25/09/2020

Série Inclusão: tecnologia vai ampliar acesso das pessoas com deficiência nas Eleições 2020

Esta semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está divulgando uma série de matérias em comemoração ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro. Dos 147 milhões de eleitores aptos a votar nas Eleições Municipais de 15 de novembro, 1.158.405 declararam ter algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida.

Pensando na inclusão desses votantes e em formas de facilitar o direito ao exercício do voto por parte desse público, a Justiça Eleitoral vem promovendo várias ações. Entre as iniciativas dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), está a adequação ao artigo 17, parágrafo 2º, da Resolução nº 23.611/2019.

O trecho da norma prevê que seja instituída a função de auxiliar de apoio logístico “com a incumbência de verificar se as condições de acessibilidade do local de votação para o dia da eleição estão atendidas, adotando as medidas possíveis”.

O TRE-BA, por exemplo, vai, pela primeira vez, contar com a presença desse auxiliar, a quem os Regionais vêm chamando de “coordenador de acessibilidade”. Os TREs de Minas Gerais e de São Paulo, por sua vez, já vão para o segundo ano consecutivo de prestação desse serviço. Nesses estados, o auxiliar estará, inclusive, devidamente identificado com camiseta e colete. 

Tradutores de Libras

Outra ação realizada por alguns tribunais regionais é a ampliação do número de intérpretes de Libras para auxiliar os mesários nos dias de votação.

O TRE do Rio Grande do Sul mantém há anos um grupo de trabalho chamado “Comitê Valor Público”, que é um núcleo socioambiental e de acessibilidade incumbido de trabalhar em projetos estratégicos no órgão. Além dos trabalhos rotineiros na casa, o grupo promove, a cada eleição, programas específicos e voltados ao pleito, conforme explica Magda Andrade, presidente do Comitê.

De forma pioneira, nas eleições deste ano, será disponibilizado aos cartórios eleitorais do Rio Grande do Sul um número de celular destinado ao esclarecimento de dúvidas por parte dos mesários. O projeto se volta, especificamente, às pessoas com deficiência auditiva.

“Quando algum profissional estiver com alguma dificuldade de entendimento no atendimento de algum cidadão com deficiência auditiva, imediatamente esse agente poderá entrar em contato através de videochamada com tradutores de Libras, que estarão de plantão nos turnos matutino e vespertino do primeiro e de eventual segundo turno das eleições”, comemora Magda.

Outro Tribunal Regional, o do Ceará, também está focado em ação semelhante. O TRE-CE vem promovendo campanha massiva na Corte, buscando voluntários de intérprete de Libras para trabalhar nas eleições deste ano. O intuito é oferecer esse atendimento para todo o estado. Na última eleição, apenas a capital, Fortaleza, e os municípios de Maracanaú e Sobral tiveram esse tipo de atendimento.

Experiência

A eleitora Priscila de Araújo, hoje pessoa com deficiência visual, trabalhou como mesária em alguns pleitos eleitorais. Nas palavras dela, apesar dos desafios impostos, foi uma “experiência muito interessante”, o que a fez querer atuar novamente com uma agente pública.

“Passar por essa experiência fez nascer em mim uma paixão pela atividade de mesária voluntária. Infelizmente, em 2018, não pude mais, por estar com a visão bem comprometida. Porém, os momentos em que lá estive foram muito bons e de muitos desafios”, destaca.

Fonte  https://revistareacao.com.br/serie-inclusao-tecnologia-vai-ampliar-acesso-das-pessoas-com-deficiencia-nas-eleicoes-2020/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

FUTEBOL PARA PESSOAS COM BAIXA VISÃO: O DESENVOLVIMENTO DO FUTEBOL B2/B3 NO BRASIL

O futebol de baixa visão é praticado por pessoas que apresentam uma deficiência visual. Eles apresentam uma acuidade visual que varia entre 3/60 e 6/18 no olho com melhor capacidade e com utilização da correção oftalmológica. A modalidade também é conhecida como Futebol B2/B3 pois é classe que se enquadram dentro do esporte para deficientes visuais. O objetivo deste estudo é o de analisar o futebol de baixa visão no Brasil, para isso foram realizadas análises documentais como artigos científicos, livros, leis, diretrizes, regras oficiais e resultados de competições, como súmulas, nos focamos nos sítios eletrônicos das entidades administrativas das modalidades paradesportivas analisadas não participa de uma copa do mundo desde 2007. Dessa forma, a modalidade, por não fazer parte dos Jogos Paralímpicos, não recebe o financiamento necessário para o desenvolvimento do esporte no Brasil, precisando de uma maior atenção da organização que administra a modalidade e do poder público.

O futebol é um dos esportes mais populares do mundo, sendo praticado em inúmeros países e continentes, essa realidade é ainda mais forte no Brasil, esporte predominante no país. Por ser tão popular, o Futebol também é extremamente popular entre as pessoas com deficiência, não a toa, é a modalidade mais adaptada para esse público (Reis, 2017).

O futebol para pessoas com deficiência visual é uma modalidade praticada em todo o mundo, é uma adaptação para pessoas que não podem enxergar. Existem duas variações dessa modalidade, o Futebol de 5, modalidade para cegos totais, e o Futebol B2/B3 (Reis, 2017).

A deficiência visual se distingui entre a cegueira total, onde a pessoa não enxerga nada, e a baixa visão, são atletas que apresentam uma acuidade visual que varia entre 3/60 e 6/18 no olho com melhor capacidade e com utilização da correção oftalmológica (OMS, 2015).

Alguns relatos apontam que em meados dos anos de 1980, a modalidade era praticada em instituições especializadas para pessoas com deficiência visual nos Estados do Paraná e Rio de Janeiro (CBDV, 2019). A história do início da prática do Futebol B2/B3 se mistura muito com a do Futebol de cinco, pois essas instituições que abrigavam e educavam os deficientes visuais não faziam distinção entre cegos totais e pessoas com baixa visão.

