assistente virtual baseado em IA chamado “Be My Eyes AI”, que funciona como uma alternativa automatizada. Ao invés de ser conectado a um voluntário, o usuário pode optar por ser atendido pela IA, que oferece respostas baseadas no reconhecimento de objetos e imagens utilizando visão computacional e aprendizado de máquina.

 

Além dessas, diversos outros recursos que utilizam IA vêm ajudando os PcDs a terem maior autonomia no dia a dia. Algumas das principais são:

– Leitores de tela – JAWS (Job Access With Speech) e NVDA (NonVisual Desktop Access): Os leitores de tela convertem texto digital em fala ou Braille, permitindo que os usuários naveguem por websites, aplicativos e documentos. A IA melhora essas ferramentas, tornando-as mais precisas e rápidas na identificação e interpretação de conteúdo visual, como imagens e tabelas.

– Reconhecimento de voz – Dragon NaturallySpeaking e assistentes virtuais como Google Assistant e Siri: Permitem que pessoas com deficiência motora ou dificuldades de digitação interajam com dispositivos por meio de comandos de voz. A IA de reconhecimento de fala facilita a transcrição de texto, o controle de dispositivos e até a realização de tarefas cotidianas, como enviar mensagens ou fazer chamadas.

– Tradução automática de Linguagem de Sinais – SignAll e Enable Talk: Traduzem linguagem de sinais em texto ou fala, facilitando a comunicação entre pessoas surdas e ouvintes. E a IA pode melhorar a precisão das traduções, tornando-as mais naturais e contextuais.

– Sistemas de Acessibilidade para Deficientes Auditivos – Otter.ai e Google Live Transcribe: Ferramentas de transcrição em tempo real que utilizam IA para converter fala em texto instantaneamente, permitindo que pessoas surdas ou com deficiência auditiva participem de conversas, reuniões e apresentações.

– Exoesqueletos e robôs assistivos – Exemplos: ReWalk e Ekso Bionics: Dispositivos robóticos movidos por IA ajudam pessoas com deficiência motora a caminhar ou realizar movimentos que não conseguiriam de outra forma. Eles detectam os movimentos do usuário e os ajudam a executar movimentos naturais, melhorando a mobilidade e a qualidade de vida.

– Tecnologias de IA para Deficiência Cognitiva – CogniFit e BrainHQ: Ferramentas baseadas em IA já são usadas para treinar habilidades cognitivas em pessoas com deficiência intelectual ou distúrbios neurológicos. Esses aplicativos oferecem exercícios de memória, atenção e raciocínio, adaptando-se ao progresso e dificuldades do usuário.

“Ao oferecer soluções que desenvolvem o aprendizado, melhoram a autonomia e a integração social de pessoas com deficiência, a Inteligência Artificial está tornando o mundo mais acessível. Cumpre um papel fundamental na criação de uma sociedade mais inclusiva e justa para todos. E está quebrando barreiras, tornando possível uma participação mais plena e independente das PcDs em todos os aspectos da vida cotidiana. Esperamos que as ferramentas de IA continuem evoluindo, oferecendo mais e mais oportunidades para que todos, independentemente de suas limitações, possam participar ativamente da vida em sociedade”, conclui o Defensor Público André Naves”.

 Fonte:  https://diariopcd.com.br/2025/02/10/como-a-inteligencia-artificial-esta-mudando-a-vida-das-pessoas-com-deficiencia/

Postado Pôr: Antônio Brito

Atletas relatam evolução do Movimento Paralímpico após fundação do CPB

 

 Ádria Santos carrega bandeira do Brasil e medalha no peito nos Jogos de Atlanta 1996 | Foto: Acervo CPB

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) completa 30 anos de fundação neste domingo, 9 de fevereiro de 2025. A evolução ano a ano em resultados, como a histórica participação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Paris em 2024, e nos projetos para iniciantes e crianças, como o Festival Paralímpico, são frutos do trabalho de várias pessoas, algumas delas que viveram o Movimento Paralímpico antes da criação do CPB.

