18/08/2021

Agosto Dourado: aleitamento imediato após o parto fortalece laços entre a família

O que é parto humanizado e o que o tema tem a ver com o aleitamento?

A humanização do parto é um cenário no qual a mãe é a protagonista, tendo seus desejos e vontades respeitados.  Vamos tratar deste assunto e também do aleitamento!

Para que isso seja possível, ela deve ser informada, ao longo de toda a gestação, sobre os benefícios ou consequências de cada procedimento. Nesse contexto, prioriza-se a condução mais natural e fisiológica possível do nascimento, reservando as intervenções para casos específicos.

A humanização e o aleitamento materno estão intimamente relacionados, uma vez que todo esse ambiente de acolhimento e segurança favorece a liberação de ocitocina, um dos hormônios responsáveis pela liberação do leite. Também permite que, caso a mãe e o bebê estejam bem logo após o parto, ele vá diretamente para o colo para ser amamentado, permanecendo por pelo menos uma hora para que a interação aconteça. Nessa situação, as rotinas e protocolos hospitalares são deixados para um segundo momento.

Todos estes procedimentos são seguidos no Hospital e Maternidade Silvério Fontes (HMMSF) em Santos, litoral paulsita, e servem de exemplo no Agosto Dourado, mês de incentivo ao aleitamento materno. A unidade está investindo em um top materno, material usado para que o bebê fique preso junto ao colo da mãe quando ela tem dificuldade em segurá-lo.

“No parto que não é humanizado, a rotina da instituição de saúde, como pesar e medir o bebê, prevalece. A humanização da assistência é importante para inverter essa lógica, onde as necessidades da mulher e do bebê são a prioridade. Mesmo se a mulher não estiver em condições de receber o bebê, por exemplo, é possível envolver o acompanhante nesse processo e ele mesmo pode fazer esse contato pele a pele”, explica Laura Mafra, enfermeira-obstetriz da HMMSF.

Somente em situações de risco de morte para a mãe e o bebê, ou em casos de mães que convivem com o vírus HIV, não é possível realizar a amamentação imediatamente após o nascimento da criança. Após a primeira hora com a família, o bebê segue para as rotinas do hospital. Logo em seguida, retorna aos braços da mãe, ao lado de quem permanece até o momento da alta.

Ao longo da estadia hospitalar, a equipe orienta quanto à amamentação, corrige a pega do bebê e realiza laserterapia em lesões mamilares, sempre que necessário.  A unidade também possui um espaço exclusivo para amamentação, onde é realizada a mamalgesia – quando precisam passar por um algum procedimento que cause dor, como aplicação de vacina e teste do pezinho, os bebês são colocados para mamar, pois o foco na sucção do leite materno causa menos sofrimento em procedimentos invasivos.

Laura Mafra lembra do caso de uma puérpera que esteve internada na UTI devido à elevação da pressão. Internada em leito específico, angustiou-se por não estar ao lado do bebê, apresentou ansiedade, tinha dificuldade para dormir e comer, prejudicando sua recuperação.

A solução da equipe médica, além de conversar com a paciente, foi fazer uma chamada de vídeo para mostrar o bebê e ordenhar o leite da mãe para alimentar o filho. “Ela evoluiu muito bem em seu quadro clínico e quando reencontrou o bebê estava satisfeita por ter feito algo por ele. E depois ela amamentou normalmente a criança”.

fonte. https://revistareacao.com.br/agosto-dourado-aleitamento-imediato-apos-o-parto-fortalece-lacos-entre-a-familia/

Postado por Antônio Brito

Romário ataca Ministro da Educação após fala sobre crianças com deficiência: ‘Completo idiota’

Milton Ribeiro declarou que inclusão de estudantes com especialidades 'atrapalha' os companheiros de sala de aula

Romário usou as redes sociais para responder a declaração do Ministro da Educação. Na última semana, Milton Ribeiro afirmou em entrevista à TV Brasil que a inclusão de crianças com necessidades especiais “atrapalham” o aprendizado de alunos sem a mesma condição.

– Inclusivismo, que é o inclusivismo? A criança com deficiência era colocada dentro de uma sala de alunos sem deficiência. Ela não aprendia. Ela atrapalhava o aprendizado dos outros porque a professora não tinha equipe, não tinha conhecimento para poder dar a ela atenção especial – disse o Ministro da Educação.