Nas categorias B2/B3, as regras são as mesmas do futsal convencional, as adaptações ocorrem no ambiente de jogo, como, por exemplo, a claridade em excesso na quadra (FREIRE e CONRADO, 2014). As regras do futebol para baixa visão são baseadas nas regras da Federação Internacional de Futebol (FIFA) e adaptadas para jogadores B2/B3 (acima de 5 graus e abaixo de 20 graus no melhor olho) de acordo com o estabelecido pela International Blind Sport Federation (IBSA) (Souza, 2014).

O futebol de baixa visão não é uma modalidade paralímpica, ou seja, não faz parte dos Jogos Paralímpicos, como consequência, não recebe a mesma atenção da mídia nem do financiamento público privado se compara com a modalidade onde todos os atletas são cegos. Isso também se reflete nas produções acadêmicas, que não apresenta nenhum estudo científico que traga considerações mais profundas acerca da modalidade.

Pensando nisso, o objetivo deste estudo é o de analisar o futebol de baixa visão no Brasil, sua organização, competições, histórico e dessa forma, contribuir para o desenvolvimento do esporte no Brasil.

MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho tem como principal característica a de uma pesquisa documental. Este tipo de pesquisa baseia-se em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reorganizados de acordo com os objetivos da pesquisa. Além disso, também deve ser considerado de origem qualitativa, uma vez que os estudos que empregam uma metodologia qualitativa, podem descrever a complexidade de um determinado problema, além de analisar a interação de variáveis, como compreender e classificar processos vividos por grupos sociais específicos. (Gil, 1999).

          Além de concentrar esforços nas análises documentais como artigos científicos, livros, leis, diretrizes, regras oficiais e resultados de competições, como súmulas, nos focamos nos sítios eletrônicos das entidades administrativas das modalidades paradesportivas analisadas na pesquisa. Principalmente a Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais e sua representante a nível internacional, a International Blind Sports Federation.

         Para uma melhor análise dos dados, foi elaborado uma planilha, que posteriormente foi adaptado em quadros explicativos, onde foi feito o levantamento das competires a nível nacional e internacional, com o intuito de catalogar as informações mais relevantes como resultados, locais e datas desses eventos esportivos.

CLASSIFICAÇÃO DOS JOGADORES

Como toda modalidade praticada por pessoas com deficiência, o Futebol de baixa visão também segue a premissa da classificação funcional. A Classificação funcional tem como principal objetivo tornar o paradesporto mais justo. O futebol para deficientes visuais é dividido em três categorias: B1, B2 e B3. O “B” significa blind, cego em inglês, os atletas são submetidos a avaliações oftalmológicas. As avaliações averiguam a funcionalidade do sentido visual nos atletas e devem considerar ambos os olhos, com a melhor correção. Mesmo quem faz uso de lentes corretivas devem realizar a classificação com os mesmos, ainda que não utilizem tais lentes durante a partida. (Freire e Morato, 2012)

Após o processo de classificação ser concluído e a aferição da função visual de cada atleta realizado, ele é classificado em uma das três classes: B1, B2 e B3, sendo B1 de maior comprometimento (cego), o B3 de menor comprometimento (baixa visão) e o B2 também com baixa visão, mas de comprometimento intermediário entre as outras duas classes. (Freire e Morato, 2012). Para competir no futebol de baixa visão, o atleta tem que se encaixar nas classes B2 e/ou B3.

REGRAS E ADAPTAÇÕES

As regras para o Futebol de Baixa visão não se diferem muito das adotadas pela FIFA, a dimensão da quadra e das balizas são as mesmas, bem como o tempo de jogo (Souza, 2014), porém, algumas adaptações feitas pela IBSA foram importantes e necessárias como por exemplo:

– O ginásio ou a quadra, devem estar livres de reflexos solares ou de luz artificial que possam dificultar a baixa visão dos jogadores, pois a iluminação deverá ser uniforme em toda a quadra e com a mesma intensidade, durante toda a partida.

  • Os árbitros devem pertencer ao quadro de arbitragem da IBSA.
  • A bola utilizada deverá ser de cor branca, verde ou laranja, havendo um contraste com o piso (ou grama) e os arredores da quadra.
  • Os jogadores classificados como B3 terão de usar um bracelete vermelho no braço direito e durante toda a partida, deverão jogar no mínimo dois jogadores B2 em cada equipe.
  • A Substituição indevida de um jogador da categoria B3 no lugar de um jogador da categoria B2 terá como punição um tiro livre indireto a favor da equipe adversária, e o jogador infrator receberá um cartão amarelo, saindo momentaneamente da partida.
  • Em caso delusão do jogador da categoria B2, este deverá ser substituído por outro jogador B2; se a equipe não dispor de jogadores B2, deverá terminar a partida com três jogadores de linha.
  • Os goleiros pode enxergar normalmente, não apresentando nenhuma deficiência ou serem baixa visão.
  • O goleiro não pode sair de sua área. Caso saia da área e toque a bola com os pés, receberá o cartão amarelo e será marcado um tiro livre direto, e caso o goleiro toque na bola com as mãos, deverá ser expulso da partida recebendo o cartão vermelho, independente de já ter recebido ou não um cartão amarelo anteriormente. (IBSA, 2019)

COMPETIÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS

COPA BRASIL DE FUTEBOL B2/B3

No Brasil a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais (CBDV), que organiza a Copa Brasil de Futebol B2/B3 desde o ano de 2000, principal competição da modalidade no Brasil. Naquele ano, a entidade ainda era conhecida como Associação Brasileira de Desporto para Cegos (ABDC), responsável pela organização de seis campeonatos. Como pode-se observar na tabela a seguir:

Tabela 01: COMPETIÇÕES ORAGNIZADAS PELA ABDC – 2000 A 2005

COMPETIÇÕES ORAGNIZADAS PELA ABDC – 2000 A 2005
ANOLOCALCAMPEÃOVICE-CAMPEÃOTERCEIRO
2000MGLDVAC/ACCESEC/SPADEVIBEL/MG
2001SPCESEC/SPLDVAC/ACAADV/PR
2002MGAADV/PRCESEC/SPAPEC/PE
2003RJLDVAC/ACAPEC/PEAADV/PR
2004MSLDVAC/ACIPC/PRCESEC/SP
2005SPIPC/PRCESEC/SPCAMPINAS

Nesse período, a equipe acreana da LDVAC (Lar dos Deficientes Visuais do Acre)  conquistou três dos seis títulos em jogo além das boas posições nos campeonatos. Outras equipes como Centro Emancipação Social Esportiva Cegos (CESEC) de São Paulo e a Associação Atlética dos Deficientes Visuais (AADV) e o Instituto Paranaense de Cegos (IPC) do Paraná faziam boas participações e mostravam, uma distribuição geográfica interessante da modalidade no Brasil, representando a região Sul, Sudeste e Norte.

A partir do ano de 2006, a Entidade mais uma vez trocou seu nome, se tonando a Confederação Brasileira de Deporto para Cegos (CBDC), como Confederação, a entidade deu um passo adiante no modelo de organização esportiva. Ainda assim, durante as cinco anos seguintes, não organizou a Copa Brasil nos anos de 2006 e 2008. Nos outros três anos, a competição foi realizada no estado do Espírito Santo, com o auxílio de dirigentes locais.

Tabela 02: COMPETIÇÕES ORAGNIZADAS PELA CBDC – 2006 A 2010

COMPETIÇÕES ORAGNIZADAS PELA CBDC – 2006 A 2010
ANOLOCALCAMPEÃOVICE-CAMPEÃOTERCEIRO
2007ESADEVIPAR/PRCESEC/SPILBES/ES
2009ESADEVIPAR/PRUNICEP/ESCESEC/SP
2010ESADEVIPAR/PRUNICEP/ESCESEC/SP

Nesse período, existiu uma hegemonia do estado do Paraná, representado pela equipe da Associação dos Deficientes Visuais do Paraná (ADEVIPAR), sagrando-se campeã das três edições, completando o pódio, as equipes da CESEC/SP e as duas equipes que jogavam em sua “casa”, ILBES (Instituto Luis Braille do Espírito Santo) e UNICEP (União de Cegos Dom Pedro II), ambas do estado do Espírito Santo.

A partir de 2011, ja como CBDV[1], foram organizados nove campeonatos, que tiveram como sedes, apenas as cidades de Curitiba e Rio de Janeiro, até que em 2017, em uma parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, os eventos começaram a acontecer no Centro de treinamento paralímpico brasileiro, em São Paulo.

Tabela 03: COMPETIÇÕES ORAGNIZADAS PELA CBDV – 2011 A 2019

COMPETIÇÕES ORAGNIZADAS PELA CBDV – 2011 A 2019
ANOLOCALCAMPEÃOVICE-CAMPEÃOTERCEIRO
2011RJILBES/ESADEVIPAR/PRIBC/RJ
2012RJILBES/ESIBC/RJURECE/RJ
2013PRADEVIPAR/PRILBES/ESADVIMS/MS
2014PRILBES/ESABASC/PRURECE/RJ
2015RJABASC/PRILBES/ESURECE/RJ
2016RJILBES/ESURECE/RJACERGS/RS
2017SPCFA/PRURECE/RJACERGS/RS
2018SPCFA/PRURECE/RJACERGS/RS
2019SPURECE/RJCFA/PRACERGS/RS

Foram ao todo 18 edições nos últimos 20 anos, onde o estado do Paraná apresenta times com mais títulos, são ao todo 9 conquistas, seguidas do Espírito Santo com 4, Acre com 3 e Rio de Janeiro e São Paulo com um título.

COPAS DO MUNDO

Como as demais modalidades esportivas e paradesportivas, o Futebol de baixa visão tem em seu calendário a Copa do Mundo como principal competição internacional uma vez que não faz parte do quadro dos Jogos Paralímpicos. A IBSA organizou até o momento oito edições e a partir do ano de 2013, o evento se tornou bianual, como pode-se observar na tabela a seguir:

Tabela 04: COPAS DO MUNDO ORGANIZADAS PELA IBSA

COPAS DO MUNDO ORGANIZADAS PELA IBSA
ANOLOCALCAMPEÃOVICE-CAMPEÃOTERCEIROQTD. PAÍSES
1998BRASILBIELORUSSIAESPANHAITÁLIA6
2002ITÁLIABIELORUSSIARUSSIAESPANHA12
2007BRASILBIELORUSSIAUCRÂNIAESPANHA4
2011TURQUIABIELORUSSIAUCRÂNIAESPANHA9
2013JAPÃORUSSIAUCRÂNIAINGLATERRA4
2015CORÉIA DO SULUCRÂNIAESPANHAITÁLIA5
2017ITÁLIAUCRÂNIAINGLATERRARUSSIA8
2019TURQUIAUCRÂNIAINGLATERRARUSSIA7

A Copa do mundo já foi sediada por países da América do Sul, Europa e Ásia. Após oito edições, apenas países europeus conquistaram o título de melhores do mundo, mais especificamente, países que fazem parte do leste europeu, Rússia, Ucrânia e Bielorrússia, essa última, tetra campeã mundial. Com exceção de 2002, competição que contou com doze países, mais nenhuma Copa do Mundo angariou mais de dez países competindo.