Ex-atletas do alto rendimento esportivo e que vivenciaram o antes e o depois do surgimento do CPB relatam melhorias do Movimento Paralímpico nacional após a atuação da entidade.  

Em 1989, José Afonso Medeiros, o Caco, tinha 22 anos e estava em Brasília, no complexo esportivo Mané Garrincha, para participar de provas de natação em um evento do paradesporto. Nadar se transformou em paixão depois de receber indicação médica para hidroterapia ao ser diagnosticado com mielite transversa, uma inflamação que afeta a medula espinhal, bloqueando a transmissão de impulsos nervosos, o que limita os movimentos. 

Na era pré-Comitê, associações diversas organizavam as competições para o alto rendimento de atletas com deficiência. Mas a falta de uma estrutura ideal dificultava.

“Mudou demais depois da criação do CPB. Para você ter ideia, em 1989, disputei meu primeiro Campeonato Brasileiro, em Brasília, sem ter o espaço reformado, a estrutura era antiga. Dormíamos no Mané Garrincha, ao lado da piscina. Os alojamentos eram precários e, em relação à comida, graças a Deus meu pai me dava dinheiro para eu comer fora [em restaurantes, por exemplo]. Porque a pessoa que comia ali tinha problemas estomacais”, contou Caco.

O frio da piscina era outro agravante para atletas tetraplégicos, que têm mais sensibilidade à água gelada. Naquela época, as viagens internacionais ocorriam somente com ajuda de alguém que topasse financiar a viagem, como empresários normalmente, e sem qualquer contrapartida já que o paradesporto não tinha visibilidade na mídia.

“Eu tinha uma boa estrutura de treino porque eu era sócio do Curitibano [em Curitiba]. Então usava os equipamentos deles, que eram bons, apesar de não ter tanta acessibilidade, não tinha rampa. Mas em relação ao local de treino de outros atletas, eu estava no paraíso. No entanto, as viagens internacionais eram complicadas. Muitas vezes pedíamos ao Governo, que ajudava com passagens. Mas às vezes, dois dias antes da viagem, a passagem não tinha chegado, ou chegavam menos passagens. Então cortava o pessoal da comissão técnica ou do apoio. Ficava um verdadeiro ‘esse vai, aquele não vai’. Era assim”, recordou.

Caco foi o primeiro nadador homem a ganhar uma medalha de ouro em Jogos Paralímpicos, em Atlanta 1996, nos 50m borboleta da classe S7 (limitações físico-motoras), um ano após a fundação do CPB.

“Foi uma mudança total com a fundação do CPB. Passamos a ficar em hotéis, a fazer concentração, a ter acompanhamento nutricional e até tratamento fisiológico. Começaram a ter as Seletivas. O Comitê também deixou mais claro as questões da classificação esportiva, quem participaria dos eventos. Se você ficasse ali entre os 15 ou 20 melhores do mundo já tinha passagens e tudo pago. E nos anos 2000 começaram as bolsas, que ajudaram muito nessa evolução dos atletas que passaram a ter recursos para investir nos treinamentos”, lembrou Caco, que hoje tem 57 anos e exerce a engenharia. 

Uniformes sem padrão

Ádria Santos, de 50 anos, é uma das maiores medalhistas paralímpicas do país entre as mulheres, com 13 conquistas entre Seul 1988 e Pequim 2008. A velocista ganhou no atletismo quatro ouros, oito pratas e um bronze.

Suas duas primeiras pratas, em 1988, e seu primeiro ouro, em 1992, foram no período anterior à fundação do CPB, o que torna essas conquistas ainda mais impactantes devido às dificuldades para treinar e viajar para competições.

“Eu treinava em pista de carvão. A chegada do CPB mudou muitas coisas. Passamos a treinar em pistas sintéticas, parecidas com as quais competíamos. Começamos a viajar antes da competição para se concentrar. Eu digo que minhas conquistas no início de carreira foram pela paixão e dedicação que eu tenho pelo esporte. Sempre fui apaixonada pelo atletismo, então competia comigo mesmo em busca dos resultados”, contou a velocista mineira. 

