25/10/2020

As Maiores Representatividades de Pessoas com Deficiência nas Universidades do Brasil

Veja as universidades públicas e privadas com as maiores taxas de representatividade de alunos com deficiência do país

Dentro de um universo de 8,45 milhões de estudantes em faculdades, apenas 43.633 pessoas com deficiência estão inseridas no Ensino Superior brasileiro. Esse número representa somente 0,5% do total de alunos do país.

Os dados são do Censo da Educação Superior de 2018, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e consultados pelo Quero Bolsa*, plataforma de inclusão de estudantes no Ensino Superior.

Em 2010, a taxa era 0,3% (19.818 alunos). Apesar do número de estudantes com deficiência crescer em mais de 120% na década, a taxa de representatividade continua bem inferior à parcela da população brasileira com esse perfil.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 6,2% dos brasileiros têm algum tipo de deficiência, seja ela auditiva, física, intelectual ou visual. O levantamento foi feito em 2015 pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE com o Ministério da Saúde.

Segundo o IBGE, a deficiência que mais ocorre entre os brasileiros é a visual, que atinge 3,6% da população. Mas entre os universitários, a mais representativa é a deficiência física. Entre os estudantes com deficiência, 35,9% são pessoas com deficiência física.

Universidades com maior representatividade de pessoas com deficiência do Brasil

Apenas 51 universidades brasileiras que possuem mais de 5 mil alunos matriculados possuem 1% ou mais de estudantes com alguma deficiência: são 36 instituições públicas e 15 privadas.

A instituição que mais se aproxima à taxa nacional é o Instituto Federal da Paraíba (IFPB), onde 4,1% dos seus mais de 10 mil estudantes têm alguma deficiência. Em seguida, aparece a Universidade Federal do Acre (Ufac), com 3,9% de representatividade.

Em terceiro e quarto na lista, aparecem a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal). com 2,9% e 2,6% de estudantes com deficiência respectivamente. Fecha as cinco primeiras a Universidade Estadual de Maringá (UEM), com a taxa de 2,5%.

Veja a lista das universidades públicas com maior representatividade de alunos com deficiência:

Rank.

Universidade

Alunos com Deficiência

%

1Instituto Federal da Paraíba (IFPB)4194,1%
2Universidade Federal do Acre (Ufac)3843,9%
3Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc)3562,9%
4Universidade Federal de Alagoas (Ufal)7322,6%
5Universidade Estadual de Maringá (UEM)4352,5%
6Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)4522,3%
7Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)3572,0%
8Universidade Federal de Roraima (UFRR)1231,9%
9Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)2951,9%
10Instituto Federal do Ceará (IFCE)2931,8%
11Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)1601,8%
12Universidade Federal de Rondônia (Unir)1701,7%
13Universidade Federal da Paraíba (UFPB)4541,6%
14Universidade Federal do Ceará (UFC)4831,6%
15Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)1121,5%
16Universidade Federal do Tocantins (UFT)2321,4%
17Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa)741,4%
18Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG)901,4%
19Universidade Federal do Abc (UFABC)1791,4%
20Instituto Federal de São Paulo (IFSP)1901,3%
21Universidade Federal de Sergipe (UFS)3201,3%
22Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)3161,3%
23Instituto Federal do Rio Grande Do Sul (IFRS)811,2%
24Instituto Federal do Maranhão (IFMA)801,3%
25Universidade Federal do Piauí (UFPI)3991,2%
26Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb)1081,2%
27Universidade Federal do Maranhão (UFMA)4801,2%
28Universidade Estadual de Goiás (UEG)2331,2%
29Universidade Federal do Rio Grande (FURG)1141,2%
30Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)2461,2%
31Universidade Federal do Pará (UFPA)4301,2%
32Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)911,0%
33Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)3251,0%
34Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp)3491,0%
35Universidade Federal do Pampa (Unipampa)1121,0%
36Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab)521,0%

As universidades privadas com maior taxa de alunos com deficiência:

A primeira universidade privada a aparecer nessa lista é o Centro Universitário Hermínio Ometto (Uniararas), onde 2% do seu quadro de estudantes é composto por pessoas com deficiência (260 alunos). Em seguida, o Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau) de João Pessoa, na Paraíba, é destaque, com 1,7% de alunos com deficiência.

O Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e o Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz (FAG) aparecem em terceiro e quarto, com representatividade de 1,6% e 1,3%, respectivamente. Fecha o top 5 o Centro Universitário FIAM FAAM. Veja a lista abaixo:

Rank.

Universidades

Alunos com deficiência

%

1Centro Universitário Herminio Ometto (Uniararas)2602,0%
2Centro Universitário Uninassau João Pessoa991,7%
3Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)8771,6%
4Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz (FAG)1061,3%
5Fiam-Faam - Centro Universitário971,2%
6Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA)671,2%
7Universidade Paranaense (Unipar)1881,1%
8Universidade do Vale do Taquari (Univates)911,1%
9Universidade Salgado de Oliveira (Universo)3731,1%
10Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás)2251,0%
11Universidade Positivo (UP)2781,0%
12Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó)701,0%
13Faculdade Anhanguera de São José dos Campos541,0%
14Centro Universitário Leonardo Da Vinci (Uniasselvi)20051,0%
15Faculdade Anhanguera De Brasília601,0%

- Alunos com algum tipo de deficiência declarados no Censo de 2018.
- A Revista Quero incluiu as universidades com mais de 5.000 alunos matriculados, segundo o MEC.
- Foram incluídos apenas os estudantes matriculados, ou seja, com o status "Cursando" e "Formado" apresentado no Censo de 2018.

*Elaboração dos dados: Heitor Facini/Quero Bolsa.

Fonte  https://querobolsa.com.br/revista/maiores-representatividades-de-pessoas-com-deficiencia-nas-universidades-do-brasil

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

“O que você está fazendo aqui?”: professores com deficiência lutam para conquistar seu lugar no Ensino Superior

Na universidade, Douglas fez parte do seleto número de pessoas com deficiência (PcD) que chegam ao Ensino Superior. Segundo o Censo Superior da Educação 2018, os estudantes com deficiência representam apenas 0,52% do total de matriculados em cursos de graduação.

Mesmo com toda falta de acessibilidade no ambiente universitário, Douglas continuou seus estudos e ingressou na pós-graduação. A professora que lhe perguntou o que ele estava fazendo na universidade foi convidada para sua banca de mestrado. “Para mostrar para ela o que eu estava fazendo ali”, conta.