O Brasil participou de três edições, nas duas vezes que a competição foi realizada no Brasil (1998 e 2007), e em 2002 na Itália, por sinal, melhor colocação do país nessas três edições, um 4º lugar conquistado no evento com mais seleções até a atualidade. Devido a modalidade não ser paralímpica, o investimento da entidade que a administra no Brasil não é suficiente para cobrir gastos de viagens para fora do Brasil.

CONCLUSÃO

O futebol de baixa visão ou Futebol B2/B3 é uma modalidade praticada no Brasil a nível competitivo oficialmente desde 2000, quando tivemos um time acreano como primeiro campeão brasileiro. Desde então, o esporte passou por momentos bons e outros sem muito destaque no cenário nacional.

Por não se tratar de uma modalidade paralímpica, ou seja, por não participar dos Jogos Paralímpicos, competição extremamente valorizada pela mídia e consequentemente pelo poder público, a modalidade não recebe da entidade responsável pela mesma, a devida atenção, enquanto o futebol de cinco (modalidade que é paralímpica) apresenta um calendário recheado de competições, como eventos regionais, séria A e B a nível nacional, a modalidade B2/B3 luta para ter ao menos um evento no calendário da Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais.

A entidade alega um menor investimento do poder público, principal fonte de renda do paradesporto nacional. As Confederações responsáveis pelas modalidades paralímpicas no Brasil são mantidas em sua maioria pelo estado, o Ministério do esporte, através de suas políticas públicas são responsáveis por financias essas entidades esportivas (Reis, 2014).

Através do Ministério do Esporte, a CBDV recebe dinheiro da Lei Agnelo/Piva[2], que financia competições, capacitações, treinamentos e viagens para modalidades paralímpicas. Além de contemplar essas modalidades com o Programa Bolsa Atleta[3], importante para dar suporte as carreira dos atletas (Reis, 2014). Nenhuma dessas ações contemplam a modalidade B2/B3, por não ser paralímpica, apenas paradesportiva.

Sem o auxílio do Programa Bolsa Atleta, nem um calendário com mais opções de competição e o desativamento da selado nacional, e a consequente ausência de competições internacionais, a modalidade tem se enfraquecido no Brasil, tanto na quantidade de atletas como equipes, refletindo inclusive no nível técnico do esporte.

Por fim, após o que foi analisado e trazido pelo estudo, pode-se entender que a modalidade tem um histórico de prática no Brasil, aliado a esforços pontuais de alguns dirigentes e equipes, além do grande número de pessoas com deficiência visual no Brasil, mostra o potencial que a modalidade tem para se desenvolver e ofertar uma modalidade esportiva para um público que precisa.

Rafael Estevam Reis – Unicesumar. Curitiba. Paraná. Brasil

rafael_e_reis@hotmail.com

Rua Joanin Stroparo, 270. Campo Largo, Paraná.

Alessandro Macedo – Clube de futebol adaptado. Campo Largo. Paraná. Brasil

alessandro.macedo.3@volvo.com

Paulo Roberto Moreira – Unicesumar. Curitiba. Paraná. Brasil

pauloluo@hotmail.com

BOX – REFERÊNCIA

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

SOUZA, Ramon Pereira de; CAMPOS, Luis Felipe Castelli Correia de; GORLA, José Irineu. Futebol de 5: fundamentos e diretrizes. São Paulo. Editora Atheneu, 2014.

MELLO, Marco Tulio de; FILHO, Ciro Winckler de Oliveira. Esporte Paralímpico. São Paulo: Editora Atheneu, 2012.

OMS. State of the world’s sight: Vision 2020: the right sight. 2005.

REIS, Rafael Estevam; MEZZADRI, Fernando Marinho. Futebol para pessoas com deficiência e suas adaptações no país do Futebol. RBFF-Revista Brasileira de Futsal e Futebol, 2017, 9.35: 361-368.

REIS, R. E. Políticas Públicas para o esporte paralímpico brasileiro. 2014. 121 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2014.

WINCKLER, C. Esporte e a Pessoa com Deficiência – Contexto Histórico. In: WINCKLER, Ciro; MELLO, Marco Túlio de. Esporte Paralímpico. São Paulo, SP. Editora Atheneu, 2012.

CBDV. Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais. Disponível em: <http://www.cbdv.org.br>. Acesso em: 13 ago. 2019

IBSA. International Blind Sport Association. Disponível em: <http://www.ibsasport.org>. Acesso em: 10 ago. 2019


[1] A mudança de nome dessa vez foi em resposta às novas normas e nomenclaturas de se dirigir ao deficiente, no caso, pessoa com deficiência visual.

[2] A lei n° 10.264 de 16 de julho de 2001, onde permite o repasse de 2% de concursos prognósticos (loterias federais) ao COB e ao CPB. Sendo destinado ao COB 85% do valor total e 15% ao CPB. (REIS, 2014)

[3] O programa Bolsa Atleta foi instituído no ano de 2004, decorrente da promulgação da Lei no 10.891, com o intuito de auxiliar financeiramente os atletas de alto rendimento brasileiros (REIS, 2014).

Fonte  https://revistareacao.com.br/futebol-para-pessoas-com-baixa-visao-o-desenvolvimento-do-futebol-b2-b3-no-brasil/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

No Ceará, IDT promove 10ª edição de evento em homenagem a empresas que mais incluem profissionais com deficiência

No Ceará,  o Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) realizará a entrega do certificado “Empresa Completa, Empresa que Inclui”, com o objetivo de homenagear as empresas que mais incluíram profissionais com deficiência em suas atividades, fortalecendo o compromisso com a inclusão social para o trabalho.

Tradicionalmente realizado em setembro, o evento celebra o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. 

Neste ano, em virtude da pandemia do Covid-19, a iniciativa ocorreu de forma on-line. Além disso, em 2020, a premiação foi entregue as 20 empresas que mais incluíram profissionais com deficiência, em 2019, por meio das Unidades do IDT/SINE.