Ela lembra de que no período anterior à criação do CPB havia dificuldades até com os uniformes, que chegavam muitas vezes em tamanhos diferentes, maiores ou menores, do número real do atleta. 

“É uma estrutura bem diferente. E a visibilidade para os atletas aumentou muito depois do CPB. Na época você precisava correr atrás de empresas que ajudassem, depois ficou mais fácil ter esse contato com pessoas que gostariam de investir no esporte para pessoas com deficiência. A profissionalização foi fundamental para isso”, disse Ádria. 

Em 1992, ano em que Ádria ganhou a medalha de ouro em Barcelona nos 100m da classe T11 (atletas com deficiência visual), o Brasil enviou 41 atletas e ganhou 14 medalhas. Foram os últimos Jogos Paralímpicos antes da fundação do CPB. Em 2024, em Paris, foram 255 atletas com deficiência convocados e 89 pódios conquistados (25 medalhas de ouro, 26 de prata e 38 de bronze), a melhor campanha da história na competição.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

 Fonte: https://cpb.org.br/noticias/atletas-relatam-evolucao-do-movimento-paralimpico-apos-fundacao-do-cpb/

Postado Pôr: Antônio Brito

RJ: Supermercado é notificado por falta de acessibilidade

 

Supermercado de Cabo Frio/RJ é notificado por falta de acessibilidade para cadeirantes. Estabelecimento terá 20 dias para fazer adaptações, sob pena de multa.

RJ: Supermercado é notificado por falta de acessibilidade

O PROCON de Cabo Frio/RJ, atendendo um pedido da Secretaria Adjunta de Políticas Públicas da Pessoa com Deficiência e Autista, realizou uma inspeção em um supermercado da cidade. O objetivo da visita foi verificar as condições de acessibilidade do estabelecimento para pessoas com deficiência, em especial cadeirantes.

Durante a inspeção, a equipe do Procon constatou que o supermercado não oferece acesso adequado para cadeirantes. Atualmente, as pessoas com cadeiras de rodas só conseguem entrar no local de carro, já que barreiras fixas foram instaladas nas entradas para pedestres.

A gerência do supermercado justificou a instalação das barreiras fixas alegando que a medida foi necessária para evitar o furto de carrinhos de compras, que estariam sendo constantemente furtados pela população.

O PROCON notificou o supermercado e determinou que sejam feitas adaptações para garantir a acessibilidade do local.

O estabelecimento se comprometeu a substituir as barreiras fixas por barreiras removíveis e também serão criadas duas novas vagas de estacionamento cobertas para PCD, próximas ao elevador. O prazo para realizar as adaptações é de 20 dias, sob pena de multa e interdição do estabelecimento.

Se em sua região acontece algo parecido em algum estabelecimento comercial, denuncie ao PROCON e ao Ministério Público.

Fonte: https://www.revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=f3fa9d40-590f-4756-8455-df41b6556a31

 Postado Pôr: Antônio Brito

07/02/2025

Sociedade se mobiliza e lança em SP campanha Acesso à Saúde Não Pode Esperar

 Sociedade se mobiliza e lança em SP campanha Acesso à Saúde Não Pode Esperar 

O Vozes do Advocacy lança Campanha Acesso à Saúde Não Pode Esperar. A iniciativa tem o intuito de chamar a atenção do Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para as filas de consultas com especialistas e para incorporação do sistema de monitoramento contínuo de glicose

 

Nestes meses de janeiro e fevereiro, o Vozes do Advocacy, que integra 27 organizações de diabetes no país, promove a Campanha Acesso à Saúde Não Pode Esperar. A iniciativa tem o intuito de chamar a atenção do Governador do Estado de São Paulo Tarcísio de Freitas para que receba os integrantes da organização não governamental. A ideia é que o Governador possa ouvir os pleitos para aprimorar o acesso ao tratamento do diabetes e da obesidade no Estado.