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Docentes com deficiência em números

Chegar ao mestrado, doutorado e à docência do Ensino Superior é um privilégio para poucos. Quando Douglas voltou à universidade, ele entrou num universo ainda mais exclusivo: o de professores universitários com deficiência

O número de docentes com deficiência corresponde apenas a 0,44% do total de professores do Ensino Superior, em cursos de graduação. Ou seja, dos quase 400 mil docentes, somente 1.731 são PcD, de acordo com o Censo.

Entre os professores universitários com deficiência, a maioria tem deficiência física (49,34%), limitações relacionadas aos aspectos físico e motor. Já o nível de formação mais comum entre eles é o mestrado (38,13%), seguidos pelo doutorado (34,60%) e a especialização (25,88%).

Os obstáculos até a docência

A baixa representatividade de docentes com deficiência no Ensino Superior reflete exclusão dos estudantes com deficiência desde o Ensino Básico. Isso porque são recentes as legislações e políticas públicas voltadas à inclusão das PcD na educação.

Reprodução/Luís Fortes/MEC
professores com deficiencia

Um dos documentos importantes nesse sentido, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, foi criado apenas em 2008. O Estatuto da Pessoa com Deficiência, também conhecido como Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, foi conquistado em 2015. Já a reserva de vagas nas instituições federais só ocorreu em 2016, quando as PcD foram incluídas na Lei de Cotas de 2012.

O professor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Décio Nascimento Guimarães, considera que essas leis irão surtir efeito no futuro. Embora ele acredite que o atual número de professores com deficiência no Ensino Superior poderia ser mais expressivo.

“Eu sou de uma primeira geração de PcD desse século que passaram no Ensino Superior e galgaram o stricto sensu. Eu acredito que nas próximas décadas, o número de doutores com deficiência será ainda maior, [porque] tem um intervalo [da Educação Básica ao doutorado], estamos falando de 2030, a geração que virá”, afirma.

Falta de acessibilidade

Para as pessoas com deficiência que desejam ingressar na universidade, muitas vezes, a primeira barreira é o vestibular. Além de todo conhecimento básico necessário para prestar as provas, alguns tipos de deficiência exigem adaptações nos processos seletivos que nem sempre são atendidos.

Da sua época de vestibular, o professor Décio, cego desde os 16 anos, relembra a dificuldade dos ledores de fazer a audiodescrição das imagens: ”As questões de química, física e matemática tinham que ser solucionadas de uma maneira quase intuitiva”.

Já dentro do ambiente acadêmico, o entrave que impacta diretamente na permanência das PcD na universidade é a falta de acessibilidade, seja arquitetônica, comunicacional, metodológica, instrumental e, principalmente, atitudinal - que envolve a modificação de espaços e compra de equipamentos. O professor Douglas é categórico: “O problema não está na pessoa mas sim no sistema que não oferece condição”. 

“Na banca de um colega, disseram ele podia ter aumentado a literatura. Ele disse que gostaria, se o portal da CAPES desse mais oportunidades para ele acessar as teses e dissertações. Outra colega desenvolveu uma hérnia de disco e uma tendinite pelas condições de estudo. A uma aluna minha é oferecido um material que não está acessível a condição dela, então como que ela participa da leitura junto com os colegas?”, ele exemplifica. 
professores com deficiência
Douglas Christian é professor universitário com deficiência por baixa visão (Foto: arquivo pessoal)

Durante sua graduação em Jornalismo na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), a jornalista especializada em Linguagem, Cultura e Mídia Ana Raquel Périco Mangili, que tem deficiência auditiva de grau severo bilateral, conseguiu o auxílio de uma monitora-cuidadora durante o período das aulas, pois ela também tem uma deficiência física, chamada Distonia, que restringe os movimentos de ambos os braços e pescoço.

Além disso, Ana Raquel recebeu o empréstimo de um notebook, para as anotações das aulas e realização das provas com autonomia, e o acesso aos conteúdos audiovisuais do curso por meio da legendagem feita por um grupo de estudos sobre acessibilidade da própria Unesp. 

professores com deficiencia
Ana Raquel durante seu intercâmbio universitário na Universidade de Salamanca, na Espanha (Foto: Arquivo pessoal)

Entretanto, quando Ana Raquel decidiu entrar na pós-graduação, não foi lhe oferecido a mesma acessibilidade. Pela falta de verba, o departamento de pós graduação não pôde pagar uma monitora-cuidadora. “Por um ano e meio meus pais tiveram que se revezar para me acompanhar nas aulas da especialização”, relata.

Capacitismo

Aliado à falta de acessibilidade, outro obstáculo para as PcD na universidade é o capacitismo, termo que expressa as atitudes de preconceito, discriminação e opressão contra pessoas com qualquer tipo de deficiência.

“O capacitismo é capaz de desmotivar muitas pessoas com deficiência a buscarem seus direitos e ocuparem diferentes espaços públicos, porque a sociedade, nas entrelinhas, nos olhares e nos cochichos, está sempre julgando o indivíduo como incapaz e desmerecedor de estar ali, só porque ele não está dentro de um padrão pré-estipulado e também porque os espaços públicos não costumam contar com adaptações mínimas para os variados tipos de deficiência”, explica Ana Raquel.

A discriminação também foi sentida na pele por Michelle Murta, primeira professora surda efetivada da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela recorda que, durante seu mestrado, um professor de fonologia, diante de toda a turma, disse a ela e a outro colega que, por eles serem surdos, estavam dispensados da disciplina. 

professores com deficiencia
Michelle no dia de sua posse como professora na UFMG, em 2016 (Foto: Arquivo pessoal)
“Segundo as palavras dele, a disciplina trabalhava os sons e como somos surdos, não seria possível aprender fonologia. Eu me mantive na disciplina e a concluí com conceito B. Por ainda haver pessoas desmotivadoras assim que temos dificuldade de continuar estudando, de crescer e de conquistar o nosso espaço. Inclusive, nesse episódio, o outro colega surdo acabou desistindo do mestrado. É uma pena, pois quem deveria nos levantar, nos derruba”, conta.

Sistema acadêmico e científico para quem?

Na docência do Ensino Superior, a falta de acessibilidade e o capacitismo continuam. “A universidade não foi pensada para as PcD, muito menos para professores com deficiência”, critica Douglas.

Aos questionamentos sobre suas capacidades, Douglas respondeu com muito trabalho e esforço. Hoje, ele é professor da graduação e de dois programas de pós-graduação da UFES. “Já fui escolhido como professor homenageado da turma em cinco semestres e tive boas notas na minha fase de estágio probatório. Isso mostra que eu estou tendo impacto”, completa.

