Saiu resultado da PNAD CONTÍNUA 2022 – Pessoas com Deficiência no Brasil – Que Brasil é esse ?

Na última sexta-feira, dia 7 de julho, saiu o resultado da Pesquisa PNAD Contínua 2022, sobre a população com deficiência no Brasil. Na pesquisa, a população com algum tipo de deficiência no nosso país foi estimada em 18,6 milhões de pessoas de 2 anos ou mais, o que corresponde a 8,9 % da população dessa faixa etária.

O tema já foi investigado em outras pesquisas do IBGE, sendo as mais recentes o Censo Demográfico 2010 e a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013 e 2019. Os dados, no entanto, não são comparáveis entre as pesquisas, pois há diferenças metodológicas.

E pelo visto, há diferenças MONSTRUOSAS entre os resultados de 2010, 2013 3 2019, e agora, a de 2022. A impressão que dá é que existem vários “Brasis” e que em cada época foi realizada uma pesquisa com um público com deficiência diferente, em uma “dimensão planetária” diferente de país. Como os números podem ser tão díspares ? Em que Brasil realizam essas pesquisas ? Você já foi pesquisado pelo PNAD ? E pelo Censo ? Como é a abordagem do IBGE e dos recenseadores quando chegam em uma casa que tem uma ou mais pessoas com deficiência ?

Ficam aqui essas perguntas para que vocês possam refletir e responder para vocês mesmos, com sinceridade.

Segundo o IBGE, os questionários vêm acompanhando a evolução e a adaptação de modelos para o entendimento da deficiência, seguindo as recomendações internacionais do Grupo de Washington para Estatísticas sobre as Pessoas com Deficiência, a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, e em consonância com a Convenção de Direitos da Pessoa com Deficiência e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Bela teoria. Mas e a prática disso tudo ? Como foi.

O questionário busca levantar as dificuldades na realização dos mais diversos tipos de atividades funcionais. São quatro categorias de resposta que vão de ‘Não tem dificuldade’ a ‘Tem, não consegue de modo algum’. A identificação das pessoas com deficiência é estabelecida por aquelas que responderam ter muita dificuldade ou não conseguir de modo algum.

E portanto, mediante essas perguntas fica uma mais simples: “Você foi perguntado ? Você conhece alguém com deficiência que tenha sido pesquisado e que tenha respondido a essas perguntas ?”.

A PNAD diz que os dados sobre pessoas com deficiência foram coletados no 3º trimestre de 2022. Todas as informações de educação e mercado de trabalho no estudo também se referem a esse período.

Dentre tantos resultados, um deles que chama a atenção é o perfil das pessoas com deficiência, que se mostrou mais feminino do que masculino, e maior nas pessoas da cor preta.

Então, pelo resultado divulgado temos mais mulheres pretas com deficiência no Brasil. Você nota isso no dia a dia ?

Parece que os resultados dessa PNAD vem de encontro com uma “tendência” social dos últimos tempos, onde toda minoria tem em sua maioria pessoas “pretas”, “mulheres” ou “LGBTQIA+”. Será que isso é real ou conveniente para um discurso ideológico ?

A pesquisa mostrou que o percentual de pessoas com deficiência cresce com a idade. Em 2022, 47,2% das pessoas com deficiência tinham 60 anos ou mais. Mas precisamos gastar milhões de reais com pesquisas para descobrir uma coisa que é óbvia: o Brasil está envelhecendo e pessoas com deficiência são antes de tudo, PESSOAS, que fazem parte dessa nossa sociedade que, comprovadamente, em 2030 será na sua maioria, acima dos 60 anos.

Vejam esses dados e suas faixas etárias e respondam para si mesmos se isso só acontece com PcD ou com todos os seres humanos quando alcançam essas idades: “entre 40 e 49 anos, as dificuldades para enxergar se tornaram mais evidentes. Aos 50 anos aumenta o percentual de pessoas com deficiência nos diversos tipos de dificuldades. Entre 60 a 69 anos de idade, a maior prevalência foi da dificuldade para andar ou subir degraus que, por sua vez, teve o percentual ainda mais relevante para o grupo de 80 anos ou mais”… Chega a ser engraçado se não fosse absurdo chegar à uma conclusão tão óbvia e dar essa notícia com se fosse uma “grande descoberta” decorrente de uma “super pesquisa” bem feita.

E os absurdos “disfarçados” de resultados de pesquisas continuaram a ser apresentados como se fossem grandes descobertas. Dentre os tantos, também o que se refere à empregabilidade se destacou.

De acordo com o resultado da PNAD, de cada 4 pessoas com deficiência em idade de trabalhar, apenas uma está trabalhando. Isso é público pelos dados do CAGED. Precisa da pesquisa PNAD para saber disso ? Assim como apresentar que a maioria das pessoas “empregadas” com deficiência possuem curso superior. Isso também não é “meio óbvio” demais ?

Onde estão, no Brasil, os cerca de 20% de pessoas com algum tipo de deficiência que são os dados mundiais estatísticos em países de terceiro mundo ? Ou o Brasil deixou de ser um país de terceiro mundo e não nos avisaram, ou mais uma vez, o mundo está errado e o Brasil está certo ?

Quem se beneficia em baixar tanto os números de pessoas com deficiência em relação à população ? Pensem bem: se o governo diz que PcD são uma parcela menor da população do que REALMENTE são, os investimentos governamentais para atender às necessidades desse segmento da população também podem ser menores. Não é verdade ?

Então perguntamos a vocês: “Quem perde com esse resultado da PNAD 2022 ?”…. A resposta é simples: mais uma vez quem perde é a população com deficiência no Brasil.

Tire suas próprias conclusões, confira a pesquisa PNAD Contínua 2022 – PcD na íntegra no link:
https://www.google.com/search?q=resultado+pesquisa+PNAD+Cont%C3%ADnua+2022+-+PcD&ei=FiurZLeUO9fD5OUPuuug6AU&ved=0ahUKEwi39_yRzYKAAxXXIbkGHbo1CF0Q4dUDCBA&uact=5&oq=resultado+pesquisa+PNAD+Cont%C3%ADnua+2022+-+PcD&gs_lcp=Cgxnd3Mtd2l6LXNlcnAQAzIFCAAQogQyBQgAEKIEMgUIABCiBDoKCAAQRxDWBBCwA0oECEEYAFCnBVizE2CwFmgBcAF4AIABkQGIAaoLkgEEMS4xMZgBAKABAcABAcgBCA&sclient=gws-wiz-serp

Fonte https://revistareacao.com.br/saiu-resultado-da-pnad-continua-2022-pessoas-com-deficiencia-no-brasil-que-brasil-e-esse/

Postado pôr Antônio Brito