Levantamento feito pelo Vozes do Advocacy em novembro do ano passado, por meio da Lei de Acesso à Informação, mostrou que há 14.513 pessoas esperando 278 dias para agendar consulta com os oftalmologistas na Grande São Paulo; na região de Araçatuba 7322 indivíduos aguardam 473 dias para conseguir a consulta com o especialista, em Campinas são mais de 18 mil pessoas esperando 227 dias. Sem falar do acesso aos exames, 7.356 cidadãos esperam 174 dias pelo mapeamento de retina na Grande São Paulo, 4 indivíduos aguardam 316 dias em Araçatuba, 655 indivíduos esperam 437 dias em Campinas, sem citar as outras regionais e os tratamentos.

O Vozes do Advocacy levou estes dados à Secretaria Estadual de Saúde em três reuniões no ano passado, mas não teve qualquer retorno. Em 2023, o Vozes mostrou os mesmos em audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e nada aconteceu. Entre 2019 e 2023, já havia estado em 12 reuniões junto à Secretaria, que recebeu as organizações de pacientes e de médicos e não fez qualquer movimento para solucionar esta questão.

 

Outra demanda é com relação à incorporação do Sistema de Monitoramento Contínuo de Glicose. No ano passado foi apresentado um Projeto de Lei sobre esta temática mas não foi bem recebido pelo Governador. O Vozes do Advocacy gostaria de apresentar um projeto piloto, que contemplasse as crianças e adolescentes do Estado. Esta tecnologia já foi incorporada em alguns municípios paulistas, que mostraram diminuição dos episódios de hipoglicemia (baixa de açúcar no sangue), internações e hospitalizações.

Além disso, é importante atualizar a linha de cuidado da obesidade. Em janeiro do ano passado, um jovem com obesidade faleceu no chão de uma ambulância por falta de maca para que pudesse levá-lo para o Hospital Geral de Taipas, depois de percorrer seis hospitais sem ter atendimento.

“Como o Secretário de Saúde do Estado de São Paulo Eleuses Paiva não fez qualquer movimento a favor dos pleitos, solicitamos uma reunião com o Governador Tarcísio de Freitas. Soubemos que a linha de cuidado do diabetes tem previsão de ser atualizada somente em 2027, enquanto isso, milhares de pessoas se tornarão improdutivas, com a deficiência visual. A não implementação de políticas públicas, que possam melhorar a adesão das pessoas ao tratamento do diabetes, evitando assim uma série de complicações, como a cegueira, é um retrocesso tanto para a saúde das pessoas como também para o próprio Sistema Único de Saúde”, esclarece Vanessa Pirolo, presidente do Vozes do Advocacy.

Para chamar a atenção do Governador, a organização lança o Acesso à Saúde Não Pode Esperar. A iniciativa tem o intuito de publicar nas redes sociais uma Campanha para provocar o Governador de São Paulo a atender os membros das organizações paulistas, integrante do Vozes do Advocacy, para dar uma resposta para as demandas. A ação também prevê sensibilizar os influenciadores digitais a respeito desta temática, para que possam compartilhar em suas redes sociais.

 

“Nós precisamos que o Governo do Estado de São Paulo olhe o diabetes e a obesidade como prioridade este ano. Afinal, o gasto com saúde relacionado ao diabetes no Brasil atingiu 42,9 bilhões de dólares em 2021, o terceiro maior do mundo. Mais de 60% deste valor é investido em complicações da condição. Precisamos que os gestores compreendam que: a capacitação de clínicos gerais/médicos de família em diabetes e obesidade, a maior contratação de especialistas nas redes paulistas e a oferta de mais infraestrutura e de uma linha de cuidado atualizada nas unidades de saúde vão resultar em menor custo quando comparado ao investimento em internações, hospitalizações e tratamento de complicações do diabetes e da obesidade”, complementa Vanessa Pirolo.

Sobre o Vozes do Advocacy

Com a participação de 25 associações e de 2 institutos de diabetes, o Vozes do Advocacy é uma Federação de Organizações que promove o diálogo entre os diferentes atores da sociedade, para que compartilhem conhecimento e experiências, com o intuito de sensibilizar a população brasileira sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces do diabetes da obesidade e das complicações de ambas as condições, além de promover políticas públicas, que auxiliem o tratamento adequado delas.