Reprodução/Aliocha Maurício/SEDS
professores com deficiencia

Uma de suas maiores dificuldades como professor com baixa visão é acessar sistemas nada acessíveis, como portal da universidade, Plataforma Lattes, portais de periódicos e de agências de fomento, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Na pós-graduação precisamos fazer o mesmo trabalho de uma pessoa sem deficiência, mas com as condições que não são dadas. Para fazer uma revisão de literatura, você vai acessar o portal de teses e não é acessível. Você vai preencher seu currículo Lattes e não é acessível. Você vai acessar bibliografias, não tem em braille, em formato digital ou com intérprete, às vezes o espaço físico não é acessível ao cadeirante”, ressalta.

As dificuldades de acesso são tão grandes que o professor precisou contratar um auxiliar com seus próprios recursos. Na justiça, o professor ainda tenta garantir seu direito de trabalhar com um técnico auxiliar pago pela universidade.

O professor Douglas pôde utilizar seus recursos para suprir a falta de acessibilidade, mas nem sempre é assim. Para o professor Décio, a principal barreira é a econômica, já que cada tipo de deficiência exige recursos diferentes e, muitas vezes, de alto valor. “Eu utilizo 95% dos meus recursos, mas penso que a instituição deveria ter esses equipamentos para disponibilizar para docentes e discentes”, afirma.

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Mais inclusão e acessibilidade

Para aumentar a representatividade de docentes com deficiência no Ensino Superior, uma das alternativas é o aumento da reserva de vagas para PcD em processos seletivos. Nos caso das universidades públicas, a lei determina a reserva de até 20% das vagas oferecidas no concurso público para pessoas com deficiência. 

Mas, para o professor Décio, na prática, essa reserva de vagas não funciona como deveria: “As cotas não são aplicadas nas vagas como um todo, mas sim em vagas pontuais, precisamos repensar essa distribuição de cotas”.

É imprescindível ainda que a acessibilidade saia do papel e ocorra de fato, tanto nos processos seletivos quanto no ambiente acadêmico. Para Ana Raquel, é fundamental também que haja a diminuição da burocracia para que as PcD tenham acesso aos recursos de acessibilidade necessários.

professores com deficiencia
Ana Raquel e seu pai na sua formatura, em 2017 (Foto: Arquivo pessoal)

Outra política pública que necessita de ampliação é a de bolsas de mestrado e doutorado. Nos últimos anos, as bolsas de pesquisa da CAPES e CNPq têm sido cortadas gradativamente, o que afeta diretamente a permanência de graduandos, mestrandos e doutorandos nas universidades.

“O stricto sensu ainda é muito excludente e vivemos um momento que tende a ser mais e mais, pois os recursos estão cada vez menores. Nessa forma de fazer política pública de educação, vamos ter apenas a perpetuação de representantes de camadas privilegiadas da sociedade no Ensino Superior, como era há 30 anos. Como fazer um doutorado trabalhando? É complicado”, reprova Décio.

O professor ainda defende que sejam ampliadas também as bolsas de mestrado e doutorado profissionais, de graduação e de iniciação científica no Ensino Médio, para garantir a ampliação do acesso das pessoas no Ensino Superior.

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Na opinião do professor Douglas, é preciso que haja o fortalecimentos dos núcleos de acessibilidade das universidades e que os núcleos não foquem apenas nos alunos, mas nos professores e técnicos também.

Na universidade em que Michelle leciona, a prioridade de intérprete é para os alunos surdos, o que dificulta sua rotina enquanto professora. “Se não tiver intérprete, eu fico sem atendimento em reuniões que poderiam contribuir para o meu crescimento, e nas quais eu poderia também dar a minha contribuição, como congregação e várias outras”, afirma.

professores com deficiencia
Michelle faz o sinal da UFMG em libras (Foto: Arquivo pessoal)

Para que haja a inclusão das pessoas com deficiência não só na área da educação como na política, judiciário e em outras carreiras, na visão do professor Décio, a primeira barreira a ser vencida é a do descumprimento de direitos sociais.

“As PcD são pessoas como as outras, mas com algumas especificidades. A pessoa com deficiência também têm outras barreiras para enfrentar relacionadas a sua condição econômica, ao seu gênero, a sua etnia, a sua localização, além das impostas a sua condição”, pontua.

Elaboração dos dados: Heitor Facini

Fonte  https://querobolsa.com.br/revista/o-que-voce-esta-fazendo-aqui-professores-com-deficiencia-lutam-para-conquistar-seu-lugar-no-ensino-superior

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

24/10/2020

No Dia Nacional do Combate ao Preconceito às Pessoas com Nanismo, consultor financeiro fala sobre desafios

Se nas ruas eles sofrem com o preconceito, no mercado de trabalho não seria diferente. Enrico Fróes Rodrigues, de 41 anos, enfrentou tudo isso e se destacou no mundo corporativo. Ele ocupou diversos cargos de liderança em grandes empresas. Atualmente, é consultor financeiro.

“Há poucos meses, dei início a minha própria consultoria, após trabalhar no mundo corporativo desde 2001. Passei por grandes empresas nacionais e multinacionais. Comecei como estagiário na IBM, onde trabalhei por oito anos na área financeira; fui Tesoureiro Corporativo de grandes empresas e a minha última posição foi de “Controller Americas” em uma empresa Holandesa do setor de engenharia para prestadores de serviços marítimos. Era responsável pelo acompanhamento financeiro das operações do Uruguay, Colombia, Brasil e EUA”, conta Enrico.

Mas nem tudo foram flores na trajetória profissional de Enrico. Ele foi discriminado em uma entrevista de emprego e até alvo de piadas de mau gosto.

“Logo no início da carreira, fui fazer uma entrevista para um estágio. Ao chegar na recepção da empresa, tinham duas secretárias que, ao me verem, tiveram uma crise de risos. Uma delas se levantou e saiu rapidamente. A segunda pediu meu nome, etc, mas eu a agradeci e saí. Não fiz a entrevista. Era muito novo e, hoje, certamente conduziria de outra forma.”

“Vivi um outro caso bastante interessante que consegui reverter e o colaborador virou um grande amigo. Nesta ocasião, eu pedi demissão na empresa onde estava trabalhando, mas não abri para qual empresa eu iria. Na minha última semana de trabalho (na empresa antiga) uma das pessoas da equipe me disse que já sabia para qual empresa eu iria e me mostrou um post em uma mídia social, onde um rapaz, que ficaria sob a minha gestão mencionou: “(…) vão trocar o meu chefe: um maluco por um anão!!”. Levei isso como um desafio e, nos primeiros dias nesta nova empresa, conversando individualmente com cada uma das 10 pessoas da equipe, ao me reunir com este rapaz, contei bastante sobre a minha história de vida, enfatizando diversos aspectos e não só o lado profissional. Foi uma experiência bem legal, pois a forma pela qual eu conduzi a conversa fez com que ele passasse a me respeitar, se aproximar e, com o tempo, ficamos bastante amigos”.