Romário tem forte ligação com a questão inclusiva no Brasil. O nascimento da sua filha Ivy, que tem a síndrome de down, foi motivo para o ex-jogador entrar para a política e promover mudanças na legislação em favor das pessoas com a deficiência.

Em seu Instagram, o parlamentar chamou Milton Ribeiro de ‘completo idiota’ e ‘imbecil’ ao questionar a declaração.

– Somente uma pessoa privada de inteligência, aqueles que chamamos de imbecil, podem soltar uma frase como essa. Eles existem aos montes, mas não esperamos que estes ocupem o lugar de ministro da Educação de um país. A atividade de educar salva vidas, transforma pessoas e nações, impulsiona a economia, elimina barreiras e transforma o mundo em um lugar melhor. Homens e mulheres que ocupam posições de gestão pública devem trabalhar incansavelmente para que essa magia que a educação gera possa acontecer – começou Romário.

– Para isso, eles não devem poupar recursos para derrubar barreiras permitindo que todos tenham acesso e possam participar plenamente da sociedade, sendo educados, de maneira plena, sem sofrer preconceitos por suas diferenças. A diversidade de alunos em sala de aula não atrapalha, porque ninguém que busque o conhecimento atrapalha. Pessoas com deficiência em sala de aula estão, com a sua presença, também contribuindo para uma importante lição, a de que somos diversos e que não podemos deixar ninguém pra trás – completou.

Fonte. https://istoe.com.br/romario-ataca-ministro-da-educacao-apos-fala-sobre-criancas-com-deficiencia-completo-idiota/

Postado por Antônio Brito

As Paralimpíadas e o Rádio

Por Geraldo Nunes

As Paralimpíadas de Tóquio começam agora em 24 de agosto e se estendem até o dia 5 de setembro de 2021 e, neste ano, delegação brasileira terá no Japão 253 paratletas competindo em 20 modalidades. O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro – CPB, Mizael Conrado, estima que o país irá alcançar entre 60 e 75 medalhas.

Previsões apontam para uma classificação brasileira no quadro geral de medalhas entre as 10 primeiras nações do mundo. O CPB acredita que neste ano o Brasil chegará à sua centésima medalha de ouro, visto que faltam apenas treze para atingir essa meta. Outra previsão é superar as conquistas dos Jogos Rio 2016, quando foram 14 medalhas de ouro, 29 de prata e 29 de bronze.

Não se trata de exagero nem de soberba dos dirigentes, é que tradicionalmente o Brasil consegue mais medalhas com os paratletas do que com os atletas olímpicos. Pode parecer paradoxo, mas o sucesso dos paralímpicos está ligado ao fato do do nosso país estar entre os campeões mundiais de acidentes de trânsito e de violência urbana. Na reabilitação das vítimas desses infortúnios, o esporte entra como a terapia que mais ajuda na devolução da autoestima.

Contei tudo isso antes para explicar a história de como me tornei no primeiro repórter a noticiar pelo Rádio a abertura e os resultados de uma Paralimpíada. Em 1988, trabalhando para a Rádio Bandeirantes, entrevistei Gilberto Frachetta, do Movimento de Defesa das Pessoas com Deficiência – MDPD. Na ocasião ele contou que o Brasil iria participar de uma Paralimpíada em Seul, cujo início aconteceria logo após o término da Olimpíada que estava sendo disputada na capital da Coreia do Sul.

Fiquei entusiasmado com aquela novidade, pois confesso, na época quase ninguém tinha conhecimento da existência no Brasil de esportes olímpicos sendo praticados por pessoas com deficiências.

Naquele tempo o acesso à informação era restrito, não havia internet e as notícias vindas do exterior chegavam somente por teletipos por assinatura instalados nas redações. Conversei então com o José Paulo de Andrade, na época diretor de jornalismo e meu chefe na Band AM. Disse a ele sobre a minha intenção de noticiar na rádio os resultados do Brasil na Paralimpíada de Seul. Ele me autorizou, mas que fosse apenas um boletim diário durante o programa Bandeirantes Acontece apresentado na parte da tarde pelo radialista Antônio Carvalho.

Parti então para a luta na obtenção de notícias, mas não imaginava que iria encontrar tantas dificuldades para obter os resultados das competições. Não havia nem para onde ligar e no fim das contas consegui noticiar apenas a abertura do evento e o encerramento daquela competição, ainda assim tendo que “cozinhar” as notícias publicadas pela Folha de S. Paulo.