 Fonte: https://diariopcd.com.br/2025/02/06/sociedade-se-mobiliza-e-lanca-em-sp-campanha-acesso-a-saude-nao-pode-esperar/

 Postado Pôr: Antônio Brito

Jogos de Inverno de Milão-Cortina têm credenciamento aberto por quantidade de profissionais de imprensa

 

 Os atletas Aline Rocha e Cristian Ribera desfilam na cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Inverno, no Estádio Ninho do Pássaro, em Pequim | Foto: Ale Cabral / CPB

O Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês) está com o processo de credenciamento de imprensa aberto para os Jogos Paralímpicos de Inverno em Milão-Cortina 2026. Neste primeiro momento de inscrição, os veículos de imprensa nacionais vão precisar informar somente a quantidade de profissionais que farão a cobertura no megaevento na Itália no ano que vem. 

Para veículos de imprensa escrita e de fotografia, o pedido deverá ser feito ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) pelo email imp@cpb.org.br até o próximo dia 20 de março. Já emissoras de televisão e rádio não-detentoras dos direitos de transmissão do evento, o credenciamento terá de ser feito até esta quinta-feira, 6 de fevereiro.

A solicitação de credenciamento por email deverá constar informações do veículo de comunicação, como nome, endereço, telefone e link do site da empresa, além de dados do representante do veículo de comunicação, como nome, cargo, telefone e email de contato. O pedido precisará também contar com as sedes escolhidas para a cobertura. A competição terá quatro sedes (Milão, Cortina, Tesero e Roaming). Os atletas do Brasil deverão competir em Cortina e Tesero apenas.

O Comitê Organizador Local dos Jogos de Inverno 2026 destinou um número limitado de credenciais de jornalistas para cada país. O envio dos dados e/ou inscrição no formulário não assegura automaticamente o credenciamento do veículo para a cobertura do evento. A confirmação será feita posteriormente pelo próprio Comitê Organizador Local.

Atualmente, o programa dos Jogos Paralímpicos de Inverno contempla as modalidades disputadas na neve (esqui alpino, esqui cross-country, biatlo e snowboard) e os esportes de gelo (para hóquei no gelo e curling em cadeira de rodas).

A primeira participação do Brasil em Jogos Paralímpicos de Inverno foi em Sochi, na Rússia, em 2014. Na ocasião, o país foi representado por apenas dois atletas, André Cintra, no snowboard, e Fernando Aranha, no esqui cross-country.

Os Jogos de PyeongChang 2018 foram marcados pela primeira participação feminina brasileira, com a presença de Aline Rocha, e o melhor resultado do Brasil em Jogos de Inverno. Até o momento, o melhor resultado brasileiro em Jogos de Inverno foi o sexto lugar de Cristian Ribera na prova de 15km no esqui cross-country em PyeongChang 2018.

Nos Jogos de Pequim 2022, o Brasil fez a terceira participação no evento e contou com o maior número de atletas da história: seis. O país foi representado em duas modalidades: esqui cross-country e snowboard.

Assessoria de Imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

Fonte: https://cpb.org.br/noticias/jogos-de-inverno-de-milao-cortina-tem-credenciamento-aberto-por-quantidade-de-profissionais-de-imprensa/

Postado Pôr: Antônio Brito

Estudo revela que maioria das empresas está despreparada para receber PCD

 Pesquisa revela que 8 em cada 10 trabalhadores com deficiência ou neurodivergência avaliam que empresas não estão preparadas para recebê-los, destacando desafios de acessibilidade e inclusão no mercado.

 Estudo revela que maioria das empresas está despreparada para receber PCD

Segundo matéria publicada no Jornal O Dia (RJ), 8 em cada 10 trabalhadores e trabalhadoras com deficiência ou neurodivergência que estão empregados avaliam que a maioria das empresas está despreparada para recebê-los em seu quadro funcional.