Enrico acredita que cada tipo de deficiência tem a sua dificuldade ou peculiaridade no mundo corporativo. O principal desafio para os portadores de nanismo, segundo ele, é lidar com as brincadeiras e as reações dos colegas.

“Para o nanismo, eu acho que o principal momento é o primeiro contato com os seus colegas de trabalho. A reação das pessoas varia ao te ver pela primeira vez e é neste momento que pode existir alguma piada, risada ou constrangimento. É importante manter a postura profissional, não permitir brincadeiras de mau gosto ou pejorativas, entretanto saber aceitar também, quando houver uma brincadeira criativa, engraçada, mas de bom gosto e sem ser de forma agressiva”.

A acessibilidade é outro desafio. Todos são iguais perante a lei. Entretanto, os portadores de nanismo passam por muitos percalços. Quando morava em Niterói e trabalhava no Rio, Enrico, muitas vezes, precisava de ajuda para embarcar e desembarcar das barcas.

“Por incrível que pareça, as maiores dificuldades são observadas no trajeto de ida e volta para o trabalho, pois os transportes coletivos, como ônibus e barcas, não estão 100% preparados. Por centenas de vezes, o desnível entre a barca e o deck onde ela atracava fazia com que eu precisasse recorrer a ajuda para poder embarcar. Há poucos anos, eles colocaram uma rampa para reduzir este desnível e dar autonomia para que, quaisquer pessoas, deficientes físicas ou com dificuldade de locomoção, pudesse embarcar mais facilmente. Outro exemplo que ouço reclamarem bastante é sobre a altura entre o chão e o degrau do ônibus e ainda sobre a altura onde fica o leitor do cartão de vale transporte”.

De acordo com o consultor financeiro, a acessibilidade nas empresas varia bastante de uma para a outra, mas é comum que os RH’s se preocupem em receber bem um colaborador que precise de alguma adaptação: “No meu caso, apenas o apoio para os pés. Existem outras adaptações mais complexas, mas percebo que os recursos humanos vêm se preocupando e se envolvendo cada vez mais”, sinaliza.

Inclusão no mercado de trabalho e na sociedade das pessoas com nanismo

O conceito de ESG (Environmental, Social, and Governance) veio para ficar e vem sendo muito debatido, além de estar provocando grandes mudanças nas empresas, segundo Enrico.

“Sob a ótica de PCD (Pessoas com Deficiência), onde o nanismo está enquadrado, vejo que as empresas estão buscando se tornar atrativas a estas pessoas. Trata-se de uma mudança de postura relevante, pois ao invés de buscarem PCD’s para cumprirem a legislação, tal adequação se torna uma consequência deste novo posicionamento. Há estudos publicados demonstrando impacto financeiro positivo relacionados à inclusão. A pessoa com nanismo ou qualquer outro tipo de deficiência física passa não só a buscar salário, benefício, mas a observar claramente estas questões. Além disso, as empresas que aderem aos conceitos de ESG, são cada vez mais bem vistas pelos investidores, pela população de sua região e seus stakeholders”.

Ele enfatiza que, ao olharmos para a relação empresa e colaborador PCD, temos que atentar para o fator Capacitismo x Vitimização.

“O papel da empresa é oferecer todas as condições para que a pessoa com nanismo ou qualquer outra deficiência esteja apta a desempenhar seu trabalho assim como qualquer outro profissional. A partir daí, cabe ao PCD produzir e performar, sem qualquer distinção, em linha com o seu cargo e com a expectativa da empresa. Ele deve estar atento para que, ao receber um feedback negativo ou uma avaliação mais crítica, não leve de forma persecutória, achando que a sua condição física é o fato gerador de tal episódio. Não cabe à empresa e tão pouco ao colaborador PCD gerarem uma relação de exceção, ao se olhar estritamente para o desempenho profissional, considerando que esta pessoa está totalmente apta, com todas as ferramentas providas pela companhia para que ela desempenhe o seu trabalho da melhor forma possível”.

Enrico tem uma percepção otimista sobre inclusão

“Apesar de ter muito ainda a ser feito, a “estrada” já está em construção e tem muita gente trabalhando conjuntamente para isso”, finaliza.

Fonte: https://revistareacao.com.br/no-dia-nacional-do-combate-ao-preconceito-as-pessoas-com-nanismo-consultor-financeiro-fala-sobre-desafios/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Deficiência visual: Microsoft lança versões dos apps Soundscape e Seeing AI em português

#pracegover : Foto do engenheiro Saqib Shaikh, criador da solução Seeing AI, da Microsoft. Ele é moreno, tem cabelo pretos e curtos, está sorrindo e segura um iPhone com a mão direita. Cego, tem uma bengala na mão esquerda.

A Microsoft lançou nesta terça-feira, 20, no Brasil duas aplicações que se beneficiam do uso de tecnologia para trazer mais acessibilidade para pessoas com deficiência. Os aplicativos Soundscape e Seeing AI ganharam agora suas respectivas versões em português, permitindo que os mais de 6,5 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência visual possam utilizar as soluções em seu dia a dia de forma gratuita. A localização dos aplicativos para o português, por enquanto disponível só para iPhone,  é parte do compromisso da Microsoft de promover Diversidade e Inclusão por meio da tecnologia e também integra o plano Microsoft Mais Brasil, apresentado pela empresa em um evento digital.

“A tecnologia é um caminho para termos um mundo com soluções mais inclusivas e apps como o Soundscape e o Seeing AI são grandes exemplos disso. Em meio ao período desafiador que estamos vivenciando, estamos comprometidos em trazer para os brasileiros soluções que viabilizem uma recuperação econômica inclusiva, sem deixar ninguém para trás, e isso passa pelo papel crítico que a tecnologia desempenha ao trazer mais autonomia para pessoas com deficiência visual”, afirma Rico Malvar, distinguished engineer da Microsoft Corp.

“Diversidade e Inclusão são parte da cultura da Microsoft e por isso temos apoiado cada vez mais o desenvolvimento de soluções que possam facilitar a acessibilidade para pessoas com algum tipo de deficiência. Fazemos isso por meio da inclusão de recursos acessíveis em todos os nossos produtos e serviços e também pelo criação de aplicações específicas como essas que temos o prazer de agora disponibilizar para milhões de brasileiros que são cegos ou têm baixa visão”, diz Alessandra Karine, líder de Diversidade e Inclusão e vice-presidente de vendas para o setor público, saúde e educação da Microsoft Brasil.