No cenário nacional, com a marca de 1.548 trabalhadores inseridos no mercado, o Ceará destaca-se como o 3º estado do Brasil na contratação de pessoas com deficiência, ficando atrás apenas de São Paulo e Paraná. Registra-se ainda que 66% desse total, encontraram suas oportunidades na Capital.

Empresas homenageadas em 2020:

1. AERIS
2. ALL DESK
3. AUTO PECAS PADRE CICERO LTDA
4. BEACH PARK
5. CHRISTUS
6. COLEGIO BATISTA
7. COMETA SUPERMERCADOS
8. COOPERSHOES CALÇADOS
9. ELETRA
10. EMPRESA VITORIA
11. FACULDADE UNINASSAU
12. HOPE
13. GRENDENE S.A
14. MRV ENGENHARIA
15. O BOTICARIO
16. PINHEIRO SUPERMERCADO
17. RESIBRAS
18. SEGURO SERVICOS LTDA
19. SUPER FRANGOLANDIA
20. TECLAV

Fonte: https://revistareacao.com.br/no-ceara-idt-promove-10a-edicao-de-evento-em-homenagem-a-empresas-que-mais-incluem-profissionais-com-deficiencia/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

24/09/2020

Papa recebe delegação de crianças, pais e colaboradores de um centro para o autismo da Áustria

O papa Francisco recebeu no Vaticano, um grupo de crianças, pais e colaboradores do Centro para o Autismo “Sonnenschein”, da Áustria, nesta segunda-feira (21).

“Sejam bem-vindos aqui no Vaticano. Estou feliz em ver o rosto de vocês e leio nos seus olhos que também vocês estão felizes em estar um pouco comigo”, disse o pontífice à delegação da associação que, em tradução literal, significa “Brilho do Sol”. Ele também procurou descrever o nome da estrutura:

“Posso imaginar porque os responsáveis escolheram esse nome. Porque a casa de vocês parece um magnífico gramado florido sob o brilho do sol, e as flores desta casa são exatamente vocês! Deus criou o mundo com uma grande variedade de flores, de todas as cores. Cada flor tem sua beleza, que é única. Cada um de nós também é belo aos olhos de Deus, e Ele nos ama. Isso nos faz sentir a necessidade de dizer a Deus: obrigado! Obrigado pelo dom da vida, obrigado por todas as criaturas! Obrigado pela mamãe e papai! Obrigado pelas nossas famílias! E obrigado também por nossos amigos do Centro Sonnenschein!”

O papa Francisco, ao se despedir do grupo de crianças e adolescentes autistas da Áustria, com as bênçãos de Jesus e a proteção de Nossa Senhora, concluiu o encontro no Vaticano com um agradecimento que também se estende às diversas realidades mundiais:

“Obrigado por essa bela iniciativa e pelo compromisso em benefício dos pequenos que lhes foram confiados. Tudo o que vocês fizeram a um só destes pequenos, vocês fizeram a Jesus!”

O autismo no Brasil e no mundo

O Centro para o Autismo “Brilho do Sol” oferece uma gama de atividades terapêuticas com uma equipe de tratamento interdisciplinar formada por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, educadores para necessidades especiais, terapeutas ocupacionais e da música. Assim como a estrutura austríaca, o Brasil também conta com entidades voltadas à atenção das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que oferecem um trabalho direcionado com profissionais especializados na área. A Associação Brasileira de Autismo (ABRA) é quem representa nacionalmente as associações e oferece um elenco atualizado com as afiliadas, distribuídas por localidade.

De acordo com a associação, estima-se que no Brasil existam cerca de 2 milhões de autistas. No mundo, uma em cada 160 crianças tem o TEA e, com base em estudos epidemiológicos realizados nos últimos 50 anos, a prevalência parece estar aumentando globalmente. Embora o transtorno tenha sido identificado há muitos anos, a causa exata do desenvolvimento do autismo – caracterizado por desvios na interação social, comunicação e utilização da imaginação – ainda não foi descoberta, mas estudos indicam que está ligada a questões genéticas e ambientais. O TEA, segundo a Organização Pari-Americana da Saúde (Opas), começa na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta.

Fonte: https://revistareacao.com.br/papa-recebe-delegacao-de-criancas-pais-e-colaboradores-de-um-centro-para-o-autismo-da-austria/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Parceria do Google com a Fundação Dorina Nowill para Cegos vai beneficiar 1,5 mil pessoas com deficiência visual

Em celebração à Semana da Acessibilidade e ao Dia da Luta das Pessoas com Deficiência (21/09), o Google se uniu à renomada Fundação Dorina Nowill para Cegos para promover conectividade e acessibilidade por meio de smartphones para atendimentos especializados à distância, aprendizado e comunicação durante o COVID-19. A parceria vai auxiliar diretamente 1,5 mil pessoas com deficiência visual em reabilitação ou participantes dos cursos livres de qualificação profissional, dentro dos serviços gratuitos oferecidos pela instituição.

O público beneficiado vem passando por limitações para acessar a tecnologia por meio de smartphones. Com a evolução da pandemia, a Fundação Dorina identificou a dificuldade das pessoas em se manterem conectadas para comunicação, obterem suporte e receberem atendimento em Pedagogia, Terapia Ocupacional, Orientação e Mobilidade, Fisioterapia, Serviço Social e Ortóptica. Por meio da doação, elas passam a contar com a ajuda das soluções oferecidas pelo sistema Android, junto das outras ferramentas do Google, como o Assistente e o TalkBack. Segundo a OMS, existem 2,2 bilhões de pessoas no mundo com alguma deficiência visual. No Brasil, são – pelo menos – 6,5 milhões de cegos e pessoas com baixa visão.