O dado consta na pesquisa 'Radar da Inclusão: mapeando a empregabilidade de Pessoas com Deficiência', da Pacto Global, iniciativa da ONU - Organização das Nações Unidas, da empresa Talento Incluir, do Instituto Locomotiva e da iO Diversidade. No total, 1.230 pessoas com 18 anos ou mais e que se declaram neurodivergentes ou têm alguma deficiência participaram do levantamento, feito entre 20 de outubro e 3 de novembro de 2024.

Outra proporção significativa, também apurada no âmbito da pesquisa, foi a de pessoas que preferem trabalhar em modelo remoto ou híbrido, ou seja, que mescla expedientes presenciais e remotos. A parcela é de 71% nesse caso, superior à dos que já têm essa rotina atualmente, de 58%. Poder trabalhar de casa – em Home Office - pode ser fundamental para alguns trabalhadores e trabalhadoras com deficiência que já disponham de mesas, cadeiras, softwares ou outros itens que auxiliem no cumprimento de suas tarefas.

Isso porque muitas vezes a empresa não tem o básico no local de trabalho. Segundo a matéria, foi constatado que um cadeirante relatou que foi selecionado para uma vaga de emprego e logo depois dispensado pelo empregador. A razão foi que, embora seu currículo de advogado fosse ideal para o escritório ao qual se candidatou, sua cadeira de rodas não passava entre os batentes da porta do banheiro.

A pesquisa divulgada mostra que 33% dos pesquisados afirmam que seu ambiente de trabalho não é devidamente adaptado. Além disso, praticamente todos os participantes disseram que se apresentam, durante um processo seletivo, como pessoas com deficiência ou neurodivergência, o que pode deixar implícitas duas coisas: que uma parcela ainda não se sente confortável para se declarar como tal, talvez por medo de perder a vaga, ou não se descobriu assim, por minimizar deficiências, considerando que não precisariam ser mencionadas, ou por não ter confirmado um diagnóstico ou desconhecer condições de saúde que se encaixam nessa classificação. Ou com medo do preconceito.

A pesquisa mostrou que a mentalidade do empresariado brasileiro em geral prefere ficar suscetível a denúncias do Ministério Público do Trabalho (MPT), que podem se desdobrar em processos judiciais que impõem penalidades, a fazer o que é preciso, já que é ele quem deve se adaptar aos funcionários com deficiência ou neurodivergência e não o contrário.

Segundo o IBGE, cerca de 55% das pessoas com deficiência que trabalham estão em situação de informalidade, ou seja, não têm carteira assinada.

Saiba mais no link:

 
 Fonte: https://www.revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=de4c5e34-84be-4c94-a559-8ca5fcc9800c
 
 Postado Pôr: Antônio Brito

03/02/2025

Síndrome de Alagille: conheça a doença rara que afeta o fígado, coração, olhos, ossos e rins

 Síndrome de Alagille: conheça a doença rara que afeta o fígado, coração, olhos, ossos e rins

 Icterícia neonatal (pele amarelada), coceira persistente, alterações cardíacas
e oculares são alguns dos sintomas

 

Mesmo que semelhante a outras doenças hepáticas, a síndrome de Alagille (ALGS, em inglês) se difere por apresentar características incomuns que afetam órgãos diversos.1 No mês que marca o Dia de Conscientização da Síndrome de Alagille, a gastroenterologista e hepatologista pediátrica, Marise Tofoli, explica o que é a doença e como alguns sintomas já podem ser percebidos nos primeiros meses de vida. “A icterícia neonatal persistente é o primeiro sinal de alerta para a possibilidade da síndrome. Ela pode estar acompanhada de coceira intensa, problemas cardíacos congênitos, face com característica triangular (com testa larga e proeminente, olhos profundos e queixo pequeno) e uma alteração na parte interna dos olhos que só pode ser detectada durante um exame oftalmológico especializado”.
 