Somente agora passados tantos anos e com os recursos da tecnologia, consigo entender as dificuldades que encontrei na época. Os Jogos Paralímpicos de 1988, disputados na Coreia do Sul, foram os primeiros a serem organizados por um comitê internacional, ainda assim, houve transtornos em Seul nas questões de acessibilidade nos locais dos jogos e foi necessário construir outra vila olímpica adaptada às condições existentes. Além disso faltou aos organizadores, um trabalho de assessoria de imprensa. Segundo historiadores, aquela edição dos jogos é considerada hoje a gênese do movimento paralímpico moderno e a partir daquela experiência, tudo foi sendo aperfeiçoado.


Bandeira das Paralimpíada de Seul

No quadro geral de medalhas o Brasil obteve na Paralimpíada 1988 de Seul, a 25ª posição com 27 medalhas, sendo 4 de ouro, 9 de prata e 14 de bronze enquanto, na Olimpíada de Seul, nossos atletas conquistaram somente 6 medalhas, 1 de ouro, 2 de prata e 3 de bronze se classificando na 24ª posição.

Acredito que na Rádio Bandeirantes ninguém saiba mais quem foi o primeiro a falar sobre Paralimpíadas naqueles microfones, mas estou aqui para refrescar a memória de todos. Escreverei mais ainda sobre Paralimpíadas nas próximas postagens do Portal Reação. Aguardem.

*Geraldo Nunes se tornou paraplégico com um ano de idade, é jornalista especializado em mobilidade urbana, acessibilidade, assuntos de economia e história. Durante 20 anos sobrevoou a cidade de São Paulo na função de repórter aéreo. Contatos pelo e-mail: geraldo.nunes1@gmail.com

Fonte  https://revistareacao.com.br/as-paralimpiadas-e-o-radio/

Postado por Antônio Brito

CPB abre inscrições para cursos de arbitragem e treinadores de bocha paralímpica

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), por meio da sua área de Educação Paralímpica, está com inscrições abertas para seus cursos online de arbitragem e de atualização de treinadores que atuam na bocha paralímpica. Os conteúdos serão oferecidos em parceria com a Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE) e as aulas virtuais acontecerão em setembro e outubro. As matrículas deverão ser realizadas por meio do site exclusivo da Educação Paralímpica.

A programação terá datas, horários e conteúdos específicos para cada certificação. Os pré-requisitos são os mesmos para todos os participantes: já ter concluído o curso gratuito EaD Movimento Paralímpico: Fundamentos Básicos do Esporte, também realizado pelo CPB (para acessá-lo, basta clicar aqui) e ser técnico dos clubes filiados e vinculados à ANDE para o curso de atualização.

Confira abaixo as informações de cada curso:

Arbitragem na bocha paralímpica

O curso será realizado nos dias 7, 9, 14 e17 de setembro, das 18h30 às 21h30. São 150 vagas oferecidas e as inscrições vão até 1º de setembro por meio do site da Educação Paralímpica.

O profissional que ministrará as aulas será Alexsandro Alonso, que abordará temas "Apresentando a bocha e seus conceitos", "Classes funcionais e sua divisão" e "Regras da modalidade".

Atualização de treinadores na bocha paralímpica

O curso será realizado nos dias 8 (das 19h às 21h), 9 (das 19h às 22h), e 10 de outubro (das 13h às 16h e 16h às 20h). São 200 vagas oferecidas e as inscrições vão até 1º de outubro por meio do site da Educação Paralímpica.

Um dos pré-requisitos para este curso é que o interessado precisa ser técnico dos clubes filiados e vinculados à ANDE.

Esta turma terá como professores Cláudio Diehl, que fará apresentação sobre o tema "Classificação funcional", Alexsandro Alonso, que abordará sobre "Regras de bocha paralímpica", Camilo Ortega, que ministrará sobre "Periodização do treinamento desportivo", e novamente Alexsandro Alonso e Cláudio Diehl que, juntos, falarão sobre "Verificação de aprendizagem".

Para mais informações ou dúvidas sobre novos cursos, os interessados podem enviar um e-mail para educ.paralimpica@cpb.org.br.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro

Fonte. https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3467/cpb-abre-inscricoes-para-cursos-de-arbitragem-e-treinadores-de-bocha-paralimpica

Postado por Antônio Brito

16/08/2021

Porto Alegre constrói maior pista de skate da América Latina – que é adaptada para pessoas com deficiência

6,2 mil metros quadrados de pura inclusão! Esse será o tamanho da pista de skate que está sendo construída na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul – a maior de toda a América Latina.