O Soundscape foi lançado por Amos Miller, estrategista de produto e pesquisador do Grupo Enable da Microsoft Research, que perdeu a visão devido a uma doença genética ocular. Há alguns anos, depois de assistir a uma peça em Londres, ele e sua filha de 5 anos estavam procurando um local para jantar em um bairro que eles não conheciam. Só graças aos olhos de sua filha e ao cheiro de comida Amos conseguiu localizar um restaurante. Uma ideia ficou em sua mente: e se a tecnologia tivesse facilitado para ele encontrar este lugar, enquanto continuava a conversar com sua filha?

Ao contrário dos aplicativos de navegação tradicionais que fornecem instruções atualizadas para cada mudança de direção, o Soundscape permite que o áudio 3D seja usado através de um fone de ouvido de realidade aumentada – o que significa que as instruções de som dadas para acessar um local coincidem com sua localização. Por exemplo: se um usuário está procurando uma farmácia e a farmácia está à direita, o fone de ouvido trará as informações de volta para o ouvido direito do usuário, não para a esquerda. O áudio 3D fornece informações sonoras que constroem um mapa mental de seu ambiente e torna muito mais fácil se locomover. Todos os locais disponíveis vêm do ambiente OpenStreetMap, um mapa de código aberto onde os usuários são livres para contribuir com atualizações para diferentes locais existentes.

Também foi lançada a versão 3.0 do Soundscape, com a funcionalidade Street Preview, que permite que todos possam explorar virtualmente sua vizinhança ou qualquer outro lugar do mundo do conforto da sua casa. Com um clique o app permite que você acesse sua localização precisa e suas características: lojas, meios de transporte e pontos de interesse localizados nas proximidades, por exemplo. O usuário também pode criar marcadores personalizados: ponto de ônibus diário, lojas ou restaurantes favoritos ou a residência de um ente querido.

O Soundscape também é capaz de avisar quando o usuário se aproxima de um cruzamento ou travessia de pedestres e permite a adição de pontos turísticos para facilitar a exploração: o caminho entre sua posição atual e a entrada de prédios ou parques, travessias de pedestres e seus botões de controle, pontes, bocas de metrô, entre outros.

Usando o Soundscape em conjunto com os auxílios tradicionais de mobilidade, como bengalas e cães-guias, uma pessoa cega ou com baixa visão ganha muito mais confiança para se mover de um lugar para outro e obter uma compreensão do que a cerca, sobretudo em um ambiente desconhecido. Também é possível explorar serviços essenciais como transporte público e restaurantes.

Importante ressaltar que o Soundscape é um aplicativo que foi projetado com foco em acessibilidade e para pessoas com algum espectro de deficiência visual, entretanto, por oferecer um design inclusivo, poderá ser útil para todos aqueles que tenham interesse em usar o aplicativo para explorar o mundo.

Já o Seeing AI, criado por Saqib Shaikh, engenheiro e gerente do projeto Seeing AI, é uma aplicação que utiliza o poder da computação em nuvem e da Inteligência Artificial (IA) para descrever diversos elementos para pessoas cegas e de baixa visão. Após ter o app instalado no smartphone, é preciso apenas apontar a câmera do celular para que a aplicação seja capaz de transcrever textos curtos, documentos, produtos, além de identificar notas de dinheiro e até mesmo descrever a emoção de pessoas. O aplicativo, que até então estava disponível em inglês, italiano, turco, holandês, alemão, francês, japonês e espanhol ganha agora sua versão em português para que os brasileiros também possam se beneficiar dessa inovação.

Para a localização do Seeing AI para usuários brasileiros, foi necessário ensinar a IA a diferenciar notas em Reais. Esse trabalho contou com o apoio de um grupo de voluntários que fotografou fotos de notas dos mais diversos valores e fez o upload das imagens para o sistema pudesse “aprender” a reconhecer cada uma delas. O Seeing AI é capaz de transformar o mundo visual em uma experiência audível, abrindo um universo de possibilidades para pessoas cegas ou com baixa visão.

“Estou muito feliz por lançarmos uma localização do aplicativo Seeing AI para o português do Brasil, incluindo o reconhecimento da moeda local, o Real. O Seeing AI pode ajudar nas tarefas do dia a dia, desde a leitura de documentos até a identificação de amigos e a identificação das suas compras – estou animado para saber como será a recepção dos usuários brasileiros para essa tecnologia”, afirmou Saqib Shaikh.

No Brasil, a Fundação Dorina Nowill, que há mais de 70 anos se dedica à inclusão social de pessoas com deficiência visual, apoiou a etapa de testes do Soundscape e do Seeing AI. Segundo Alexandre Munck, superintendente executivo da Fundação Dorina Nowill para Cegos: “O maior legado da nossa fundadora, Dorina de Gouvêa Nowill, é a luta por um mundo mais acessível e inclusivo. Há mais de 70 anos, atuamos para habilitar ou reabilitar pessoas com deficiência visual, buscando oferecer ferramentas que incentivem e impulsionem sua independência. Paralelamente, atuamos junto às famílias, aos educadores, às empresas, ao poder público e à sociedade estimulando um mundo sem barreiras ou segregação. Iniciativas como essa da Microsoft nos confortam com a sensação de que não estamos sozinhos nessa causa. E reforçam nossa certeza: grandes empresas podem atuar também em prol de um mundo e uma sociedade, de fato, cada vez mais inclusivos”.

“Avaliei como consultor e também como usuário com deficiência visual os aplicativos gratuitos Soundscape e Seeing AI, considerando seus benefícios para maior inclusão social das pessoas cegas e com baixa visão, incluindo, neste caso, a minha família e eu; amigos e demais pessoas que possam se beneficiar destas importantes ferramentas de acessibilidade. Os testes atenderam expectativas como acessar, sem nenhuma dificuldade, às telas de Ajuda de cada canal, incluindo as telas de Menu e Configurações; acionar os recursos de cada canal disponível, que apresentou resultados positivos durante a execução, e clara identificação para usuários com deficiência visual que utilizam o leitor de tela VoiceOver. Além da avaliação técnica e profissional, tive a oportunidade de utilizar satisfatoriamente os aplicativos em meus estudos, encontrando nessas ferramentas recursos que superaram barreiras até então encontradas na faculdade, pois a mesma ainda é bastante limitada em acessibilidade e, consequentemente, na inclusão de alunos com deficiência visual como eu”, contou Ademilson Conceição da Costa, Consultor em Acessibilidade da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Tanto o Soundscape quanto o Seeing AI estão disponíveis para uso no Brasil em dispositivos com sistema iOS.