A ALGS afeta um em cada 30 mil nascidos vivos.1 Trata-se de uma doença hereditária, com 50% de chance de cada filho herdá-la. A enfermidade é resultado de uma mutação no gene JAG1 ou, menos frequentemente no NOTCH2, que estão envolvidos no desenvolvimento embrionário de diferentes tecidos.1 “O indivíduo com a doença tem no fígado diminuição dos ductos biliares intra-hepáticos, podendo levar a colestase (diminuição ou interrupção do fluxo biliar do líquido produzido pelo fígado). Nos rins, a doença pode desencadear malformações ou alterações funcionais. Já no esqueleto, podem ser observadas vértebras em forma de borboleta nas radiografias e, no coração, podem ter alterações em suas estruturas, levando a problemas cardíacos. Também não podemos deixar de pontuar que existem muitos casos de pacientes que podem apresentar deficiências nutricionais, como déficit de vitaminas lipossolúveis – como, por exemplo, as vitaminas A, D, E e K”, reforça a especialista
 

Em relação ao diagnóstico, a hepatologista explica que são necessários exames para avaliação dos sinais da doença. “Raios x de tórax, para avaliação da coluna torácica, ecocardiograma e avaliação oftalmológica são alguns dos exames realizados. A biópsia hepática também pode ser feita para avaliar se há redução dos ductos biliares. E, por fim, o teste genético confirma o diagnóstico ao identificar as mutações no gene JAG1 ou NOTCH2”, explica.
 

Impactos e tratamento da síndrome de Alagille

 

A magnitude dos sintomas pode impactar diretamente na qualidade de vida dos indivíduos com a doença. “O prurido persistente, além de causar um sofrimento físico pode levar, muitas vezes, à alterações de sono, humor, com tendência a fadiga e irritabilidade, podendo ocorrer prejuízos emocionais como ansiedade”, explica Marise, que reforça a importância do acompanhamento multidisciplinar – com hepatologistas, cardiologistas, geneticistas, nutricionistas, psicólogos – uma vez que melhora a abordagem e o controle dos sintomas, facilita o tratamento das comorbidades, permite o rastreamento adequado de complicações e promove suporte psicológico para pacientes e famílias.
 

Em dezembro de 2024, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova opção terapêutica para o tratamento do prurido colestático associado à síndrome de Alagille em pacientes com 12 meses ou mais.2 A presidente da Associação Maria Vitoria de Doenças Raras (AMAVI Raras), Lauda Santos, explica que a aprovação é um marco para a comunidade de pacientes. “A coceira intensa, muitas vezes intratável, causa prejuízos importantes para o desenvolvimento da criança, além de afetar toda a família que a acompanha. Ter uma alternativa terapêutica eficaz – e não invasiva para o alívio desse sintoma – é um ganho imensurável para a qualidade de vida de quem convive com esta doença”, conta.

Referências

1 AMERICAN LIVER FOUNDATION. Síndrome de Alagille. Disponível em: Link. Acesso em: 20 jan. 2025.

2 Diário Oficial da União. RESOLUÇÃO-RE Nº 4.517, DE 5 DE DEZEMBRO DE 2024. Disponível em: Link. Acesso em 27 de jan.2025.

 Fonte: https://diariopcd.com.br/2025/02/01/sindrome-de-alagille-conheca-a-doenca-rara-que-afeta-o-figado-coracao-olhos-ossos-e-rins/

Postado Pôr: Antônio Brito

Fevereiro Roxo inspira cuidados humanizados para pacientes com doenças crônicas

 Fevereiro Roxo inspira cuidados humanizados para pacientes com doenças crônicas

 Alzheimer, fibromialgia e lúpus são condições crônicas que recebem atenção durante o mês; abordagem multidisciplinar evita a progressão das doenças

A campanha Fevereiro Roxo atenta para a conscientização de três condições que trazem impactos coletivos: Alzheimer, fibromialgia e lúpus. A prevenção, o diagnóstico precoce e tratamentos são o alvo das discussões durante o período. 

Em comum, essas doenças são crônicas, ou seja, persistem ao longo do tempo e não têm cura definitiva. Elas também geram incapacitação funcional, mas, com auxílio especializado, podem ser administradas para que os pacientes tenham qualidade de vida e longevidade. 

Alzheimer

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que causa o declínio progressivo das funções cognitivas, com mudanças na memória, comportamento e raciocínio dos pacientes. Segundo o Ministério da Saúde, são 1,2 milhão de casos no país, e 100 mil novos diagnósticos anualmente, com prevalência em idosos. 