Os 1,5 mil kits contêm celulares da Motorola, com acesso à internet, e foram oferecidos gratuitamente para os próximos dois anos aos inscritos nos cursos oferecidos no formato EAD (informática, massoterapia e empreendedorismo) e atendimentos interventivos da Fundação Dorina, contemplando também os colaboradores envolvidos na produção dos cursos e técnicos especializados. Depois desse período, os aparelhos serão doados aos usuários. Além dos smartphones, também será disponibilizado um e-book explicativo, para auxiliar na configuração e personalização dos smartphones. “Apesar do Brasil possuir uma das melhores e mais modernas leis para a inclusão, há muitas barreiras que ainda precisam ser quebradas. Mas iniciativas como essa ressaltam o legado de D. Dorina: manter-se firme na causa e com os parceiros certos”, diz Alexandre Munck, superintendente executivo da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Tecnologia inclusiva

Dentro de sua missão, o Google destaca as principais ferramentas e soluções que os dispositivos móveis podem trazer para permitir que seu objetivo seja cumprido, focando naqueles que possuem algum tipo de limitação física. O sistema operacional Android está preparado para ajudar pessoas com diversos tipos de necessidades, tendo a acessibilidade sempre em mente. Busca trabalhar junto com as pessoas com deficiência para compreender quais os tipos de obstáculos, não só estruturais, que elas podem se deparar, levando em conta suas rotinas e preparando a melhor experiência tecnológica possível para elas.

“O sistema operacional Android está pronto para auxiliar pessoas com diversos tipos de limitações , tendo a acessibilidade como foco. Buscamos trabalhar para compreender quais os tipos de obstáculos que essas pessoas podem se deparar, levando em conta suas rotinas e preparando a melhor experiência tecnológica possível para elas”, diz Maia Mau, Head de Marketing do Android para América Latina. Com a funcionalidade Transcrição Instantânea, por exemplo, é possível visualizar legendas em tempo real enquanto você conversa, ou ainda transcrever vídeos, podcasts, mensagens de áudio ou até gravações próprias, sem precisar de conexão de internet. Já o Amplificador de Som, permite a filtragem de ruídos de fundo e o ajuste à forma que você escuta, basta conectar os fones de ouvido.

O TalkBack, solução que já vem integrada ao Android, transforma em texto tudo aquilo que é visual e permite que a abertura de aplicativos, edição de textos e navegação entre telas seja feita com o uso da fala.

O Lookout é outra ferramenta pensada para aqueles que possuem baixa visão. Com ele, por meio da câmera do celular e com ajuda da inteligência artificial, é possível identificar o que está à sua volta. Basta enquadrar um objeto para descobrir o que ele é. Por exemplo, quais alimentos estão no seu prato.

A mobilidade também não foi esquecida. O Android está pronto para ser utilizado em conexão a ferramentas externas, como teclados ou computadores, pensando naqueles que não conseguem usar os celulares.

Todas as soluções oferecidas e materiais preparados sobre o tema estão reunidos na página especial de acessibilidade do Android, disponível em android.com/acessibilidade.

Fonte  https://revistareacao.com.br/parceria-do-google-com-a-fundacao-dorina-nowill-para-cegos-vai-beneficiar-15-mil-pessoas-com-deficiencia-visual/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

23/09/2020

Câmara aprova urgência para duas propostas em favor da pessoa com deficiência; sessão é encerrada Fonte: Agência Câmara de Notícias

Projetos facilitam acessibilidade em praias e supermercados
Propostas que ampliam acessibilidade poderão ser incluídas na pauta do Plenário

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (22) a urgência para dois projetos prioritários para a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Ontem, 21 de setembro, foi comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.

Passarão a tramitar em regime especial as seguintes propostas:

  • PL 2875/19, que dispõe sobre requisitos mínimos de acessibilidade em praias; e
  • PL 606/20, sobre prestação de auxílio às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nos supermercados.

O primeiro vice-presidente da Câmara, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), que presidiu a sessão plenária desta terça-feira, se reuniu ontem com integrantes da frente parlamentar para discutir os projetos prioritários para as pessoas com deficiência.

Uma dessas propostas estava na pauta desta terça-feira, mas a votação acabou sendo adiada. Trata-se do Projeto de Lei 9382/17, que regulamenta a profissão de tradutor, guia-intérprete e intérprete de Libras.

Reportagem ‒ Ralph Machado 
Edição ‒ Pierre Triboli

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Fonte: Agência Câmara de Notícias

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Instituto Olga Kos comemora Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência com atividades esportivas, culturais e discussão sobre o tema

Desde o dia 21 de setembro o Instituto Olga Kos (IOK) que atende em São Paulo cerca de 3 mil crianças, adolescentes e adultos com deficiência intelectual por meio de projetos artísticos e esportivos, além de pessoas sem deficiência, que se encontram em situação de vulnerabilidade social, realiza uma série de atividades esportivas, culturais e fórum para marcar o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.

Devido a importância da data, o IOK organizou uma semana inteira de ações. No dia 21, a abertura foi realizada pelo canal da organização no Youtube, com vídeo informativo sobre a conceituação da data curiosidades e mitos sobre a pessoa com deficiência.

Já no dia 22, práticas de Karatê foram transmitidas ao vivo pelo Instagram. No dia 23, os interessados podem participar do Fórum Virtual IOK que vai discutir “Pandemia e inclusão social” – Como administrar o tempo da pessoa com deficiência intelectual? Profissionais e famílias abordarão a autonomia dentro da própria casa, cuidados, rotinas.

No dia 24 será transmitido também pelo Instagram atividades de condicionamento físico para a preparação da corrida que acontecerá com os beneficiários no dia 25, a Caminhada Web. Os interessados vestirão literalmente a camiseta da organização para realizar uma corrida, caminhada dentro da própria casa, academia, bairro, parque.

Para finalizar, no dia 26, será disponibilizado no Youtube conteúdo com profissionais da equipe multidisciplinar que abordarão a importância da participação da sociedade, trabalho na formação e educação de pessoas com deficiência.