Fonte: https://revistareacao.com.br/deficiencia-visual-microsoft-lanca-versoes-dos-apps-soundscape-e-seeing-ai-em-portugues/

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Governo do Estado de SP abre inscrições gratuitas para webinário internacional sobre ensino superior inclusivo

Desde  quarta-feira (21), a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) abriram as inscrições gratuitas para o “Webinário Internacional Ensino Superior Inclusivo: como garantir o acesso e permanência de alunos com deficiência”, que será realizado no dia 29 de outubro, das 16h às 18h (horário de Brasília), com transmissão no canal do Youtube da TV UNESP (tv.unesp.br/live).

A iniciativa, que tem como parceiros a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e o Centro Paula Souza (CPS), irá abranger a experiência e abordagem internacional, em que serão apresentados os principais desafios à garantia do ensino superior inclusivo, boas práticas e novos recursos de acessibilidade e inclusão para melhorar o acesso e permanência do aluno com deficiência.

Segundo a Base de Dados dos Direitos da Pessoa com Deficiência, hoje no Estado de São Paulo, os alunos com deficiência no ensino superior representam 0,45% dos universitários. Além disso, apenas 12% deles estudam em instituições públicas.

Com especialistas de áreas nacionais e internacionais, o webinário retratará reflexões em quatro temas: “Design Universal para aprendizagem nas Instituições de Ensino Superior (IES) Europeias”; “A inclusão no ensino superior em Portugal”; “Perspectivas para o ensino superior inclusivo no Brasil: das rotas dos sujeitos à emergência de saberes” e “Práticas desenvolvidas pelas Universidades Públicas Paulistas”.

A transmissão será acessível, contará com intérprete de libras e tradução para a língua portuguesa. As inscrições são gratuitas. Para o cadastro, mais informações e apresentações dos palestrantes, acesse o link: https://forms.gle/TEuT7ro3LT4hgy9p6 .

SERVIÇO

“Webinário Internacional Ensino Superior Inclusivo: Como melhorar o acesso e permanência de alunos com deficiência”

Data e horário: 29 de outubro (quinta-feira), das 16h às 18h (horário de Brasília)

Inscrições limitadas: https://forms.gle/TEuT7ro3LT4hgy9p6

Fonte  https://revistareacao.com.br/governo-do-estado-de-sp-abre-inscricoes-gratuitas-para-webinario-internacional-sobre-ensino-superior-inclusivo/

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Em LIVE, SISTEMA REAÇÃO reúne especialistas e discute futuro de isenções de impostos para carro 0 km para PcD e novas regras estabelecidas no estado de São Paulo para IPVA

Por mais de uma hora, na tarde desta quinta-feira, 22/10, o SISTEMA REAÇÃO, através da TV REAÇÃO atraiu a atenção de milhares de pessoas por todo o Brasil ao discutir CARRO 0 km COM ISENÇÃO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.

A transmissão teve a participação dos especialistas Renato Baccarelli, Itamar Tavares Garcia e Fernando Dias Ribeiro.

Pela primeira vez, o Estado participou das discussões do tema com as pessoas com deficiência. Durante toda a LIVE Luiz Fernando Garcia, Assistente Fiscal especialista da Diretoria de Arrecadação, Cobrança e Recuperação de Dívida da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo procurou comentar as novas regras estabelecidas no estado paulista sobre as isenções de IPVA, assim como o efeito do Decreto paulista nº 65.259.

A renovação do convênio CONFAZ – sobre a isenção de ICMS também foi tema da LIVE. Até o fechamento desta matéria, a LIVE recebeu mais de 500 comentários.

Rodrigo Rosso, diretor do SISTEMA REAÇÃO e presidente da ABRIDEF – Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços de Tecnologia Assistiva para Pessoas com Deficiência foi o mediador da LIVE. “Ficaríamos horas e horas falando sobre o tema. O Governo de São Paulo ainda não consegue explicar muitas coisas, que devem, com certeza, ficar claras nas próximas publicações, com as devidas regulamentações. O nosso papel sempre foi levar as necessidades do segmento da pessoa com deficiência a qualquer instância que seja. E na LIVE cumprimos esse papel importante. O Governo precisa, antes de tomar qualquer tipo de decisão, ouvir os nossos representantes. Poucos conhecem o tema. Tomam decisões que pode custar muito caro para os cofres estaduais”.

O departamento de jornalismo da Revista Reação continua acompanhando as novas mudanças que envolvem o setor.

A TV REAÇÃO, através da página pelo Facebook: @revista.reacao voltará a debater o tema assim que as regulamentações forem publicadas em Diário Oficial.

Acompanhe toda a transmissão desta quinta-feira, no link:

Assista no Facebook: https://www.facebook.com/181842935520629/videos/767987487378426

Ou no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=febJ8z0SzM8

Fonte  https://revistareacao.com.br/em-live-sistema-reacao-reune-especialistas-e-discute-futuro-de-isencoes-de-impostos-para-carro-0-km-para-pcd-e-novas-regras-estabelecidas-no-estado-de-sao-paulo-para-ipva/

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Alunos do CE transformam capacete de construção civil em sensor de movimento para deficientes visuais

O protótipo foi semifinalista do Prêmio Respostas para o Amanhã, iniciativa global da Samsung que desafia alunos e professores da rede pública a desenvolverem soluções para problemas locais com experimentação científica e/ou tecnológica por meio da abordagem STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática)

A peça de EPI (Equipamento de Proteção Individual) foi a base do protótipo, que está em ajustes e utilizará materiais simples em sua composição, como Papel Paraná (com espessura inferior a 2 milímetros), placas de E.V.A (espuma vinílica acetinada), sensor de infravermelho, bateria de 9 volts e cabo de alimentação.

Um sensor detectará movimentações a dois metros de distância, com uma lógica similar a de sistemas de carros, mas, em vez de apito, um motor de corrente contínua faz com que o portador de deficiência visual seja avisado por uma vibração sentida em seu braço. 

 “Um familiar de um dos alunos que integra o projeto enxerga parcialmente e nos inspirou, voluntariando-se para todos os testes. Nossa proposta é montar um sensor com materiais simples. O objetivo é a pessoa com deficiência visual se locomover com mais facilidade utilizando um material de baixo custo”, explica Igor Costa Cajaty, professor de Química do Ensino médio da escola e responsável pelo projeto, que leva o nome de TAAPDV: Tecnologia Assistiva Acessível para Pessoas com Deficiência Visual.