Além de uma extensão recorde, ela chama a atenção por uma outra característica muito especial: foi pensada para ser uma oportunidade de lazer e esporte para toda a população – incluindo pessoas com deficiência.

Para tanto, o local oferecerá equipamentos adaptados para diferentes tipos de deficiências motoras e instrutores treinados para auxiliar o público no uso dos skates especiais. A prática, inclusive, poderá ser utilizada para tratamento de fisioterapia das pessoas com deficiência.

A expectativa é de que a pista torne Porto Alegre uma referência mundial no skate. Por isso, a prefeitura da cidade, que cuida do projeto em parceria com a ONG SkateAnima, já tem em vista uma convidada para lá de especial para participar da inauguração da pista: a ‘Fadinha’ Rayssa Leal, de 13 anos, que foi medalhista na categoria Skate Street nas Olimpíadas de Tóquio.

A inauguração está prevista para acontecer ainda neste mês de agosto. Vai, Brasil!

Fotos: Anselmo Cunha

Fonte  https://thegreenestpost.com/porto-alegre-constroi-maior-pista-de-skate-da-america-latina-que-e-adaptada-para-pessoas-com-deficiencia/?amp

Postado por Antônio Brito

Escola pública do Piauí coloca Libras no currículo para garantir inclusão plena de aluno surdo

Webert tinha 7 anos quando começou a estudar na Escola Municipal H Dobal na cidade de Teresina, no Piauí. Seu histórico escolar quando chegou ao colégio não era dos melhores. O menino, que é surdo, era taxado como “desinteressado” por seus professores, que afirmavam já ter feito incontáveis esforços – em vão – para tentar ensinar ao menino por meio de Libras, a Língua Brasileira de Sinais.

Eis que Josy Silva, sua professora no novo colégio, teve uma grande sacada: suspeitando de que o menino rejeitava aprender por meio de Libras porque a atividade só reforçava o quanto ele era diferente do restante de seus colegas, ela decidiu implementar o ensino de Libras para toda a turma. E o resultado não poderia ter sido melhor!

Os alunos do 1º ano do Ensino Fundamental adoraram o desafio e se dedicaram tanto à matéria que, ao final do ano letivo, ganharam ‘Certificado de Proficiência em Libras – Nível 1’. Webert, por sua vez, começou a se interessar pelas atividades da escola, melhorou seu desempenho e passou a se relacionar com o restante dos colegas.

Mais do que uma nova língua, para a professora Josy, todos aprenderam sobretudo sobre empatia e sobre a importância de respeitar as diferenças. Uma lição que, com certeza, vão levar para a vida!

Para garantir a inclusão plena de deficientes auditivos no Brasil, tramita no Senado Federal um Projeto de Lei que propõe que o ensino de Libras se torne obrigatório nas escolas de todo o país. A história de Webert é mais uma prova da relevância de iniciativas como essa!

Fonte. https://thegreenestpost.com/escola-publica-do-piaui-inclui-libras-no-curriculo-para-garantir-inclusao-plena-de-aluno-surdo/?amp

Postado por Antônio Brito

Triatleta supera queimaduras e amputações em um mês, e vai disputar Paralimpíadas

Jéssica Messali sofreu grave acidente durante preparação, em julho, mas contrariou expectativas e competirá em Tóquio

Por Hugo Luque* — Ribeirão Preto, SP

Em 25 dias, Jéssica Messali se recuperou de queimaduras graves, que causaram amputações, e vai para Tóquio — Foto: Divulgação

A triatleta Jéssica Messali, de 33 anos, protagonizou, nas últimas semanas, uma das grandes histórias das Paralimpíadas de Tóquio, que nem sequer começaram. Na mais recente corrida contra o tempo e as expectativas na carreira, uma das principais esperanças de medalhas para o Brasil superou queimaduras graves e amputações em apenas um mês para poder competir.

No início de julho, poucos dias depois de garantir vaga nos Jogos com uma medalha de ouro na classe PWTC – para atletas que usam handcycle e cadeira de rodas – da Copa do Mundo de Triathlon, na Espanha, a paratleta, que realizava preparação em Portugal, sofreu queimaduras de terceiro grau em uma sauna.

A atividade fazia parte de uma aclimatação ao quente verão japonês, e o resultado foi, no mínimo, desanimador: necrose nos pés, que levaram à amputação de sete dedos e meio. Com isso, as chances de Messali participar pela primeira vez dos Jogos Paralímpicos passou a ser quase nula.