A prevenção do Alzheimer é feita durante toda a vida. “A manutenção de hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos, uma dieta balanceada, estímulo cognitivo e o controle de condições como hipertensão, diabetes e colesterol, devem ser incentivadas para evitar o desencadeamento da doença na terceira idade”, explica o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião funcional e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia na Unicamp. 

O diagnóstico precoce pode retardar o avanço inevitável da doença. Os tratamentos disponíveis incluem medicamentos para estabilizar os sintomas e proporcionar mais independência aos pacientes, enquanto terapias complementares, como fisioterapia, acompanhamento psicológico e estimulação cognitiva mantêm o paciente ativo e engajado.

Fibromialgia

A fibromialgia, caracterizada principalmente por dor crônica persistente, fadiga e mudanças de humor, afeta 2% da população brasileira. No entanto, ainda é frequentemente subdiagnosticada e mal compreendida.

A condição é complexa e envolve sintomas além da dor. Sinais como fadiga, distúrbios do sono, problemas cognitivos (conhecidos como “névoa cerebral”), rigidez muscular e sensibilidade aumentada em várias partes do corpo podem ser indicativos da fibromialgia, que tem o diagnóstico desafiador devido a semelhança dos sintomas com outras condições médicas.

 

“O tratamento auxilia a prevenir as crises, gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes para que seja possível ter uma vida plena”, avalia o médico. Além dos medicamentos, é necessário incluir tratamentos como fisioterapia, a introdução de exercícios físicos leves na rotina, terapia ocupacional, técnicas de relaxamento, mudanças na dieta e estilo de vida, entre outras abordagens multidisciplinares. 

Lúpus

Com períodos de atividade e remissão, o lúpus afeta aproximadamente 65 mil brasileiros, mas o subdiagnóstico, o que pode atrasar tratamentos adequados e impactar a qualidade de vida dos pacientes. 

Por ser uma doença autoimune – quando o sistema imunológico ataca os próprios tecidos do corpo -, o quadro clínico é diversificado, com indícios como fadiga, dores articulares, lesões cutâneas, sensibilidade ao sol e problemas renais, entre outros sintomas que podem se sobrepor a diferentes doenças. 

“O tratamento tem como objetivo controlar os sintomas, prevenir danos permanentes aos órgãos afetados e proporcionar mais qualidade de vida às pessoas”, explica o especialista. Entre as abordagens terapêuticas, estão os medicamentos imunossupressores, anti-inflamatórios e corticosteroides, que devem ser associados a mudanças no estilo de vida, como proteção solar rigorosa, manejo do estresse e atividade física moderada.

Tratamento individualizado e empatia

Condições complexas como Alzheimer, lúpus e fibromialgia necessitam de tratamento individualizado para um cuidado integral, uma vez que cada uma apresenta manifestações únicas e requer abordagens específicas para atender às necessidades de cada paciente. 

Adicionalmente, o tratamento complementar, com a prática de exercícios, alimentação balanceada e atividades adequadas para cada quadro, promove benefícios tanto físicos quanto emocionais. Estratégias complementares, integradas aos tratamentos médicos convencionais, oferecem um cuidado mais abrangente e aumentam o bem-estar e a autonomia dos pacientes no dia a dia.

 Todas as condições envolvem desafios emocionais e sociais que afetam não apenas os pacientes, mas também suas famílias. Compreender as limitações impostas pelo Alzheimer, o impacto imprevisível do lúpus e a dor persistente da fibromialgia é fundamental para estabelecer um vínculo de confiança entre profissionais de saúde e pacientes. “A escuta ativa e o reconhecimento do sofrimento emocional ajudam a fortalecer a adesão ao tratamento e a melhorar a qualidade de vida, promovendo um cuidado mais humano e efetivo”, destaca o Dr. Marcelo Valadares. 

Fonte: https://diariopcd.com.br/2025/02/02/fevereiro-roxo-inspira-cuidados-humanizados-para-pacientes-com-doencas-cronicas/

Postado Pôr: Antônio Brito