Em sua sétima edição, o Prêmio Respostas para o Amanhã mobilizou 1749 estudantes, 997 professores e 303 escolas públicas de diferentes cidades e estados do País. Foram avaliados 521 projetos, sendo 202 (38,8%) da região Sudeste, 174 (33,4%) do Nordeste, 81 (15,5%) do Norte, 37 (7,1%) do Centro-Oeste e 27 (5,2%) do Sul.

Os temas mais explorados foram educação, infraestrutura urbana ou rural (com soluções para mobilidade e acessibilidade) e saúde (projetos envolvendo bem-estar, alimentação e combate à fome).

“O Prêmio Respostas para o Amanhã é referência por estimular jovens de todo o País a desenvolverem soluções como a que encontramos nesse projeto de Pindoretama, no Ceará. O foco do programa em demandas sociais expõe toda a capacidade de transformação quando se trabalha juntando educação e inovação”, afirma Isabel Costa, Gerente de Cidadania Corporativa da Samsung Brasil.

“Os projetos participantes do Prêmio Respostas para o Amanhã mostram como professores, estudantes e a sociedade como um todo ganham quando a escola pública cumpre seu papel social, promovendo a aprendizagem e a inovação para além de seus muros e transformando conhecimento teórico em prática social”, avalia Ana Cecilia de Arruda Chaves, Coordenadora de Programas e Projetos do CENPEC Educação.

Alunos da Escola Júlia Alenquer Fontenele, de Pindoretama (CE), transformaram um capacete de construção civil em sensor de movimentos para pessoas com deficiência visual. 

Fonte  https://revistareacao.com.br/alunos-do-ce-transformam-capacete-de-construcao-civil-em-sensor-de-movimento-para-deficientes-visuais/
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CRENÇAS LIMITANTES NA INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Por Nilton Oliveira Gonçalves

O QUE SÃO CRENÇAS

Na sua essência, crenças são postulados que carregamos pela vida, verdades que trazemos e tratamos como definitivas, que nos norteiam, decorrentes de nossas experiências de vida, relacionamentos e mesmo, hereditariedade.

Crenças que não nos desafiam, nem ferem evoluções de entendimentos, não devem necessariamente ser questionadas.

Por outro lado, aquelas que oprimem seu crescimento enquanto ser humano, bem como as que não acompanham evoluções, mudanças de tendências, ou colocam em risco novas possibilidades, quanto a estas, precisamos questioná-las.

A quebra de paradigmas, a superação a essas crenças, são os desafios que a vida nos impõe.

CRENÇAS LIMITANTES

De certa forma, crenças já são algo que nos limita, pois nos impõe informações como verdades definitivas – e seu questionamento, como algo que irá nos afrontar, bem como as verdades que trazemos na vida.

As crenças tidas como efetivamente limitantes, são construídas a partir de um conjunto de experiências, ou de uma experiência única que tenha tido um forte impacto negativo em determinada área de nossas vidas. Essas crenças moldam a forma como iremos ver e interpretar os fatos futuros, como também irá afetar diretamente em nossas escolhas e decisões.

Quando um determinado evento começa a ocorrer constantemente e trazendo fortes impactos negativos, nosso cérebro produz pensamentos generalizados com relação a tal fato. Tomamos esses pensamentos como verdades absolutas e começamos a adequar o nosso comportamento de acordo com essas verdades.

O grande problema é que o cérebro opera esse comportamento em nosso inconsciente e cria pensamentos distorcidos e, por vezes, até mesmo falsos.

O fato é que ter um inconsciente impregnado de crenças limitantes nos impede de evoluirmos e crescermos em busca das conquistas.

COMO SE ORIGINAM

Estudos apontam a possibilidade de divisão de crenças, conforme sua origem e tipos. Vejam quais são elas, a seguir:

Hereditariedade: são aquelas que representam tudo o que a pessoa escuta dos pais e observa em seu sistema familiar. Falas como “você não faz nada direito”, “você deixa tudo pela metade”, “você nunca vai conseguir ninguém”, “seu irmão é muito melhor”, permanecem registradas ao longo de toda a vida. A mesma coisa acontece quando uma pessoa vivencia situações de traição, brigas por dinheiro, excesso ou ausência de regras, relação com comida e injustiças.

Vivências Pessoais: essas crenças são criadas com base nas experiências individuais de cada pessoa. Apesar de terem origem hereditária, só se tornam verdade porque foram vividas. Por exemplo, em casos nos quais uma pessoa é mandada embora do emprego ou não passasse no vestibular, podem desenvolver a crença de incapacidade. Ou quando uma pessoa tem seu relacionamento interrompido pelo companheiro, é fácil acreditar que nunca alguém irá gostar de você de verdade.

Relacionamentos Sociais: são aquelas impostas pela mídia ou pela sociedade. Existem algumas crenças sociais que são muito comuns a todos nós ou, pelo menos, a pessoas próximas a nós, como: “o mundo é muito perigoso”, “só as pessoas ricas são felizes”, “a sociedade só vai te aceitar se você for magro”, entre tantas outras coisas.

EXEMPLOS DE FRASES (E PENSAMENTOS) LIMITANTES

  • “Nunca vou conseguir dinheiro suficiente” ou “não tenho dinheiro para nada”;
  • “Só é possível ganhar dinheiro fazendo coisas erradas”;
  • “Não tenho tempo para nada”;
  • “Não sou bom o suficiente”;
  • “Melhor não tentar, para não pagar mico”;
  • “Só as pessoas ricas são felizes”,
  • “A sociedade só vai te aceitar se você for magro”;
  • “Sou muito velho para isso;
  • “Não consigo aprender isso”;
  • “Nunca vou conseguir alcançar meus objetivos, nem realizar meus sonhos”;
  • “É impossível me organizar”;
  • “A culpa não é minha que as coisas só deem errado”;
  • “Eu não mereço sucesso”.

CRENÇAS LIMITANTES NO PROJETO DE INCLUSÃO DE PCDs

  • “Contratar um PCD, é ter outro funcionário quase que exclusivo para atender a essa pessoa”;
  • “Melhor correr o risco da fiscalização, a gastar tempo e dinheiro na contratação de um PCD”;
  • “Nada que se faz por obrigação (a lei de cotas) costuma dar certo”;
  • “Se a pessoa não tem um membro, como dizer que ela é igual a mim?”

ROMPENDO SUAS CRENÇAS LIMITANTES

Nosso cérebro necessita de tempo para começar a incorporar pensamentos positivos, que venham romper com as limitações impostas pelas crenças prévia e longamente arraigadas em nossas mentes e vidas.