– A lesão foi uma queimadura de terceiro grau, grave, e no final eu fiz a amputação de sete dedos e mais um pedaço de outro. A lesão aconteceu numa sauna seca, aquelas de madeira, pela junção de três fatores. Tenho lesão na medula, sou cadeirante, e por conta dessa lesão, não transpiro nas pernas, e o que protege uma pessoa dentro da sauna é a transpiração. Como não transpiro, não tive essa proteção nos pés. A segunda situação que ocasionou isso foi colocar as pernas para cima, e por eu ser cadeirante, meu retorno venoso, que é a circulação, tem um déficit. Como eu coloquei as pernas para cima, num ato de desinchar as pernas, que eu já faço muito, e elas ficaram bem para cima, quase no teto da sauna, não teve retorno venoso do sangue para os pés. Então eu saí da sauna com os dedos sem circulação, e isso causou a amputação, porque fiquei por 30 minutos na sauna sem retorno venoso. Foram essas três situações que causaram, somadas, a amputação de sete dedos e a queimadura de terceiro grau: a falta de sudorese, a falta de retorno venoso e os meus pés estarem muito perto do teto da sauna, que é o local mais quente – explicou.

Foi da cama do hospital que Jéssica teve uma das principais lutas de sua vida — Foto: Reprodução/Instagram

A partir de então, Jéssica, acostumada a lutar contra o relógio nas provas do triathlon, iniciou a briga mais intensa de sua carreira para ficar abaixo do tempo esperado. Porém, desta vez, essa “corrida” foi na cama de um hospital, em busca da recuperação.

No total, foram dez cirurgias realizadas em somente 25 dias. Contudo, esses procedimentos poderiam ter sido realizados ainda antes, mas a atleta permaneceu na Europa por mais 11 dias após o acidente, decisão que ela se arrepende, e que poderia ter sido ainda mais prejudicial se fosse prolongada.

– Só me arrependo de não ter voltado para o Brasil logo depois do ocorrido, que foi em 5 de julho. Só consegui chegar ao Brasil em 17 de julho, e perdi 11 dias em Portugal. Se tivesse retornado para me tratar aqui desde o princípio, já teria retornado aos meus treinos. Infelizmente, demorei para voltar ao Brasil e ficar aos cuidados do doutor Bruno [Lisciotto], que ficou responsável por toda a minha recuperação. Tive que ir oito vezes ao centro cirúrgico retirar pele morta, já que não pode tirar tudo de uma vez, precisa ser cauteloso por eu ter pouca gordura nos pés e na pele. Foi muito minucioso o trabalho dele, devo toda essa rápida recuperação ao doutor Bruno. Para ter noção, nem enfermeira fazia curativo nos meus pés, só ele encostou nos meus pés nesses 24 dias que estou no Brasil – relatou Jéssica, que enxergou uma superioridade no tratamento em solo brasileiro em relação ao do Velho Continente.

– Estamos muito confiantes na ida para Tóquio, e devo isso ao médico, à capacidade profissional e humana dele, à compreensão que teve comigo como atleta e à equipe médica do Brasil, que demonstra que o país está muito avançado, algo que não vi em Portugal. Meu retorno para o Brasil foi a decisão mais certa – acrescentou.

Confira o post de Jéssica sobre sua recuperação (atenção: imagem forte do pós-operatório):

Entretanto, o médico que cuidou de todo o processo bem-sucedido divide a responsabilidade, e afirma que a determinação da paciente foi um dos pontos fundamentais para a recuperação ter levado apenas um mês, muito abaixo do tempo normal.

Segundo Bruno Lisciotto, que detalhou os procedimentos, a paratleta fez tudo o que foi pedido, e não deixou de se condicionar fisicamente. Nas redes sociais, inclusive, ela celebrou uma das últimas etapas do tratamento (veja acima).

– Ela teve queimaduras de terceiro grau em ambos pés, queimaduras muito graves, com amputação de dedos do pé e de uma parte do pé. Inicialmente, a gente tirou o tecido morto, e depois, para conseguir acelerar, usamos alguns curativos modernos, como o de pressão negativa, a vácuo, fizemos algumas trocas nele, e depois utilizamos a pele artificial para estimular a área da lesão. Depois, fizemos o enxerto da pele, que tiramos da coxa e passamos para os pés, e pegou grande parte, o que deixa ela apta às Paralimpíadas. Esse processo de tratamento de queimadura grave, dessa maneira, leva de dois a três meses para tratar. Ela chegou ao Brasil em 17 de julho, e em duas semanas fizemos praticamente tudo. Ela foi fundamental na recuperação, porque colaborou bastante com os processos, que são difíceis, muitas idas ao centro cirúrgico, conseguiu fazer a câmara hiperbárica, que ajuda no processo de cicatrização, e cuidou muito do curativo. Além disso, ela deu uma treinada para não perder o preparo. A queimadura já está tratada, a única coisa que tem é a área de enxerto, que precisa ser bem cuidada, mas a queimadura, em si, está tratada – detalhou.

Bruno Lisciotto, Jéssica e José Carlos Messali, treinador e marido da atleta — Foto: Reprodução/Instagram

Em apenas seis anos de carreira, Jéssica acumulou três títulos mundiais, duas medalhas de prata na World Series, outras duas no Parapan-Americano e um vice na Copa do Mundo, além de dois terceiros lugares na competição. Por isso, se tornou uma das principais esperanças de pódio para o Brasil na estreia da categoria PWTC nas Paralimpíadas.

Após ficar paraplégica em um acidente de automóvel em 2013, a tricampeã do mundo, natural de Jaboticabal, no interior de São Paulo, descobriu, no esporte, sua nova paixão. Durante mais um episódio adverso de sua vida, deu nova aula de superação e, agora, acredita que irá entrar nos Jogos com mais força mental do que qualquer competidora.

Jéssica celebra medalha de ouro e "passaporte" para Paralimpíadas — Foto: Reprodução/Instagram

A parte psicológica, porém, não deve substituir a falta de preparo físico ideal, segundo Jéssica. A pausa na preparação, causada pelo acidente, pode ter um forte impacto em seu desempenho, mas não muda o fato de que a competidora, mesmo antes da cerimônia de abertura, é medalha de ouro na dedicação para ser personagem principal de uma das grandes histórias que antecedem o maior evento paradesportivo do planeta.

– Lutei nos últimos anos para conseguir minha vaga, estar entre as melhores do mundo e largar nessa prova. Tenho certeza absoluta que irei conseguir [ir às Paralimpíadas]. Minha performance física com certeza não será a ideal, mas depois de tudo que passei, tenho certeza que minha força mental será a mais forte dessa prova. Nesse quesito, ninguém estará mais preparada do que eu – concluiu a triatleta, contente.

As Paralimpíadas começam em 24 de agosto, no Japão, e vão até 5 de setembro. A final do triathlon acontece no dia 29 do mesmo mês.

*Sob supervisão de João Fagiolo

Fonte. https://ge.globo.com/google/amp/sp/ribeirao-preto-e-regiao/paralimpiadas/noticia/triatleta-supera-queimaduras-e-amputacoes-em-um-mes-e-vai-disputar-paralimpiadas.ghtml

Postado por Antônio Brito

Congresso gratuito e online reúne grandes especialistas em diversidade e inclusão

Preconceitos contra pessoas com deficiências, acima do peso, gays, negros …a lista do que é preciso combater é longa. Para ajudar a pensar no tema, desconstruir estereótipos e possibilitar, desta forma, a construção de um mundo realmente plural, o congresso “Genética não é Destino” reunirá mais de 30 especialistas nas áreas de inclusão e diversidade. O evento, que está em sua 2ª edição, está com as inscrições abertas e vai acontecer, de forma online e gratuita, nos dias 21 e 22 de agosto.

O congresso será transmitido em um estúdio de televisão e possibilitará a interação entre os participantes e mentores. No primeiro dia, a programação vai ser  dedicada a desconstrução de preconceitos e desconfortos que carregamos até mesmo de forma inconsciente. Entre os palestrantes, estão nomes como o filósofo e professor Mario Sergio Cortella e o médico Fábio Watanabe, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Familiares de pessoas com deficiências também vão dividir suas experiências. A pedagoga Ana Carol Resende, mãe de um menino com paralisia cerebral, vai levar uma provocação ao público: “meu filho precisa de conserto?” Já Débora Goldzveig, gerente do Instituto Serendipidade, vai contar sobre o que é ter um irmão com deficiência. No mesmo dia, Alex Duarte, idealizador do evento, lançará o livro “Capacitista em Desconstrução”.

A programação do segundo dia vai apresentar narrativas e ações práticas e positivas para o desenvolvimento de uma mentalidade realmente inclusiva. Entre os destaques estão a influencer e humorista Pequena Lô e Mariana Torquato, criadora do maior canal sobre deficiência do YouTube Brasil, o “Vai uma mãozinha aí?”.

Para falar da importância da inclusão nas empresas, foram chamados Henri Zylberstajn, fundador do Instituto Serendipidade e da Escola de Impacto, que irá destacar a importância da cultura ESG, e Fernando Bracconot, do Carrefour Brasil, que levará ao público a discussão sobre o papel da diversidade na mudança da cultura organizacional no mundo corporativo. Luciana Viegas abordará  um duplo preconceito com a palestra “onde estão as pessoas pretas com deficiências?”. Victor di Marco chamará a atenção para outra questão: pessoas LGBTQIAP+  com deficiências.

No ano passado, a primeira edição do congresso foi considerada a mais importante iniciativa pela inclusão do Brasil, com mais de 9 mil inscritos. Para não perder a chance de participar da versão 2021, basta se inscrever gratuitamente em www.geneticanaoedestino.org de forma  acessível, prática e descomplicada.  A programação completa do evento pode ser encontrada também no endereço www.geneticanaoedestino.org. .

O congresso é uma realização do Instituto Serendipidade e do Projeto Cromossomo 21, idealizado por Alex Duarte, com co-realização do Hospital Albert Eistein, Bayer Brasil e Ambipar Group.

Fonte. https://revistareacao.com.br/congresso-gratuito-e-online-reune-grandes-especialistas-em-diversidade-e-inclusao/

Postado por Antônio Brito

Triatletas brasileiros entram em fase final de preparação para os Jogos Paralímpicos de Tóquio

Triatletas paralímpicos brasileiros finalizam preparação para Tóquio 2020 em Portugal | Foto: José Carlos

Os quatro atletas de Triatlo que representarão o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio estão em fase final de preparação. Três deles treinam em Rio Maior, Portugal, e a paulista Jéssica Messali, que se acidentou a menos de dois meses do início do megaevento, finaliza a preparação no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Os Jogos de Tóquio serão realizados de 24 de agosto a 5 de setembro.

Os três triatletas que treinam em território europeu são: Jorge Fonseca (classe PTS4), Carlos Rafael Viana e Ronan Cordeiro (ambos da classe PTS5). Tais classificações são aplicadas a atletas com deficiências físico-motoras e paralisia cerebral andantes, sendo a PTS4 e a PTS5 para deficiências mais moderadas.

Jéssica Messali, da classe PTWC (para cadeirantes), que está no Brasil, chegou a fazer parte da sua preparação em Rio Maior, porém, após sofrer uma queimadura de terceiro grau, enquanto estava numa sauna, retornou ao território brasileiro. Já no país natal, a atleta passou por 10 cirurgias em 25 dias - para a retirada de pele morta e a amputação de sete dedos e meio. 

Quando ocorreu o incidente, a atleta havia acabado de ganhar a medalha de ouro na Copa do Mundo de Triatlo, disputada na Espanha. Mesmo com os problemas enfrentados a meses dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, Jéssica afirmou que está muito feliz pela oportunidade de disputar sua primeira Paralimpíada. 

"Eu me sinto realizada por ter conquistado a vaga. Eu me dediquei 100% nos últimos anos e colher o fruto dessa dedicação é muito especial para mim. Esta será a estreia paralímpica da categoria feminina na minha modalidade. E nesta estreia terá a bandeira brasileira, a qual irei representar com toda minha alma e o meu coração", disse a atleta. 

"Estou completamente recuperada,  graças ao Dr. Bruno Lisciotto. Sem ele, minha ida aos Jogos Paralímpicos não seria possível. Devo tudo a ele", continuou. Segundo Jéssica, desde 2017, ela estava se dedicando sete dias da semana ao Triatlo. "Eram de dois a três treinos por dia, entre natação, ciclismo, corridas, musculação, mobilidade e fisioterapia", relatou.

A triatleta destacou que todo esse esforço estava rendendo ótimos frutos, como a medalha de ouro na Copa do Mundo: "Subi várias vezes ao pódio. Estava confiante em conquistar uma medalha em Tóquio. Minha performance estava impecável. Porém, com o incidente, não pude fazer treinos específicos. Isso interfere na minha performance, embora tenha me mantido ativa. Agora que estou com alta total, espero recuperar o tempo no CT Paralímpico até ir para o Japão. A minha força mental está mais afiada do que nunca. Retornar com tudo será crucial", concluiu. 