“O Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência é uma data que marca a reivindicação de direitos, em prol da inclusão social. Desde a instituição da data, ainda em 1982, muitos avanços foram realizados, porém a falta de acesso a serviços ainda são barreiras que precisam se ultrapassadas. O IOK atua neste sentido, em promover esporte, cultura e informação a este público”, afirma Olga Kos, vice-presidente.

Fonte  https://revistareacao.com.br/instituto-olga-kos-comemora-dia-nacional-de-luta-da-pessoa-com-deficiencia-com-atividades-esportivas-culturais-e-discussao-sobre-o-tema/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Menos de 14% das imagens dos app contam com recursos de acessibilidade

Inclusão digital para pessoas com deficiência visual ainda é falha

Menos de 14% das imagens dos aplicativos disponíveis para sistema Android contam com um recurso de acessibilidade fundamental para pessoas com deficiência visual: a descrição de imagens.

Somente 37% dos campos editáveis estão claramente identificados e menos de 11% dos botões de comando são indicados adequadamente. Os botões ajudam o usuário a perceber melhor o que a interface de cada aplicativo contém, aprimorando, assim, a usabilidade.

Os dados fazem parte de um levantamento elaborado pelo Movimento Web para Todos e pela empresa BigDataCorp.

Os resultados foram obtidos após análise de mais de 2 mil aplicativos baixados por meio da loja da Google Play (para celulares com sistema Android) e que ultrapassaram 10 milhões de downloads

A pesquisa mostra que menos de 1% dos aplicativos descreve todos os elementos pesquisados e todas as imagens que aparecem na tela.

Feita com o apoio técnico da equipe brasileira do World Wide Web Consortium (W3C) e do Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), o estudo aponta que apenas 4% dos aplicativos especificam todos os botões que aparecem na tela. Ao todo, 63% dos aplicativos têm menos de 10% dos campos editáveis com sinalização, 55% oferecem menos de 10% das imagens com descrição e 74% possuem menos de 10% dos botões rotulados. 

Parâmetros

Para auxiliar desenvolvedores de aplicativos, o W3C formulou o documento Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.1, que reúne  recomendações para tornar a internet um espaço mais acessível.

Nele, é possível encontrar ferramentas que facilitam a navegabilidade para pessoas com deficiência visual, auditiva, física, de fala, intelectual, de linguagem, de aprendizagem e neurológica.

A referência, porém, não é tão aproveitada como poderia ser, segundo o jornalista e ativista na área de acessibilidade e inclusão Gustavo Torniero.

"A verdade é que existem parâmetros técnicos que os desenvolvedores deveriam seguir para os app e nem sempre é o que acontece. É necessário que os desenvolvedores e as empresas que produzem essas aplicações tenham o que a gente chama de DNA da civilidade, da diversidade", diz Torniero, que também é embaixador do Movimento Web para Todos. 

Ele destaca que essa deve ser uma preocupação de toda a equipe de desenvolvimento, e não apenas de uma pessoa. "As equipes precisam ser integradas e ter na cultura organizacional essa visão de que é preciso pensar em diferentes especificidades."

Apesar de observar, nos últimos anos, uma mobilização significativa da sociedade brasileira em torno da acessibilidade digital, Torniero afirma que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

"Hoje, há uma presença maior de smartphones nas casas dos brasileiros. O acesso à internet se dá, em grande parte, por meio dos celulares e, se os aplicativos são inacessíveis, as pessoas passam a não ter acesso a uma série de serviços e produtos. Isso acontece comigo, como pessoa cega. Eu enfrento várias barreiras dessas no meu dia a dia", relata, citando que já teve problemas para usar aplicativos de bancos, finanças e até mesmo plano de saúde. 

O último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, apurou que 45,6 milhões de brasileiros têm pelo menos um tipo de deficiência. O grupo correspondia a 23,9% da população, na época.

Modelo participativo

Na avaliação de Ademilson Costa, consultor de acessibilidade da Fundação Dorina Nowill, as soluções sugeridas pelo guia do W3C têm baixo custo e dependem mais da vontade dos desenvolvedores e das empresas de tornar os aplicativos mais acessíveis.

"Todas essas diretrizes, normas, não há investimento nenhum. O investimento que há é referente à capacitação, de buscar o conhecimento, porque é o que a gente sempre fala: quando vai falar de acessibilidade para os desenvolvedores e programadores, eles se espantam, porque a maioria deles, por mais que tenham todo o conhecimento técnico, de JavaScript, HTML, PHP, todas as linguagens de programação, desconhecem as diretrizes de acessibilidade, as normas", afirma. 

Costa defende que a inclusão digital só irá ocorrer efetivamente se as pessoas com deficiência puderem atuar de forma mais direta. "Temos um lema, da ONU [Organização das Nações Unidas], que é: Nada sobre nós sem nós. Ou seja, tudo que envolve as pessoas com deficiência precisa ter a participação, o envolvimento das próprias pessoas com deficiência”, diz.

“E, quando a gente fala de acessibilidade web ou de aplicativo, as pessoas com deficiência precisam participar das validações, dos testes. Eu vejo que as empresas, nesses últimos anos, de 2015, 2016 pra cá, começaram a enxergar um investimento nisso", acrescenta, pontuando que a falta de recursos básicos que facilitem a navegabilidade de pessoas com deficiência configura violação de direitos dessa parcela da população e se agrava com a pandemia de covid-19. 

Sites

Outro levantamento da BigDataCorp, feito em abril deste ano, também em parceria com o Movimento Web para Todos, revelou que, dos 14 milhões de sites brasileiros ativos, menos de 1% respeita critérios de acessibilidade. No caso de sites governamentais, o percentual é ainda menor, de 0,34%. 