Você precisa condicioná-lo a pensar de uma nova forma – mas acima de tudo, acreditar no rompimento de antigas convicções, de pensamentos negativos.

E como se faz isso? Em primeiro lugar, questionando antigas verdades, tidas como absolutas.

Não se ressignifica pensamentos e convicções de um dia para o outro!

Ora, peguemos a frase “Se a pessoa não tem um membro, como dizer que ela é igual a mim?”… São tantos e tão profundos os cases de sucesso de pessoas PCDs, que para desmontar esta ideia prévia basta permitir-se ouvir o mundo ao seu redor, e assim, com relação às demais crenças limitantes quanto á contratação de PCDs

É preciso ter paciência, e resiliência!

FUNDAMENTAL TENTAR OLHAR PARA DENTRO DE SI MESMO (A) E BUSCAR A ORIGEM DAQUELA CRENÇA, PARA PODER FAZER COM QUE DEIXE DE EXISTIR. ALIÁS, HÁ QUE SE COLOCAR UM PROPÓSITO PARA O FIM DA CRENÇA, POIS SEM OBJETIVO, DIFICILMENTE VOCÊ CONSEGUIRÁ QUEBRÁ-LA.

Crie uma crença fortalecedora. Troque aquela frase ou situação negativa por uma que lhe dará forças para continuar lutando até atingir o objetivo que você determinou.

  • Nilton Oliveira Gonçalves é mentor do Projeto Egalas de Inclusão e Diversidade (www.egalas.com.br)
Fonte  https://revistareacao.com.br/crencas-limitantes-na-inclusao-de-pessoas-com-deficiencia/
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23/10/2020

Multa para uso indevido de vaga de idoso ou pessoa com deficiência pode aumentar Fonte: Agência Senado

O Senado analisa projeto que agrava a multa para quem estacionar veículo irregularmente em vagas reservadas a idosos ou pessoas com deficiência. Apresentado pela senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), o PL 4.612/2020 altera o Código de Trânsito Brasileiro (CTB — Lei 9.503, de 1997).

Atualmente a multa para o motorista que desrespeitar a vaga de idoso ou de pessoas com deficiência física é de R$ 293,47, além da inclusão de sete pontos na carteira de habilitação pela infração gravíssima e a possibilidade de reboque do carro. Com a proposta, a multa será aumentada em cinco vezes (R$ 1.467,35). E em cada caso de reincidência no período de dois anos, o valor será multiplicado por dez (R$ 2.934,70). 

Mara explica que é frequente as vagas preferenciais serem usadas por pessoas que não possuem o direito de utilizar o espaço.

​A proposta cita a Lei Federal de Acessibilidade (Lei 10.098, de 2000), que determina que o poder público reserve vagas exclusivas e sinalizadas para pessoas com deficiência e idosos, no planejamento e na urbanização das vias públicas. Segundo a norma, 5% das vagas são para idosos e 2%, para as pessoas com deficiência.

A senadora afirma que a penalidade fixada pelo CTB para quem estacionar indevidamente em vagas reservadas a idosos não tem sido suficiente para controlar o desrespeito à lei.

“Apesar de a legislação estar em vigor já há 20 anos, o desrespeito ainda é grande e configura uma das maiores queixas dos cidadãos com deficiência que se veem impedidos de utilizar, com segurança e autonomia, os espaços e mobiliários públicos, assim como os equipamentos urbanos e as suas edificações”, argumenta.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

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Ama Brusque inicia produção da Carteira Nacional de Identificação do Autista

A Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) já iniciou a emissão da Carteira Nacional de Identificação do Autista e a Associação de Pais, Profissionais e Amigos dos Autistas (Ama Brusque), fará este encaminhamento para quem está dentro do espectro e reside em Brusque, Guabiruba e Botuverá. A digitalização de documentos na entidade iniciou no dia 6 de outubro, a partir da autorização publicada no Diário Oficial do Estado e, até o momento, cerca de 30 famílias já foram atendidas, com horário marcado e respeitando todas as normas de prevenção da Covid-19.

“O documento vai facilitar o acesso da pessoa autista aos atendimentos prioritários, que já são garantidos por lei. Como se trata de uma deficiência sem características físicas, muitas famílias relatam constrangimentos quando buscam este direito. A prática, até então, era andar sempre com o laudo assinado pelo especialista na bolsa e apresentá-lo como forma de comprovação do TEA”, explica a presidente da Ama Brusque, Guédria Motta.

Para evitar aglomerações, a entidade disponibilizou um endereço eletrônico (https://forms.gle/RrnyEMeLCwAoqgn97) para cadastro. Ali, a família define o melhor horário para ir até a Ama Brusque, cuja sede fica na Sala 3B, da faculdade Uniasselvi. O próximo passo é aguardar o contato da psicopedagoga da entidade, que agendará o dia da digitalização dos documentos. É necessário apresentar o laudo médico, o RG e o CPF do beneficiário e de dois responsáveis legais, comprovante de residência, foto 3×4 e informar o tipo sanguíneo da pessoa autista. O material digitalizado será encaminhado através de e-mail para a FCEE que, até o momento, ainda não informou a data de entrega da Carteira.

“Outro benefício é um controle melhor dos municípios, do Estado e do país, sobre o número de pessoas que fazem parte do espectro. Em 2018, a incidência de casos era de 1 a cada 58 pessoas e este índice está aumentando. A informação será decisiva para o avanço em políticas públicas e forçará a prática de tudo que já está previsto em lei, sobretudo o acesso gratuito às terapias cientificamente comprovadas”, pontua Guédria.

Termo de Compromisso/Eleições 2020

A Ama Brusque tem agendado com os candidatos à prefeito de Brusque, uma conversa sobre a situação dos autistas no município. Mais de 200 crianças estão cadastradas junto à entidade e 90% delas não têm acesso à terapias, seja na rede pública ou privada.

A reunião também foi motivada pelo Decreto Nº 10.502/2020, assinado no início do mês pelo presidente Jair Bolsonaro que, apesar de destacar que a educação inclusiva deva acontecer preferencialmente na escola regular, permite o retorno de classes ou escolas especiais no Brasil.

“Estamos pedindo aos candidatos a assinatura de um termo de compromisso, para que as crianças autistas permaneçam nas escolas regulares e tenham acesso à terapias específicas e gratuitas no contraturno. Para nossa entidade, exceção deve continuar sendo tratada como exceção, já que uma escola inclusiva contribui na formação cidadã de todos”, afirma Guédria. 

Fonte: https://revistareacao.com.br/ama-brusque-inicia-producao-da-carteira-nacional-de-identificacao-do-autista/

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