Natural de Jaboticabal, Jéssica ficou paraplégica após um acidente de carro em 2013. Logo após sua recuperação conheceu o ciclismo e obteve rápido destaque. Começou no triatlo em 2017.

A atleta viajará para Tóquio no próximo dia 19 de agosto. Sua prova será disputada dez dias depois, 29 de agosto, a partir das 18h30 (horário de Brasília). 
 

Portugal


Enquanto Jéssica encerra a sua preparação no Centro de Treinamento Paralímpico, Jorge Fonseca, Carlos Rafael Viana e Ronan Cordeiro sairão de Portugal para o Japão no próximo dia 21 de agosto. 

“Depois do Pan-Americano de triatlo nos Estados Unidos, no final de junho, viemos direto para a cidade de Rio Maior, em Portugal, onde há um Centro de Treinamento super bem equipado. Vamos completar dois meses de preparação em Portugal, bastante dedicados aos objetivos paralímpicos”, disse o treinador Ivan Razeira. 

Segundo o técnico, a rotina em Portugal é composta por três a quatro sessões diárias de treinos nos esportes que compõem o Triatlo: natação, ciclismo e corrida. “Também fazemos treinamento de força. Fora isso, temos acesso à massoterapia e à fisioterapia, além de um spa para recovery [recuperação com banho de gelo, calor, sauna, etc.]”, explicou Ivan. 

Ainda de acordo com o treinador, a rotina no Japão já será totalmente voltada para a prova. “O Triatlo exige uma série de reconhecimentos de percurso, check de materiais, etc. Basicamente, os atletas irão acordar diariamente, às 2h45,  para a rotina matinal de treinos e deslocamentos entre a Vila e o local da disputa. O resto do dia será composto por períodos de descanso e atividades complementares”, pontuou. 

Por fim, Ivan afirmou que a Seleção de triatlo possui chances reais de medalha nas quatro classes em que será representada. “A Jéssica, infelizmente, sofreu o acidente e está um pouco mais longe do pódio, porém com possibilidades. Os demais vão chegar muito bem na prova”, finalizou. 

A delegação brasileira será composta por 260 atletas (incluindo atletas sem deficiência como guias, calheiros, goleiros e timoneiro), sendo 164 homens e 96 mulheres, além de comissão técnica, médica e administrativa, totalizando 434 pessoas. Jamais uma missão brasileira em Jogos Paralímpicos no exterior teve tamanha proporção. Na última edição fora do Brasil, em Londres 2012, o Brasil compareceu com 178 atletas, até então a maior. O número para a capital japonesa só é superado pela participação nos Jogos Rio 2016, já que o Brasil garantiu vagas em todas as modalidades por ser país sede e contou 286 atletas no total, ficando em 8º lugar no ranking de medalhas. 

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

Fonte  https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3460/triatletas-brasileiros-entram-em-fase-final-de-preparacao-para-os-jogos-paralimpicos-de-toquio

Postado por Antônio

14/08/2021

OAB NACIONAL promove o III Fórum Nacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência

Estão abertas as inscrições para o III Fórum Nacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. O evento é uma realização da OAB Nacional, por meio de sua Comissão Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e da Comissão de Proteção aos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB/PA, e ocorrerá nos dias 21 a 22 de setembro deste ano.

Inicialmente programado para acontecer em Belém-PA, o evento trienal será totalmente virtual em razão da pandemia de covid-19. O fórum terá como tema central a “Capacidade Jurídica da Pessoa com Deficiência”.

Para participar será necessário fazer inscrição http://centraleventos.oab.org.br/event/391/iii-forum-nacional-sobre-os-direitos-da-pessoa-com-deficiencia.

As transmissões serão por meio de links do próprio evento que terá certificação de 10 horas de atividades complementares.

No primeiro dia, após a abertura oficial, será proferida a palestra magna sobre avaliação biopsicossocial com a médica e auditora do trabalho, Lailah Vasconcelos de Oliveira Vilela.

No segundo dia ocorrerão três painéis com os temas a curatela e tomada de decisão apoiada, liberdades sexuais e matrimoniais da pessoa com deficiência intelectual e o direito à morte digna e a diretiva antecipada de vontade.

Será necessário realizar inscrição para o evento, cujas transmissões ocorrerão por meio de links próprios no site do evento.

Fonte. https://revistareacao.com.br/oab-nacional-promove-o-iii-forum-nacional-sobre-os-direitos-da-pessoa-com-deficiencia/

Postado por Antônio Brito