Em entrevista à Agência Brasil, o CEO e fundador da BigDataCorp, Thoran Rodrigues, pondera que a ausência de mecanismos simples que democratizem os aplicativos serve de alerta.

Ele julga que as adaptações feitas para pessoas com deficiência visual são as mais fáceis de serem implementadas e que, portanto, ao serem ignoradas por desenvolvedores, mostram que cuidados mínimos estão sendo deixados de lado.

"É [na área de suprir as lacunas de deficiência visual] que existe mais tecnologia para ajudar, desde que você monte seu site ou seu aplicativo da maneira correta. No mínimo, as pessoas deveriam fazer o mais fácil e o que a gente vê, na prática, é que não estão fazendo nem isso. Então, provavelmente, as pessoas com outros tipos de deficiência têm mais dificuldade do que as com deficiência visual", afirma Rodrigues.

*A matéria foi corrigida às 16h45. São 14% das imagens dos aplicativos que tem descrição de imagens e não dos aplicativos.

Edição: Lílian Beraldo

Fonte  https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-09/menos-de-14-dos-aplicativos-contam-com-recursos-de-acessibilidade

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

INSS vai aumentar capacidade de atendimento da Central 135

Atendimento pelo canal aumentará 30%

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informa que contratará mais uma central de atendimento para que seja otimizado o atendimento pelo telefone 135. Após a contratação, será aumentada em 30% a capacidade de atendimento por meio do canal.

O INSS acrescentou que “devido ao excesso de demanda provocado pelos acontecimentos da última semana, que gerou busca imediata por agenda e informações”, fará reagendamentos automáticos e avisará ao segurado por meio de ligações. Até sexta-feira (25), o instituto ligará para todos os segurados que tenham o cadastro correto, informando sobre o novo reagendamento. O INSS alerta que nessas ligações não solicita dados bancários ou de benefício.

O segurado que não receber a ligação até a próxima sexta é porque não tinha o cadastro com o telefone válido. Sendo assim, ele deve remarcar o horário ligando para o 135, serviço que estará disponível também, a partir da semana que vem, pelo Meu INSS. Dessa forma, só precisará entrar em contato pelo 135 se não puder comparecer na data e hora marcadas, para proceder o reagendamento mais adequado.

“Por fim, informamos, o INSS acaba de contratar uma plataforma centralizada de comutação. Essa tecnologia, para as centrais que atendem o 135, otimizará o tempo de espera, transferindo automaticamente a ligação para a central que esteja menos sobrecarregada, fazendo com que o atendimento seja mais rápido e eficiente”, disse o órgão.

Edição: Graça Adjuto

Fonte  https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-09/inss-vai-aumentar-capacidade-de-atendimento-da-central-135

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Campanha “Eu respeito!” pede mais empatia em relação às pessoas com deficiência

“Eu respeito!” Esse é o slogan da nova campanha do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). 

Lançada no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado nesta segunda-feira (21), a ação busca despertar a empatia em relação às pessoas com deficiência.

O lançamento da campanha, realizado durante evento online, contou com a presença da ministra Damares Alves. “Eu respeito, eu amo, eu protejo porque se a gente conseguir fazer com que todos nessa nação respeitem as pessoas com deficiência nós avançamos muito”, ressaltou.

A iniciativa, coordenada pela Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNDPD), convida pessoas anônimas e famosas, com ou sem deficiência, a gravarem vídeos falando que respeitam alguma particularidade do universo das pessoas com deficiência. Durante a gravação, os participantes devem iniciar o seu depoimento com a frase: “eu respeito”. A declaração será transmitida na linguagem falada e também na Língua Brasileira de Sinais (Libras).

“Eu queria pedir a todos que participem. Queremos os vídeos mais extraordinários. Vamos fazer essa campanha crescer e se tornar uma fala do dia a dia”, incentivou a ministra.

Ao reforçar o convite, a titular da SNDPD, secretária Priscilla Gaspar, explicou que os vídeos, depois de gravados, devem ser postados nas redes sociais.

“Basta gravar um vídeo do seu próprio celular dizendo que respeita alguma particularidade das pessoas com deficiência, como, por exemplo, eu respeito a lei de cotas para as pessoas com deficiência. Após isso, marque nas redes sociais do Ministério #Eu Respeito e entre nessa corrente”, disse.

Para incentivar os interessados em vestir a camisa da campanha, a ministra usou uma camiseta com a logomarca da ação. A atitude foi para dar o exemplo e compartilhar a verdadeira importância da divulgação. “A arte dessa camisa vai estar à disposição, pode buscar no site do nosso Ministério. Vamos divulgar e eternizar o respeito às pessoas com deficiência no Brasil”, concluiu Damares.

Cenário nacional

Nas últimas décadas, o Brasil vem tentando minimizar a segregação e o preconceito. Nesse período, o país adotou uma série de expressões usadas para a definição das pessoas com deficiência. Elas já foram chamadas de excepcionais, portadores de deficiência, portadores de necessidades especiais e, mais recentemente, pessoa com deficiência.

Entretanto, a titular da SNDPD alerta que essa conceituação continua marcada por concepções e práticas do passado que enfatizam a incapacidade das pessoas e mantêm a discriminação enraizada.

“Atualmente, há uma mobilização mundial de reconhecimento e valorização das potencialidades do indivíduo com deficiência, inclusive por meio de leis, como a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência”, lembra a secretária Priscilla Gaspar.

Ainda de acordo com ela, mesmo que existam leis próprias que garantam os direitos das pessoas com deficiência, o respeito mútuo é fundamental para a convivência.

“Isso não é nada se a população não respeita ou têm empatia pelas pessoas com deficiência, se não respeitam seus espaços nem suas particularidades”, conclui Priscilla.

Fonte: https://revistareacao.com.br/campanha-eu-respeito-pede-mais-empatia-em-relacao-as-pessoas-com-deficiencia/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO